quarta-feira, 31 de março de 2021

A casa escangalhada da tia velhota

A casa da foto é só para ilustrar

O que diz respeito à nossa região merece, normalmente, a minha atenção. Impossível se torna divulgar neste meu espaço tudo quanto leio. Hoje, porém, remeto os meus leitores para um blogue que estou a seguir, onde li o caso da tia velhota que morreu solteira, deixando uma casa na Costa Nova para os seus herdeiros. A casa estava muito escangalhada e a precisar de arranjo. Leia aqui

Heroína de Mazagão nasceu neste dia

Antónia Rodrigues nasceu em Aveiro 


No dia 31 de Março de 1580, nasceu em Aveiro, na freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, Antónia Rodrigues, filha de Simão Rodrigues, marítimo, e de Leonor Dias. Por ser pobre, Antónia foi, ainda jovem, para a companhia de uma irmã, casada em Lisboa, onde não gozou de grande aceitação familiar.
De espírito aventureiro, espírito esse alimentado por histórias de marítimos que eram contadas na capital, cedo se sentiu atraída pelo mar e pelas viagens. Decidida a levar uma vida de aventuras, comprou na Feira da Ladra roupas de grumete, cortou o cabelo à rapaz, disfarçou-se quanto pôde e candidatou-se a membro da tripulação de um navio que transportava trigo, com destino a Mazagão (ao tempo uma possessão portuguesa), com o nome de António Rodrigues.
Posteriormente, integrou a cavalaria da Praça, onde se distingui de tal forma que foi considerad(a)o o “terror dos mouros”. Por não procurar donzela, suscitou suspeitas, o que a levou a contar a verdade aos seus superiores, vendo-se obrigada a vestir roupa civil, com pena dos seus companheiros, que muito o (a) admiravam, pela sua coragem.
Casada, a “heroína de Mazagão” regressou ao reino e foi reconhecida por mercê régias que Filipe II de Portugal lhe conferiu. Não se conhece a data do seu falecimento, mas o seu exemplo, cantado por escritores e artistas, ainda hoje deve ser recordado pelos aveirenses.

F. M.

Notas: 

1. Escrevi esta mensagem neste dia de 2005;
2. Entretanto, o Historiador Francisco Messias descobriu, em Março de 2020, o assento de batismo da heroína no Arquivo Distrital de Aveiro, o qual refere que Antónia Rodrigues nasceu em 5 de Janeiro de 1572, oito anos antes da data até então conhecida.

Ficar à escuta


 
Ficar
à escuta

À escuta
do silêncio

Adília Lopes
em SUR LA CROIX

segunda-feira, 29 de março de 2021

Por aqui, andorinhas

MEC
Miguel Esteves Cardoso 
escreveu sobre as andorinhas 
e deixa uma pergunta: 
Que podemos fazer?

Ao ver como os japoneses celebram o florir das cerejeiras ocorre pensar na maneira como os portugueses reagem à chegada da Primavera. A Primavera, entre nós, é confidencial. Cada um festeja-a quando e como quiser. Para muitos é apenas a antecâmara do Verão.
As andorinhas já voltaram mas é como se ninguém as quisesse cá. Falamos delas e pintamo-las em cartazes mas são cada vez mais raros os lugares onde as deixamos fazer e guardar os ninhos.
Não basta serem protegidas por lei. Deveriam ser protegidas por nós. Há uma diferença entre encolher os ombros e não fazer-lhes mal, indiferente à sorte delas, e esforçarmo-nos um bocadinho para ajudar a protegê-las, tomando conta dos ninhos ou encorajando-os, garantindo-lhes acesso às áreas onde não incomodam ninguém.
É uma questão de atitude. As andorinhas que nos visitam alegram-nos os corações, a troco da nossa indiferença. Porque não sermos um pouco mais agradecidos? Que tal pensar nos milhões de mosquitos que comem todos os anos e reduzirmos drasticamente o nosso abuso de pesticidas? Porque não anunciar e festejar o regresso das andorinhas, tornando-as parte da experiência portuguesa da Primavera, como é o caso das cerejeiras e do Japão?
Não poderíamos facilmente tornarmo-nos num país que sabe acolher as andorinhas - e todas as outras aves que nos visitam - e aprendermos a confundir o nosso país com elas?
Chega de gostarmos das andorinhas sem fazermos nada por isso. Uma acção de amor vale mil declarações. Que podemos fazer?

Evocação da Feira de Março

 

Evoco hoje a Feira de Março que nos animava em Aveiro. As recordações que predominam vêm da juventude. Depois foram esmorecendo até sentir que bastava passar por lá umas horas e sair. Gostava, como ainda hoje gosto, de saborear uma fartura... ou duas, que a diabetes não admite mais. Vem isto a propósito de o FB me brindar com uma memória do momento das farturas. A pandemia com regras apertadas não tem dado tréguas e a Feira de Março ficou adiada para as calendas. E quando voltar, se voltar, já lhe perdemos o gosto. Outras feiras virão.

Vocábulo Gafanhão - 2








Mais umas achegas para que o linguajar gafanhão não morra por  esquecimento...