quinta-feira, 28 de junho de 2007

EQUÍVOCOS e CONTRADIÇÕES

EQUÍVOCOS,
CONTRADIÇÕES
E INJUSTIÇAS

A lei do aborto e agora a sua regulamentação constituem, para já, um molho de equívocos e de contradições e mesmo de injustiças que já não deixam ninguém surpreendido. Estejamos atentos e veremos como se vão multiplicar as surpresas. Tudo já existia nos que lutaram pelo sim e se vangloriaram com a vitória alcançada. Alguns, neste momento, estão com o lume na mão sem saber como dar saída aos problemas surgidos. Soluções dignificantes, no caso, não parece serem possíveis. Só gente menos esclarecida, com visão unidimensional e teimosa em reduzir o mundo ao rectângulo estreito da sua janela, incapaz, por isso mesmo, de ver a realidade e o horizonte infindo da vida humana e dos seus direitos, da dignidade pessoal e da sua legítima defesa, podia ter levado o país para este beco. Hospitais, médicos, enfermeiros reagem à matança dos inocentes. Era de esperar. Quem nisto vê ocasião para ganhar dinheiro, virá à praça.

Liberdade Religiosa


Conselho de Ministros
designa Mário Soares
para presidir à Comissão
de Liberdade Religiosa



O Conselho de Ministros designou o antigo Presidente da República Mário Soares para presidir à Comissão de Liberdade Religiosa, substituindo neste cargo o social-democrata Menéres Pimentel.
O ministro da Justiça, Alberto Costa, saudou o trabalho desempenhado pelo presidente cessante, Menéres Pimentel, como presidente da Comissão de Liberdade Religiosa desde 2004, e sublinhou que Mário Soares é uma personalidade "cujo contributo para a democracia e para a liberdade religiosa, assim como para o diálogo inter-religioso, é conhecida de todos os portugueses".
Considero acertada a decisão do Conselho de Ministro, pois toda a gente sabe que Mário Soares, ateu confesso, tem muito respeito pelos que professam uma qualquer confissão religiosa, enquanto reconhece a importância das religiões na formação das pessoas.
Penso que, com a sua personalidade, de raízes humanistas, saberá estabelecer consensos, na procura de climas de respeito por todas as religiões.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Dia da Igreja Diocesana




ESTA É HORA DE GRATIDÃO…

Celebrou-se, no domingo, 24 de Junho, no Santuário de Santa Maria de Vagos, o Dia da Igreja Diocesana, pela primeira vez com a presença do novo Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos.
Em dia que significa o encerramento do ano apostólico, dedicado à família, D. António sublinhou que “o segredo da família humana é o amor, a fidelidade, a generosidade e a perseverança”, para acrescentar que o mesmo se passa com a família diocesana, feita do “amor filial a Deus” e do “amor fraterno do mandamento novo”, da “fidelidade e generosidade de tantas vidas dadas à Igreja e ao Mundo” e da “perseverança de quem permanece até ao fim”. “Esta é uma hora de gratidão devida aos bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados e consagradas, leigos e leigas que ao longo do tempo, com generosidade e entrega ilimitadas, edificaram a Igreja que hoje somos”, proclamou.
D. António enviou 17 jovens em experiências missionárias, não sem antes exortar os seus fiéis a serem presença cristã no mundo: “Pertence-nos tudo fazer para que sejamos rosto e voz, palavra e vida de uma Igreja perita em humanidade, próxima e fraterna e corajosa mensageira das bem-aventuranças. Vemos no horizonte surgir oportunidades para darmos sentido a uma missão que envolva toda a diocese, consolide a beleza da nossa comunhão, intensifique o diálogo com a sociedade e com o mundo imenso da educação e do trabalho, da cultura e da cidadania que moram à nossa porta”.

Fonte: Ecclesia

Ares do Verão

Foto de Teresa Calção

QUADROS QUE A NATUREZA NOS OFERECE
:
Andamos muitas vezes distraídos. Nem sempre olhamos para a Natureza, que tantos quadros nos oferece. Até o emaranhado das ramas das árvores da floresta nos pode deliciar, com a multiplicidade cromática coando os raios do Sol. Os quadros pictóricos não são só feitos pelos artistas plásticos. Graciosamente, também a Natureza se encarrega de nos brindar com alguns. Importante apenas termos olhos para ver.

Um artigo de António Rego

POLÍTICA E SALA DE JOGOS
Os tempos nunca correm numa direcção única. Nem - porque são tempo - chegam e partem com a velocidade dum relâmpago. Os sinais esboçam-se, desenham-se, insinuam-se, revelam-se, interpretam-se. E nada é unívoco ou instantâneo por muito lentas ou velozes que se revelem as épocas. Mas chegar a tempo aos sinais dos tempos é fundamental para os ler e interpretar. Filtrá-los apenas pelos ângulos experimentais ou pelos afectos imediatos é impor ruído ao que deve ser escutado no silêncio ou perturbação ao que merece ser visto com serenidade, ou neblina ao que exige transparência. Que se passa entre nós num tempo - no nosso - que emite sinais por vezes contrários, confusos, carregados de objectivos claros para quem os lança e imprecisos para quem os observa? O atropelo de factos políticos, sociais, culturais, de interesses corporativos secretos ou não, vai criando camadas de interpretações entre a ingenuidade e a desconfiança. E com a torrente de jogos conhecidos e desconhecidos na vida pública, fica o cidadão médio à mercê dos comentadores, intérpretes desses signos que emergem de muitas direcções. A pressa compulsiva com que se desenrolou a regulamentação sobre o aborto na sequência do referendo, as leis que se precipitam sobre a assistência religiosa nos hospitais e prisões, o anteprojecto que se lançou para "pluralismo e independência na comunicação social", o ataque cerrado à acção da Igreja no campo social, muito dificilmente nos deixam tranquilos sobre as intenções últimas dos nossos legisladores que alimentam um complexo de desconfiança face à confissão religiosa mais antiga e representativa em Portugal - a Igreja Católica - esquecidos que lá nasceram e aprenderam a ser gente. A sequência de afrontas é óbvia, a arrogância é clara. Como que a pedir uma guerra declarada, nova letra para os velhos hinos jacobinos. Os sinais da armadilha que alguns sectores alimentam são óbvios. Mesmo assim importa não perder nem a paciência nem a capacidade de diálogo. Estamos numa sociedade em mudança. Mas onde navegam muitos oportunistas que continuamente pedem música para as suas danças. Esta tensão é real. Mas nem por isso dispensa a escuta e a tolerância. Mesmo para com os intolerantes de capa falsa. Importa (porém) que o povo se aperceba do que acontece e não veja apenas a casa arrombada quando se encerra um Centro de Saúde ou uma Maternidade.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Associação Humanitária

Angola.Foto do arquivo do CUFC

ORBIS com novo website:

A ORBIS é uma associação humanitária vocacionada para o voluntariado missionário. Nasceu em 2006 na Diocese de Aveiro e acaba de apresentar o seu novo website, através do qual será possível conhecer os seus objectivos. Está alojado em www.orbiscooperation.org, onde espera pela sua visita, mas não só. Também espera pela sua cooperação.
A ORBIS nasceu por iniciativa do Secretariado Diocesano de Animação Missionária, fundamentalmente para promover a cooperação junto dos países menos desenvolvidos. Entre os projectos apresentados, com grande impacto no mundo lusófono (Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné e Brasil), destaca-se o da "adopção virtual" e o "Comércio solidário", para "dizer na nossa acção diária que podemos fazer a diferença!".
Graças à ORBIS, muitos jovens já fizeram experiência missionária, ao mesmo tempo que se tem proporcionado o acolhimento de Missionários que necessitam de restabelecer a saúde ou de fazer estudos em Aveiro.
Os jovens abertos a experiências missionárias participam quinzenalmente na Escola Missionária, que funciona de Outubro a Junho, no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), respeitando um plano de formação preparado para desenvolver o espírito missionário e o sentido da cooperação.
Desta associação voltarei a falar no próximo futuro, pois acredito que se torna muito importante dizer aos meus amigos e leitores que é preciso ajudar quem tanto está disposto a dar-se aos mais carentes.
Para já, aconselho uma visita ao "site" da ORBIS.

Hóquei em Patins

Jesus Correia, internacional de Futebol
e Hóquei em Patins



COM QUE SAUDADES…

Na minha meninice e juventude, com que alegria e prazer ouvia os relatos, via rádio, dos jogos de Hóquei em Patins, em que a selecção portuguesa dava cartas ao mundo. Ainda tenho nos ouvidos e na alma o entusiasmo de Artur Agostinho e de Amadeu José de Freitas, relatores ímpares que nunca podemos esquecer. Éramos, com a Espanha e a Itália, e mais tarde com a Argentina, os donos deste desporto sobre rodas e de stick em punho. Não havia quem nos batesse e a comunicação social de então não se cansava de cantar loas aos nossos atletas, considerados dos melhores do mundo, se não foram mesmo os melhores, durante muitas épocas, como o provam os resultados.
Recordo, com tanta saudade, a célebre equipa constituída por Emídio Pinto, Raio, Edgar, Jesus Correia e Correia dos Santos, que dava baile nos ringues por esse mundo fora. Emídio era o guarda-redes que defendia o impossível, Raio e Edgar eram os que atrás davam inteira confiança à selecção e os primos Correias davam cabo das defesas adversárias. Para mim, o maior de todos era Jesus Correia. Internacional, simultaneamente durante muito tempo, tanto no Futebol como no Hóquei em Patins. No Futebol fazia parte da célebre equipa dos cinco violinos, do Sporting. Pegava na bola na ponta do stick e ninguém o segurava. Depois outros grandes jogadores continuaram a dar vida ao ego nacional. Livramento, Chana, Perdigão, Ramalhete, Rendeiro, Cipriano, Fernando Adrião e muitos outros que a memória ainda retém.
No último fim-de-semana foi a derrocada. Portugal ficou em 6º lugar no Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins. Desportivamente, teve o que merece. Perdeu, escandalosamente, com equipas a quem antigamente dava cabazadas. Os outros, ao longo dos anos, organizaram-se e evoluíram. Nós, convencidos de que ninguém nos batia, parámos tristonhos no tempo, descansando à sombra da bananeira.
Éramos mestres e agora passámos a alunos e maus alunos. Até a comunicação social, que há décadas apoiava o Hóquei em Patins, se vai esquecendo de promover este desporto em que fomos reis. Agora, há que recomeçar tudo de novo, para ocuparmos o lugar cimeiro a que temos direito. E havemos de conseguir, se olharmos com olhos de ver para o futuro, alimentando a mística dos heróis de outras eras.

Fernando Martins