segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Cáritas luta contra desigualdades

A Cáritas Portuguesa foi desafiada a trabalhar em favor da educação para a cidadania, criando condições para um desenvolvimento sustentável. Este desafio foi lançado no Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, este fim de semana, por Manuela Silva da Comissão Nacional Justiça e Paz que reflectiu sobre o tema da Semana Nacional da Cáritas e proposto também pela União Europeia.
“Pela Dignidade, Igual Oportunidade” serviu de mote para desenvolver orientações e sugestões para uma prática caritativa quer a nível nacional quer concretamente nas dioceses.
“O grande desafio vai no sentido de perceber as causas da pobreza e as causas que geram as desigualdades”, apontou à Agência ECCLESIA, Isabel Monteiro, Presidente interina da Cáritas Portuguesa. Outro desafio lançado vai no sentido da reflexão. “Perceber os estigmas e preconceitos da sociedade que não deixam avançar efectivamente para uma igualdade de oportunidades para todos”, sublinha. A igualdade de oportunidades “é um meio para a criação de um desenvolvimento sustentável e de uma cidadania activa e consciente” e para os cristãos o desafio é ainda maior, “pois pede-nos uma coerência com os valores que professamos”, manifesta a Presidente interina..
A educação, a saúde são direitos fundamentais consagrados na Constituição, mas trata-se de focar o problema “na educação”. “Esta deve ter no horizonte a cidadania, começando nas crianças e nas famílias”. São desafios lançados para tornar a Cáritas “mobilizadora de desenvolvimento, para criar uma consciência cristã esclarecida, efectivamente interventiva na sociedade portuguesa e com maior incidência nas comunidades cristãs”, manifesta Isabel Monteiro.
Compete agora às Cáritas diocesanas ter estes desafios em consideração e lançar pistas para concretizar estes objectivos, “algumas estão já atentas a estas questões, mas queremos estar em constante transformação e conversão”.
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Homenagem a António Alçada Baptista

“António Alçada Baptista: Tempo afectuoso
- Homenagem ao escritor amigo de todos nós"

Foi com agradável surpresa que há dias encontrei nas livrarias um livro de homenagem ao escritor António Alçada Baptista – “ANTÓNIO ALÇADA BAPTISTA: Tempo afectuoso - Homenagem ao escritor amigo de todos nós". Trata-se de uma obra da responsabilidade da Editorial Presença e do Centro Nacional de Cultura, com coordenação de textos de Maria Helena Mira Mateus e Guilherme d'Oliveira Martins.
A homenagem é justíssima, ou não fosse Alçada Baptista um homem e escritor de afectos, que ensinou muita gente a pensar e a conhecer a vida de um País amordaçado pela ditadura. Os seus livros, muitos dos quais li à medida que foram aparecendo no mercado, sempre me impressionaram e encantaram, ou não fosse ele um escritor memorialista, com capacidade para nos conduzir, com realismo, através dos seus e nossos contemporâneos, marcados por comportamentos ora resignados e comodistas, ora corajosos na denúncia das injustiças. Com uma simplicidade que seduz, com uma naturalidade que encanta. Estórias e mais estórias da história dos homens e mulheres do seu tempo e do seu e nosso País, que ele retratou com arte e sensibilidade.
“ANTÓNIO ALÇADA BAPTISTA: Tempo afectuoso - Homenagem ao escritor amigo de todos nós" é um livro de testemunhos de amigos, muitos dos quais foram seus cúmplices em horas de sonhos e de lançamento de projectos, na qualidade de católico progressista, muitos deles condenados a esbarrar com impossibilidades de toda a ordem. Eduardo Lourenço, Mário de Carvalho, Teolinda Gersão, Dinis Machado, António Ramos Rosa, Mário Soares, Pedro Roseta e Edgar Morin, Ana Vicente, Guilherme d’Oliveira Martins, Lídia Jorge, João Bénard da Costa e Maria Alzira Seixo foram alguns dos muitos que escreveram para esta edição, com amizade e gratidão, pelo que dele receberam.
Alçada Baptista, 80 anos de vida bem vivida e rica de contactos humanos, que os seus 13 livros e diversos outros escritos revelam, bem merecia esta homenagem enquanto está entre nós. Mas quem quiser conhecê-lo e admirá-lo pode ler os seus livros. “Peregrinação Interior” (dois volumes), “Tia Suzana, Meu Amor”, “Os Nós e os Laços”, “Catarina ou o Sabor da Maçã”, “O Riso de Deus”, “A Pesca à Linha” e “O Tecido do Outono”, entre outros, aí ficam para saborearmos, com prazer.

Fernando Martins

“Música na Escola”

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré


FILARMÓNICA DAS BEIRAS NO CENTRO CULTURAL
DA GAFANHA DA NAZARÉ

Nos próximos dias 27 e 28, da parte da manhã, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, os alunos das Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico vão ter “Música na Escola”, por iniciativa da Câmara Municipal de Ílhavo. Actuará a Orquestra Filarmónica das Beiras, que apresentará o programa “10 Vocalizos para Leonor e Arcos”.
Por esta forma, as crianças das nossas escolas começam a habituar-se a ouvir e a aprender a ouvir música de qualidade. Os familiares e amigos também poderão participar.

Um artigo de João Gonçalves, no CV



A casa velha

Era uma vez uma cidade que não tinha casas velhas; a cidade era bonita e airosa e, por isso, não admitia nada que destoasse da concepção que para ela os artistas tinham programado. Dum lado e doutro de ruas e avenidas, só se erguiam casas bem arquitectadas, a sugerir que outros edifícios fora de linha não tinham ali cabimento.Um dia, pela calada da lei, entrou na cidade um grupo de forasteiros que estranhou a arrumação da cidade e não encontrou sítio de paragem; tudo era, de facto, estranho!Na coragem de quem se sente no direito de viver ou, ao menos, de sobreviver, puxam pela coragem de tentar activar os sistemas de alarme das casas novas e belas. De dentro, só ouvem vozes estranhas que indicam outros alarmes, que ficam noutras casas e noutras ruas; talvez lá encontrem pessoas...
Foi assim que os forasteiros, de porta em porta, sempre encontraram o que pretendiam: uma casa velha, que tinha escapado aos artistas que faziam e refaziam a cidade; foi o maior achado da sua vida de peregrinos, sem eira nem beira, onde poderão assentar arraiais e, finalmente, dormir e poder sonhar. Dali poderão entrar e sair sempre que queiram, podem regressar à hora que quiserem, podem até alimentar algumas ilusões, lado a lado com outros seus semelhantes, também já desesperados de tantas respostas inconsequentes; estão felizes na casa velha, que quase já é sua.
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Uma quadra de António Aleixo

Qu’ria que o mundo soubesse que a dor que tortura a vida é quase sempre sentida por quem menos a merece.

Porto de Aveiro

Porto de Aveiro: Vias de acesso. Foto de Dinis Alves
VIAS FUNDAMENTAIS
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Porto sem vias de acesso compatíveis não tem futuro. Daí a preocupação de dotar o Porto de Aveiro, nas suas vertentes de Pesca Costeira, Pesca Longínqua, Comercial, Industrial e de Turismo, das melhores vias. Para já, há as rodovias. As ferrovias virão a seguir. Para breve, pensa-se.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Um soneto de Camões


AQUELA TRISTE E LEDA MADRUGADA


Aquela triste e leda madrugada,
Cheia toda de mágoa e de piedade,
Enquanto houver no mundo saudade,
Quero que seja sempre celebrada.

Ela só, quando amena e marchetada
Saía, dando à terra claridade,
Viu apartar-se de uma outra vontade,
Que nunca poderá ver-se apartada.

Ela só viu as lágrimas em fio,
Que de uns e de outros olhos derivadas,
Juntando-se, formaram largo rio.

Ela ouviu as palavras magoadas
Que puderam tornar o fogo frio
E dar descanso às almas condenadas.

Citação

"As crises são necessárias e os confrontos também, porque só assim é possível ponderar e fazer escolhas"
Laurinda Alves,
na XIS

Provérbio

"A ingratidão é filha da soberba"

Arte para todos


Costa Nova com arte para toda a gente
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Diz-se, por aqui, que aos domingos há muita gente a dar a voltinha dos tristes. Não sei de onde veio esta expressão tão sem sentido. A ela está ligada a ideia de alguém que mete a família no carro e vai passear pelos recantos mais atraentes. Neste caso, para os de Aveiro e arredores, a saída leva-os até às nossas praias. Passeiam, olham a ria, lancham em qualquer café ou pastelaria, e voltam para casa. Hoje sugiro que apreciem a arte que está à disposição de todos, na ampla esplanada ao longo da Ria, na Costa Nova do Prado.