quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Um artigo de D. António Marcelino

TEMPO DE FÉRIAS
O tempo de férias é tempo propício para refazer o nosso interior, mais desgastado que o nosso corpo. Tempo no qual, tanto a palavra como o silêncio são chamados a ser luz, riqueza, sentido, eloquência serena, repouso activo, comunicação profunda. Quem vive a vida com sentido, também se desgasta, mas sabe como recompor-se.
As férias são um ansiado porto de abrigo para a barca frágil que nós somos, todos os dias batida por fúrias e ventos sem controle, que nos ferem e fustigam. Fazer das férias tempo de maior cansaço, da alienação que já vem de trás, de um atordoamento procurado, é ter menos respeito pela sua vida e menos capacidade para a viver, com qualidade e dignidade. Respigo do último livro de Susanna Tamaro “Cada palavra é uma semente”(2004), alguns pensamentos enriquecedores que podem sempre ajudar quem ainda pensa. “Sem a ideia de redenção, a História transforma-se numa arena onde os vencedores passam a vida a amontoar os corpos dos vencidos, na brincadeira de um cachorro que confunde a sua cauda com uma presa e a persegue, rodando sobre si mesmo, cada vez mais excitado, cada vez mais feroz, até ficar exausto.” “Sem a ideia de redenção, a vida dos seres humanos não é muito diferente da de excursionistas surpreendidos pelo nevoeiro. Por que estrada viemos? Para onde vamos? Ninguém tem bússola, avança-se às cegas, voltando sempre pelo mesmo caminho e, por isso, quando a morte chegar, teremos gasto as solas dos sapatos, parados no mesmo sítio.” “Um céu vazio, o céu da chamada liberdade, da emancipação, transforma-se assim num céu grávido; gera ídolos com a mesma frequência generosa com que os afídeos põem ovos. Há o ídolo do progresso, da tecnologia, da religião, da propriedade, do domínio, das ideologias, da imortalidade e, depois, há os ídolos mais pequenos, os modestos totens pessoais que fabricamos dia após dia, para conseguirmos sobreviver.” “O pecado do nosso tempo e de todos os tempos não é o mal, mas a idolatria. É ela que leva o homem a andar à deriva e transforma a história da Terra numa corrida desenfreada, rumo à aniquilação.” “A ausência do silêncio e o palavreado constante fizeram-nos esquecer o poder e o mistério que se escondem na profundidade da palavra.”. “Cada palavra é uma semente e o campo onde medra é o coração do homem.” “Todas as criaturas vivas são capazes de reconhecer a beleza, a harmonia e essa percepção transforma-se espontaneamente em alegria, dança, produção de vida.” “Se tenho de pensar num factor unificador da nossa época, é justamente o alarido. O silêncio morreu e, ao desaparecer, arrastou consigo tudo o que constitui a base do ser humano.” “A beleza só poderá mudar o mundo se os homens conseguirem voltar a vê-la. Mas, para a verem, terão de percorrer o caminho que transforma o coração de pedra em coração de carne, o caminho que elimina a opacidade do olhar, tornando-o vivo e constantemente aberto ao espanto. Esse caminho que permite que os ouvidos se ponham à escuta, rejeitem o ruído e acolham o silêncio. Acolher e esperar. Esperar com paciência que o silêncio fale como murmúrio de uma leve brisa.” Cada palavra faz ir mais longe, até onde o silêncio é palavra. A contemplação do mar, do nascer ou do pôr do sol, da brincadeira alegre de uma criança à beira- mar, dos pais embevecidos com as repetidas gracinhas do bebé, tudo enriquece quem está atento e sabe observar, purificando assim a mente e o coração da poluição acumulada nos dias da normalidade e da corrida apressada. São para isto as férias, para purificar a vida.

Provedores da RTP e da RDP esperam por nós

As nossas críticas

e sugestões

vão ser muito importantes

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Os provedores da RTP e da RDP, Paquete de Oliveira e José Nuno Martins, respectivamente, já estão à espera das nossas sugestões e das nossas críticas. Penso que esta medida governamental foi muito oportuna, esperando-se agora que os portugueses não fiquem indiferentes. É preciso participar em tudo o que diz respeito à nossa sociedade, numa perspectiva de progresso sadio.

Tenho visto que muitos de nós temos o hábito de criticar sobretudo alguns programas televisivos, acusando os seus autores e responsáveis. É um direito que nos assiste, mas não podemos, nem devemos, ficar por aqui, pela contestação inconsequente à mesa do café ou em privado. A intervenção cívica tem de bater às portas certas para trazer benefícios para todos.

Quando houver razões para falar, não podemos ficar calados nem alheios ao mundo que nos envolve, aceitando tudo o que alguns tentam impingir-nos. Neste caso, se acharmos que algo é contrário ao bem comum, devemos intervir, com delicadeza mas com firmeza, para que o “lixo” que nos impõem, por vezes, seja erradicado da RTP e da RDP, meios de comunicação social pagos pelo dinheiro dos contribuintes.

Queremos que os programas, televisivos e radiofónicos, possam ser vistos e ouvidos por todas as famílias portuguesas, tendo em conta o bem de todos, isto é, que contribuam para a formação integral das pessoas, tendo por base princípios e valores que têm enformado a nossa sociedade.

As críticas e sugestões podem ser remetidas por fax, carta ou via on-line.

Fernando Martins

Quadros da Ria de Aveiro

"Aveiro, cidade de água, sal, argila e luz"
Aveiro é isso mesmo no dizer de Manuel Ferreira Rodrigues em livro que merece ser lido nas férias e não só. O autor, docente universitário e historiador, oferce-nos, com pinceladas expressivas e bem escolhidas, imagens de Aveiro dos nossos dias e de tempos idos. A edição, bilingue (Português e Inglês), é da Câmara Municipal de Aveiro e dirige-se a todos os que apostam em conhecer a região marcada pela Ria, sejam nacionais ou estrangeiros. Logo a abrir, em jeito de convite poético, pode ler-se um excerto bastante conhecido de D. João Evangelista de Lima Vidal, primeiro bispo da restaurada diocese de Aveiro, em que sublinha: "Nós, os de Aveiro, somos feitos, dos pés à cabeça, de Ria. De barcos de remos, de redes, de velas, de montinhos de sal e areia, até de naufrágios. Se nos abrissem o peito, encontrariam lá dentro um barquinho à vela, ou então uma bóia ou fateixa, ou então a Senhora dos Navegantes." Aqui fica, portanto, o convite para que leiam, nestas férias, o livro que hoje recomendo. Fernando Martins

Artesanato e gastronomia em Aveiro

FARAV
com fortes atractivos
No próximo sábado, 5 de Agosto, pelas 15 horas, no Parque de Exposições de Aveiro, será inaugurada a Farav 2006 – XXVII Feira de Artesanato da Região de Aveiro; XIX Mostra Regional e Internacional de Artesanato e I Mostra Nacional de Gastronomia Regional.
A Farav vai decorrer até 13 de Agosto. O horário de visita é, de segunda a sexta-feira, das 17 às 24 horas, e aos sábados e domingos, das 15 às 24 horas. A entrada é 1,5 euros.
Organizado pela Câmara Municipal de Aveiro, Aveiro-Expo – Parque de Exposições de Aveiro, Região de Turismo da Rota da Luz, Instituto de Emprego e Formação Profissional de Aveiro e Associação de Artesãos da Região de Aveiro - A Barrica, este certame vai contar com a participação de 70 artesãos a trabalhar ao vivo, diversas Câmaras Municipais, entidades e associações, e 14 representações estrangeiras.
No recinto, entre os dois pavilhões, foi criada uma zona de Tasquinhas Regionais, que vai contar com dez standes e respectivas esplanadas. Na área do recinto exterior vai decorrer a I Mostra Nacional de Gastronomia Regional, em que vão participar 13 restaurantes representativos da gastronomia regional que existe em todo o país, nomeadamente, da região de Aveiro, Verde Minho, Algarve, Évora, entre outras. A Feira de Artesanato da Região de Aveiro e Mostra Nacional e Internacional de Artesanato acontece todos os anos no mês de Agosto e constitui, na actualidade, uma das maiores e melhores iniciativas culturais do género. A importância crescente que esta feira tem revelado é directamente proporcional ao papel específico que o artesanato tem vindo a alcançar na sociedade e no tecido económico.
Em simultâneo, vai decorrer a Mostra Nacional de Gastronomia Regional, organizada pela Região de Turismo Rota da Luz, que vai apresentar os concelhos integrantes no distrito de Aveiro. : Fonte: “Site” da CMA

Voluntariado

Voluntariado,
um contributo cívico
O voluntariado assume dimen-são na sociedade actual, princi-palmente em tempo de férias, altura de maior disponibilidade. Não é, no entanto, uma acção nova ou temporal mas reveste-se actualmente de grande dimensão social, e aparece de uma forma mais estruturada na sociedade, como reflecte Eugénio da Fonseca, Presidente da Comissão Instaladora da Confederação Portuguesa do Voluntariado, no “Espaço Solidário”, periódico da Obra Diocesana de Promoção Social. “A acção desenvolvida pelo voluntariado permite descobrir, na sociedade, a existência de vidas humanas que necessitam e merecem ser tidas em conta, teimando contrariar a linguagem utilitarista e individualista da nossa cultura.” O voluntariado é um contributo cívico e chama a atenção para a misericórdia, generosidade e gratuidade mas “este apelo não pode esquecer a justiça e as suas mediações nem deixar de operar transformações estruturais positivas que dão credibilidade aos voluntários e às instituições”. É necessário que se aposte numa formação que dê bases para uma continuidade voluntária que motive e suscite nos mais novos “um compromisso de serviço desinteressado aos outros”, salienta Eugénio da Fonseca. Reconhecer o voluntariado “é um sinal de esperança” salienta o Presidente da Cáritas Portuguesa. É necessário, pois continuar apostar em acções de voluntariado e “que ninguém se sinta dispensado desta missão”. O Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado disponibiliza informações em www.voluntariado.pt
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Foto: Eugénio da Fonseca
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Fonte: Ecclesia

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Nova contagem

Com a opção por novo grafismo, perdi, sem saber como, o contador que me acompanhava desde a primeira hora. Hoje, portanto, recomeçou o registo do número de visitantes. Os mais de 32 mil, registados até há dias, ficaram para a história, com esta nota.
Saudações para todos.
Fernando Martins

Um trabalho de férias

AUGUSTO MARQUES, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA E DA CASA DO POVO DE QUIAIOS

Augusto Marques escuta recado da utente Ricardina

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Cargos políticos e sociais

são complementares

Quiaios tem data de baptismo do ano 897 da era cristã, mas o seu nascimento foi muito antes. Hoje é uma freguesia do concelho da Figueira da Foz, com 4500 habitantes. Na época estival, porém, a população duplica, graças à tranquilidade da sua praia e às condições de alojamento que oferece. Terra simpática, como é, mostra ao visitante sinais da sua antiguidade e importância social. E para ajudar nos problemas mais candentes da população residente tem uma instituição dinâmica – Casa do Povo de Quiaios –, fundada em 1973, essencialmente para apoiar os trabalhadores rurais. Como IPSS, estatuto que adquiriu em 1991, assumiu outros serviços, mais vocacionados para a família, mas não ficou por aí. Para conhecermos melhor o que faz e o que pretende fazer, o SOLIDARIEDADE foi ouvir o seu presidente Augusto Marques, que o é há nove anos, sendo também presidente da Junta de Freguesia, em segundo mandato.

Fernando Martins

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Leia a reportagem em SOLIDARIEDADE