quarta-feira, 24 de maio de 2006

Um artigo de António Rego

Santo Graal É possível que, no fundo de todas a histórias à volta da novela Da Vinci, esteja apenas um romance, com cenários de cartão, muito bem embalado, vendido ao cinema. De permeio, uma grande máquina comercial, muito serviço de imaginação, e gente, muita gente, a tomar a novela pela realidade, a ficção pela história, o thriller pelo documentário encenado. E, diga-se, algumas pessoas crentes, cristãs, católicas, com uma pergunta: terei sido enganado pela Igreja? Será que o mundo andou a dormir até àquele dia em que o pintor mais célebre da Última Ceia revelou que no lugar de João estaria Madalena? E que isso significaria outra história de Jesus? Tudo isto não passará de episódio fugaz que vai derreter-se com o do tempo. E certamente não provocará os estragos que muitos temem. A fé das pessoas na figura de Jesus assenta na solidez da narrativa evangélica que desde os primeiros tempos foi alimentada pelas comunidades cristãs. Apesar de ser necessário vigor e clareza na afirmação da fé, pouco adianta a recriação de autos e fogueiras diante de ficções que por si se desvanecem. Mas não deixa de ser importante para os crentes uma pergunta: que sabem as nossas comunidades cristãs, católicas, sobre os evangelhos? A sua inspiração, composição, os seus autores, os textos canónicos e os apócrifos, o valor documental e a matéria de fé, o seu enquadramento, os géneros literários, as alegorias, parábolas, as cenas de carácter catequético, as palavras literais de Jesus, o essencial e o periférico? Estão levantadas, num livro de ficção, algumas destas questões? Ainda bem. As respostas têm vinte séculos de pregação e estudo em igrejas, escolas, universidades, em hebraico, grego, latim e línguas vernáculas em que foram vertidos os textos vétero e neo testamentários. Tudo isso está dito e em constante recapitulação e questionamento entre os biblistas, teólogos e pastoralistas. Não são poucas as questões que continuamente se lançam sobre as narrativas bíblicas. Basta estudar um pouco mais aprofundadamente as leituras proclamadas diariamente na liturgia, para se compreender que nenhum interpretação técnica é pacífica e definitiva. Mas importa dizer que para além de todas as exegeses, há uma experiência serena de fé na Palavra inspirada e indefectível que passou por todas as vicissitudes dos seus autores e das comunidades que a transmitiram.Esta fé é um santo Graal religiosamente guardado no coração dos cristãos, sem códigos nem criptagens. Vivido na transparência que não teme os desafios da história. Nem as brincadeiras de mau gosto, espécie de PlayStation das figuras que fizeram a história bíblica. Os criadores de fábulas dão lucro, mas nada acrescentam à história. Mesmo assim podem questionar as razões de fé dos crentes. E nisso têm mérito.

terça-feira, 23 de maio de 2006

Portugal na Lista Negra da Amnistia Internacional

VIOLÊNCIA POLICIAL E CONTRA AS MULHERES
Os maus-tratos por parte das forças policiais e a violência contra as mulheres são as duas questões que fazem Portugal surgir no relatório anual da Amnistia In-ternacional.
No relatório, referente a 2005, afirma-se que pelo menos 33 mulhe-res morreram em resultado da violência doméstica e é ainda insuficiente a formação das forças de segurança quanto ao uso da força e das armas de fogo, tendo morrido no ano passado "pelo menos três pessoas" em resultado do uso da "força letal" por parte da polícia.
No relatório do ano passado, referente a 2004, além dos maus-tratos por parte das forças policiais a AI referia também o elevado número de presos preventivos e denúncias de racismo e discriminação. Estas últimas questões não surgem no relatório deste ano, mas diz agora a AI que a violência contra as mulheres em Portugal é motivo de grande preocupação, apesar das medidas criadas desde 1990, incluindo legislação específica, e planos nacionais contra a violência doméstica.
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Citação

"(...) o respeito pelos factos, a equidade de tratamento, a necessidade de confirmar dados e a separação de opinião e informação estão a afastar-se perigosamente da prática jornalística geral, em prol de abordagens definidas por razões comerciais ou imperscrutáveis, que não respeitam a deontologia jornalística."
José Vítor Malheiros,
sobre o livro de Manuel Maria Carrilho,
PÚBLICO de hoje

RELIGIÕES

"RELIGIÕES - HISTÓRIA,
TEXTOS E TRADIÇÕES"
"Religiões – História, Textos e Tradições" é uma obra da “RELIGARE” – Estrutura de Missão para o Diálogo com as Religiões – e Paulinas Editora, que tem como objectivos primários dar a conhecer ao grande público o essencial da história das principais religiões implantadas na comunidade portuguesa, privilegiando a difusão dos seus textos mais simbólicos, assim como as suas diversas tradições e formas de expressão.
Na elaboração do volume estiveram envolvidos os representantes institucionais de diferentes religiões, especialistas da área das religiões, da antropologia e da sociologia, entre outros.
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Fonte: Ecclesia

Chaves por estes dias

CHAVES, com seus recantos e encantos (Para ver melhor, clique nas fotos)

Primeiro referendo de iniciativa popular em Portugal

Jaime Gama,
Presidente da
Assembleia da República
:: Petição por um referendo
sobre a PMA prestes
a fazer história
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Os promotores da petição para um referendo sobre a Procriação Medicamente Assistida (PMA) estimam ter reunido já as 75 mil assinaturas necessárias para obrigar a Assembleia da República a discutir a proposta. Este poderá tornar-se o primeiro referendo de iniciativa popular na história da nossa democracia.
A Presidente da Federação das Associações de Defesa da Vida, Isilda Pegado, explica à Agência ECCLESIA que a entrega da petição será definida, por estes dias, numa reunião com o presidente da Assembleia da República.“É uma grande vitória da democracia”, indica, lembrando que o referendo foi uma “conquista tardia, no nosso país.
“Este facto histórico merece relevância e, nesse sentido, vamos pedir ao Presidente da Assembleia da República que receba a petição”, adianta Isilda Pegado.
A lei orgânica do referendo define, no seu artigo 10º, que “a iniciativa da proposta de referendo da Assembleia da República compete aos deputados, aos grupos parlamentares, ao Governo ou a grupos de cidadãos eleitores”.
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Para ler todo o texto, clique aqui

NO CUFC: Criação de emprego - dia 27

No CUFC “Sociedade
e Criação
de Emprego” No próximo sábado, 27, entre as 9.30 e as 12.30 horas, no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), junto à Universidade de Aveiro, vai decorrer uma jornada organizada pela Fundação Sal da Terra e Luz do Mundo, subordinada ao tema “Sociedade e Criação de Emprego”. Intervêm nesta jornada a Dra. Manuela Silva, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, o Prof. Borges Gouveia, do Departamento de Economia e Gestão da UA, e o Dr. António Marques, presidente do Instituto de Formação e Emprego. A entrada é livre.