sexta-feira, 4 de março de 2005

Para meditar

Cultura cristã - da liturgia maronita Tu que deste a santidade aos santos e a sabedoria aos simples e desceste aquele ardor sobre os apóstolos que deram testemunho de Ti acolhe e santifica os grãos desta oração Teus vivificantes dons curem nosso temor dos caminhos Demora em nós a sombra do Teu nome que salva In Rosa do Mundo, com tradução de José Tolentino de Mendonça

LEITURAS

1 - Lê-se no PÚBLICO que o ex-primeiro-ministro, Aníbal Cavaco Silva, defendeu ontem que não vê o resultado das últimas eleições como uma viragem à esquerda do país. 2 - No mesmo jornal, podemos ficar a conhecer o que pensa o Presidente da República, Jorge Sampaio, sobre a seca. 3 - Li no SOLIDARIEDADE que a Comissão Europeia lança nova campanha contra o Tabaco. Para ler e pensar. 4 - Na ECCLESIA, li a mensagem do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos para o dia 8 de Março, Dia Mundial das Mulheres.

Na Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré

Espaço de Convívio já com muita vida Por iniciativa da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, está a funcionar um Espaço de Convívio, às sextas-feiras, a partir das 14 horas, fundamentalmente para quem tem mais de 50 anos, é reformado e gosta de conviver. Esta acção, segundo me disse o presidente Manuel Serra, tem já muita vida, tendo havido uma adesão muito significativa de gente até agora praticamente desocupada. Daí a ideia de poderem vir a ser dinamizados outros grupos, em diferentes lugares da cidade. Por enquanto, os menos jovens que aceitaram o desafio da autarquia vão-se ocupando com jogos de salão e com um convívio sadio, não faltando, aos domingos, um bailarico. Manuel Serra, contudo, tem em agenda outras formas de ocupação do tempo livres, que são muitos, dos reformados, alguns dos quais deixaram as actividades profissionais relativamente cedo. Assim, uma vez por mês, quem quiser e puder, pode dar uma voltinha de bicicleta. Mas também haverá marcha, passeios por terra e pela ria, visitas a museus, começando, obviamente, pelos do concelho de Ílhavo, e iniciação aos computadores e à Internet. Depois virão os cursos de rendas e bordados, ginástica e natação, artes florais e arraiolos. Tudo isto porque, como me garantiu Manuel Serra, um autarca não pode preocupar-se apenas com ruas e limpeza de valas, entre outras acções habituais nas Juntas de Freguesia, mas deve ter em conta o social e as pessoas concretas, que não podem ficar esquecidas numa solidão injusta. As pessoas interessadas devem dirigir-se à Junta de Freguesia, onde serão bem recebidas. Ficarem indiferentes a estas ofertas da Junta é que não. Divulgo esta iniciativa porque me parece que às vezes as autarquias se esquecem das pessoas que vivem desocupadas e se encontram desmotivadas para o convívio, sempre tão salutar. F.M.

Equipas de Nossa Senhora

Retiro para casais Para os dias 12 e 13 deste mês, as Equipas de Nossa Senhora organizaram um retiro, que será orientado por D. António Marcelino, Bispo de Aveiro, e decorrerá na Casa Diocesana de Albergaria-a-Velha. Trata-se de uma iniciativa importante, ou não vivêssemos num tempo tão pouco dado ao espiritual. Com a sobrecarga dos trabalhos diários, o casal vê-se, muitíssimas vezes, sem tempo para conversar, para se debruçar sobre os problemas próprios da família, para analisar, com serenidade, o futuro dos filhos.
Eu sei que, com frequência, há muitos casais que lutam por ser felizes, que cultivam o amor conjugal, que cuidam da formação integral dos seus filhos, onde não fica esquecida a componente religiosa e espiritual, neste último caso até para os sem qualquer ligação religiosa. Os casais das Equipas de Nossa Senhora, que têm como muito importante o dever de se sentarem, com muita regularidade, para reflectir os seus problemas, vão experimentar, num ambiente de paz, a alegria de se encontraram consigo próprios e com Deus. E gostariam que outros casais se associassem, disponibilizando-se para participar no retiro. Os casais interessados podem inscrever-se através do telemóvel 964763484, até ao dia 6. F.M.

quinta-feira, 3 de março de 2005

Faleceu o Padre Messias:
sacerdote exemplar e amigo sincero
Com o falecimento do Padre Messias Hipólito da Rocha, desapareceu do meio de nós um sacerdote exemplar, pela maneira simples e sempre empenhada como se deu à Igreja e às comunidades que serviu. Para mim, desapareceu também, fisicamente, um amigo leal e aberto ao diálogo com todos, de sorriso franco e sereno, como poucas vezes tenho encontrado na vida. Jamais o esquecerei, por isso, mas tenho a certeza, pela fé que me alimenta, de que o Padre Messias não esquecerá ninguém no regaço de Deus, vivendo o grande sonho de toda a sua vida. Paz à sua grande alma, no seio do Pai que, sendo misericordioso para com todos, não deixará de o ser muito mais para quem tanto O amou. O Padre Messias nasceu a 20 de Fevereiro de 1924 e faleceu na terça-feira, 1 de Março, no Lar S. José (Ílhavo), onde estava internado. Ordenado no dia 4 de Julho de 1948, foi coadjutor de Ílhavo, director espiritual do Seminário de Aveiro, pároco da Glória, capelão da Borralha (Águeda) e seu primeiro pároco.
Entre 1974 e 1982, o Padre Messias esteve na diocese do Funchal, com o bispo D. Francisco Antunes Santana. Trabalhou também nos primeiros tempos do Stella Maris, em Aveiro, clube de apoio aos marítimos e integrado na Obra do Apostolado do Mar. Ainda prestou uma preciosa colaboração à Rádio Terra Nova, com uma meditação matinal e com comentários religiosos. F.M.

LEITURAS

1 - No Correio do Vouga, D. António Marcelino comentou, esta semana, os resultados das últimas eleições, num artigo intitulado “Ideologia, protesto e senso comum”, que merece ser lido. 2 – No PÚBLICO, Pedro Strecht aborda a questão, nunca resolvida, do trabalho infantil, num artigo que tem por título “Quarenta e sete mil”. Para ler e reflectir.

Na RTP, às sextas-feiras

"João Semana":
Uma série televisiva que vale a pena ver
Está a RTP, e muito bem, a transmitir, às sextas-feiras, à noite, uma série intitulada "João Semana", com guião escrito por Moita Flores, inspirado no célebre romance de Júlio Dinis, "As pupilas do senhor Reitor". A figura central, João Semana, médico de aldeia que poderíamos fazer corresponder ao médico de família dos nossos dias, ressalvadas que fossem as diferenças de mais de um século, é um excelente desafio dirigido aos telespectadores. Por um lado, pode ser um convite a que se releia um clássico da nossa literatura, quiçá dos mais lidos e conhecidos dos portugueses, e, por outro, pode ajudar-nos a conhecer, em alguns aspectos, a vida dos nossos avoengos e a história de Portugal. Aqui ofereço aos meus leitores o retrato do médico de aldeia que Júlio Dinis, também médico, tão bem pintou: "Erguia-se com estrelas, almoçava com luz e montava a cavalo, para começar o giro clínico, que lhe tomava o dia quase todo; e nunca reprimia a velocidade da sua pacífica e bem intencionada azémola, para gozar por mais tempo de um ponto de vista pitoresco, para escutar o gorjeio de alguma ave oculta na folhagem, nem para cortar a flor desabrochada à bordas dos caminhos, ou dentre a relva dos campos. Nada disso; se abrandava o trote da égua, era nos sítios mais azados a quedas; se parava, era à porta dos doentes ou a ouvir alguma consulta, à qual, até a cavalo, respondia, e nos mais lacónicos termos possíveis. (,,,) Cirurgião dos pobres, por encargo oficial, era-o João Semana também, e sê-lo-ia sempre, por impulsos do coração, que lhe não deixava presenciar um infortúnio qualquer, sem simpatizar com o que sofria, e sem empregar os meios para o aliviar. Muitas vezes, na mão, que estendia ao pulso dos seus doentes, ia escondida a esmola, que manifestamente se envergonhava de dar, por aquela repugnância a ostentações de todo o género, que constituía um dos distintivos do seu carácter."