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sábado, 19 de abril de 2008

BENTO XVI NA AMÉRICA


"É triste que tanta gente ache que a epidemia pedófila na Igreja foi uma inevitabilidade que decorre da intrínseca perversidade do clero; é triste que tantos outros considerem o caso um detalhe sem importância nem consequência. Creio, pelo contrário, que a pedofilia na Igreja foi um acontecimento repugnante mas evitável. E que muitos católicos ainda não se aperceberam do significado desta crise. Ainda há quem fale em acidentes isolados: mas foram cinco mil padres e 13 mil vítimas, só nos Estados Unidos. Que o clero católico, o mesmo que difunde uma ética exigente em tempos de caos ético, tenha estado implicado em tão grande escala em abusos de menores, eis o que não pode redundar senão em perda de autoridade moral e de confiança dos crentes."

Pedro Mexia escreveu hoje, no PÚBLICO, no caderno P2, um texto sobre a visita do Papa aos EUA. Para o ler, vá à página 2.

quinta-feira, 27 de março de 2008

ÉTICA NOS NEGÓCIOS

“Todos os homens têm direito 
ao pão para a boca 
e à verdade para o espírito”

Vitorino Nemésio

Utopia ou Cidadania?



Não sendo economista e não podendo recorrer a Jesus Cristo, que, no dizer de Fernando Pessoa, “não sabia nada de finanças”, apelei à minha memória e recordei-me de uma entrevista que o Presidente da Galp, Eng.º Ferreira de Oliveira, deu, no dia 17 de Janeiro de 2008, à jornalista da RTP1, Judite de Sousa, no programa “Grande Entrevista”.
O Eng.º Ferreira de Oliveira é considerado um dos maiores especialistas nacionais na área das energias, designadamente no sector petrolífero, pelo que as suas palavras não têm um significado nem uma dimensão quaisquer. Bem pelo contrário.
Na entrevista, Judite de Sousa coloca ao Eng.º Ferreira de Oliveira a seguinte questão: “O que determina que o preço do barril de petróleo tenha atingido, nas últimas semanas, os 100 dólares? Há razões para isso?”
A resposta foi imediata: “…no substancial, nada determina um preço a esse nível. Era possível à indústria petrolífera, como um todo, estar a pôr no mercado o petróleo a 40 ou 50 dólares!”, para logo acrescentar:”“Se eu tivesse que fazer uma projecção, diria que, em 2008, vamos ter o preço do petróleo a cair para os 70 ou 75 dólares o barril!” (sic).
Estamos, é certo, em finais de Março, mas infelizmente, até agora, as suas projecções ainda não se concretizaram (ontem, dia 26, o petróleo chegou, em Londres, aos 103,32 dólares o barril) e os “porquês” que daqui imergem são vários e pertinentes.
Terão sido afirmações levianas, precipitadas, demasiadamente optimistas ou foi ignorado algum aspecto importante capaz, só por si, de condicionar o preço do chamado “ouro-negro”?
Desde os impostos, aos custos de produção, transportes, prémios de seguro de risco, passando pelas instabilidades políticas e conflitos armados, que surgem um pouco por todo o mundo, nada ficou de fora, para aquele cálculo, mas, mesmo assim, o preço não dá sinais de descer.
Resta-me, pois, concluir que, neste tipo de negócio, para não falar já de outros, a realidade estará sempre a ser ultrapassada por decisões enigmáticas e por interesses obscuros, onde prevalece a especulação e a corrupção sem rosto, sem pátria e sem fronteiras.
Alguns estudiosos árabes já referem que o negócio do petróleo se está a transformar, cada vez mais, numa “maldição para os próprios países árabes”, devido aos elevados níveis de corrupção e de especulação que tem gerado à sua volta. Ainda por cima, referem que, em muitos países produtores de petróleo, o seu “desenvolvimento é superficial e artificial”, podendo vir a traduzir-se em custos elevados, daqui a alguns anos, para todo o mundo, nomeadamente o mundo Ocidental, que irá ter que os ajudar!
Podem até as projecções do Presidente da Galp concretizarem-se, mas elas já são um indicador claro que a realidade, neste negócio, é a que alguns querem que ela seja num dado momento e a verdade é uma ilusão que se vende na base da mentira, da injustiça e da manipulação.
No meio de todos estes interesses “subterrâneos”, está o cidadão comum que, como eu, vai vendo que ninguém tem capacidade para o esclarecer, minimamente, dos “porquês” deste negócio. Será possível a alguém ser feliz quando só lhe resta pagar e calar?
Como é possível acreditar, assim, num mundo concorrencial, é certo, mas também mais livre e justo?

Vítor Amorim

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Irregularidades de políticos. Será possível?


Eu às vezes fico perplexo com as notícias que me chegam, com denúncias e mais denúncias sobre o que se passa a nível político. Chego a pensar, talvez na minha ingenuidade, que anda tudo maluco, com acusações que me sobrecarregam as minhas caixas do correio, quase todos os dias. E depois são os jornais e demais órgãos da comunicação social a mostrarem eventuais irregularidades de políticos e de governantes. Será possível? 
Muitas informações que me enviam, de todos os lados, vêm carregadas de ordenados incríveis, de duplas e triplas reformas multimilionárias, de lucros espantosamente altos, de anomalias inadmissíveis, de erros crassos. Quase tudo de gente ligada à política, no activo ou na reforma. Sabe-se que os jornais, sobretudo os de grande circulação, andam carentes de leitores (a eterna luta das audiências, das publicidades, das tiragens), o que leva os jornalistas a procurarem, porventura nem sempre com o devido rigor, escândalos e irregularidades de quem nos governa. Mesmo que tais acusações não venham a confirmar-se, ninguém jamais conseguirá lavar a mancha que sujou o nome das pessoas visadas. 
O PÚBLICO continua à frente do campeonato dos eventuais deslizes do primeiro-ministro, José Sócrates. Há tempos foi sobre o seu diploma e agora vem com a assinatura de projectos que não terão sido elaborados por ele. Amanhã virá com outras páginas que levam os leitores, ávidos de roupa suja, a correrem aos quiosques. 
O EXPRESSO, hoje, também veio com uma história sobre os antigos ministros do CDS. Teremos, mesmo, de acreditar em tudo isto que os órgãos de comunicação social nos oferecem no dia-a-dia? Se for verdade, meus amigos, que políticos temos nós? Que compatriotas nossos assumem os destinos do nosso povo? Que democracia é a nossa? Será que Portugal se aguenta assim? Apesar de tudo, continuo a pensar que há, decerto, exageros, ódios camuflados e invejas de quem gosta de agir a coberto das leis da imprensa. Normalmente, essas denúncias, que circulam, em grande escala, na Net, nunca são assinadas. E se o são, ninguém conhece os seus autores… O anonimato tem no ciberespaço um campo ideal. Temos de ter cuidado. 

FM

sábado, 20 de outubro de 2007

O CASTIGO A SCOLARI

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) multou Scolari em 35 mil euros, pela sua infeliz atitude num jogo internacional de futebol. Esta multa vem na sequência do castigo que foi aplicado ao seleccionador Scolari pela UEFA, que não ignorou o gesto impróprio de um homem que tem de ser um educador. Scolari reconheceu, na altura, embora um pouco tarde, que fez mal. Agora, a verba que lhe vai ser retirada do ordenado vai ser aplicado "num fundo de fair play", conforme informou Gilberto Madail, presidente da FPF.
O presidente esclareceu, ainda, que "o fundo de fair play e código de ética" já estava a ser pensado antes do incidente que envolveu Scolari no Portugal-Sérvia, realizado em Alvalade."A UEFA tem mecanismos de decisão mais rápidos que nós", explicou Madail sobre as razões que levaram a Federação Portuguesa de Futebol a só agora sancionar o treinador brasileiro.
Gestos de ofensas ao “fair play" no desporto português, nomeadamente no Futebol, não faltam. Infelizmente. Indiciará este comportamento, sobretudo de atletas, pouco cuidado, ao nível dos responsáveis, na sua preparação global? Penso que sim. Tantas atitudes irreflectidas, tanta má educação, tantas agressões na disputa da bola e tantas simulações no sentido de enganar os árbitros (que alguns consideram legítimas, como um dia disse o treinador Fernando Santos) só podem ter uma explicação: ensinam os jovens a dominar a bola, mesmo com arte, mas não educam para o respeito absoluto pelos adversários, profissionais da mesma profissão, e pelos adeptos.
Então, que o "fair play e o código de ética" venham quanto antes, com um objectivo fundamental: educar os atletas, os treinadores e os dirigentes. Os castigos serão sempre secundários, porque não resolvem problemas nenhuns. Se os resolvessem, nos países com pena de morte para os infractores não haveria crimes.

FM