sexta-feira, 23 de julho de 2021

Tranquilidade na Ria





Ontem, a Ria estava tranquila e convidativa. Talvez por isso, não faltaram barquinhos à vela em jeito de treino, aprendizagem e recreio. O dia estava claro e só para olhar a paisagem valeu a pena sair de casa para andar por ali, com a Costa Nova nas minhas costas. Ganhei uns momentos de tranquilidade plena. Experimentem...

Pão repartido sacia as fomes do mundo

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XVII do Tempo Comum



Ontem como hoje, as multidões têm fome de toda a espécie de pão que corresponde a todas as dimensões do ser integral da pessoa humana.

A atitude da multidão denota o alcance da acção missionária de Jesus. Vê o que faz aos doentes e sente-se atraída. Deixa o rame-rame da vida e segue-o. Deleita-se com os ensinamentos que ouve e nem sequer se preocupa com a fome que lhe consome as energias. Mas preocupa-se Jesus: Ao ver a multidão pergunta a Filipe: Onde encontrar pão para tanta gente?. Jo 6, 1-15. Se então eram muitos, hoje são milhões.
Segundo dados do último relatório da Oxfam/ONG italiana, a situação é alarmante: “Acontece que 20 milhões de pessoas a mais que no ano anterior estão à beira da morte porque não têm alimentação suficiente: 155 milhões no mundo … A emergência é global e afeta principalmente as camadas mais vulneráveis da população, começando pelas mulheres, que em muitos casos abrem mão da comida para alimentar seus filhos”, afirma Paolo Pezzati… Em que mundo vivemos se esta emergência não está no topo das agendas políticas comuns?” E das nossas preocupações diárias?

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Edifício JARBA - Conjunto de Interesse Municipal


O Edifício da JARBA [Junta Autónoma da Ria e Barra de Aveiro] e Oficinas, situado no Forte da Barra de Aveiro, na Gafanha da Nazaré, foi classificado como Conjunto de Interesse Municipal (CIM). O documento que conclui o procedimento de classificação, assinado pelo presidente do executivo municipal ilhavense, Fernando Caçoilo, no passado dia 1 de julho, reconhece o edifício da JARBA e as oficinas como sendo “um importante testemunho do património cultural municipal, refletindo, de acordo com o estabelecido no artigo 2º da lei nº 107/2001, valores de identidade e de memória coletiva, bem como de antiguidade, autenticidade, originalidade, singularidade e exemplaridade”. 
Ao contrário do que normalmente acontece com a classificação de monumentos, neste caso não foram definidas zonas de proteção ao conjunto agora classificado, uma vez que o mesmo está abrangido pela zona geral de proteção, conferida pelo decreto que procedeu à classificação do Forte da Barra de Aveiro como Imóvel de Interesse Público (IIP), decreto nº 735/74.


NOTA: Publicado no TIMONEIRO

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Qualquer bom cidadão tem o ideal de lutar por um mundo melhor

Miguel Neto em entrevista ao TIMONEIRO

Iniciámos no mês passado, no Timoneiro, a divulgação do que vai acontecendo, na paróquia, sobre a caminhada dos nossos jovens, rumo às Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), que ocorrerão em 2023 em Portugal, concretamente na região de Lisboa.
Dulce Faria vai-nos elucidando sobre a forma como os jovens se vão envolvendo na comunidade, lembrando que a caminhada, já iniciada, pressupõe disponibilidade para agir nas periferias, porque é fora da Igreja que temos de mostrar aos outros “o amor ao próximo e a presença de Deus na vida deles”, referiu. Ainda nos disse que tem por companheiras, como catequistas, a Mariana Ramos e a Patrícia Teixeira.
Na conversa via e-mail que tivemos com o Miguel Neto, um dos jovens que assumem a caminhada de treino para as JMJ, ficámos a saber que o grupo reconhece que, “apesar de Deus estar sempre preparado para nos ouvir, auxiliar e amparar, nós nem sempre estamos preparados para O sentir na sua plenitude”. Por isso, vê as JMJ como “um incentivo extra para fortalecer a nossa sensibilidade”. Nessa linha, frisou que têm procurado mais informações sobre as jornadas anteriores, ao mesmo tempo que têm participado em atividades que reforcem “a união entre os membros da paróquia”.

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Cesário Verde - Uma evocação

Ave-Marias

Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.

O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba-me;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.

Batem os carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista, exposições, países:
Madrid, Paris, Berlim, Sampetersburgo, o mundo!

Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga, os mestres carpinteiros.

Voltam os calafates, aos magotes,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos,
Embrenho-me a cismar, por boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes.

E evoco, então, as crónicas navais:
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado
Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!
Singram soberbas naus que eu não verei jamais!

E o fim da tarde inspira-me; e incomoda!
De um couraçado inglês vogam os escaleres;
E em terra num tinido de louças e talheres
Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.

Num trem de praça arengam dois dentistas;
Um trôpego arlequim braceja numas andas;
Os querubins do lar flutuam nas varandas;
Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!

Vazam-se os arsenais e as oficinas;
Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras;
E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras,
Correndo com firmeza, assomam as varinas.

Vêm sacudindo as ancas opulentas!
Seus troncos varonis recordam-me pilastras;
E algumas, à cabeça, embalam nas canastras
Os filhos que depois naufragam nas tormentas.

Descalças! Nas descargas de carvão,
Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;
E apinham-se num bairro aonde miam gatas,
E o peixe podre gera os focos de infecção!

In O Livro de Cesário Verde

NOTA: Cesário Verde morreu neste dia, 19 de Julho,  de 1886.

Nem Jesus teve as férias que planeou

Crónica de Bento Domingues 



Não temos as férias que precisamos ou desejamos. São as possíveis e, muitas vezes, são impossíveis. São o reflexo de uma sociedade muito desigual e injusta.


1. Estamos em época de férias. O ser humano, para se respeitar a si próprio, tem de satisfazer várias dimensões da sua vida. O descanso, as férias, segundo as diferentes culturas, lembram que o ser humano não é só para trabalhar.
Não temos as férias que precisamos ou desejamos. São as possíveis e, muitas vezes, são impossíveis. Dependem de muitos factores: da idade, da saúde, da profissão, da capacidade económica, etc. A fragilidade das férias depende da fragilidade das pessoas, das situações e das instituições. À partida, são o reflexo de uma sociedade muito desigual e injusta. O direito a férias não as pode garantir.
Na aldeia em que nasci, ninguém sabia o que eram férias. Eram sobretudo as festas religiosas, muito frequentes a partir de Maio, que interrompiam a dureza do trabalho e incentivavam as expressões da cultura popular. É verdade que, semana a semana, o Domingo marcava o ritmo do tempo, chovesse ou desse sol. Nesse dia e nos dias “santos de guarda”, o trabalho era obrigatoriamente suspenso.

domingo, 18 de julho de 2021

Dia Internacional de Nelson Mandela

Hoje, 18 de Julho, celebra-se o Dia Internacional de Nelson Mandela, um dos grandes obreiros da democracia e da paz mundial. Nasceu a 18 de julho de 1918 e faleceu a 5 de dezembro de 2013. No seu país, África do Sul, conseguiu pôr fim ao apartheid e lutou incansavelmente para acabar com o racismo, a pobreza e a desigualdade, marcas terríveis da sua pátria. Em 1993 recebeu o Prémio Nobel da Paz.
Pela sua grande capacidade de perdoar, é considerado um santo laico.


Férias - Um direito de quem trabalha ou estuda


As férias são um direito de quem trabalha ou estuda e não dos que nada fazem nem querem fazer. De quem trabalha e estuda seja em que área for e tenha a idade que tiver.
Para além de um direito, as férias são também uma necessidade. Todo o ser humano,  por mais capacidade que tenha, sentirá que o físico e a mente têm limitações que o aconselham a parar para refazer energias e para  se reorganizar com vista a tornar-se mais eficiente no dia a dia.
Porque a vida não pode ser só trabalho e preocupações, tenciono oferecer aos meus leitores, periodicamente, algumas sugestões para os tempos de férias ou lazer. E também gostaria de publicar sugestões dos meus amigos e leitores. Fico a aguardar.
Boas férias e excelentes momentos de lazer para todos.

FM

sábado, 17 de julho de 2021

Ética e religião

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Anselmo Borges 
Aí está um tema cujas relações precisam de esclarecimento, nem sempre fácil. Várias vezes aqui referi a Declaração sobre Ética Mundial, assinada em Setembro de 1993, em Chicago, por representantes das grandes religiões e movimentos religiosos do mundo. Nela se escreve que há princípios éticos fundamentais e universais em que, desde que se preste atenção, as pessoas religiosas estão de acordo: "Não matarás, não mentirás, não roubarás, não abusarás da sexualidade." Deverá mesmo afirmar-se que historicamente a moral deriva das religiões, estas foram estabelecendo regras morais.
No entanto, o próprio teólogo Hans Küng, que faleceu em Abril deste ano, principal responsável pela Declaração, reconheceu que também sem fé em Deus se pode ter uma atitude ética: um agnóstico ou um ateu podem "assumir perfeitamente a totalidade da Declaração sobre ética mundial". A moral é autónoma.
Do ponto de vista histórico, é sabido que as religiões também propuseram ou defenderam comportamentos que hoje consideramos imorais. Qual é, por exemplo, a religião que não tem responsabilidade alguma em guerras por motivos religiosos? É incontável o número de pessoas que ao longo da história viram a sua vida torturada e envenenada pela religião.

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Praia de São Jacinto

Foto registada em 2008


 Praia de São Jacinto, a única praia marítima do concelho de Aveiro. Registei esta foto em 2008 em dia que me ficou na memória pelo ambiente que interiorizei. A natureza na sua pureza, com ar fresco e sadio, e a possibilidade de se caminhar para ver o mar que nos une a diversíssimos povos. Longe de ruídos e agitações, a Praia de São Jacinto é espaço à espera de quem aprecia uma vida serena no contacto com horizontes inebriantes. Mesmo de passagem, vale a pena uma visita sem pressas.