sábado, 4 de janeiro de 2020

Torresmos de Bacalhau



Ingredientes: 

Pele do bacalhau Óleo vegetal qb 

Preparação: 

Comece por cortar a pele do bacalhau e seque bem. Corte em tiras e frite em óleo bem quente, até ficarem crocantes, e coloque em papel absorvente para retirar o excesso de gordura. Sirva como aperitivo e bom apetite! 

Receita apresentada pelo Grupo Folclórico “O Arrais” no “Concurso Prato Tradição & Prato Inovação”. (1.º lugar da Categoria “Inovação”), realizado no âmbito do Festival do Bacalhau 2019

Nota: Publicado na agenda "Viver em..." da  CMI

A violência e os incompetentes

“A violência é o último refúgio do incompetente” 

Isaac Asimov ( 1920-1992), escritor 

Li hoje esta frase no PÚBLICO, na rubrica “Escrito na Pedra”, e não resisti à tentação de a transcrever porque está certíssima. Sinto-a como espelho de atitudes de muita gente nas redes sociais. Não é que se ande por dá cá aquela palha à paulada física, porque há palavras que ferem muito mais do que um murro. Realmente, a violência, seja ela qual for, é mesmo própria dos fracos e dos incompetentes. 

Os Reis Magos já vêm a caminho para adorar o Menino

Menino com Maria e José



Rei Herodes no seu trono

Pastores vão adorar o Menino 

Nas Eucaristias, foi anunciado que os Reis Magos vêm a caminho para adorar o Menino e até já está marcado o dia, 12 de janeiro, para o esperado encontro com o Filho de Deus, na Gafanha da Nazaré. Os poderosos, depois de os humildes pastores O terem adorado, também desejam conhecer o Salvador prometido, que está ao colo de sua Mãe, ambos bem protegidos por José, um homem bom e justo, sempre atento aos desígnios de Deus. 
Os Reis com seus séquitos não conhecem os caminhos, mas não faltarão gafanhões com uma estrela à frente para iluminar os caminhantes até Belém. 
Durante o cortejo, outros se incorporarão, cantando e revivendo alguns autos natalícios, como reza a tradição. É preciso, no entanto, sensibilizar os menos avisados de que estamos em dia de festa na paróquia e que a Sagrada Família já sabe que haverá muita gente com ânsias de beijar o Menino, que a todos acolhe com santa ternura. 
A fila vai engrossando durante o trajeto, e todos, ricos e pobres, com ofertas, produtos das suas colheitas e frutos dos seus labores, desejam presentear o Menino-Deus que se fez homem para nossa salvação.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Onde está o Rei acabado de nascer?

Reflexão de Georgino Rocha 
para o domingo da Epifania do Senhor 


“O Natal é um dom que nos é oferecido, é uma luz que se acende. A grande pergunta é: o que é que eu vou iluminar com esta luz? Por que é que esta luz se acendeu? O que é que eu posso fazer? Essa é, no fundo, a verdadeira pergunta natalícia”.

Cardeal Tolentino Mendonça 

Ingenuidade, ignorância ou provocação?! São exclamações espontâneas que a pergunta dos Magos a Herodes suscita e “deixa no ar”. Confiança no informador, desejo de acertar na procura, certeza firmada no nascimento ocorrido? São interrogações que podem servir de guia para penetrarmos na maravilha da Epifania do Senhor. Profissão de fé no Recém-nascido, profecia do futuro emergente, testemunho corajoso de quem busca a verdade e, inquieto, arrisca todas as vias? São deduções razoáveis e auspiciosas que se podem fazer, a partir do encontro de Jerusalém. A pergunta dos Magos é a pergunta de tantos homens e mulheres do nosso tempo que, sem preconceitos inibidores, ousam escutar a voz da consciência profunda e, livremente, pretendem alcançar resposta condizente.
“O encontro com Deus necessita de sinais, de mediações, fortes e impalpáveis ao mesmo tempo, como todos os sinais de luz, afirma Manicardi, prior da Comunidade de Bose. E prossegue: O texto do Evangelho apresenta a procura de Deus por parte dos Magos: procura feita de confiança, caminho, indagação, e, finalmente, encontro”.
Perguntar ao rei do poder por outro rei, seu concorrente, credenciar a necessidade de saberem com a descoberta da “sua estrela no Oriente”, manifestar a determinação de quererem adorá-lo, reconhecendo a sua divindade… é “coisa” que dificilmente Herodes podia “engolir”. E, hábil como era, desencadeia um processo em ordem a evitar quaisquer veleidades.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Carlos Drummond de Andrade - Receita de Ano Novo

RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Receita de Ano Novo, 2008. 
São Paulo: Editora Record.

NOTA: Por gentileza do amigo M. Rodrigues 


Anda comigo ver aquela rua!

Travessa dos Bons Senhores

“Se esta rua fosse minha…” é um projeto da Câmara Municipal que pretende recolher, compilar e divulgar informação sobre a História das ruas, praças, pontes, becos do concelho. Para além desta informação, pretende-se também recolher memórias, disponíveis apenas na vida e no imaginário da comunidade, tais como curiosidades, lendas, histórias, afetos, vivências, evitando que caiam no esquecimento.
É aqui que todos os munícipes são convidados a intervir, contando, escrevendo, partilhando as suas histórias, fotografias, etc.
A Câmara Municipal de Ílhavo encarrega-se da História, mas contamos consigo para nos ajudar a imortalizar as memórias. Todos os contributos serão trabalhados pelo Centro de Documentação e devolvidos à comunidade através de exposições, aplicações interativas, jogos e muito mais.
Ajude-nos a imortalizar a História e a Identidade da nossa terra! A Universidade Sénior do CPSNSN, os Agrupamentos de Escolas do concelho e a Universidade de Aveiro já estão a contribuir. 


“Se esta rua fosse minha…” 

Anda comigo ver aquela rua! 
Tem vida, sabor e nome. 
Anda, vem sentir as suas pedras, 
Os ecos, o perfume. 
Vem olhar o céu azul 
Por entre o casario. 
E o sol a brincar na calçada 
Com alegria, em desvario. 

(Refrão) 

Se esta rua fosse minha 
E eu pudesse lá mandar 
Punha vasos nas janelas 
Com as flores a espreitar. 
Se esta rua fosse tua 
E tu pudesses lá mandar 
Que farias, que farias, 
Para bem a conservar? 

Esta rua tem um nome. 
Esta rua tem uma história. 
Nesta rua mora gente 
Que partilha tradição. 
Não deixes que ela caia 
Num passado sem memória, 
No vazio do esquecimento, 
Num mundo sem coração.” 

Letra: Maria Helena Malaquias Música: Monika Silva Ferreira Composição: Universidade Sénior do Centro Social Nossa Senhora da Nazaré 

NOTA: 

1. Publicado na Agenda "Viver em..." da CMI;
2. Foto da travessa dos meus arquivos.

Para começar o ano


Para começar o ano com rumo certo não vou olhar para o passado à cata de eventuais erros, imperfeições, incúrias ou ideias menos conseguidas. O que importa é olhar para a frente, apostando no que é, na minha ótica, mais significativo para mim e para quem me lê, neste meu espaço com mais de 15 anos. 
É óbvio que terei em conta, sempre que possível, sugestões, desafios, aplausos ou críticas dos muitos amigos que, felizmente, caminham ao meu lado e à minha frente, dando-me apoio e sugerindo-me  rotas mais seguras, no sentido da verdade, do conhecimento e da felicidade. 
Informo, também, que no meu blogue há espaço para a colaboração dos meus amigos, seguindo os critérios da verdade, da liberdade e do respeito pelo pensar e agir das pessoas, dentro de uma sociedade como a nossa, democrática e pluralista. 
Bom ano para todos. 

Fernando Martins

São Salvador – Ílhavo



Não se sabe, com rigor, quais são as raízes dos ílhavos, mas sabe-se que possuem características próprias que os distinguem, no porte, no linguajar e no viver, dos povos circundantes. Gregos, fenícios, romanos e árabes terão andado por aqui, como o atestam vestígios arqueológicos e outros achados na sua área geográfica. Muito depois, fixemo-nos em documentos que remontam ao século XI, antes, portanto, da fundação da nacionalidade, os quais dão mote às mais diversas conjeturas sobre o vocábulo Ílhavo e suas origens. 

Posteriormente, em 1296, o rei Lavrador, D. Dinis, concede à povoação o seu primeiro foral, dando-lhe o título de vila. Certo também é a ligação ancestral ao mar, mantendo-se nos nossos dias, sem descurar a agricultura e outras atividades com ramos diversíssimos 

Saltemos agora uns séculos, até D. Manuel I, que lhe outorgou o segundo foral, em 1514, sinal indesmentível do progresso em vários setores, atraindo pessoas, comércio e indústrias, com reflexo na economia regional e nacional, de que se destaca, desde 1824, a Fábrica de Porcelanas da Vista Alegre, cujo prestígio das suas porcelanas se espalhou pelo mundo, marcando presença em mesas faustosas, pela beleza e qualidade da sua louça e peças decorativas. 

Em 1835, dá-se a transferência religiosa da região das Gafanhas de Vagos para São Salvador, mas a desanexação civil só aconteceu, oficialmente, em 31 de dezembro de 1853, embora, na prática, somente se tivesse concretizado em outubro de 1855. 

O concelho vem em 1836, em resposta ao seu crescente desenvolvimento económico e social, enriquecido pela construção naval, comércio, pescas e indústrias correlativas. O turismo surgiu naturalmente, acompanhando o país litoral, área geográfica na qual Ílhavo se insere. E o título de cidade surgiu em 13 de julho de 1990. 

A igreja matriz foi benzida em 1785, tendo sido considerada, na altura da sua inauguração, como a melhor do bispado de Aveiro. 

Da rica e longa história de São Salvador, será justo sublinhar a inquietude dos ílhavos, desafiados ou obrigados a embarcar nas diásporas para governarem a vida no mar e não só. Tejo e Douro, mais litoral, com artes de pesca, embarcações e saberes, o povo de Ílhavo deixou marcas indeléveis por onde passou ou onde se estabeleceu, que os estudiosos não se cansam de registar. 

Entretanto, na saga dos bacalhaus foram mestres, comandantes e pilotos renomados, mas ainda descobridores de novos bancos de pesca, nomeadamente a Groenlândia, e construtores navais. 

Na área geográfica da freguesia, é pertinente referir, muito sucintamente, o Museu Marítimo de Ílhavo com um acerbo precioso que faz dele um dos mais completos museus ligados ao mar e ria, com exposições permanentes de expressivo valor artístico e cultural. 

Mas a Fábrica da Vista Alegre, com o seu renovado museu e igreja dedicada a Nossa Senhora de Penha de França, com vestígios ainda de um bairro social para os seus trabalhadores, um avanço significativo na altura da sua construção, também não pode ficar ignorada. 

Associações e instituições de solidariedade social, cultural, desportiva, recreativa e artística, entre outras, atestam o dinamismo dos ílhavos, sempre orgulhosos do seu passado e crentes num futuro de prosperidade. 

Fernando Martins 

Notas elaboradas para publicação no jornal "VOZ sénior" da Universidade Sénior do Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Nazaré. 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

O mascarilha

O mascarilha é um gato vadio que a Lita adotou. Trata-o com esmero e o bichano assentou arraiais cá por casa. Gosta do arvoredo e sabe rebolar-se na relva, sobretudo no verão. Também aprecia a caça aos pássaros. Desde que escolheu os nossos domínios e apreciou o carinho de quem dele cuida, sente-se o dono disto tudo. 
Há dias, senti que o chilreio da passarada com trinados de encantar quem tem a sorte de os ouvir deixaram de existir. E eu, que tanto os apreciava, disse logo: — O mascarilha, com o seu vício de caçar, é o culpado desta tristeza. A Lita, contudo, garante: — Tem calma, os passarinhos hão de voltar. Deus queira que sim.

Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz

«A Paz como Caminho de Esperança: 
Diálogo, Reconciliação e Conversão Ecológica»


A paz é um bem precioso, objeto da nossa esperança; por ela aspira toda a humanidade. Depor esperança na paz é um comportamento humano que alberga uma tal tensão existencial, que o momento presente, às vezes até custoso, «pode ser vivido e aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros dessa meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho»[1]. Assim, a esperança é a virtude que nos coloca a caminho, dá asas para continuar, mesmo quando os obstáculos parecem intransponíveis. 
A nossa comunidade humana traz, na memória e na carne, os sinais das guerras e conflitos que têm vindo a suceder-se, com crescente capacidade destruidora, afetando especialmente os mais pobres e frágeis. Há nações inteiras que não conseguem libertar-se das cadeias de exploração e corrupção que alimentam ódios e violências. A muitos homens e mulheres, crianças e idosos, ainda hoje se nega a dignidade, a integridade física, a liberdade – incluindo a liberdade religiosa –, a solidariedade comunitária, a esperança no futuro. Inúmeras vítimas inocentes carregam sobre si o tormento da humilhação e da exclusão, do luto e da injustiça, se não mesmo os traumas resultantes da opressão sistemática contra o seu povo e os seus entes queridos. 
As terríveis provações dos conflitos civis e dos conflitos internacionais, agravadas muitas vezes por violências desalmadas, marcam prolongadamente o corpo e a alma da humanidade. Na realidade, toda a guerra se revela um fratricídio que destrói o próprio projeto de fraternidade, inscrito na vocação da família humana.

Ler toda a Mensagem do Papa aqui