quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Navio-escola Sagres - Verdadeiros marinheiros por uns dias

(Foto do meu arquivo)

«A Associação Portuguesa de Treino de Vela (Aporvela) aliou-se à Marinha Portuguesa para proporcionar, a quem se quiser inscrever, a experiência de passar uns dias como “um verdadeiro marinheiro” do Navio-escola Sagres.
A experiência inclui-se na volta ao mundo que a Marinha vai realizar em 2020 para celebrar Fernão de Magalhães. Quem conseguir um lugar, vai embarcar no dia 4 de Janeiro, em Lisboa, até Santa Cruz de Tenerife, com desembarque dia 10 do mesmo mês, li no PÚBLICO.
“A ideia é que os participantes passem estes dias como verdadeiros marinheiros, sendo que está incluído um treino de mar diário e todas as tarefas que os marinheiros fazem”, disse à Fugas João Lúcio, presidente da Aporvela.»

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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Horizontes lagunares


A tristeza sugerida pelo outono, que nos conduz ao inverno que há de vir, tem momentos e horizontes de beleza. Entre as nuvens e o frio, é possível perceber claridades que se projetam na Ria de Aveiro e nos desafiam à contemplação. Está em nós aceitar o desafio deste Advento.

Álvaro Garrido deixa Museu Marítimo de Ílhavo

Álvaro Garrido deixa a consultadoria do Museu Marítimo de Ílhavo para dirigir a construção do Centro da História do Bacalhau de Lisboa, que integra o novo cais da capital. Trata-se de um projeto orçado em 27 milhões de euros, sendo financiado em parte pela taxa turística da autarquia lisbonense. Assim, a frente ribeirinha, entre o Terreiro do Paço e a Doca da Marinha, vai sair enriquecida com o referido Centro da História do Bacalhau. 
Álvaro Garrido deixa a gestão do MMI, passando as inerentes responsabilidades para a ”prata da casa”, assegurou Fernando Caçoilo, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo. 
Entretanto, o Diário de Aveiro sublinha, hoje, que Álvaro Garrido esclareceu que «vai abandonar “em definitivo” a sua colaboração com o Museu Marítimo de Ílhavo, de que era atualmente consultor, por questão relacionadas com a sua carreira universitária», acrescentando: “A única razão da minha saída, há muito prevista, é a minha vida académica e a impossibilidade de continuar a colaborar com o Museu Marítimo de Ílhavo, ainda que residualmente.” 
Formulo os melhores votos dos maiores sucessos a Álvaro Garrido, quer ao serviço de novas funções, quer na vida académica e pessoal, reconhecendo  a forma  prestável com que sempre nos acolheu, desde a primeira hora em que assumiu responsabilidades no MMI.

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

A minha alma engrandece o Senhor


E Maria disse:
«A minha alma engrandece o Senhor,
e alegrou-se o meu espírito em Deus, meu Salvador,
porque mirou a humildade da escrava.
Eis que a partir de agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada,
porque em mim fez coisas grandes o Poderoso.
E santo é o nome d'Ele,
e a misericórdia d'Ele <é concedida> de geração em geração àqueles que o temem.
E demonstrou força no seu braço
e dispersou os orgulhosos no pensamento dos seus corações.
Derrubou os dinastas dos seus tronos
e elevou os humildes;
os esfomeados encheu de coisas boas
e os ricos mandou embora sem nada.
Acolheu a Israel, seu escravo,
recordado de misericórdia,
tal como falou aos nossos pais,
a Abraão e à semente dele para sempre.»


Lucas 1:46-55

Da tradução de Frederico Lourenço

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

O Dia Internacional para a Abolição da Escravatura

(Foto da rede global)

Para muita gente, Um Dia Internacional para a Abolição da Escravatura não terá razão de ser. No mundo, é indiscutível a existência de escravos com marcas que estão na cabeça de todos nós. E em Portugal, também se admite que tal não será possível, mas, infelizmente, a escravatura é uma realidade. Não haverá aquela escravatura com gente acorrentada e sem poder levantar a cabeça do trabalho forçado, porque outras formas vis haverá. Refiro-me ao trabalho infantil, às condições de trabalho duro e mal pago, sem respeito por horários, sem possibilidades de descanso e de alimentação a condizer com a dureza da labuta,
As noticias surgem de vez em quando e não podem ser ignoradas. Daí, a necessidade de se proclamar que os homens e mulheres dos nossos dias têm de ser respeitados e defendidos pelos poderes constituídos, cabendo a cada um de nós a denúncia de exploradores de pessoas escravizadas.
Apesar dos progressos registados, a abolição da escravatura é ainda uma meta em pleno século XXI, constituindo-se o dia 2 de dezembro como uma altura de reflexão e de luta contra esta realidade, diz o projeto da criação do Dia Internacional para a Abolição da Escravatura, que se celebra  2 de dezembro.

Ótima semana




Nesta manhã de sol radiante, encontrei esta foto numa nuvem antiga dos meus arquivos. Partilho-a com desejos de ótima semana para todos.

Cuidados com o Natal

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO


«Este ano, ainda continuará a existir o Natal dos ricos e super-ricos e o Natal dos pobres com algumas sobras dos ricos e da solidariedade dos que partilham a mesa com os que vivem sós. Conheci uma pessoa, era eu um adolescente, que me dizia: “Só me faltou o que não dei.”»

1. O Natal é uma canseira, um mundo de cuidados, dizia-me há dias uma zelosa mãe de família, com alguns tiques da queixosa Marta do Evangelho [1]. É preciso pensar em tudo para que ninguém fique melindrado. As sensibilidades das pessoas são muito diferentes e a persistência de ressentimentos imaginários pesa.
Prefiro não tocar em histórias natalícias de família porque, além de outros motivos, as concepções culturais de família tornaram-se tão fluidas e controversas que é aconselhável alguma discrição para não aumentar o número dos que se julgam excluídos. Gosto de dizer e de ouvir dizer família humana. Embora desagregada, ofendida e esquecida, é a nossa realidade mais antiga e mais profunda.
Os cuidados com o comércio do Natal estão, pelo contrário, bem entregues e actuam sempre por antecipação. Nesta quadra, é ele que inunda de publicidade os grandes meios de comunicação. A eficácia das homilias contra essa orquestração da onda consumista é muito duvidosa. Não estamos, no entanto, proibidos de tornar o Advento, liturgicamente programado, uma excelente oportunidade para meditar e descobrir que não estamos condenados a uma concepção cíclica do tempo, a um eterno retorno do mesmo, como os calendários festivos podem sugerir.

domingo, 1 de dezembro de 2019

São Jacinto de outros tempos



São Jacinto de outros tempos. Um registo dos arquivos do Porto de Aveiro.

Francisco na Tailândia: o diálogo inter-religioso

Crónica de Anselmo Borges no DN

"O missionário não é um mercenário da fé nem um gerador de prosélitos. A evangelização não consiste em somar o número de membros nem aparecer como poderosos, mas em abrir portas para viver e partilhar o abraço, misericordioso e que cura, de Deus Pai, que nos faz família."

Papa Francisco 


Era um sonho desde os tempos da juventude: ser missionário no Japão. A vida não o permitiu, mas Francisco acabou por realizar em parte, na semana passada, esse sonho, ao visitar durante sete dias (19 a 26 de Novembro) a Tailândia e o Japão. A partir da Ásia, Francisco deixou mensagens decisivas para o mundo, acentuando, na Tailândia, a importância fundamental do diálogo inter-religioso, e, no Japão, condenando como crime imoral não só a guerra nuclear mas também a simples posse de armamento atómico.
Hoje, incidirei na mensagem a partir da Tailândia. O próprio Francisco, após o seu regresso a Roma, na passada quarta-feira, na audiência geral, resumiu a sua estada na Tailândia. "Na Tailândia, prestei homenagem à rica tradição espiritual e cultural do povo thai, o povo do belo sorriso. As pessoas estão sempre a sorrir. Animei o impulso pela harmonia entre as diversas componentes da nação, para que o desenvolvimento económico possa beneficiar a todos e se curem as feridas da exploração, especialmente de mulheres, de meninas e meninos, expostos à prostituição e ao tráfico. A religião budista é parte integrante da história e da vida deste povo, por isso fui visitar o Patriarca Supremo dos budistas, prosseguindo o caminho da estima recíproca, começada pelos meus predecessores, para que cresçam no mundo a compaixão e a fraternidade. Neste sentido, foi muito significativo o encontro ecuménico e inter-religioso, celebrado na maior universidade do país."

Para haver Natal este natal

As mãos preocupadas
com embrulhos
esquecem outros gestos de amor




Para haver Natal este natal

Para haver Natal este natal
talvez seja preciso reaprendermos
coisas tão simples!
Que as mãos preocupadas
com embrulhos
esquecem outros gestos de amor.
Que os votos rotineiros que trocamos
calam conversas que nos fariam melhor.
Que os símbolos apenas se amontoam
e soltam uma música triste
quando já não dizem
aquela verdade profunda.

Para haver Natal este natal
talvez seja preciso recordar
que as vidas começam e recomeçam
e tudo isso é nascimento (logo, Natal!).
Que as esperanças ganham sentido
quando se tornam caminhos e passos.
Que para lá das janelas cerradas
há estrelas que luzem
e há a imensidão do céu.

Talvez nos bastem coisas afinal
tão simples:
o alento dos reencontros
autênticos,
a oração como confiança
soletrada,
a certeza de que Jesus nasce
em cada ano,
para que o nosso natal alguma vez, esta vez,
seja Natal.

P. José Tolentino Mendonça

(Pe. Tolentino é agora cardeal)