quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Dia do Bombeiro Profissional - 11 de Setembro


Celebra-se hoje, 11 de Setembro, o Dia do Bombeiro Profissional, mas nele ouso incluir os Bombeiros Voluntários, porque os objetivos que perseguem é o mesmo: A defesa das pessoas e bens em fogos, acidentes, catástrofes, doença, mas ainda na proteção de tanta gente indefesa, perdida, esquecida, abandonada. Todos estão disponíveis, atentos e determinados para agir. 
Nestes tempos de calor e vento fortes, os Bombeiro são presença assídua nos meios de comunicação social, não tanto para falar, missão que cabe aos dirigentes, mas para agir, contra as garras das chamas devastadoras, que deixam rastos de dor indescritíveis de quem perdeu tudo ou muito do que construiu ao longo de vidas de canseiras. 
A nossa homenagem vai toda para os Bombeiro, que bem merecem o nosso apoio e ajuda possíveis, sem esquecer que eles dão, imensas vezes, o impossível.

F. M. 

Notas do Meu Diário – O fim de semana (2)

Jardim Oudinot e ambiente 


No sábado, passámos pelo Jardim Oudinot entre o meio-dia e a hora do almoço. Nas mesas com bancos, ou no chão, à sombra das árvores, famílias descontraídas ajeitavam-se para os petiscos preparados para o momento. Senti como o Verão proporciona convívios contagiantes, mas daqui a uns dias o Outono roubar-nos-á, decerto, a possibilidades de partilha num ambiente acolhedor como este, ora vivido, que o ventinho, inebriado pela maresia, vai temperando. 
Olhei as palmeiras, altíssimas, com as novas raízes no cocuruto, com sistema, ao que julgo, para as alimentar, a partir de ordens emanadas de baixo, naturalmente. Um torneio ou competição estava armado ao fundo, no outro extremo do jardim, para quem o desejasse ver e junto da réplica da guarita, agora transformada em bar, olhei à volta para contemplar o Farol e o canal de Mira, qual espelho que reflete o céu na sua pureza de um dia claro. 
No bar da Marina, pedimos água, simplesmente água. A empregada, com natural simpatia, serve-nos duas garrafinhas de água. Garrafinhas de vidros e copos também de vidro. Achei curioso e perguntei. “É em nome do ambiente que nos servem a água em garrafas de vidro?” . “Exatamente.” — disse-nos a jovem. E acrescentou: “Estamos a apostar nisso.” 
Gostei, sim senhor. 

F. M. 

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Festa em honra da Senhora dos Navegantes

14 e 15 de Setembro



Depois das festas em honra da nossa Padroeira, Nossa Senhora da Nazaré, a paróquia volta a animar-se, 15 dias depois, agora com as festas de Nossa Senhora dos Navegantes, venerada na igreja do Forte da Barra. Destaca-se nesta festa a já célebre procissão pela Ria de Aveiro que atrai muita gente de perto e de longe, não só para honrar a Senhora da devoção dos homens do mar e da laguna, bem como suas famílias, mas também para participar e apreciar as múltiplas embarcações engalanadas que se incorporam na procissão, com passagem obrigatória pela terra de São Jacinto e da Senhora das Areias, que aplaude e venera a Senhora dos Navegantes, também sua, como povo profundamente ligado ao mar e à ria.
Os festejos são uma organização do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, contando com os apoios de diversas entidades particulares, religiosas e oficiais, nomeadamente, do Porto de Aveiro e  Autarquias, mas ainda da paróquia de Nossa Senhora da Nazaré, sem os quais tudo seria muito difícil de levar a cabo com a dignidade habitual.
Destas festas, importa destacar a procissão lagunar com início marcado para as 14 horas, estando previsto o desembarque pelas 16h30 no Forte da Barra, seguindo-se a Eucaristia junto à igreja daquele lugar da Gafanha da Nazaré, fulcro de toda a devoção a Nossa Senhora e ao Senhor da Vida, que não deixará de ouvir as preces dos fiéis católicos, em especial homens do mar e seus familiares.
O Festival de Folclore que faz parte destas festas dedicadas à Senhora dos Navegantes conta este ano com a participação do Rancho Folclórico da Casa do Povo da Aguçadoura (Póvoa do Varzim), Rancho Folclórico do Centro Recreativo e Desportivo do Fial (Albergaria a Velha) e Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, que tudo organiza, desde a restauração desta festa com procissão pela Ria.
A organização espera que os proprietários de barcos se associem para, com a sua participação, tornarem a festa mais vistosa e atraente para quem nos visita.

Fernando Martins

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Notas do meu Diário – O fim de semana (1)

Sábado – Um livro 


No sábado, comprei um livro de viagens. Gosto imenso de literatura de viagens porque nos permitem viajar sem sair de casa. Não é o mesmo, mas sempre aprendemos e alimentar sonhos de seguir os passos do viajante que partilha com o mundo a sua vivência. O livro, “Leva-me contigo”, é da autoria de Afonso Reis Cabral, o autor de “O Meu Irmão”, um trabalho premiado e de que gostei bastante. 
“Lava-me Contigo” relata-nos a peregrinação do autor a caminho do mar, partindo de Chaves e seguindo até Faro pela Estrada Nacional 2, 739 quilómetros,  durante 24 dias. Por companhia, contou com muitos amigos, conhecidos e desconhecidos, que o animaram, via Facebook, dia a dia, durante todo o trajeto.
Deixando que a estrada o guiasse, “cruzou montanhas, e planície, mergulhou em rios, caminhou debaixo de tempestades e sob o sol ardente”. E não adianto mais para suscitar a leitura do relato. A mítica estrada, a mais comprida de Portugal, foi vencida, a pé, pela primeira vez,  pelo Afonso Reis Cabral. Outros já o fizeram de carro, de bicicleta, de moto, mas a pé, qual maratona difícil de vencer, foi ele o primeiro. É ele o recordista. E não faltarão outros corajosos a segui-lo.

F. M. 

domingo, 8 de setembro de 2019

Anselmo Borges - Sobre a campanha eleitoral

 O  que se propõem fazer os partidos a favor da natalidade e da família? 
“Metade dos deputados no Parlamento não fazem 
nada de concreto ou sequer útil, anda lá só a ocupar o tempo.”

Macário Correia

1. É evidente que estou contente com o crescimento económico, com as notas positivas das agências de rating, com a diminuição do desemprego... Significa esse meu contentamento que participo da aparente euforia nacional sobre a situação do país? Não, infelizmente, não. E vou tentar explicar. 
Com a dívida pública que temos, com o endividamento privado para o consumo, dentro do fascínio causado pela percepção de que a situação económico-financeira está como nunca, com a recessão que se anuncia para a economia mundial (a Alemanha estagna, estão aí a “guerra” comercial entre os Estados Unidos e a China, o Brexit, a instabilidade na Itália...), e dado que vivemos internamente mais de uma situação conjuntural favorável do que de investimentos sólidos para um desenvolvimento estrutural sustentável, receio que o país venha a confrontar-se com percalços inesperados. 
Tenho a sensação de que a aparente euforia tenha na sua fonte um manto de mentira e ilusão que se foi abatendo sobre o país. Porventura acabou a austeridade? Veja-se o preço dos combustíveis, a carga de impostos e taxas e mais taxas, não sem sublinhar os impostos indirectos, que são os mais injustos porque cegos. E as famosas cativações? A saúde está bem? Quem é que o pode dizer e garantir com verdade? A educação está bem? Sinceramente, com louváveis excepções até de excelência, não creio: falo com professores, autênticos e dedicados profissionais, e dizem-me que não; pessoalmente, temo que, com alguns novos métodos já superados noutros países, o permanente experimentalismo e o imenso facilitismo reinante, entre outras coisas, estejamos a contribuir para o apagamento do pensamento crítico e o que o escritor Pérez-Reverte denunciou recentemente: “nunca o ser humano foi tão estúpido como agora”; em relação aos professores, veja-se a instabilidade em que vivem: há antigos alunos meus da Faculdade que andam há anos de escola em escola, percorrendo o país de norte a sul, dificilmente podendo constituir família ou ter filhos, e instala-se a desmotivação; no ensino superior, reconheço manchas de excelência também, mas não sei se está, no seu todo, a contribuir para que o nível de conhecimento real e crítico se mantenha, e é necessário apoiar harmonicamente tanto as ciências ditas exactas e as tecnologias como as ciências humanas, pois, sem ética e humanismo, para onde pode levar-nos o progresso tecnológico? E ainda: em vez de se acabar com as propinas para todos, atribua-se bolsas aos mais frágeis economicamente, mas capazes.

Bento Domingues - De Agosto para Setembro, Deus mudou?



1. Quando interrompi estas crónicas, as preocupações dos meios de comunicação, acerca do fenómeno religioso, estavam centradas em algumas sondagens, nomeadamente numa realizada na Alemanha, revelando que 52% dos inquiridos acreditava em Deus, mas só 22% se declarava religioso e comprometido com alguma instituição religiosa. Saiu daí o slogan: “espiritualidade sim, religião não”! Uma minoria mais jovem designava-se a si própria como “crente sem religião”.
Não vou regressar hoje a essa problemática. Com a modernidade, a religião deixou, em alguns países, de estruturar o Estado e a sociedade, mas só por miopia se poderia julgar que iria desaparecer. Foi-se reconfigurando, de modos diferentes, segundo as geografias culturais. As medições estatísticas são importantes para detectar alguns sinais de mudança. O futuro é, no entanto, o tempo das surpresas. Por razões que não irei explicitar, suponho que haverá muitas mudanças e eclipses, mas não me parece que o fim da religião, mesmo no Ocidente secularizado, esteja para breve.
Parece-me que o diálogo inter-religioso, no qual os participantes sejam capazes de rever as respectivas posições, no que poderão ter de agressivo, será um caminho com futuro. S. Pedro deixou uma boa regra para os cristãos: estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pede; fazei-o, porém, com mansidão e respeito [1].
S. Pedro tocou no essencial: convicção, razão e bons modos são o caminho do cristão e, se o diálogo correr mal, mais vale sofrer do que fazer sofrer.

sábado, 7 de setembro de 2019

Joana Rosa de Jesus nasceu neste dia

1788 – 7 de Setembro – Nasce Joana Rosa de Jesus




Em 7 de Setembro de 1788 nasceu Joana Rosa de Jesus, também conhecida por Joana Maluca ou Joana Gramata. Viria a falecer em 1878, com 90 anos de idade, portanto.
O apelido Maluca veio de seu marido, José Domingos da Graça, a quem chamavam “o Maluco”, no dizer do primeiro pároco da Gafanha da Encarnação, padre João Vieira Rezende, autor da Monografia da Gafanha.
Quando faleceu, Joana Maluca deixou nove filhos e 66 netos, que chegou a conhecer, tendo todos eles deixado prole.
Diz o Padre Rezende: “É claro que, uma geração tão numerosa e florescente, entroncada numa idade tão provecta, e a quem ela assistia como senhora, e rainha, deu-lhe o direito de crismar a sua povoação, a Gafanha-da-Gramata, com a alcunha que ela tinha recebido do marido. Era de justiça o privilégio, que os lugares circunvizinhos lhe concederam. Aparecer no local mal povoado uma macróbia, chefiando um povo de 66 netos, dava direito a consagração que ficasse marcando nas gerações futuras – mesmo como aproveitável lição contra as nefandas práticas do maltusianismo, agora em moda.“Ainda hoje [1944] existem na Gafanha da avó Maluca, na Gafanha-da-Maluca, muitos Domingos da Graça, seus descendentes, mais conhecidos por Malucos. Desta vez foi a Joana maluca quem deu o nome a esta Gafanha."

Nota: Publico a igreja antiga da Gafanha da Encarnação, por falta de uma foto da mais famosa antepassada daquela freguesia e paróquia. 

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Georgino Rocha - Livres para seguir Jesus

Domingo XXIII



"Só em liberdade, se pode ser cristão. 
Só na verdade, se alicerça, com segurança, a autêntica liberdade."

Jesus prossegue o seu caminho, após a paragem em casa do fariseu ilustre onde toma uma refeição juntamente com outros convivas que procuravam ocupar os melhores lugares. Jesus comenta esta atitude exortando a cultivar sentimentos de humildade e a ser atencioso para com os outros.
De novo se agrupa muita gente que não desiste de ir com Ele, de ver quem o procura, de sentir a verdade do que lhes diz e observar a delicadeza que tem para com todos. Era “uma grande multidão”, anota Lucas, o evangelista investigador. Lc 14, 25-33. Parecia germinar no coração dos acompanhantes alguma sintonia com Jesus e manifestar-se o desejo de continuar a ouvir a sua pregação. Ou haveria, entre eles, outros interesses vários e contrastantes?
“Jesus percebe que nessa «massa de gente» há atitudes muito diversas, afirma José Manuel Fernandes, comentador deste episódio na revista Homilética: os curiosos, os que o espiavam, os interessados, os sensacionalistas, os que andam por andar. E num gesto significativo, Jesus volta-se para deixar claras as condições do seguimento”. E quais são elas? São as que garantem a liberdade criativa e generosa; são as que têm a ver com a família, com os interesses pessoais e com os bens particulares (riqueza).
“Se alguém vem ter comigo, e não me preferir… não pode ser meu discípulo”. (Esta tradução é a da liturgia, pois o que Jesus diz no original é odiar e renunciar, uma vez que não havia no arameu expressão oposta a amar). Por isso, o texto litúrgico recorre ao verbo preferir que significa antepor, “priorizar”, dar o primeiro lugar que abre horizontes novos ao candidato a discípulo.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Festa dos Bacalhoeiros - 28 de Setembro

Bacalhoeiros (Foto da CMI)

No próximo dia 28 de setembro, vai realizar-se a Festa dos Bacalhoeiros. O encontro terá lugar no Museu Marítimo de Ílhavo e no Navio-museu Santo André. Esta é uma oportunidade para evocar memórias da Faina Maior e para conviver num ambiente acolhedor. O almoço será servido no Jardim Oudinot. As inscrições importam em 7,50 €, limitadas a 200 participantes, e terão de ser feitas até 25 de setembro (234 329 990 ou visitas.mmi@cm-ilhavo. pt).
Sempre admirei os bacalhoeiros, os homens que "alimentaram" no nosso espírito, com o seu esforço e coragem, a Saga da Pesca do Bacalhau, em condições sub-humanas, muitos deles desde a juventude, sobretudo na pesca à linha. 
Em obras diversas, tem-se falado muito, tantas vezes de forma bastante expressiva, sobre os nossos bacalhoeiros, mas tenho para mim que a nossa gente nova está longe de compreender, com realismo, o que foi a vida destes homens nos bancos da Terra Nova e da Gronelândia, enfrentando ondas alterosas e a ausência do aconchego dos seus lares e familiares. 
Daqui os saúdo com muita amizade e admiração, nelas incluindo a memória dos que já não estão entre nós. 

F. M. 

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Região de Aveiro a preto e branco


Gafanha da Nazaré - Carregar moliço - Década de 70 do séc. XX
Gafanha da Nazaré - Porto Bacalhoeiro - Década de 70 do séc. XX

Gafanha da Nazaré - Estaleiro - Década de 70 do séc. XX
Possuo uma satisfatória memória visual para encontrar livros, muito embora me engane muitas vezes. Mas ontem, quando desejei reler algo de diferente, dei de caras com um livro de fotos antigas da nossa região (AVEIRO — Imagens de um século – Do espólio de coisas de Aveiro deixado por João Sarabando), organizado por Jorge Sarabando. 
Tive o privilégio de conhecer João Sarabando, jornalista, etnógrafo e figura de referência marcante na cidade dos canais, e não só, merecendo-me muito respeito e admiração a sua intervenção cívica e cultural na cidade. Distinguiu-se também pela ação política de luta permanente contra a ditadura de Salazar. 
Já depois de Abril, foi candidato do PCP à Assembleia Constituinte e exerceu funções de vereador na autarquia aveirense. Estas e outras notas da sua vida podem ser lidas no livro acima referido. 
Em sua homenagem, modesta mas sincera, publicarei algumas fotos alusivas à nossa região. São fotografias a preto e branco, como não podia deixar de ser, que nos oferecem oportunidades de ver o passado com a nossa imaginação a enriquecê-las.  Outras surgirão a seguir... 

Fernando Martins