sexta-feira, 31 de julho de 2015

Na despedida do Padre Francisco Melo

Ser Igreja que acolhe, porto de abrigo, âncora firme 
e farol que ilumina nos momentos difíceis da vida

Padre Francisco Melo

«Gostava de pedir desculpa por todas as vezes em que não fui capaz de ser o rosto de Deus para aqueles que me foram confiados.» Foi com estas palavras humildes que o Padre Francisco Melo se despediu dos paroquianos das Gafanhas da Nazaré, Encarnação e Carmo na eucaristia a que presidiu no “Centro Comunitário Mãe do Redentor”, no domingo, 26 de julho, pelas 16.30 horas. O Padre Francisco Melo, por decisão do nosso Bispo, D. António Manuel Moiteiro, vai estudar Teologia Pastoral em Roma. 
O Padre Francisco afiança que nem sempre «foi expressão da misericórdia de Deus» nem teve «coragem e fé para enfrentar e viver a vida». Disse que «houve momentos muito bons e muita alegria» com aquelas pessoas que trabalharam consigo, nomeadamente com «a equipa sacerdotal», mas não deixou de afirmar que «houve momentos difíceis que ficam no coração de Deus e no coração de muitos de nós».
Depois da Eucaristia, houve um momento expressivo de agradecimentos ao Padre Francisco, com palavras amigas e lembranças das três paróquias que serviu ao longo de sete, seis e dois anos, respetivamente. Manuel Sardo, do Conselho Económico e Pastoral da Gafanha da Nazaré, falou da gratidão do povo daquela freguesia pelo «enorme trabalho e dedicação manifestados», pela «coragem sem nunca manifestar desânimo», pelas «palavras de estímulo para com todos» e pelos «ensinamentos nos encontros e nas reuniões mais alargadas».

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Destinos de férias

O Semanário Ecclesia publicou destinos de férias sobre todas as dioceses portuguesas. Jorge Pires Ferreira, director-adjunto do Correio do Vouga, destacou as nossas praias e o Jardim Oudinot, com o navio-museu Santo André.









- Posted using BlogPress from my iPad

Mentalidades e Fome

"É hora de mudar mentalidades e deixar de pensar que não depende das nossas ações se alguém padece fome"

Papa Francisco no Twitter


- Posted using BlogPress from my iPad

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Alunos e professoras da escola da Chave em convívio

Para memória futura, 
alunos e suas professoras de há 50 anos 
conviveram no sábado

Alunos e professoras da Escola da Chave
No sábado, 25 de julho, antigas professoras e seus alunos viveram um dia para evocar memórias, celebrar e partilhar a amizade, durante um almoço no restaurante "O Porão".Para memória futura aqui ficam os seus nomes:

Professora Paula Ramalheira 
e as alunas:

Maria José Teixeira
Justina Abrantes
Margarida Cebolo
Maria Eneida Cravo
Eulália Rito
Emília Gonçalves
Alcina Ferreira


Professora Maria da Glória Capão Filipe 
e os alunos:

Carlos Teixeira
Vitor Teixeira
Hélder Mateiro
Lucílio Marçalo
Fernando Batista
Fernando Almeida das Neves
João Cravo Lourenço
Carlos Estanqueiro
Manuel Cândido Rocha
José Alice Ferreira
Carlos Martins Cardoso

A todos felicito por este encontro organizado pelo Carlos Teixeira, na certeza que possuo de que ficará nas boas recordações de cada um dos participantes. Sei, por experiência própria, o sabor que estes convívios proporcionam.
Saudações amigas  para todos.

Fernando Martins

Alvorada

"Não se pode chegar à alvorada a não ser pelo caminho da noite"

Khalil Gibran (1883-1931


- Posted using BlogPress from my iPad

terça-feira, 28 de julho de 2015

Férias perto de casa



Sabemos que há muitos portugueses que nem querem ouvir falar de férias. São, para eles, simples miragens. Mas haverá quem alimente e leve à prática o gosto de viver uns dias longe das rotinas do quotidiano. Contudo, para ambos os casos, ousamos avançar com algumas propostas que, minimamente, proporcionem descanso, descontração, reflexão e busca de novos desafios. 
Na certeza de que o otimismo precisa de ser cultivado e até acicatado, propomos algumas visitas, leituras, passeios e convívios, bem como, na altura própria, a participação em festas e festivais oferecidos gratuitamente ao povo. Nessa linha se insere, naturalmente, a vivência do Festival do Bacalhau, tema que  abordaremos mais algumas vezes.
Sugerimos a visita a familiares e amigos doentes, conversas com filhos e netos ou com pais e avós, sem pressas, que durante o ano não há tempo para nada, como frequentemente ouvimos dizer.
E já agora, não perca as suas preciosas horas de lazer com programas sem nexo das nossas televisões, mas habitue-se a selecionar, em família, filmes e espetáculos que, pelo seu nível, nos enriquecem sobremaneira. O mesmo diremos das nossas rádios que têm perdido ouvintes em favor da televisão, sendo garantido que algumas mantêm programas carregados de interesse.

domingo, 26 de julho de 2015

A beleza

“A beleza salvará o mundo”

Dostoiewski (1821-1881)




- Posted using BlogPress from my iPad

Rapazes e Velhos


"Enquanto houver rapazes de quarenta anos, é justo que se desculpem as leviandades dos velhos de dezassete"

Camilo Castelo Branco (1825-1890), escritor português

- Posted using BlogPress from my iPad

Livros para férias

Crónica de Frei Bento Domingues 

«A grande leitura de férias 
poderá ser a meditação 
que o Papa Francisco nos ofereceu»


Frei Bento Domingues



1. Durante vários anos, ao interromper estas crónicas durante o mês de Agosto, costumava destacar alguns livros para férias. Dizem-me que já não vale a pena. Hoje, quem não for velho e desajeitado como eu, dispõe dos livros que quiser nos seus iPhones ou iPads, ligados a uma nuvem, limpa, vadia e sempre disponível.
Acerca das férias, a Igreja distribuiu, na Missa do passado Domingo, um texto curioso, tirado do Evangelho de S. Marcos. Por razões óbvias, Jesus de Nazaré resolveu partir para férias com os discípulos: ”vinde para um lugar deserto e descansai um pouco sozinhos. Com efeito, os que chegavam e os que partiam eram tantos, que não tinham tempo nem para comer” [1]. 
Fugiram de barco, mas não adiantou nada. Tinham sido vistos. Quando desembarcaram, Jesus deparou com uma multidão que o procurava e, diz o texto, ficou cheio de compaixão, eram como ovelhas sem pastor. Como poderia ele ficar indiferente perante aqueles que andavam “cansados e oprimidos” [2]?

sábado, 25 de julho de 2015

O artesão Jorge Cardoso continua a criar

Na garrafinha está o presépio

Hoje foi dia de curto passeio para descontrair. Obras em casa provocam sempre um natural desgaste. E ainda não terminaram. Mais uns dias e tudo ficará operacional. 
De passagem pelo Continente, em Aveiro, encontrei o Jorge Cardoso numa feira de fim de semana com artesanato por tema. Este conterrâneo, que conheço há bons tempos, lá estava a atender clientes e curiosos. O seu artesanato é original. Acho que todo o artesanato tem o seu quê de original. 
Desta feita apreciei, com mais cuidado, os seus trabalhos feitos com grãos de arroz. Uns dentro de garrafas minúsculas e outros em belíssimas composições que só o rigor, o cuidado e a arte de manusear produtos tão pequenos explicam. 
Dele ouvi que, para além de manter vivas as suas criações que de início o apaixonaram, com base na utilização de amendoins devidamente tratados para não se deteriorarem, a sua arte não pode estacionar no tempo. Há continuamente desafios que o animam a prosseguir. E ainda nos disse que estará no Festival do Bacalhau em dois espaços: a banca com as suas produções ditas normais e uma oficina para construção de papagaios. Mas disso falaremos na altura, porque há inovações, garantiu-nos o Jorge.

- Posted using BlogPress from my iPad

Eu sou um rural






Eu sou um rural. Disso não tenho dúvidas. Gosto do campo e da sua simplicidade. Comungo, com verdade, a natureza e  dela recebo a imensa riqueza que nos oferece. As cores, os cheiros, a serenidade, a liberdade e a proximidade que em nós cultiva. As pessoas são a nossa família mais alargada. Antigamente, os mais velhos eram todos tios e tias. 
Se é indiscutível que tenho na alma e no sangue o mar e a ria, que me viram nascer e crescer, também é certo que a serra me fascina desde menino, quando ao longe divisava os seus contornos para mim misteriosos. E quando pela primeira vez pisei solo serrano fiquei extasiado, sem fala. 
Em casa, não dispenso o quintal, não para dele cuidar que as forças já não o permitem, mas para apreciar o que da terra brota ou as árvores oferecem. Hoje andei a contemplar as primeiras maçãs de novas macieiras que substituíram as mais antigas que morreram ou definharam. As plantas são como as pessoas. Não são eternas. 

- Posted using BlogPress from my iPad

MEC chegou aos 60 anos


«Hoje é o primeiro dia do pouco que resta da minha vida. O sacana do Salmo 90:10 não se presta a confusões: "Os dias da nossa vida são setenta anos e, caso houver força, chega aos oitenta. Mas é força que só traz trabalho e tristeza: passa num instante e voamos...".»

Nota: O Miguel Esteves Cardoso (MEC) completou 60 anos, razão para dissertar com graça sobre a sua idade. Como leitor assíduo das suas saborosas e oportunas crónicas, aqui o homenageio desta forma tão simples, com a transcrição do seu recente escrito no PÚBLICO

- Posted using BlogPress from my iPad

Francisco: uma Igreja outra

Crónica de Anselmo Borges 
no DN


Papa Francisco 
«A Igreja tem pela frente duas tarefas urgentes: 
a da democracia e a do reconhecimento 
da igualdade das mulheres.»


1-Na recente visita do Papa Francisco à América Latina, foi marcante, para dizer ao que vem este pontificado, o discurso no encerramento do II Encontro Mundial dos Movimentos Populares. Continuou a reclamar "os três t": terra, tecto, trabalho. "Disse e repito: são um direito sagrado." E que estava a falar não apenas de problemas da América Latina, mas de toda a humanidade: "Está-se a castigar a Terra, os povos, as pessoas, de um modo quase selvagem." É preciso "dizer não a uma economia de exclusão e iniquidade", assegurando que "o problema é um sistema que continua a negar a milhares de milhões de irmãos os mais elementares direitos económicos, sociais e culturais" e que este sistema "atenta contra o projecto de Jesus", já que o destino universal dos bens não é um adorno da doutrina social da Igreja, mas uma realidade anterior à propriedade privada. Arremeteu contra o "novo colonialismo que se esconde por trás do poder económico do ídolo dinheiro", lembrando que "a concentração monopólica dos meios de comunicação social, que pretende impor comportamentos alienantes de consumo e certa uniformidade cultural, é outra das formas que o novo colonialismo adopta.

Dai-lhes vós mesmos de comer

Reflexão de Georgino Rocha



«O facto histórico 
tem um alcance simbólico excepcional.
 A razão vê o facto. 
A fé capta o alcance da realidade 
contida no símbolo»


A multidão anda entusiasmada com Jesus. Nem sequer pensa nas suas necessidades básicas: descanso para a fadiga, casa para dormir, pão para alimento. A acção de Jesus e os seus ensinamentos exerciam uma sedução que compensava largamente tudo isso. E lá vai seguindo o Mestre que sobe ao monte, se senta compadecido por aquela gente e dialoga com os discípulos sobre o que fazer para lhe acudir e valer. Quer associá-los ao que vai fazer. E surge o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, a partir da “merenda” levada por um jovem. Jo 6, 1-15.

João, o autor da narrativa que hoje se lê na liturgia da Palavra, inicia um longo discurso/ensinamento de Jesus que continuará a ser proclamado nos próximos domingos. Constitui uma esplêndida catequese sobre a eucaristia, o pão e o vinho do trabalho humano, o corpo e o sangue do Senhor Jesus, entregue por todos e cada um de nós, a humanidade inteira.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Marisco para todas as bolsas

Ria com gosto em agosto 
na Costa Nova



Mesmo não estando em maré de grandes despesas, poderá ser possível degustar uns mariscos mais baratinhos na nossa Costa Nova. Há lá de tudo e para todos os gostos. 


Posted using BlogPress from my iPad

Um amigo


«Que belo é ter um amigo! Ontem eram ideias contra ideias. Hoje é este fraterno abraço a afirmar que acima das ideias estão os homens. Um sol tépido a iluminar a paisagem de paz onde esse abraço se deu, forte e repousante. Que belo e que natural é ter um amigo!»



Miguel Torga
Diário - 1935

Nota: Texto publicado há um ano neste meu blogue.


- Posted using BlogPress from my iPad

Costa Nova: passadiços

As nossas praias


Gosto de caminhar pelos passadiços das nossas praias, apesar de alguns não se apresentarem devidamente cuidados. Gosto do ar que se respira, do cheiro a maresia e da paisagem dunar. Este verão ainda não usufruí da qualidade das nossas praias, mas vontade não me falta. Talvez na próxima semana, se Deus quiser.


Posted using BlogPress from my iPad

Liberdade

"Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir"


George Orwell (1903-1950), escritor e jornalista inglês


- Posted using BlogPress from my iPad"

domingo, 19 de julho de 2015

A bicicleta do Padre Manuel Maria

Merecida homenagem a um homem bom



Um objeto de pessoa que estimamos, cuidado e guardado com gosto, é sempre uma homenagem merecida. Esse objeto, por mais simples que seja, torna presente as boas recordações que essa pessoa nos suscitou ao longo da vida. A bicicleta do Padre Manuel Maria Carlos, restaurada a rigor, tem agora lugar cativo no Museu Paroquial da Gafanha da Nazaré, graças à sensibilidade do nosso prior, Padre Francisco Melo, e ao saber e esmero do restaurador João Vinagre.
Quando nos foi dada a notícia do restauro da velha bicicleta, surgiu de imediato a necessidade de apreciar o trabalho levado a cabo pelo João Vinagre, motorista marítimo reformado e apaixonado por este tipo de tarefas, por simples prazer e para ocupar o tempo de forma saudável e útil. Já restaurou mais de 20 bicicletas e tem cinco em mãos. A arte de reparar e restaurar bicicletas veio-lhe da juventude, quando aprendeu e trabalhou numa oficina de seu tio Joaquim Vinagre, antes de enveredar pela mecânica, que o levaria a embarcar e a seguir a profissão de motorista marítimo.
Olhámos para a bicicleta, que lhe foi entregue em «péssimo estado, com peças podres e uma roda inadequada», e logo nos veio à memória o Padre Manuel Maria, que a utilizava nas suas voltas pela Gafanha da Nazaré, tal como pela Torreira, onde foi pároco, entre 1960 e 1974.

A religião não é para mulheres

Crónica de Frei Bento Domingues 


«É sempre como mulheres e homens 
que Deus os cria e recria, sem subordinações 
nem imposições recíprocas»

1. Em 1946, depois de cuidada preparação, começava, em Palma de Maiorca, o conhecido movimento Cursilhos de Cristandade. Eduardo Bonnin Aguiló foi sempre reconhecido como o seu carismático fundador. Vi-o e ouvi-o apresentar-se apenas como “aprendiz de cristão”.
Em Portugal, realizou-se o primeiro cursilho, em Fátima, de 19.11 a 02.12, de 1960. Frequentei o terceiro realizado no Porto. Ainda conservo o meu Guia de Peregrino. 
No princípio, este movimento destinava-se a proporcionar aos homens a descoberta, em três dias, de uma nova paisagem católica e operar uma viragem radical de comportamento pessoal, para alterar ambientes onde os participantes fossem considerados “vértebras da sociedade”.
Cada cursilho obedecia a uma selecção dos participantes, apenas de varões, apoiado em ficha secreta. Era moderadamente interclassista. O cenário do acolhimento, o cancioneiro espanholado, de colores, os gestos, os rolhosdoutrinais, recheados de anedotas certeiras, destinavam-se a desconstruir o imaginário de uma religião beata e para beatas e fazer a passagem exaltante para o essencial de um catolicismo másculo, marcado pela euforia do sacrifício e do testemunho, sem preocupações de transformação social imediata. O grande e repetido enunciado de marca, com eficácia do melhor marketing, era este: a religião católica não é para mulheres.

sábado, 18 de julho de 2015

Postal Ilustrado: Última Ceia

Exemplo de humildade 
e de serviço aos outros

Um trabalho do artista Manuel Ângelo Correia (Foto de Gabriel Faneca)

Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a Sua hora de passar deste mundo para o Pai, levanta-se da mesa, tira as vestes e, tomando uma toalha, coloca-a à cinta. Depois deita água numa bacia e começa a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha. Assim se lê no Evangelho de S. João, capítulo 13. Esta cena bíblica, uma das mais conhecidas, associada à última ceia de Jesus com os seus amigos, tem tido lugar garantido nas artes através dos séculos, ficando na história como exemplo de humildade e de serviço aos outros.

Já não há mordaças, nem ameaças

Maria Barroso


Já não há mordaças, nem ameaças, nem algemas
que possam perturbar a nossa caminhada, em que os
poetas são os próprios versos dos poemas e onde
cada poema é uma bandeira desfraldada.

Ninguém fala em parar ou regressar. Ninguém
teme as mordaças ou algemas. – O braço que
bater há-de cansar e os poetas são os próprios
versos dos poemas.

Versos brandos… Ninguém mos peça agora.
Eu já não me pertenço: Sou da hora.
E não há mordaças, nem ameaças, nem algemas

que possam perturbar a nossa caminhada, onde
cada poema é uma bandeira desfraldada e os
poetas são os próprios versos dos poemas.


Sidónio Muralha, "Soneto Imperfeito  da Caminhada Perfeita"

Nota: Por sugestão do Caderno Economia do EXPRESSO, como um poema que Maria Barroso (1925-2015) mais apreciava dizer em público.

Francisco e o "crucifixo comunista"

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


"As ideologias terminaram 
sempre em ditaduras. 
Pensam pelo povo, 
não deixam o povo pensar"

1. Francisco voltou ao seu continente. Numa maratona de oito dias, percorreu três países - Equador, Bolívia, Paraguai -, que escolheu, entre os mais pobres, ficando bem clara a agenda religiosa, social e política deste pontificado: a Igreja esteve, concretamente na América Latina, ao lado dos vencedores e opressores, mas agora fica do lado dos pobres e desprotegidos. E aí está o pedido humilde de perdão "não só pelas ofensas da própria Igreja, mas também pelos crimes contra os povos indígenas durante a chamada conquista da América".

Férias ao estilo de Jesus

Reflexão de Georgino Rocha


«O descanso e o lazer são vitais 
para a pessoa cultivar o seu ser integral. 
Fazem bem ao corpo e ao espírito»

“Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco” é o apelo/convite e a recomendação de Jesus, após ter acolhido e ouvido os discípulos regressados da primeira experiência missionária. Mc 6, 30-34. A narração do que acontecera deixava perceber que a missão decorrera bem. As instruções tinham sido observadas. A confiança na palavra do Mestre estava confirmada. O êxito enchia de alegria contagiante o coração de todos. A sobriedade de meios, a simplicidade de vida, a itinerância doméstica, a eficácia do anúncio, a libertação do espírito oprimido pelas forças do mal são credenciais comprovadas e adquirem valor distintivo de quem é discípulo de Jesus em qualquer circunstância. Partilham o belo da missão. Nada que pareça fofoquice, reacções negativas das pessoas, sacudidelas do pó das sandálias, comentários negativos ào que viram e ouviram.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Abafai meus gritos com mordaças

Maria Barroso


Abafai meus gritos com mordaças,
maior será a minha ânsia de gritá-los!

Amarrai meus pulsos com grilhões,
 
maior será minha ânsia de quebrá-los!

Rasgai a minha carne!
 
Triturai os meus ossos!

O meu sangue será minha bandeira
 
e meus ossos o cimento duma outra humanidade.

Que aqui ninguém se entrega
 
— Isto é vencer ou morrer —
é na vida que se perde
Que há mais ânsia de viver!

Joaquim Namorado, "Promete"

Nota: Sugestão do Caderno Economia do EXPRESSO, como um poema que Maria Barroso (1925-2015) mais apreciava dizer em público.