sábado, 5 de abril de 2014

D. António Francisco já tomou posse

Bispo do Porto assume 
as suas responsabilidades 
perante os cónegos portuenses



Entre a minha alegria e a minha tristeza, D. António Francisco dos Santos já tomou posse como Bispo do Porto. Amanhã será a sua entrada solene na Sé do Porto, que o mesmo é dizer na Diocese do Porto, uma das maiores de Portugal. Sinto alegria, por ver reconhecida a sua indesmentível capacidade pastoral e a visão de futuro que o anima, alicerçadas numa fé apaixonada e contagiante. Sinto tristeza por ver partir um bispo próximo, dialogante, atento e disponível, sempre com a palavra certa para as nossas inquietações e dúvidas, mas também para os nossos comodismos, incapacidades e fraquezas.
Sei, pelo que vi durante este tempo em que foi pai espiritual e pastor do povo de Aveiro, desde o oceano e ria até à serra tantas vezes esquecida, que D. António vai para a Diocese do Porto, com os seus mais de dois milhões de habitantes e quase 500 paróquias, bem acompanhado por Deus Trino, de quem vêm as forças, a coragem, a visão profética e a sabedoria necessárias para levar a bom termo  a missão de que foi incumbido pelo Papa Francisco. Sei ainda que continuará, agora entre o povo portuense, a ser uma testemunha fiel e comprometida da bondade, do bem, do sentido do acolhimento e do serviço aos feridos da vida.
Que Nossa Senhora nunca o desampare, são os meus votos.

Fernando Martins

Acesso à internet na escola?


Tito de Morais com estudantes 

«Quanto ao acesso à internet na escola, ele é inevitável. A escola é chamada a ajudar os alunos a desenvolverem as suas competências e a ensiná-los a distinguirem os exemplos “inspiradores” dos “destruidores” que as tecnologias apresentam.
Na opinião de Tito de Morais, o Ministério da Educação não deve cortar os acessos a determinados serviços da internet, nos horários por si estipulados. Serão as escolas que, na sua autonomia, deverão gerir os acessos dos diversos elementos da comunidade escolar.
A internet pode ser um risco ou um meio excelente de trabalho, de conhecimento e de socialização. Tudo depende da forma como a quisermos usar. A decisão depende de cada um, enquadrado pela escola, pela família e pelos amigos.»

Ler ainda Temos uma “audiência invisível” na internet, texto de Teresa Correia

O DINHEIRO FAZ A FELICIDADE?

Crónica de Anselmo Borges 

Lá está Epicuro: "É preciso meditar sobre o que traz a felicidade, pois, se ela estiver presente, temos tudo, mas, se estiver ausente, fazemos tudo para obtê-la." E é o que faz F. Lenoir, num belo livro recente, exigente e acessível, Du bonheur. Un voyage philosophique: como alcançar a felicidade, ser feliz. E não podia faltar um capítulo sobre o dinheiro: ele traz a felicidade?

J. Renard atirou: "Se o dinheiro não faz a felicidade, dê-o." Mas quantos estão dispostos a isso? No entanto, num artigo célebre de 1974, o economista americano R. Easterlin mostrou que no seu país, embora o rendimento bruto por habitante tenha dado o salto extraordinário de 60%, entre 1945 e 1970, a proporção de pessoas a considerar-se "muito felizes" não tinha variado: 40%. Não se confirma a fórmula mágica do capitalismo liberal: crescimento do PIB = aumento da felicidade. Aliás, as estatísticas do Insee diziam o mesmo em relação à França: embora entre 1975 e 2000 se observe um crescimento global do PIB superior a 60%, a proporção das pessoas "satisfeitas ou muito satisfeitas" permaneceu à volta de 75%. Mas há mais. Na Inglaterra, por exemplo, enquanto a riqueza nacional quase triplicou em meio século, as pessoas que se declaram "muito felizes" passaram de 52% em 1957 para 36% em 2005. E quando se compara o índice de satisfação em países com níveis de vida incomparáveis? Ao contrário do que se poderia esperar, a taxa de satisfação é praticamente a mesma nos Estados Unidos ou na Suécia e no México ou Gana, embora o rendimento por habitante nestes países divirja numa escala de um a dez.

JESUS FAZ REVIVER LÁZARO MORTO

Reflexão de Georgino Rocha 
para esta semana



“Lázaro, sai para fora” – grita Jesus com voz forte e determinada. E ele levanta-se e sai, amortalhado como havia sido colocado na sepultura. Jesus continua, dirigindo-se aos circunstantes: “Desligai-o e deixai-o ir”. E João, o narrador do sucedido, conclui: “Ao verem o que Jesus fez, acreditaram n’Ele”.
A revivificação de Lázaro constitui um sinal, na sequência de outros, que visam manifestar quem é Jesus e provocar a adesão à sua pessoa e mensagem: a água transformada em vinho nas bodas de Caná; o pão abençoado e repartido pela multidão; a cura do paralítico junto à piscina e a do cego de nascença; a doação da própria vida como belo e bom pastor; a vitória sobre a morte, simbolizada em Lázaro, e realizada aquando da ressurreição. Estes e outros sinais credenciam um conjunto de ensinamentos sobre a acção inovadora do Messias e induzem as testemunhas a tomar posição, aceitando ou rejeitando o que presenciam e ouvem.
Qual a nossa atitude perante tantos sinais de novidade que a vida nos traz? Deixamo-nos interpelar e somos consequentes?

quinta-feira, 3 de abril de 2014

No baú da memória...

Crónica de Maria Donzília Almeida

Casa de Serralves

O Porto como cidade multicultural sempre foi um pólo de atração para estrangeiros vindos de vários quadrantes do mundo.
Evoca-se aqui o grande afluxo de famílias inglesas que se fixaram no Porto, no século XVIII, ligadas à produção e comercialização do, mundialmente afamado, vinho do Porto.
A vida da alta burguesia inglesa foi fielmente tratada por Júlio Dinis, no século XIX, no seu conhecido romance “Uma Família Inglesa”.
Com paladar suave, encorpado e doce, o Vinho do Porto é a bebida escolhida para apadrinhar as mais diversas comemorações, não faltando em nenhuma casa portuense e portuguesa.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

“O Deus das Maravilhas — por cientistas da NASA”




Este livrinho, de apenas 55 páginas, vem acompanhado de um DVD e tem por título “O Deus das Maravilhas”. Um DVD que é um regalo para os olhos e para o espírito, tal é a força das imagens do planeta que habitamos, com mar e rios, céu luminoso ou estrelado, galáxias e mundos sonhados e estudados, montanhas e glaciares, tempestades e serenidades, enfim, o mundo vegetal e animal e o ser humano como rei, criado à imagem e semelhança de Deus. O universo com todas as suas grandezas incomensuráveis para o comum dos mortais vem até nós pelos sublinhados e explicações de cientistas credenciados, dos mais variados quadrantes, com a Palavra de Deus por valiosíssima companhia. 
O DVD que acompanha o livro tem uma história bonita: «Foi oferecido ao Carmelo de Aveiro por uns amigos, ligados à investigação científica, D. Joana, Srs. José e Domingos Garcia Y Garcia, com licença para o reproduzir.» 
As Irmãs do Carmelo «ficaram maravilhadas» e decidiram fazer cópias para oferecer aos amigos e benfeitores «como prenda do Menino Jesus». Depois nasceu esta edição com a sugestão de que poderemos «fazer as cópias» que quisermos, obviamente para servirem de prendas para muitos outros.
São diversos os cientistas que refletem sobre as maravilhas de Deus, e logo nas primeiras páginas o Dr. John Whitcomb convida cada leitor: «acompanhe-nos enquanto exploramos a mensagem da Criação, da Consciência e a Glória de Deus.» E quem o acompanhar nesta viagem há de encontrar no caminho o Poder de Deus, O Deus da sabedoria, Grandes são as obras do Senhor, E Deus disse: façamos o homem à nossa imagem e semelhança, Deus da Justiça, Deus do Amor. Por fim, a Oração “Louvai ao Senhor, todos os seus servos” (Cântico de Daniel — 3,57-88.56).

“O Deus das Maravilhas — por cientistas da NASA”, 
edição do Carmelo de Aveiro, 
dezembro de 2013

Fernando Martins

ÁGUAS MIL EM ABRIL

"EM ABRIL, ÁGUAS MIL"

Nota: Os provérbios têm muito ou tudo da experiência ou sabedoria popular. E este ano, para já, temos a chuva, tal como este provérbio diz. Vamos esperar que tudo mude para melhor, mas por enquanto temos a chuvinha, com regularidade, para manter as albufeiras cheias, com água para uns anos. Depois se verá o que virá...

A VAIDADE

"O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é, a ser tido em menor conta por aquilo que é. É a vaidade em ação."

Fernando Pessoa (1888-1935)





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terça-feira, 1 de abril de 2014

A vida é curta

«Os homens dizem que a vida é curta, 
e eu vejo que eles se esforçam para a tornar assim»

Jean Jacques Rousseau (1712-1778),
 filósofo e escritor francês

O SONHO

Crónica  de Maria Donzília Almeida



I have a dream” frase lapidar, atribuída a Martin Luther King, foi proferida no dia 28 de Agosto de 1963, na áurea década de 60 em que eu estava no dealbar da minha juventude. Iniciava o discurso que haveria de marcar a história americana, quando não a história universal, no qual falava da necessidade de união e coexistência pacífica entre negros e brancos nos EUA.
Tendo como palco os degraus do Lincoln Memorial em Washington D.C. integrando a Marcha de Washington pelo emprego e pela liberdade, foi um momento decisivo na história do Movimento Americano pelos Direitos Civis.
O orador teve um desfecho trágico, mas o poder do seu sonho galvanizou uma plateia de mais de duzentas mil pessoas que apoiava a causa.
Sendo um dos motores da atividade humana, tal como Gedeão disse, “O sonho comanda a vida!”


Toda a gente acalenta sonhos e vai lutando para a realização dos mesmos. É bom sonhar, pois dizem alguns entendidos que o homem só envelhece quando os sonhos dão lugar aos lamentos.
Faz parte intrínseca da condição humana, sonhar... e é muito salutar.
Neste contexto do sonho, também eu alimentei, ao longo dos tempos, um pequeno... grande sonho, dependendo da perspetiva.
Segundo Fernando Pessoa “O Homem é do tamanho do seu sonho!” logo perante a lógica pessoana, está aí justificada a minha pequena estatura.
Possuir um esquilo como animal de estimação foi crescendo como intenção, acabando por se tornar um sonho, avolumando-se, com o passar do tempo. Parece que os meus gostos/sonhos se materializam em criaturas de reduzidas dimensões, tal como na súbita aparição do patinho real, há duas semanas.
Nos Estados Unidos, um país pioneiro em muita coisa, o squirrel (cuja sonoridade é muito semelhante à nossa palavra esquilo) já é considerado animal de estimação. Com temperamento social e pacífico, limpo e sem produzir mau cheiro, seria uma ótima ideia para embelezar o meu bosque.
Dado o meu gosto por esta espécie de roedor, fiquei a saber que os seus dentes incisivos precisam ser desgastados, pois crescem continuamente. Galhos ou cascas de árvores ajudam no controle, distraem o animal e são abundantes no bosque.
Muito vivaz, o esquilo não pára quieto. Gosta de fazer ninhos com qualquer material que encontra pela frente, diverte-se com brinquedos e sobe e desce rampas, quando ao seu alcance, no seu habitat. De dia ou à noite, tem como hábito alternar períodos de vigília com descanso. A expectativa de vida do bichinho é de apenas três anos, com possibilidade de atingir, no máximo, quatro anos, o que muito me entristece.
Por esse mundo fora, deliciei-me a observar espécies de esquilos, nos parques londrinos, a fazerem as delícias dos transeuntes. Apreciadores de sementes, era vê-los de pé, nas patinhas posteriores, a descascar com perícia os amendoins que lhes atiravam e que eles devoravam num ápice.
Na Índia, proliferam nos parques naturais e correm à nossa frente, esgueirando-se por entre arbustos e plantas como se fizessem fintas aos turistas. Com uma cauda farfalhuda para um corpinho minúsculo são uma prenda com que a natureza nos afaga.
Conhecendo a divina Providência estes meus gostos e agora que os dias estão a crescer e a hora mudou, contemplou-me com a dádiva de um casalinho de esquilos castanhos de cauda listrada... que irão fazer as delícias do meu olhar... e de tantas criancinhas!
 Já noutros tempos, estacionavam os seus velocípedes para a contemplação das cabrinhas anãs, especialmente na altura em que as crias de palmo e meio começavam a cabriolar, graciosamente, pelo bosque.


01.04.2014