quinta-feira, 7 de março de 2013

A Igreja conciliar não admite protagonismos individuais

Continuar, renovar, inovar?
Este o desafio posto à igreja
António Marcelino

António Marcelino


Na Igreja, como na sociedade, a procura de caminhos novos para melhor servir as pessoas é um problema que se põe com premência e que não se pode iludir. As mudanças sociais e culturais, as novas aquisições tecnológicas, as experiências vividas por pessoas empenhadas, o realismo e as exigências da vida diária e, no caso da Igreja, as orientações conciliares e história vivida exigem uma atitude positiva ante os desafios que surgem a cada hora. Uma atitude que pede clareza nos objetivos, verdade nas propostas, conhecimento, reflexão, abertura, disponibilidade e discernimento nas decisões e, por fim, avaliação responsável.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Ainda o Palheiro de José Estêvão




«As companhas tinham chegado em 1808 ao areal,ali mesmo defronte daquele local,onde se estabeleceram os palheirões de guarda de material, e um ou outro palheiro de que temos referência, entre eles o do padre José Bernardo de Sousa, o do capitão-mor, chefe das Ordenanças, Manuel Maia Vizinho, o do José Ferreira Félix,vereador e sargento-mor, o de João de Azevedo, feitor do sargento-mor, e o de José Gomes dos Santos, feitor do cap-mor. Também, ali, naquele local, o abastado comerciante, Manuel de Moura Martinho, oriundo de Viseu, mercantel da sardinha, construiu um palheiro – que provavelmente seria originalmente um armazém de salga de sardinha, eventualmente, para habitação, também. Decorria o ano de 1840 quando José Estêvão lhe adquire o palheiro, e, provavelmente, lhe introduziu modificações sensíveis.
José Estêvão, diz-nos o seu filho Cons. Luís Magalhães, adquire-o para que junto com sua esposa, D Rita de Moura Miranda, pudesse «nesse recanto modesto e obscuro», … mas belo e largo» descansar das “violentas refregas da vida publica”,aí passando, com a família, por norma, longos períodos.»

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Fotos dos meus arquivos

A Europa e o Papa

Diz Vasco Graça Moura: «Hoje, e sobretudo a partir de magistérios recentes como os de João XXIII e Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, está à vista que a Europa, crente ou não crente, pelo menos no tocante ao quadro dos valores que defende, de algum modo se revê na figura desses pontífices. Lembremo-nos do ecumenismo e do diálogo com outras religiões reafirmado pelos dois primeiros em termos inovadores, ou da contribuição de João Paulo II para o desmoronamento da cortina de ferro, ou de como Bento XVI é referenciado como um paradigma do espírito europeu, procurando conciliar razão e fé, filosofia e existência, espírito cristão e tolerância.»

Li aqui 

Conclave sem pressas

Estou a gostar das notícias que nos vão dando conta da serenidade manifestada pelos cardeais eleitores do futuro Papa. Sem pressas e com a disponibilidade necessária para se informarem devidamente sobre o que se passa ou tem passado na Cúria Romana. Para depois poderem escolher o homem (cardeal eleitor, mas até poderia ser um não eleitor) certo para um lugar tão importante da vida da Igreja Católica. Ver aqui.

terça-feira, 5 de março de 2013

ISCRA: Prémio Póvoa dos Reis




"O ISCRA apresenta a terceira edição do “Prémio Póvoa do Reis – Cientista e Padre”, em homenagem ao Cónego Manuel Póvoa dos Reis, nascido em Eirol - Aveiro (1907), e destacado biólogo autodidata. De novo, o ISCRA quer sublinhar através deste Prémio o contributo oferecido pelo Cristianismo na promoção da Ciência e da Cultura."




Fonte: ISCRA

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segunda-feira, 4 de março de 2013

Mensagem à Diocese do Bispo de Aveiro


Das Catequeses quaresmais à alegria da Páscoa





Com data de ontem, D. António Francisco dos Santos dirigiu uma mensagem à Diocese de Aveiro, em que afirma: «Esta é a hora de dar graças a Deus, de agradecer às Comunidades disponíveis para crescer na fé, de louvar as centenas de missionários que tão generosos e felizes se sentiram por anunciar a boa nova de Jesus e a beleza da sua Igreja. Esta é a hora de dizer uma palavra de reconhecimento a todos quantos trabalharam na preparação e na elaboração dos textos catequéticos para adultos, jovens e crianças.»
O Bispo de Aveiro lembra que o transcendente esteve e ainda está presente na exposição patente no Museu de Aveiro até 7 de abril, frisando que «a arte sempre foi para a Igreja espelho da beleza de Deus, expressão do talento humano e escola de catequese cristã».
Recorda que Bento XVI, agora Papa Emérito, “peregrino numa nova etapa de peregrinação”, «foi mestre, pastor e profeta pela vida, pela palavra e a partir de agora sê-lo-á pelo silêncio. Como todo o profeta, ele antecipa o futuro com esta sábia e santa decisão e desvenda caminhos novos para quem o segue». E a concluir a sua mensagem, D. António Francisco sublinha que «a celebração da Páscoa é o centro do ano litúrgico, a partir do qual se compreende o mistério da salvação da Humanidade. A nossa missão de realizadores das bem-aventuranças só pode ser compreendida à luz da Páscoa e daí partir e repartir em permanência».

Ler toda a mensagem aqui

Zenzile Miriam Makeba nasceu neste dia

4 de março de 1932



Um artista na luta anti-Apartheid
Maria Donzília Almeida

Miriam Makeba, cantora sul-africana, nasceu a 4 de março de 1932 e morreu a 10 de novembro de 2008. Foi uma defensora dos direitos humanos no seu país, dominado pelo Apartheid, tendo usado o seu talento em defesa das pessoas oprimidas. Makeba, conhecida como ‘Mamã África’, nasceu em Joanesburgo, e completaria hoje, o seu 81.º aniversário, se fosse viva. 
Para dar mediatismo mundial a uma grande ativista pelos direitos humanos no seu país, devastado pelo Apartheid, Zenzile Miriam Makeba inspira a página principal do motor de busca, com um doodle. O sucesso da luta de Makeba deve-se sobretudo ao seu talento, que lhe concedeu protagonismo, na África do Sul. Miriam começou a cantar em meados de 1950, na juventude, cativando o público com o seu estilo que era um misto de blues norte-americanos e os tradicionais ritmos do seu país de origem. 
No entanto, a dimensão do seu talento não lhe permitiu capitalizar lucros. A homenageada de hoje, vendia inúmeros discos na África do Sul, mas as margens de lucro eram muito reduzidas, além que de não recebia nada pelos royalties. Esta injustiça levou Miriam Makeba a emigrar para os EUA, com a finalidade de viver da música, a sua grande paixão. 
Cerca de 10 anos depois de ter começado a carreira, em meados de 60, ‘Mama Africa’ participa no documentário ‘Come Back, Africa’, cujo objectivo era a luta anti-Apartheid que imperou no país de Nelson Mandela, entre 1948 e 1994. 

04.03.2013

Paté com Lata

Confesso que muitas das vezes já não suporto os debates televisivos sobre política e futebol. São sempre os mesmos a comentar e a debater tais assuntos, numa repetição até à exaustão. Dizem a mesma coisa, têm os mesmos tiques e, pior do que isso, não sabem inovar. Mas sei que há muita gente que delira! Não sei se ganham muito ou pouco pelo que dizem, mas sei que já era tempo de darem o lugar a outros, a não ser que não haja quem os substitua. Noto, também, que rádios e TV passam a vida a entrevistar o mesmo  pessoal do mundo das artes, promovendo os seus produtos, garantindo-nos que todos ficarão para a história. É por isso que eu acho que o melhor, se calhar, é um bom Paté com Lata, feito na hora. 

Perfil do Papa ou perfil da Igreja?

No PÚBLICO de ontem




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Catequistas da Gafanha da Nazaré em encontro anual


Viver o que ensina é lema 
para sempre de qualquer catequista 

Fernanda e Lurdes Matias na festa

Realizou-se no sábado, 2 de março, o quarto encontro de catequistas, antigos e atuais, com organização de Fernando Matias e alguns amigos. O encontro decorreu na Casa José Engling, junto ao Santuário de Schoenstatt, depois da participação na eucaristia das 17 horas, presidida pelo Padre Carlos Alberto, também ele antigo catequista. Participaram 90 pessoas, das mais diversas idades, sendo de registar a presença de catequistas que vêm do tempo das senhoras mestras. 
Na abertura do convívio, um antigo catequista sublinhou a importância dos educadores da fé na vida da Igreja Católica e da sociedade em geral. Frisou que o catequista, quando assume essa missão, jamais deixará de o ser, fundamentalmente pelo testemunho de vida, como batizado e como educador. Tem mesmo de ser modelo para os seus catequizandos e familiares, mas também para toda a gente, na certeza de que, por essa forma, torna muito mais credível a mensagem de Jesus Cristo e o ensino das verdades da Boa Nova, que são matriz da nossa cultura. Viver o que ensina é lema para sempre de qualquer catequista. 
O encontro foi animado pela música e pelos cantares de antanho, que a Fernanda Matias e seus colaboradores souberam pesquisar e apresentar, com a imprescindível participação de músicos, também eles antigos mestres da fé.


domingo, 3 de março de 2013

As manifestações

As manifestações são, sem dúvida, um precioso contributo para a democracia. São necessárias e devem ser consideradas fundamentais numa sociedade livre. A democracia não se esgota nos partidos. Longe disso. Às vezes os partidos até seguem posições antidemocráticas, quando avançam com propostas que não fazem parte dos seus projetos eleitorais. Quanto a números de participantes nas manifestações, há sempre exageros, pois claro.  

Encontro de catequistas da Gafanha da Nazaré



Cantiga  apresentada no encontro de ontem dos antigos e atuais catequistas da Gafanha da Nazaré, que se realizou na Casa José Engling, junto ao Santuário de Schoenstatt, com a participação de 90 pessoas. Esta cantiga foi interpretada numa peregrinação a Fátima, há 53 anos, organizada pela Empresa de Pesca de Aveiro (EPA), mais conhecida por Seca do Egas. Mulheres da Seca e homens de terra e mar encheram dez autocarros. A solista, ao centro, Otília Merendeiro, participou nessa peregrinação.


sábado, 2 de março de 2013

Dormir e fazer...

«Em março tanto durmo quanto faço»

Um provérbio a condizer com a primavera que nos traz, no dia 20 de março, o dia igual à noite. A sabedoria do povo, passada de boca em boca, deixa mensagens simples, poéticas e verdadeiras. Assim o podemos confirmar neste provérbio tão rico de sentido. E daí em diante, os dias começam a crescer, atingindo o seu máximo no dia 21 de junho. Com o frio que tanto nos incomoda, até já sonho com o verão. Venha ele!

Bento XVI: "honesto, íntegro e encantador no trato pessoal"

O testamento do Papa Bento XVI
Anselmo Borges

Anselmo Borges

Agora, é apenas Papa emérito. Mas que ninguém se preocupe com os dois Papas vivos, pois Ratzinger retirou-se, para rezar, meditar, ouvir e tocar música, investigar, "desaparecendo" para o mundo.
Joseph Ratzinger também teve o seu momento de rebeldia e de progressismo, no Concílio Vaticano II. Chegou a dizer nas aulas, em Tubinga: "em Roma, como sabem, não se faz boa Teologia." Durou pouco tempo esse tempo. A sua orientação teológica agostiniana - Santo Agostinho não tinha em muito boa consideração o mundo - inclinava-o mais para uma visão conservadora. A mudança teve como ponto decisivo os excessos de 1968, com o radicalismo ateu dos estudantes de Teologia.
Reconhecido pela sua inteligência brilhante e uma rara cultura - dialogou com grandes intelectuais, incluindo Jürgen Habermas -, é mais um intelectual e um professor do que um pastor. As circunstâncias quiseram que este homem afável, tímido, "honesto, íntegro e encantador no trato pessoal", como reconhece também o teólogo J. I. González Faus, deixasse a vida académica, se tornasse arcebispo de Munique, seguisse para Roma como "inquisidor", condenando muitas dezenas de teólogos e a Teologia da Libertação, e se tornasse Papa - quando aconteceu a eleição, lembrou-se da guilhotina.

Figueira: Talvez venha a dar frutos


Confia e trabalha, apesar do que vês


Esta é a atitude do cuidador da vinha onde se encontra uma figueira que não dá frutos há três anos. Jesus recorre a este facto/parábola para visualizar a mensagem que pretende transmitir aos discípulos e, por eles, a toda a humanidade. Que faz lá a figueira? Nada de útil, apenas ocupa e suga o terreno, dá sombra que impede o sol de aquecer a zona envolvente, larga folhas que cobrem o campo e abafam a germinação das sementes. “Corta-a” – ordena o dono. “ Senhor, deixa-a ficar mais um ano, eu vou cuidar dela, cavar em seu redor, deitar adubo, regar à sua volta e as suas raízes – responde o encarregado. E, confiante, acrescenta: “Talvez venha a dar frutos”.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Casamento marcado pela unidade e pela fidelidade mútua

Casamento dos não crentes 

D. António Marcelino


Em 26 de janeiro de 2013, Bento XVI, falando aos membros do Tribunal da Rota Romana, trouxe ao de cima um problema que se arrasta na Igreja há muitos anos: é válido o matrimónio quando os noivos não têm fé? Não deu uma resposta definitiva, mas abriu caminho que, por certo, levará mais longe. 
No Sínodo dos Bispos de 1980, um bispo francês levantou este problema, que foi longamente discutido na sala sinodal, dando ocasião a uma proposição votada quase por unanimidade. A Comissão Teológica Internacional, já antes, em 1977, se pronunciara de maneira cautelosa, mas já com alguma abertura. Da Comissão fazia parte o teólogo Ratzinger. 


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Liberdade, liberdade, cada um chama-lhe sua


D. António Marcelino


O espetáculo não é nem interessante, nem edificante. Sobretudo quando se trata de políticos a divergir entre si e a discutir tricas. Não só no Parlamento. Os outros nunca têm razão, não sabem o que estão a dizer, devem demitir-se uns e calar-se outros.
Um político do velho regime dizia que os portugueses são incapazes de viver em democracia. Exagero, claro. Mas talvez se possa dizer isso de alguns políticos da nossa praça. Pela ânsia do poder e limite de horizontes de bem comum, tornaram-se incapazes de ouvir os outros, de respeitar a sua opinião, de captar o que nela pode enriquecer. Uma série de dogmáticos, ditos democratas, que não devem nada à humildade. Essa sim, é a verdade e o caminho para progredir nela. Quando os que estão na ribalta temperarem, com o respeito pelo outro, as suas opiniões livres, a sociedade fica mais rica e mais habitável.
Na política abundam os pequenos e escasseiam os de dimensão normal, que outra não é precisa. Mas, também, nos aficionados do futebol, nos debates públicos sobre temas diversos, nos fanáticos religiosos, que ainda os há por aí. 
Liberdade nunca é direito a agredir e ser diferente não é o mesmo que ser adversário. Uma sociedade, toda da mesma cor, é monótona e pobre.

António Marcelino

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O Transcendente Presente no Museu de Aveiro




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Bento Domingues escreve sobre um novo Papa



Não basta um novo Papa 
Bento Domingues

1. A preocupação única com o perfil do próximo Papa é ambígua. Pode dar a ideia de que as qualidades do novo Papa, humanas e sobrenaturais, irão resolver, por si só, as questões com que se debatem as comunidades católicas no mundo inteiro. 
Na memória de muitos católicos, e não só, a eleição de João Paulo II era uma primavera de promessas: novo, desportista, actor, assistente de movimentos juvenis, com uma capacidade de comunicação espantosa, confessava que o caminho da Igreja era a do ser humano e vinha de um país de Leste. 
Quando ficou irremediavelmente doente, as suas grandes qualidades foram celebradas, de novo, na sua capacidade sacrificial. Para esta mentalidade, renunciar seria uma traição ao vitalício carisma papal. Veio Bento XVI e, de repente, o importante era o Papa teólogo, capaz de dialogar com o pensamento moderno e, para alguns devotos, o maior pensador do século XX. O cardeal Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, não tinha mostrado grande respeito pelos seus colegas teólogos, nem capacidade ou vontade de diálogo com todos aqueles que tinham uma hermenêutica diferente do Vaticano II. Ele defendia a da continuidade, dizendo que os outros eram por uma hermenêutica da ruptura. Reduziu, de facto, a teologia a um comentário do Magistério. 
Tendo, porém, criado um vazio à sua volta, no mundo teológico, não associou ao seu governo as Conferências Episcopais, nem valorizou o papel dos Sínodos dos Bispos. Acabou por ficar confinado ao mundo da Cúria, com ferrugem de séculos, segundo D. António Marcelino, bispo emérito de Aveiro. 
Seja como for, pelo que consta, o seu legado na reforma da Cúria não parece brilhante, nem sequer aos olhos de Bento XVI. 

"Presente e Memória” no Museu de Aveiro

Encerra a 7 de abril 

Nossa Senhora do Rosário (séc. XVII)

Sonho de um futuro novo para a Igreja 


Integrada na Missão Jubilar, comemorativa dos 75 anos da restauração da nossa Diocese, está patente ao público, gratuitamente, no Museu de Aveiro, mais conhecido por Museu de Santa Joana, uma exposição de arte sacra, com obras provenientes das diversas paróquias. Trata-se de uma iniciativa de muito mérito denominada “Diocese de Aveiro: Presente e Memória”, que deve ser visitada por todos os diocesanos e pelos amantes da cultura, em geral, e da arte sacra, em especial, até 7 de abril, de preferência com o catálogo como cicerone. 
No texto de abertura do catálogo, que precisa de ser refletido, D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro, afirma, com propriedade, que esta exposição foi pensada como «elemento essencial da Missão Jubilar», e que teve como objetivo «trazer para novos átrios de contemplação o valor da arte e o testemunho da fé». 
D. António sublinha que esta mostra nos permite contemplar «as marcas do tempo», enquanto «nos revela a geografia da nossa terra, através deste olhar comum e simultâneo pelas cento e uma paróquias da Diocese», sendo «uma forma de evangelizar e um testemunho de missão». 
Mais adiante, no expressivo texto do nosso Bispo, pode ler-se que «O diálogo entre a Igreja e Sociedade passa necessariamente pelos caminhos abertos da Cultura, em que a Igreja soube tantas vezes ser pioneira». E acrescenta, em jeito de desafio: «Estejamos também nós disponíveis para fazer deste diálogo franco um serviço e um tesouro sem esquecer nunca que a arte transporta em si um mistério profético.» 
No final da sua mensagem, D. António Francisco dos Santos manifesta o desejo de «Que este valioso património da Igreja de Aveiro ofereça a todos os visitantes um momento de contemplação da beleza da terra, da memória do tempo e do sonho de um futuro novo para a Igreja e para a nossa terra, trabalhado pelo talento humano e abençoado por Deus!». 

Moliceiros no Canal Central

Moliceiros 

O Canal Central é, para quem vai ou passa por Aveiro, o ponto de encontro com a ria. É uma atração mágica sempre experimentada. E os moliceiros lá estão ao serviço do turismo, uns de crista ao alto e outros degolados. Pouco movimento, que o frio não permite tudo. Mas desta vez quero chamar a atenção dos serviços que superintendem na ria e que passam as licenças necessárias. Acho que devia haver um esforço para exigir o respeito pela imagem dos moliceiros. Mas hoje quero ainda acrescentar um pormenor. As ilustrações da proa e da ré deviam ser aprovadas pelas autoridades. É da história dos moliceiros que as ilustrações e respetivas legendas costumam ser feitas por artistas populares, com a malícia que só eles sabem transmitir. Pintura NAIF, é certo, com o seu encanto,  mas as legendas têm muito que se lhe diga, apesar da simplicidade. Em resumo: Qualquer moliceiro ao serviço do turismo teria de passar por um crivo que obrigasse ao respeito pelas tradições. 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Bento XVI deixa a cadeira de Pedro



Bento XVI deixa a cadeira de Pedro, mas continua com a Igreja. Direi que continua a sofrer com os que sofrem e com os que, dentro dela, não conseguem fugir às tentações, mas também se alegrará com as alegrias dos heróis, dos santos e de todos os homens de boa vontade, que lutam pela verdade, pela justiça e pela paz.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

“Aveiro deve muito a Orlando de Oliveira”

Li no DA





Maria Filomena Moreira, filha de Orlando Oliveira, escreveu sobre a vida do pai que, nos 15 anos que passou em Aveiro, muito fez pela cidade

"A sessão de apresentação da obra, escrita pela filha de Orlando de Oliveira - Maria Filomena Moreira -, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Élio Maia, e do director do Conservatório de Música, Carlos Marques, que procedeu a uma descrição sintética das marcas deixadas por este aveirense na sua passagem pela cidade.
“É, com certeza, um privilégio ter sido filha de Orlando de Oliveira, mas também é um privilégio para ele ter alguém que escreva para perpetuar a sua vida”, afirmava Carlos Marques, felicitando a autarquia aveirense por ter patrocinado a iniciativa. “Esta cidade é o que é hoje muito devido à passagem de Orlando de Oliveira por Aveiro”, sublinhava o director do Conservatório."


sábado, 23 de fevereiro de 2013

A dor e a morte não são a última palavra

As bem-aventuranças de um crente afável e crítico

José Gómez Caffarena

Era um homem muito educado, afável e atencioso. Invulgarmente penetrante e culto, um dos maiores especialistas em Kant, foi o filósofo da busca do enigma do Homem. Morreu, lúcido até ao fim, no passado dia 5, o dia em que fazia 88 anos. O jesuíta José Gómez Caffarena.
Falei várias vezes com ele, sempre amável e atento, esclarecendo dúvidas e problemas. A última vez que o vi, há dois anos, sabia que era a despedida. Convidei-o uma vez para vir a Portugal para um Colóquio. E falou sobre dois temas, com textos, excelentes: "Antropologia Filosófica: fenomenológica ou objectiva?" e "A Filosofia da Religião, uma mediação teórica importante". O que aí fica são apenas dois apontamentos e quer prestar uma homenagem a quem passou a vida dedicado à procura da verdade, no diálogo aberto, leal e crítico: pelo seu Instituto Fe y Secularidad, em Madrid, passaram todos os grandes intelectuais espanhóis, crentes ou não, como Pedro Laín, J. Aranguren, J. Sádaba, F. Savater. É preciso dar razões da própria fé e da esperança, o que implica a escuta das razões do outro. "Se um crente afirma na sua fé que existe uma verdade absoluta, afirma com isso que ele não a possui nem a pode possuir, pois está sempre a uma distância infinita dela. Deve admitir que, onde quer que um ser humano alcance algo de verdade, nessa medida também participa da Verdade Absoluta."