domingo, 9 de dezembro de 2012

A Caminho do Natal - 8



Estrela

Dá-nos Senhor, neste Advento, a coragem dos recomeços.
Não nos deixes acomodar ao saber daquilo que foi:
dá-nos largueza de coração para abraçar aquilo que é.
Afasta-nos do repetido, do juízo mecânico que banaliza a história,
pois a priva de surpresa e de esperança.
Torna-nos atónitos como os seres que florescem.
Torna-nos inacabados como quem deseja.
Torna-nos atentos como quem cuida.
Torna-nos confiantes como os que se atrevem
a olhar tudo, e a si mesmos, de novo
pela primeira vez.

Desenho: Rui Aleixo
Texto: José Tolentino Mendonça
Comunidade da Capela do Rato, Lisboa

sábado, 8 de dezembro de 2012

"O cais de todas as lágrimas dos portugueses"

A MULHER MAIS IMPORTANTE DE PORTUGAL?
Anselmo Borges



Uma vez, numa entrevista na rádio, um jornalista atirou-me: "qual é a mulher mais importante de Portugal?" E eu, naquela perplexidade de quando somos apanhados de surpresa: "Penso que é Nossa Senhora, Maria, a mãe de Jesus."
À distância e mais reflectidamente, julgo que respondi bem, pois é mesmo isso: Maria, a mãe de Jesus, Nossa Senhora, é, muito provavelmente, a mulher mais importante de Portugal e, possivelmente, até a mais influente. Pergunto a mim próprio o que seria a Igreja em Portugal sem Fátima e mesmo o que seria o país sem a Nossa Senhora. Frei Bento Domingues foi quem melhor definiu Fátima: "o cais de todas as lágrimas dos portugueses."

A Caminho do Natal - 7

J.R.

Natal... acontece

Já se sente por aí, o espírito de Natal! Paira no ar, nas luzinhas que piscam, nos pinheirinhos enfeitados de bolas e fitas coloridas, na esperança que se renova, em quase nada, em sonhos que se acalentam! 
Também eu tenho um pedido a fazer ao Menino Jesus que povoou a infância, cheia de fantasia. Em menina, contentava-me com pouco, uns meros chocolatinhos, embrulhados em “pratas” que eu colecionava, de tão inusitadas que eram. Era pequena, tinha pequenos sonhos! Hoje, já adulta, metro e meio de gente, já me acho uma pessoa grande! Os sonhos vão crescendo com a idade, logo, serão do tamanho de quem os tem! Como julgo que sou uma grande pessoa, (!?), tornei-me ambiciosa!
Como toda a gente, por esta altura, faz os seus pedidos de natal, também eu resolvi dirigir ao MJ (Menino Jesus), apesar de Ele dever andar muito atribulado, a atender os pedidos da maior parte das criancinhas. Estas são uma faixa da população que lhe facilita a entrega, pois... pendem muito para a mesma gama de produtos, quase todos oriundos do mesmo “armazém”: os PCs, as consolas, os telemóveis...
Como, nesse setor, tenho as minhas necessidades satisfeitas, que acho, aliás, coisas de pouca monta, decidi ser bastante mais audaciosa no meu pedido.
Este ano, pedi, veementemente, ao MJ, que me desse esta prenda, sem a qual o meu natal não terá significado: a presença do J.R. na ceia da consoada!
Não me refiro, apesar da minha simpatia pelos Americanos, ao famoso vilão da série “Dallas”, de seu nome Larry Hagman, no papel de J.R. Ewing. Este, o famoso protagonista da série que correu mundo, um homem de negócios sem escrúpulos e manipulador, está nos antípodas do meu verdadeiro J.R. – José da Rosa!
Confio na bondade ilimitada do Menino Jesus, para que o bacalhau da consoada, me saiba divinamente!

Mª Donzília Almeida

07.12.2012

Justiça que ama a sobriedade e cultiva a simplicidade

POR UM NOVO ESTILO DE VIDA
Georgino Rocha

Chega-nos um apelo forte vindo das margens do Jordão. É seu arauto João Baptista, o profeta precursor de Jesus. A sua voz surge como um grito de alarme, um convite à mudança de modos de vida, um apelo a transformações radicais. E junto ao rio, vai clamando em linguagem telúrica e metafórica: Endireitai o que está torto, alteai vales, abatei montes e colinas, aplanai arestas escarpadas, alinhai veredas e preparai o caminho do Senhor.
Esta mensagem interpelante recebe-a João de Isaías e serve de pórtico de entrada à missão de Jesus. É mensagem de urgência inadiável. “Está em jogo” a salvação que Deus oferece a quem a receber e for coerente, salvação que será vista por toda a criatura. Jesus confirma o alcance da pregação de João e abre-lhe horizontes inovadores. A comunidade cristã credibiliza o seu testemunho na medida em que lhe for fiel. Cada um de nós será autêntico discípulo se adoptar o estilo de vida correspondente.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A Caminho do Natal - 6


Foto do Cortejo dos Reis, Gafanha da Nazaré, 
2010, meu arquivo 

Natal

Um Deus à nossa medida…
A fé sempre apetecida
de ver nascer um menino
divino
e habitual.
A transcendência à lareira
a receber da fogueira
calor sobrenatural.

Miguel Torga
 (Diário)

A humildade


"A humildade nos faz fortes e sábios; o orgulho, fracos e tolos"

Niccolò Tommaseo 
(1802–1874)

Nota: Como vivemos numa sociedade onde a humildade pouco se sente, aí temos o resultado. Os fracos  e tolos enchem os nossos ambientes. É pena.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

D. António Francisco, Bispo de Aveiro há seis anos




D. António Francisco dos Santos vai comemorar, em 8 de Dezembro, Dia da Imaculada Conceição, o 6.º aniversário como Bispo de Aveiro. No mesmo dia, também comemora o 40.º aniversário da sua ordenação presbiteral. As duas datas vão ser recordadas e celebradas numa eucaristia, que terá lugar, no próximo sábado, pelas 19 horas,  na Sé de Aveiro.
Os diocesanos e amigos de D. António Francisco terão, nesta celebração, uma boa oportunidade  para se associarem ao nosso bispo, manifestando-lhe o carinho que ele perfeitamente merece. Poderá ainda servir para lhe testemunharem o seu apoio incondicional ao grande projeto em curso da Missão Jubilar, que em boa hora  implementou,  culminando em 11 de dezembro de 2013.

A Caminho do Natal - 5



Há muitos natais sem Natal

Ao abrir o baú das memórias, ela reparou que na sua vida, tinham acontecido muitos natais sem Natal. Muitos adventos sem espera(nça). Na sua vida, o Natal chegava sem alegria, sem disponibilidade, sem calor, sem sentido. 
Quem sente frio, procura calor que aqueça, quem sente solidão procura companhia que console, quem sente fome procura saciar-se, quem tem sede procura refrescar-se. E, um dia, o natal chega com Natal. Um Menino muito especial, vem trazer-lhe o calor que aquece, o aconchego que consola, a água que refresca e de alguma forma sacia-lhe a fome. Aquele Menino volta a dar sentido e significado ao seu natal. O menino deixou de nascer numa gruta fria e gelada e passou a nascer num cantinho do seu coração aquecido e aconchegado de bafos de carinho e de ternura. O Menino, tal como no tempo da sua infância, voltou a trazer-lhe prendas e trouxe-lhe a mais preciosa de todas: a possibilidade de abrir as janelas e agarrar novas formas de viver. 
Em todos os Natais, o Advento traz a esperança espelhada naquele Menino Deus que se fez Homem para mostrar aos homens qual o caminho. E o caminho passa pela mudança interior, pelo encontro com o outro, pela proximidade com Deus e com tudo o que somos e fazemos na nossa vida de todos os dias. 
Que o Natal do Menino Jesus aqueça o coração de todos nós. Para isso, temos que o deixar descer até ao último degrau da escada, degrau que dá acesso à porta da intimidade de cada um para que possa entrar, habitar e assim crescer dentro de nós. 

M. Lurdes Menezes

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Uma boa ideia

Li na RR



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Porque é que jovens sãos e escorreitos querem ser padres?


Realidade velha, problema novo?

António Marcelino

Na Semana dos Seminários interroguei-me. Porque é que jovens sãos e escorreitos, alguns já com cursos superiores, querem ser padres? A sociedade não ajuda, a comunicação social desajuda, muitas famílias militam contra ou sentam-se na indiferença, do ambiente permissivo só se podem esperar aves de capoeira a rasar o chão, muitas comunidades cristãs querem padre, mas nada fazem para que o possam ter. Não são muitos os jovens que lutam convictos e preocupados por um futuro mais liberto e que, sem desanimar, falam do que têm e do que vivem, sem nostalgias nem sonhos, sempre com realismo e esperança. Os tempos não são propícios a decisões que impliquem a vida toda, andada por caminhos com mais pedras do que bom asfalto. Se há jovens que, nestes tempos, querem ser padres e rumam ao arrepio do que se diz por aí fora, é sinal de que o húmus que fertiliza vidas não secou. Uma fé adulta e consequente, o sentido dos outros com significado de dádiva, a liberdade interior solta de amarras, o coração sensível que aprendeu a dar e a receber são campos onde se ouve o Senhor que chama e convida a seguir.
Ser padre por outros motivos, razões e sonhos seria caminhar para a desilusão. Porém, a doação aos outros, por amor, é caminho de felicidade e de paz. Cristo calcorreou esse caminho e deixou-o aberto para a Igreja e para os que nela mantêm, por força da fé, a alegria de ser discípulos.

Ainda a propósito de "Câmara Clara"

Um texto de Vasco Graça Moura, 
no DN

«Na Câmara Clara tem-se vindo a falar despretensiosamente de tudo e mais alguma coisa, num programa destinado a toda a gente, mas sem nivelar as abordagens pelo mais baixo e prestando atenção ao que de mais inovador, ou de mais importante nas matérias consideradas, se ia passando entre nós.
Paula Moura Pinheiro ganhou uma grande experiência na condução da conversa com os seus convidados, sabendo pô-los à vontade e pontuar inteligente e expressivamente o que eles iam dizendo nas entrevistas que lhes fazia. Como excelente profissional da televisão, também sabe ser comunicativa e partilhar uma natural boa disposição com os telespectadores, ajudando a inculcar nos seus espíritos a ideia de que a cultura não é uma sensaboria execrável e maçadora e pode até ter momentos luminosos num simples magazine de televisão.
Não faço a mínima ideia sobre se a produção do programa é cara ou barata, embora me pareça que não deve ser cara, dada a relativa exiguidade de meios envolvidos e a ausência total de cachets aos convidados.»
 
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A Caminho do Natal - 4


Neste Advento procurar a beleza de Deus

A bênção de Aarão augurava a cada crente israelita: «O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face» (Números 6,25), palavras que celebram e despertam a beleza de crer.
Imaginar que Deus tem um rosto que refulge, luminoso, significa afirmar que Deus é beleza, que tem um coração de luz.
A nossa tarefa mais urgente é repintar o ícone de Deus: descobrir um Deus luminoso, um Deus solar, rico não de tronos e de poderes, mas aquele cujo verdadeiro tabernáculo é a luminosidade de um rosto, o Deus de grandes braços e com um rosto de luz, o Deus finalmente belo, presságio de alegria.
Deus já não pode ser empobrecido ou diminuído pelas culpas do homem. Ele é energia, futuro, sentido, mão viva que toca nos olhos e os abre, e, onde Ele se poisa, traz luz e faz nascer. Das suas mãos flui a vida, como rio e como sol, jubilosa e imparável.
Deixamos um convite para empreender uma viagem rumo ao rosto belo de Deus, para uma pesquisa onde a viagem é verdadeira; sobre ela, uma estrela polar e, ao longo da rota, algumas regras de navegação:

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A Caminho do Natal - 3

BILHARACOS À MODA DA GAFANHA



 Ingredientes ...

2 Kg de Abóbora 
Raspa de 1 limão 
400 g de Açúcar 
200 g de farinha de trigo 
3 ovos inteiros 
Canela q.b. 
1 cálice de aguardente. 

Como se faz ... 

Cozer a abóbora na véspera, com alguma água e uma pitada de sal. 
Depois de cozida, coloca-se dentro de um pano pendurado, a escorrer. 
Vinte e quatro horas depois prepara-se a massa, misturando todos os ingredientes. 
Fazem-se pequenas bolinhas dessa massa que vão a fritar em óleo abundante e a elevada temperatura. 
Tirados da fritadeira, os bilharacos são escorridos e colocados numa travessa onde são polvilhados com açúcar e canela.

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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Escola Secundária: Um novo edifício para novos tempos

Sala de convívio dos alunos

A visita guiada ao renovado e ampliado edifício da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, com 850 alunos e 112 docentes, tendo como cicerone o professor António Rodrigues, fez-nos recuar décadas, até aos tempos de pobreza incrível em muitíssimas escolas do nosso país, onde bons edifícios e melhores condições de trabalho, para professores e alunos, eram sonhos praticamente irrealizáveis, sobretudo ao nível do Ensino Primário, como então se dizia. Sem empregados de limpeza nem contínuos, sem aquecedores nem iluminação elétrica, com turmas de classes diferentes, sem material didático adequado. Uns mapas, carteiras quase sempre mais do que usadas, sem sanitários ou, quando os havia, frequentemente impróprios e anti-higiénicos. Era, realmente, uma pobreza, só compensada pela dedicação dos docentes. Hoje é diferente, para benefício de todos. Ainda bem. 
Entrei no novo edifício e fiquei extasiado. Amplos corredores e tudo bem iluminado, com recurso a novas tecnologias, luz direta em inúmeros espaços, salas de aula com todos os requisitos para uma excelente prática do ensino e aprendizagem, preparadas para projeções, condições acústicas estudadas ao pormenor, ginásio para tudo o que lhe é próprio e para conferências e audições musicais, pavilhão para desporto, laboratórios integrados nas zonas de aula. E salas de professores e alunos, com bar e recantos de convívio e de trabalho, e salas para receber pais de alunos, e secretaria espaçosa, e gabinetes ajustados às realidades, e biblioteca que se pretende com vida, e campos ao ar livre, e zonas verdes com passeios, e cobertos para muitas bicicletas. Enfim, uma escola para os novos tempos, de preferência sem crises. 

FM

NOTA: Entrevista com a presidente da Comissão Administrativa para breve

A Caminho do Natal - 2



Presépio (rede Global)

NATAL

Sobre a palha loura
Dorme a rir, Jesus:
Tudo a rir se doura
De inocente luz.

Há no olhar etéreo,
Do boizinho bento
Sonhos de mistério
Num deslumbramento...

Chegam pegureiros:
Chegam-se ao redor,
Tal e qual cordeiros
Para o seu pastor.

Anhos que vêm vindo
Põem-se a meditar;
Que zagal tão lindo
Para nos guiar!

Ajoelham magos,
Êxtase profundo!...
Com os olhos vagos
No Senhor do Mundo...

E a banhada em pranto
Mãe se transfigura,
Por divino encanto,
Numa virgem pura.

Guerra Junqueiro

domingo, 2 de dezembro de 2012

Pessoas que nos marcam...

Maria Donzília Almeida 


Para Samuel Ribau, 
no dia do seu  aniversário 
 3 de dezembro 

“Há palavras que nos beijam 
como se tivessem boca...” 


Ocorrem-me à mente, as palavras de Alexandre O’ Neill, no contexto das recordações...de gente que me marcou, indelevelmente, pela positiva. Parafraseando o poeta, eu diria que há pessoas que nos tocam, como se fossem veludo! 
No meu percurso profissional, houve alunos que se insinuaram na minha prática docente e para sempre deixaram o seu rasto. 
Numa época, de tão pouco apego, à escola, da parte da malta miúda, numa era de indisciplina institucionalizada, em que é necessário criar dispositivos de controle e mediação dos casos emergentes, retempera a alma recordar! 
Neste contexto da escola atual, recordo um petiz, filho desta gente de boa cepa da Gafanha e que se distinguiu da massa amorfa que muitas vezes preenche as salas de aula. Era um rapazinho vivaço, no bom sentido e que de muito cedo emergiu do grupo em que se movimentava. 
Fez um percurso escolar, certinho, como se diz em gíria docente e direi eu, que fui sua teacher, um percurso brilhante. Revelava muita facilidade nas aprendizagens, possuía um raciocínio arguto e acima de tudo, não era um betinho! Tinha as suas brincadeiras, como qualquer criança, alinhava nos jogos e atividades do recreio e partilhava, na sala de aula, o seu saber. A sua facilidade na aquisição de conhecimentos, permitia-lhe ajudar, os colegas, menos dotados intelectualmente. Era um querido, pensavam e diziam todos! Hoje, passados 15 anos, a frequentar o curso de Engenharia Civil na UA, é o mesmo Samuel Ribau de sempre! Com uma formação moral e humana, pouco comuns, nos dias de hoje, concilia uma panóplia de atividades. 

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

Combate à recessão litúrgica (II)





Dia 1 de Dezembro

Maria Donzília Almeida



Há quatro séculos atrás, houve um homem de estatura que restituiu a Portugal, a independência perdida, aquando da morte de D. Sebastião. Hoje, volvido todo esse tempo, num país moribundo, a estrebuchar, faminto, não haverá um homem, com... os neurónios no sítio..... que o devolva à sua vilipendiada dignidade?
Hoje, a conversa entre o Zé da Rosa e a sua interlocutora versou a data da restauração da independência e a envolvência histórica que Portugal atravessava.
E, com a memória a fazer jus a uma clarividência e cultura surpreendentes, o Zé discorreu e evocou os vários acontecimentos dessa data.
A morte de D. Sebastião, em 1578, em Alcácer-Quibir, apesar da sucessão do Cardeal D. Henrique -1580, deu origem a uma crise dinástica. Nas Cortes de Tomar de 1580, Filipe II de Espanha é aclamado rei de Portugal, Filipe I de Portugal.
Filipe I e os seus sucessores, Filipe II e Filipe III, não respeitaram o que fora combinado nas Cortes de Tomar.
A interlocutora bebia-lhe as palavras.

A Caminho do Natal - 1

Anunciação. Robert Campin - 1420-1440

A Caminho do Natal vai ser uma rubrica que eu desejo diária, com tudo o que for possível e estiver ao nosso alcance e diga respeito ao tempo de Avento e Natal que agora se inicia. Conto com a colaboração de amigos e leitores habituais do meu blogue, sempre com a marca do positivo, do belo, do bom e do otimista, na esperança de uma sociedade mais cristã e, por isso, consequentemente, mais fraterna. O convite aqui fica. 
A colaboração ou as propostas de publicação, quiçá de artistas muito conhecidos ou menos conhecidos, podem revestir as mais variadas expressões da literatura, do ensaio, da pintura, da arquitetura e da escultura, estas últimas representadas pela arte fotográfica. 
Fico, pois, a aguardar os vossos contactos, na certeza de que no dia-a-dia haverá sempre algo de novo. 
Votos sinceros de um Advento cheio de paz, rumo ao Natal de amor e de verdade, tendo o Deus-Menino como novo ou renovado horizonte que há de acalentar os nossos corações e as nossas vidas. 

Fernando Martins

sábado, 1 de dezembro de 2012

"Câmara Clara" vai acabar



Paula Moura Pinheiro anuncia fim de Câmara Clara em Dezembro

«O programa cultural Câmara Clara, que semanalmente é transmitido na RTP2, e o Diário Câmara Clara, não vão fazer parte da grelha da programação do canal em 2013. Em comunicado, a jornalista Paula Moura Pinheiro anunciou esta sexta-feira que no final de Dezembro os dois formatos vão acabar.
Esta é, assim, a confirmação do fim do programa, depois de já no Verão se ter falado nessa possibilidade, devido aos cortes orçamentais na estação pública. No comunicado, Paula Moura Pinheiro revela que a decisão de terminar os dois programas já não é recente, tendo sido comunicada ao ex-director de programas do canal, Jorge Wemans, “em Junho deste ano, quando era ainda director da RTP2”.»

Ler mais no PÚBLICO

NOTA: O problema que se levanta é muito simples: Quando de fala de Serviço Público, fala-se de programas que normalmente não passam nas televisões generalistas, com regularidade. A RTP2 cumpria esse papel. Por isso, na minha ótica, um canal como este tem mesmo razão de ser. Fechando  "Câmara Clara", ficamos privados de um programa de expressão artística e ou cultural. Lamento que isto aconteça, numa altura em que andamos à procura de assuntos que nos elevem. Sei que a crise económica e social está a aumentar, mas também sei que os valores culturais precisam de ser preservados.

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1.º de Dezembro


Celebra-se hoje o 1.º de Dezembro. Penso que ainda é feriado, mas o anúncio da sua extinção, a partir do próximo ano e durante não sei quantos anos, terá ditado o seu fim prematuro. A memória dos portugueses começa a ficar curta e o que importa, a nível de feriados de cariz religioso ou cívico, é o lazer e os dias sem trabalho, também importantes, aliás. 
Ficam uns feriados e terminaram a sua vigência uns tantos. É sempre discutível a importância dos mais significativos numa sociedade multifacetada como a nossa. Para alguns portugueses, os crentes, os religiosos seriam mantidos, mas os não crentes viveriam provavelmente muito bem sem eles. De qualquer forma, uns e outros têm a sua razão de ser. Os cívicos, admito eu, serão mais consensuais.
Cá para mim, o 1.º de Dezembro, que comemora, para quem não sabe, a restauração da nossa independência, cerceada durante 60 anos pelo jugo filipino, seria de manter. A revolta dos conjurados, neste dia de 1640, traduz a força, a coragem e a determinação da nossa identidade face ao opressor. Todo o povo rejubilou com a proclamação da nossa liberdade. Exceto, naturalmente, os vendidos aos reis de Espanha, que puseram acima dos interesses pátrios os seus interesses pessoais. Ontem como hoje, infelizmente. 
Penso que a nossa história não pode ser esquecida pelas atuais e futuras gerações. Em minha modesta mas livre opinião, o 1.º de Dezembro devia ocupar um lugar de honra na vida cívica portuguesa, pela riqueza do seu simbolismo. Qualquer movimento que se organize nesse sentido poderá contar com o meu voto. 

FM 

Nomes portugueses: o passado e o presente

Li no ionline

Nomes portugueses. 
Manuel é passado e Maria será sempre Maria
 Kátia Catulo


A evolução dos nomes ao longo de um século mostra que os portugueses não gostam de mudanças

«Um século de distância separa Manuel de Rodrigo. Manuel fica na história como o nome mais popular em Portugal nas décadas de 20 e 30, segundo os números do Instituto de Registos e Notariado. Rodrigo é, em 2012, o preferido entre os rapazes, de acordo com os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística. Maria será sempre Maria. Mesmo que os anos passem e as modas sejam fugazes. O nome feminino atravessou seis décadas do século passado na liderança e chegou ao topo sem precisar de segundos nomes (ver infografia nas páginas ao lado).

Ao percorrer a tabela dos nomes próprios mais usados entre os portugueses percebe-se como as lideranças são estáveis. São quase sempre os mesmos a lutar pelo poder. Manuel e José estiveram seis décadas a brigar pelo primeiro lugar, mas na viragem do milénio foi João que ganhou. Os reinados não são eternos e a sorte de João esfumou-se em 2007, quando Rodrigo entrou em cena e usurpou o trono, a partir de 2009.»

Sociedade multicultural e em mudança

Li no DN

Elogio da humanidade das Humanidades 
Anselmo Borges 


Nestes tempos de crise profunda e de exaltação da sociedade científico--técnica e do economicismo, muitos perguntam-se pelo lugar das Humanidades na sociedade contemporânea. 
A breve reflexão que aí fica inspira-se numa excelente conferência do colega João Maria André para os jovens estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em início de ano lectivo. O seu objectivo era demonstrar que "vale a pena investir numa formação humanística para fazer face ao mundo em mudança e às transformações macroparadigmáticas" da nossa actual sociedade. 

É importante dar "cátedra" aos não crentes


A cátedra dos não crentes 
e o átrio dos gentios
António Marcelino

«Era importante dar “cátedra” aos não crentes, ou seja, proporcionar-lhes espaço e tempo próprio para se exprimirem livremente e ouvirem quem bebesse do Evangelho, mais do que de regras e proibições canónicas. “Cátedra dos Não Crentes”, assim se chamou esta audaciosa iniciativa, à qual o Cardeal Martini, ele próprio, não se furtou a dar a cara no diálogo longo com Umberto Eco. Ficou a coragem em livro, também publicado em português, com o título expressivo “Em que crê quem não crê”. Pela Cátedra de Milão, uma iniciativa regular e cíclica, passaram filósofos e pensadores, ateus e agnósticos, indiferentes satisfeitos e gente ansiosa de verdade.» 

Olhemos para o nosso mundo interior


TENDE CUIDADO CONVOSCO
Georgino Rocha

Esta recomendação é feita por Jesus no ensinamento que encerra o seu ministério em Jerusalém. Quem a escuta fica com muitos “sabores de boca” e interrogações na mente. Será advertência premonitória e exortação à vigilância? Alarme despertador da consciência face ao que está a acontecer e preanuncia o rumo do futuro? Convite/apelo a que se tome a vida a sério e se passe da indiferença vulgarizada à observação crítica em ordem a compreender a realidade envolvente?!
Além deste “leque” multicolor de possibilidades, o narrador do episódio – Lucas, o médico escritor – destaca alguns elementos que Jesus terá aduzido e que surgem “enroupados” numa linguagem especial, própria para iniciados, a apocalíptica. O ponto de convergência de todos está centrado nas “coisas” últimas do tempo histórico e no advento das realidades futuras.