segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ex-Acólitos da Gafanha da Nazaré vão confraternizar

Ex-Acólitos da Gafanha da Nazaré vão confraternizar, com jantar marcado no restaurante O Porão, junto à igreja matriz, para o dia 26 de novembro. Compreende e aprecio estas confraternizações porque elas significam saudades de bons tempos vividos pelos convivas em determinadas actividades partilhadas em comum. É já o quarto jantar que este grupo leva a cabo, esperando eu que tudo decorra como eles desejam.
Os interessados devem proceder à sua inscrição por correio electrónico, para o endereço nuvempositiva@gmail.com, até ao dia 24 de Novembro.

SEM-ABRIGO VAI MESMO PARA A CADEIA?

A Justiça vai julgar um sem-abrigo que foi apanhado a roubar uns chocolates num conhecido supermercado. O segurança conseguiu reaver os chocolates, mas nem assim o sem-abrigo pode livrar-se da tentativa de furto. Anda a monte, mas não escapará, porque a nossa Justiça tem a noção dos seus deveres.
É claro que roubo é roubo e, portanto, ninguém pode ficar acima da lei. De certeza que o homem sabe disso, mas a fome talvez o tivesse levado a cometer o crime.
Também é claro que a nossa Justiça tem algumas singularidades. Se em vez do sem-abrigo fosse um indivíduo com dinheiro, jamais haveria julgamento e muito menos cadeia. Bons advogados, recursos em cima de recursos, requerimentos e mais requerimentos, e entretanto o caso prescreveria. Mas como é um sem-abrigo, sem cheta para pagar a um bom causídico, arrisca-se a malhar com os ossos na cadeia. Se calhar é mesmo isso o que ele quer neste momento. Ao menos fica uns dias com tacho garantido.
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A TROIKA JÁ ESTÁ POR CÁ...

A Troika aí está para mais uma avaliação ao trabalho dos nossos políticos. Decerto já ouviu falar que está a ser debatida, entre o Governo e o PS, a hipótese de aos funcionários públicos e aposentados desta área apenas se cortar um subsídio. Tudo, pensa-se, já estará agendado, conforme disse o Prof. Marcelo, mas com a Troika a decisão não será assim tão linear. É ela quem manda nesta fase do campeonato, quer queiramos quer não.
Uma vez que não nos soubemos governar, por ignorância ou incompetência, então teremos de obedecer a quem devemos o dinheiro que gastámos ou esbanjámos, como meninos que nunca se entenderam com mealheiros. Falamos muito, mas a Troika já saberá o que fazer, quando chegar a hora de nos deixar por aqui a sonhar com menos cortes...
Temos de nos convencer que os senhores dos créditos estão mais preocupados em receber o seu dinheirinho do que em evitar cortes salariais aos funcionários públicos e aposentados. E se começarmos a protestar muito, já sabemos qual vai ser a sua reação, que será a mesma que usaram na Grécia: a porta está aberta para quem quiser sair do EURO.

O QUE É MAIS IMPORTANTE NA RELAÇÃO DA IGREJA COM A CULTURA?





Alice Vieira: Pastoral da Cultura usa «linguagem nem sempre acessível a todos». «Penso que a Pastoral da Cultura está com muita força e a fazer um bom trabalho mas por vezes usa uma linguagem nem sempre acessível a todos. Temos de pensar que há muitas camadas diferenciadas de pessoas, pelo que é importante chegar a todas e que todas cheguem a nós, sem afastar ninguém.» 

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PÚBLICO de hoje: Coroa de Nossa Senhora de Fátima

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domingo, 6 de novembro de 2011

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 262


DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 45 



SALTANDO DO SELIM COM RITMO 

Caríssima/o: 

Vem do lado do Forte; boa velocidade! 
Quase se não senta! Mal toca no selim! 
Pedala furiosamente! 
E afogueado, vermelho. 
Parece que está a participar na volta a Ílhavo! 
Até, se não me engano, há lágrimas nos seus olhos! 
Mas continua a pedalar. 
E ele que é tão folgazão, nem adeus diz, nem acena! 
Lá vai na sua corrida desenfreada, furiosa. 

O amigo que me faz companhia sentado no muro das Portas d'Água também estranhou: 
- Não, ali há coisa! Deve ter feito alguma aposta! 
É que o nosso homem já nem se via. 

No dia seguinte, a cena repetiu-se. Mas agora dava duas-três pedaladas, levantava-se, ... ia rolando a aproveitar o balanço e... lá se sentava.... Para logo a seguir, duas-três pedaladas, levantar... 
Seguiu até ao Forte. Passado algum tempo, retornou e a cena repetia-se: duas-três pedaladas, levantar, rolar... e sentar. 
Passou por nós sem olhar, com as lágrimas a correr pela face e a ... rugir. 

Mau! Aguçou-nos a curiosidade, mas ninguém teve coragem para se meter com ele. 
Pelo contrário, a chacota era dominante e, ganhando-lhe o jeito, uma-duas-três pedaladas, levantar, rolar e voltar a sentar! 

Andávamos nisto com gosto e sonoras gargalhadas, que o jogo prometia, quando passou a alta velocidade e, lançando um urro, nos atirou: 
- O que vos falta é o ... furúnculo, seus garotos! 

Manuel         

Uma reflexão para este domingo



VIGILANTES E ACTIVOS
Georgino Rocha


Insensatas, umas, e prudentes, outras. Assim se divide o grupo das jovens que aguardam a chegada do noivo da amiga. Néscias, umas e sábias, outras. Qual o critério para esta distinção, se o grupo todo se diverte durante o tempo da espera, se está apetrechado com as lanternas para iluminarem o cortejo nupcial, se escuta o mesmo anúncio, sente o correspondente apelo e entra num mesmo corrupio: “Eis que chega o noivo, ide ao seu encontro”?
Jesus, o autor das parábolas agrupadas numa só pela comunidade de Mateus por razões que têm a ver com a compreensão da última vinda do Senhor, quer dar uma resposta clara aos discípulos preocupados com a chegada do reino dos Céus e com os sinais que a manifestam. E a resposta começa assim: “Cuidado, para que ninguém vos engane” e prolonga-se por uma série de ensinamentos apresentados em parábolas, sentenças, recomendações. O cenário, onde esta “catequese” ocorre é o Monte das Oliveiras que, segundo a tradição, seria o espaço assinalado para esse derradeiro acontecimento. Aqui tem início, pouco tempo depois, o drama da paixão que leva Jesus à morte e à ressurreição.

sábado, 5 de novembro de 2011

Passagem por Pardilhó para recordar outros tempos

Monumento ao emigrante, com matriz, dedicada a S. Pedro, ao fundo

Aspeto do largo do centro de Pardilhó

Outro aspeto do largo 


De passagem por Pardilhó, a que me ligam tantos laços familiares e amigos, recordei, mais uma vez, tantas férias que lá vivi, com esposa, filhos pequenos e depois jovens. A Lita tem as suas raízes naquela simpática freguesia de gente cordata. À memória acudiram rostos, conversas e pessoas que já não estão fisicamente entre nós. Gente importante da terra e migrada em Lisboa e noutras paragens que vinha muito à terra natal. O largo de Pardilhó, com dois espaços distintos, era uma autêntica sala de visitas, onde confluíam diversas artérias dos vários cantos da freguesia. Por ali vi gente grada que em Lisboa se tornou importante e famosa, como os Ruela Ramos e Fernando Assis Pacheco, casado com uma pardilhoense. O Bispo Ferreira da Silva e seu irmão Monsenhor Ferreira da Silva também  se tornavam notados quando vinham a Pardilhó. Entre muitos outros, claro. 
O largo, com nome de Egas Moniz, esse mesmo do Prémio Nobel da Medicina, ficou  mais bonito e acolhedor com obras recentes. Egas Moniz foi educado em Pardilhó pelo seu tio, abade da paróquia de S. Pedro. Daí a ligação do sábio a esta terra.


Ver registo dessas férias  aqui

Poesia para este tempo


NO MEU PAÍS NÃO ACONTECE NADA

No meu país não acontece nada
À terra vai-se pela estrada em frente
Novembro é quanta cor o céu consente
Às casas com que o frio abre a praça.

Dezembro vibra vidros brande as folhas
A brisa sopra e corre e varre o adro menos mal
Que o mais zeloso varredor municipal
Mas que fazer de toda esta cor azul

Que sobre os campos neste meu país do sul?
A gente é previdente tem saúde e assistência cala-se e mais nada
A boca é pra comer e pra trazer fechada
O único caminho é direito ao sol

No meu país não acontece nada
O corpo curva ao peso de uma alma que não sente
Todos temos janela para o mar voltada
O fisco vela e a palavra era para toda a gente

E juntam-se na casa portuguesa
A saudade e o transístor sob o céu azul
A indústria prospera e fazem-se ao abrigo
Da velha lei mental pastilhas de mentol

O português paga calado cada prestação
Para banhos de sol nem casa se precisa
E cai-nos sobre os ombros quer a arma quer a sisa
E o colégio do ódio é a patriótica organização

Morre-se a ocidente como o sol à tarde
Cai a sirene sob o sol a pino
Da inspecção do rosto o próprio olhar nos arde
Nessa orla costeira qual de nós foi um dia menino?

Há neste mundo seres para quem
A vida não contém contentamento
E a nação faz um apelo à mãe
Atenta a gravidade do momento

O meu país é o que o mar não quer
É o pescador cuspido à praia à luz do dia
Pois a areia cresceu e o povo em vão requer
Curvado o que de fronte erguida já lhe pertencia

A minha terra é uma grande estrada
Que põe a pedra entre o homem e a mulher
O homem vende a vida e verga sob a enxada
O meu país é o que o mar não quer

Ruy Belo

NOTA: Sugestão do caderno ECONOMIA do EXPRESSO de hoje

Livro polémico e ponto de partida para o debate, que vai obrigar a um melhor e maior conhecimento de Jesus



“O Último Segredo” – 2 
Anselmo Borges 

Continuo a apresentação de O Último Segredo. Depois do que escrevi aqui na semana passada, desafio José Rodrigues dos Santos a retirar o que escreve na página 11: "Todas as citações de fontes religiosas e todas as informações históricas e científicas incluídas neste romance são verdadeiras." Lanço esse desafio, porque essa afirmação leva a um sem número de ambiguidades e equívocos e, assim, não é verdadeira. Afinal, a que informações históricas e teológicas se refere como verdadeiras? Também a afirmação "São milhares de erros a infectar a Bíblia", "incluindo fraudes"? Quais fraudes? O que valem, por exemplo, o sepulcro de Talpiot e os ossários descobertos? Os cristãos não habitam todos no asilo da superstição e da ignorância e, como já disse, não baseio a fé na ressurreição no túmulo vazio...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A independência dos Estados da UE

A Gréca informou a UE que já não vai avançar com qualquer referendo para decidir sobre o respeito pelas exigências da Troika. Esta decisão mostra claramente como os países da UE vão perdendo a sua independência a partir de setor económico e financeiro. Hoje pelas medidas impostas pela Troika e amanhã por outras razões.
Há tempos, disse neste meu espaço que Portugal não existia há mil anos e nada nos garantia que dentro de umas centenas ainda cantássemos o Hino Nacional ou respeitássemos a Bandeira verde-rubra. Alguns amigos caíram-me em cima contra aquilo que apelidaram de um pessimismo injustificado. Pois é. Agora da Grécia e um dia destes de um outro membro da UE.

500 anos não são nada na história


 Malaca

Portugal ao longe
António Rego

Mesmo sem se entender a língua, 
ou falando um português 
do tempo de Afonso de Albuquerque, 
há um povo que aí encontra 
a sua identidade, 
a venera, reza e ama 
com um enternecimento 
comovedor 


500 anos não são nada na história. Andar 12 mil quilómetros de avião aos solavancos, chegar a um lugar, ver uma pequena fortaleza, dois barquinhos a percorrer a cidade como se fossem duas imagens de santos, os jovens numa correria para os acompanharem, alguns mais tisnados, junto ao mar a cantar melodias portuguesas tão distantes do original nas palavras como nas melodias, as casas marcadas por uma cruz, o bairro conhecido tanto como português, como cristão, faz, a quem chega, ainda que não seja pela primeira vez, estremecer de emoção por o povo a que pertence ser o mesmo que ali vive naquele bairro simples de pescadores.

MUÇULMANOS VIVEM NA EUROPA COM OS MESMOS DIREITOS DOS EUROPEUS

D. Louis Sako

«No Iraque, é o contrário. Os cristãos não têm direitos, mesmo os que lá nasceram. Não gozam de liberdade religiosa, vivem sob ameaça e são constantemente alvo de violência. A pressão sobre eles é tão grande que, ao recusarem converter-se ao islão, arriscam a própria vida. Ou seja: estão na sua própria terra, são cristãos e morrem por causa disso.
Por cá, ao abrigo da chamada tolerância, os muçulmanos constroem mesquitas e manifestam-se como querem. E é assim que está certo: a defesa dos direitos humanos, nomeadamente, da liberdade religiosa deveria ser o melhor cartão de visita do Ocidente cristão.
Então, porque não nos batemos pela reciprocidade? Se respeitamos em nossa casa os direitos dos muçulmanos, bem podiam os muçulmanos fazer o mesmo com os direitos dos cristãos.
Nestes dias, o grito dos nossos irmãos iraquianos brada aos nossos ouvidos, pela voz do Arcebispo de Kirkuk. Monsenhor Louis Sako está em Portugal para dar testemunho.
Desde 2003 até agora, 54 igrejas foram atacadas e 905 cristãos perderam a vida. Os dados são alarmantes e revelam como está em risco o futuro dos cristãos no Iraque. Mas igualmente grave é o desabafo com que Monsenhor Sako terminou a sua intervenção em Lisboa: “Francamente, não percebo como é que os cristãos na Europa são tão indiferentes e têm vergonha da nossa fé”.»

Aura Miguel

Na RR online, de 4 de novembro de 2011


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

No litoral aveirense, o mar foi visitar a ria

O Ângelo teve a gentileza de me enviar fotos que mostram o mar a saltar para a ria de Aveiro. Estaremos todos, sobretudo o gafanhões, em perigo?






Filarmónica Gafanhense comemora o 175.º aniversário




A Música Velha foi fundada em 1836


Decorria o ano de 1885, quando um grupo de Ilhavenses, tendo como mestre João da Conceição Barreto, reorganizou e contribuiu para novo baptismo da banda que passou a designar-se Sociedade Filarmónica Ilhavense.
Mário Catarino foi também regente, embora por pouco tempo, sendo substituído pelo seu conterrâneo Armando da Silva, que no seu tempo, em Maio de 1934, alterou a designação social para Sociedade Musical Filarmónica Ilhavense (Música Velha).
Até meados de 1972 muitos foram os regentes que dirigiram a Associação, tendo nesse mesmo ano sido criada a Escola de Música Gafanhense, na Gafanha da Nazaré, pois era daqui que provinham muitos dos jovens com vontade de aprender música.
Em 1986, a Associação Musical Filarmónica Ilhavense festejou os seus 150 anos de existência, tendo realizado a Escritura de Constituição, na Secretaria Notarial de Aveiro, a 24 de Abril desse mesmo ano.

... Um dia a fé revela-se


Encontrar a fé perdida

«A fé católica pode esconder-se atrás de perguntas difíceis, como a que um dia Clara Costa disparou à catequista: «Se Deus está em todo o lado, para que serve a confissão? Não posso simplesmente voltar-me para uma parede e dizer o que tenho a dizer?» Pode também surpreender os mais incrédulos, em momentos difíceis de desorientação e dor. Ou pode revelar-se simplesmente, quando alguém olha para dentro de si e percebe ter «a felicidade» - assim o dizem - de acreditar. Não é um caminho linear. Há quem se zangue, quem se afaste, quem resista, quem a deixe adormecer ou viva muitos anos sem dar por ela. Mas, se existe, um dia a fé revela-se.»

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

UM LIVRO DE ANTÓNIO CHRISTO: "CAPELAS DE AVEIRO"



Com edição da ADERAV, foi publicado em 1989 um livro do aveirense ilustre António Christo, com "h", como consta do assento do batismo e se lê na autobiografia do autor, elaborada com graça e inserida neste trabalho. O livro, intitulado "Capelas de Aveiro", tem prefácio e notas de Amaro Neves. Do plano do autor, que contemplava 38 capelas, oratórios, nichos e grutas, apenas foram publicadas 20 capelas, quatro oratórios e uma gruta, trabalhos estes que viram a luz do dia no semanário Litoral, de que foi fundador e diretor David Christo, irmão de António Christo.
Apesar de tantos anos passados sobre a publicação em livro deste trabalho, só agora descobri a oportunidade de o ler e fi-lo com gosto. A abrir, o prefácio de Amaro Neves é deveras elucidativo, pelas informações que nos oferece e pelos motivos que suscita. Desde logo, pela recordações que nos levam até ao autor, um aveirense que se deu a Aveiro e suas gentes de alma e coração, com o seu envolvimento em inúmeras instituições dos mais variados objetivos.
Amaro Neves, também ele um historiador de reconhecidos méritos, dirigiu na altura palavras de estímulo aos novos estudiosos para que, "levados pelo amor de Aveiro", sigam o exemplo de António Christo. Julgo que, tal como em 1889, as palavras de Amaro Neves se mantêm atuais.
Desta leitura retiro ainda a ideia de que as comunidades esquecem depressa os que mais a elas se entregam e por elas lutam. Quero com isto dizer que não faltam políticos que são recordados como gente grande e digna de destaque nas praças públicas, porventura com razão. Outros, que não navegam nessas águas, caem facilmente no esquecimento.
A obra apresenta-se bem ilustrada. É natural que a edição esteja esgotada, mas se puderem lê-la, verão que vale a pena. Como curiosidade, oferece ainda a autobiografia do autor, de leitura muito saborosa.
FM

Diálogos na Cidade


TORREIRA: à espera da maré


Um dia destes, de outono cinzento com chuva incomodativa, passei pela Torreira ao jeito de matar saudades. Em tempos de férias vividas em Pardilhó, Torreia era sempre visita obrigatória, com mar frescote, mas apetecível em época de canícula. De modo que aqueles ares, de mar e ria, de pescadores e varinas, de turistas e americanos de regresso às origens, permanecem fixos no meu espírito e nos meus olhos guardadores de memórias. 
Nesta visita, de pouca gente e menos turistas ainda,  deu para saborear, nos silêncios cortados pelas ondas e pela maresia, velhas recordações com minha esposa Lita, que traz também, porventura mais vivas do que eu, as lembranças da Torreira da sua infância e juventude. Na ria, quieto em puro descanso, dei de caras com este barco de pescadores à espera da maré. Para mais uma faina da pesca na laguna, que sustenta, desejaria eu com abundância, gentes da Torreira.

Ainda o livro de José Rodrigues dos Santos “O Último Segredo”


Romance, ciência, história e fé
António Marcelino

Conhecemos a história do sapateiro que falava de tudo e que, com este modo de agir, dizia, por vezes, coisas menos certas, senão mesmo disparates. Até que alguém lhe disse que se limitasse ao que sabia, sintetizando o conselho com uma recomendação conhecida: “Não vá o sapateiro além do chinelo”. Com frequência, hoje, um tempo em que a liberdade de opinar é direito de todos, vemos coisas que fazem lembrar a história do sapateiro sentenciador. Facilmente, se vê gente a pronunciar-se, com demasiada certeza, sobre coisas que ignora ou de que sabe menos. 

Não li nenhum dos livros de José Rodrigues dos Santos. Nem espero ler “O Último Segredo”, agora publicado. Pela simples razão que, tendo livros e revistas de meu interesse e necessidade a aguardar leitura, isso me obriga a estabelecer prioridades. Por outro lado, não me soa bem que um jornalista romancista, pode ele ser, como tal, muito famoso, vender muito e até publicar em várias línguas, apresentar mais um romance, assim anunciado, um livro de ficção, portanto, como obra de investigação, ciência e história, com pronúncia sobre aspectos bíblicos para o autor desconhecidos, mas tidos como verdade que propõe. Confessa que no escrito está misturada a ficção com a não ficção. Pois. E onde acaba uma e começa outra? Que critérios tem o leitor comum para discernir? 

Programa de Teresa Guilherme: um convite a ver misérias e impulsos instintivos baixos


Audiências televisivas, garantia de lucros? Chegará?

Disse aqui que considerava o novo programa de Teresa Guilherme, logo que começou, como um programa amoral, não apenas imoral. Agora, muitos críticos, e não só, o estão dizendo de muitas maneiras. A publicidade, que do mesmo se faz, tem a mesma marca. É um convite a ver misérias, impulsos instintivos baixos a que TG incita o rebanho.
Se não fosse farisaica a sociedade que aí está, muita gente já teria bradado: “Basta!” Assim fizeram outros países a este jogo vergonhoso e indigno. Um mostruário aberto do mais reles das pessoas. Que importa que faça subir as audiências? Não vale, não é educativo, dizer que os fins justificam os meios. Isso é a selva, a barbárie… Assim pensaram os maiores criminosos da história, do nazismo ao comunismo materialista, ambos sem escrúpulos nem respeito pela vida das pessoas e pela verdade objectiva. Uma mancha ignominiosa da história que nunca se apagará.

António Marcelino

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O mundo global oferece-nos imagens espetaculares














Aproveita a tua vez de ajudar o mundo a ser melhor




DIA DOS FIÉIS DEFUNTOS 
Georgino Rocha 

Vivo este dia com um misto de saudade e de confiança. Saudade que me faz viajar no tempo e mergulhar no pós-morte; entro assim em relação com os que cessaram funções na terra e as iniciaram, de outro modo, na eternidade, os queridos defuntos. É uma relação que, normalmente, recorda a sua bondade, o contributo que deram para tornar mais humana a vida em família, na sociedade na comunidade cristã. Se lembro algum episódio menos edificante é para “tirar” partido do humor que, nele, sempre se esconde e pode ajudar ver a realidade com olhos novos. E surge, espontaneamente, a gratidão que transformo em oração ao Senhor da Vida e a confiança que me anima a prosseguir e valorizar a herança recebida. Faço a visita ao cemitério, paro junto da campa dos meus pais e irmãos, contemplo o seu rosto esmaltado — memória no tempo sempre actuante que vai resistindo à intempérie —, medito na força do silêncio que me segreda: aprecia e aproveita a tua vez de ajudar o mundo a ser melhor.

Dia de Todos os Santos – 1 de Novembro




Evoquemos os nossos mortos 
com toda a veneração e gratidão
Maria Donzília Almeida
 

Comemora-se, em Portugal, no primeiro dia de Novembro, o Dia de Todos os Santos. Tem a sua origem no termo anglo-saxónico que designa “All Hallows” – todos os santos. Há uma relação direta com o chamado Dia das Bruxas, que atualmente, se festeja no dia anterior. O Dia de Todos os Santos foi instituído pela igreja católica, para lembrar todos os santos, e mártires. Esta tradição está relacionada com a elaboração do calendário litúrgico, em que estavam inscritas as datas da morte dos cristãos martirizados em nome da fé. Realizavam-se missas e vigílias, no local onde se supunha eles terem morrido, como no Coliseu de Roma. Para que nenhum fosse esquecido, foi instituído o dia de S. Nunca à Tarde (!?) 
Perdeu-se, na bruma dos tempos, a tradição de as crianças irem em bandos, pedir pelas portas, “o pão de Deus”, por alma dos que já haviam partido. Isto tinha a ver com a miséria do povo, acrescida da tragédia do terramoto de 1755, precisamente no 1º dia de Novembro. Chegavam, à noite, com os sacos de pano, cheios de romãs, nozes, chocolates, frutos secos, etc.