segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A ADIG não é contra ninguém

Paulo Costa, Júlio Cirino, João Alberto Roque e Manuel Serra

É urgente dar importância ao que é importante 

A ADIG — Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré vai ser uma aposta forte na valorização do que é essencial para o bem-estar de todos os gafanhões, na certeza de que a vida democrática não se esgota nos partidos políticos. A vida cívica, com partidos e outras forças, tornar-se-á mais rica, se todos derem as mãos na defesa do que é importante. Isso mesmo sublinhou o vereador da Câmara Municipal de Ílhavo Paulo Costa, na tomada de posse dos novos órgãos sociais da ADIG, que ocorreu na quinta-feira, 4 de agosto, no salão nobre da Junta de Freguesia. 
Confesso que fiquei surpreendido com a adesão de tantos conterrâneos nossos aos anseios da nova ADIG, agora com a liderança de Júlio Cirino, um homem que não gosta de virar a cara a desafios que têm a ver com a terra que o viu nascer. Aliás, no seu discurso de posse (ver aqui) teve o cuidado de indicar um conjunto de iniciativas que se tornam estimulantes para todos os que amam a Gafanha da Nazaré. Ainda me disse que a ADIG não é contra ninguém, mas a favor do que é fundamental a vários níveis. 
Paulo Costa, também ele gafanhão, congratulou-se com a presença de tantos apoiantes, enquanto sublinhou a premência de «todos ajudarem a direção na prossecução dos seus objetivos». Referiu que «o associativismo é a forma mais pura da força popular», porque é aí «que damos o nosso tempo para o bem de todos, sócios e comunidade». 
Afirmou que somos «de longe» o município, tal como a nossa freguesia, que mais tem crescido acima da média nacional, «em todos os indicadores», graças ao nosso povo, às associações, aos empresários e às autarquias. Garantiu ainda que a CMI continuará a colaborar, «dando importância ao que é importante». 
Também o presidente da Junta de Freguesia, Manuel Serra, enalteceu o papel que a ADIG por certo vai desempenhar na promoção dos valores que nos foram legados pelos que construíram a nossa terra, numa altura em que «a alternativa era a América». Contudo, e porque importa prosseguir a caminhada de progresso e bem-estar, Manuel Serra chamou a atenção para a necessidade de todos contribuirmos, nestes tempos de crise, para o regresso a tudo o que nos deu riqueza: a agricultura, as pescas e a construção naval. 

Fernando Martins 


Novos Órgãos Sociais da ADIG 


A Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré (ADIG) elegeu na Assembleia Geral, que decorreu no passado dia 28 de julho, os novos Órgãos Sociais para o biénio 2011-2013, depois de várias reuniões, onde se discutiram projetos para o futuro e se constituiu a lista agora eleita. 
Júlio Cirino da Rocha lidera a Direção de que fazem também parte Leopoldo Oliveira, Aldina Casqueira Guimarães, Paulo Pinto, Carlos Teixeira Pereira, João Aristides Marçal, Álvaro Guimarães, Helena Ferreira e Manuel Mário Bola. 
Na Assembleia Geral, continuam João Alberto Roque e Cândido Casqueira. Josué Ribau completa o elenco.

Constroem-se mais muros que pontes


Um mundo de interrogações 
incómodas mas necessárias

António Marcelino

É inevitável, no agir do dia-a-dia de cada pessoa, o confronto entre os tempos já vividos e os que se vivem agora com o futuro no horizonte. Só no presente podemos ter memória do que se vivemos antes e abertura realista para projectos novos. O presente, porém, aparece-nos cada vez mais confuso e inquietante. Há menos memória, mas mais possibilidades para muitas coisas e mais problemas a enfrentar. São mais difíceis as relações e a comunicação pessoal atenta, pela abundância dos canais massificadores e porque o mundo de muitas pessoas e os valores em causa não coincidem em aspectos essenciais. Toda a gente tem opinião acerca de tudo, do que conhece e do que não conhece. E, quanto menos se conhece, mais se é dogmático nas afirmações e menos respeitador das opiniões alheias. Constroem-se mais muros que pontes, no dia a dia, na política, nas opções desportivas, que só no aspecto religioso se vai notando o contrário. Há mais diplomas de escola, mais festas e passeios de finalistas, mas menos conhecimento de coisas essenciais da vida. Por sistema, alguns vão apagando o passado e pensam, como ideal, um presente de imediatos, sem horizontes, sem projectos que se justifiquem a longo prazo. 

domingo, 7 de agosto de 2011

Poesia para este domingo




Foi assim que a história começou.
Era uma vez um homem
que tinha um relógio.
Dava  corda ao relógio,
o relógio andava, o tempo passava,
E o homem ficava a olhar,
O relógio a andar,
e o tempo a passar.
Mas um dia o homem
não deu corda ao relógio:
O relógio parou — o tempo passou.
Então o homem nunca
mais deu corda ao relógio.
E foi assim que a história acabou.

Eduardo Libório, 
História do Homem que Tinha um Relógio 
in ‘Poesias, Desenhos e Correspondência’

Caderno Economia do EXPRESSO

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 248



DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 31



BICICLETA
Caríssima/o:

Dia de poesia... Então, procuremos acompanhar Herberto Hélder, “ o poeta pernalta [que] dá à pata nos pedais... de pulmões às costas e  bico no ar”...

«Lá vai a bicicleta do poeta em direcção
ao símbolo, por um dia de verão
exemplar. De pulmões às costas e bico
no ar, o poeta pernalta dá à pata
nos pedais. Uma grande memória, os sinais
dos dias sobrenaturais e a história
secreta da bicicleta. O símbolo é simples.
Os êmbolos do coração ao ritmo dos pedais -
lá vai o poeta em direcção aos seus
sinais. Dá à pata
como os outros animais.

O sol é branco, as flores legítimas, o amor
confuso. A vida é para sempre tenebrosa.
Entre as rimas e o suor, aparece e desaparece
uma rosa. No dia de verão,
violenta, a fantasia esquece. Entre
o nascimento e a morte, o movimento da rosa floresce
sabiamente. E a bicicleta ultrapassa
o milagre. O poeta aperta o volante e derrapa
no instante da graça.

De pulmões às costas, a vida é para sempre
tenebrosa. A pata do poeta
mal ousa pedalar. No meio do ar
distrai-se a flor perdida. A vida é curta.
Puta de vida subdesenvolvida.

O bico do poeta corre os pontos cardeais.
O sol é branco, o campo plano, a morte
certa. Não há sombra de sinais.
E o poeta dá à pata como os outros animais.

Se a noite cai agora sobre a rosa passada,
e o dia de verão se recolhe
ao seu nada, e a única direcção é a própria noite
achada? De pulmões às costas, a vida
é tenebrosa. Morte é transfiguração,
pela imagem de uma rosa. E o poeta pernalta
de rosa interior dá à pata nos pedais
da confusão do amor.
Pela noite secreta dos caminhos iguais,
O poeta dá à pata como os outros animais.

Se o sul é para trás e o norte é para o lado,
é para sempre a morte.
Agarrado ao volante e pulmões às costas
como um pneu furado,
o poeta pedala o coração transfigurado.
Na memória mais antiga a direcção da morte
é a mesma do amor. E o poeta,
afinal mais mortal do que os outros animais,
dá à pata nos pedais para um verão interior.»

                                    Manuel  



Conceito de Saúde e Doença





Antropologia e medicina

Anselmo  Borges


Já não vivendo em círculos fechados, acontece-me ser convidado para intervir sobre o tema em epígrafe, no contexto de colóquios de e para médicos.
De facto, o conceito de saúde e doença depende também da ideia que se tem de Homem.
1. Assim, sublinharia, em primeiro lugar, a neotenia, para reconhecer que o ser humano é um prematuro, nasce antes do tempo, sendo esta a condição de possibilidade de se tornar Homem. Enquanto os outros animais vêm ao mundo já feitos, o ser humano nasce por fazer e tem de se fazer. Por isso, é sempre o resultado de uma herança genética e de uma cultura em história, com encontros e desencontros e onde há lugar para a liberdade. O Homem é por natureza cultural.

Cá estou de novo

Depois do anunciado período de férias a que me dediquei,  cá estou de novo. De novo e julgo que renovado para viver mais um ano em permanente contato com os meus leitores e amigos. Descansei, li, pensei, alinhei algumas ideias, sonhei. E também vivi momentos de muitas saudades destas andanças pelo mundo do ciberespaço. Senti o palpitar do mundo que não parou de girar e de nos ameaçar com catástrofes que, por certo, ninguém quer. São os homens e mulheres deste mundo que constroem o futuro da humanidade. Cometem erros, dão passos acertados, alimentam sonhos, elaboram projetos, mas os egoísmos persistem no meio das comunidades. Daí o mundo desregrado em que vivemos ou labutamos. Uns conseguem tudo e outros ficam sem nada. E não há meio de criarmos uma nova ordem social de que tanto falava há anos Maria de Lurdes Pintasilgo. Contudo, continua em nós o sonho da meta desejada, rumo a uma sociedade mais justa e mais fraterna.
Como sempre, espero a participação de todos os meus amigos e leitores.

Fernando Martins

domingo, 24 de julho de 2011

FÉRIAS

De quando em vez é preciso parar, para descansar e para refletir. Penso que há muito devia ter feito isto. Escrever todos os dias, para os meus blogues e não só, começa a pesar. Os meus amigos e leitores podem, porém, ficar cientes de que voltarei logo que possível... Até breve.

Fernando Martins

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar na imagem para ampliar)

O Tesouro da Sabedoria




CHEIO DE ALEGRIA, AGARRA-SE AO TESOURO

Georgino Rocha

Atitude decidida e coerente, fruto de um coração inteligente e de uma vontade determinada. Atitude assumida com firmeza pelo homem que passa no campo e sente o seu olhar “golpeado” pelo brilho de um tesouro. Atitude emblemática de tantas outras que, ao longo dos dias, somos chamados a considerar e fazer nossas.
O homem da parábola concentra todas as energias na realização da maior aventura da sua vida: obter a preciosidade vislumbrada. Definida a meta dos seus desejos, reorganiza e reordena todas as suas rotinas, reelabora a sua escala de valores, redimensiona a distribuição do tempo. Nestas diligências, sente o seu ânimo transbordar de alegria e toma decisões arriscadas.
Por isso, prossegue sem demora o seu plano de acção: pôr a salvo o tesouro descoberto, desfazer-se dos bens a fim de conseguir a importância indispensável à compra, adquirir o campo onde está o achado. Em todo este processo, uma confiança revigorante galvaniza as suas forças anímicas e energias espirituais.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 247



DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 30


A CORRIDA DE BICICLETA

Caríssima/o:

Para variar, hoje vamos de banda desenhada. Creio não valer a pena desvendar a solução que o «Juvenil» trazia na página 37.







Manuel