domingo, 17 de abril de 2011

Poesia para começar este domingo



EVASÃO

De luz são estas horas clandestinas
E vagabundas,
Roubadas à razão e à lógica dos outros.
O sol ergue-se nelas com fulgor
Dobrado.
Não há sombras no largo descampado
Onde se esconda a alma envergonhada.
Pura, campeia, íntima e liberta,
Contente
Do ensejo gratuito da aventura.
Viver é ser no tempo intemporal.
É nunca, a ser o mesmo, ser igual.
É encontrar quando nada se procura.

Miguel Torga
In Diário XVI

sábado, 16 de abril de 2011

FMI: Pobretes mas alegretes!


FMI

M. Oliveira de Sousa

A nau portuguesa, balanceada por vagas tumultuosas do mercado (financeiro) revolto, já está a ser conduzida para terra pelo Contratorpedeiro FMI.
De facto, esta aventura ultramarina dos portugueses tem qualquer coisa de misterioso, são capazes do impossível, de grandes feitos, mas, no que é fácil… facilitam! 
Mais um naufrágio!
A Nau Lusitana navegava há muito à bolina mas apenas porque os ventos estavam de feição sobre a Vela Latina. Porém, com o lastro desequilibrado, o porão em péssimo estado, a vela de popa toda esfarrapada, caiu num banco de nevoeiro que aumentou a discussão, o ruído e a inoperância. E como ia (a nau) toda emproada, com o casco praticamente destruído, entreteve-se na cosmética e com alguns pormenores na Quilha! A tripulação não reagiu a tempo de colocar a guarnição em sentido, de fazer trabalhar como deve ser para transformar a nau para aquilo que foi criada!
E, com tanto ruído, já ninguém se ouvia. Até as mensagens de outras embarcações foram mal compreendidas. 
No meio de gritos desesperado de alguns marujos, dos sinais da Fragata Europeia, que também navega nas mesmas águas, apenas se percepcionou: “Foram Malandros e Incapazes”! FMI.

"os pássaros habitam a casa" de Orlando Figueiredo em Valladolid

Orlando Figueiredo

Orlando Jorge Figueiredo propone la poesía 
como inseminación del silencio

«La poesía íntima, sensitiva y sincera de Orlando Jorge Figueiredo inundó de sentimiento el acto organizado por el grupo Viernes del Sarmiento. Sirvió, además, para que el poeta portugués presentara su libro 'Los pájaros habitan la casa', en el que expone una bella metáfora entre la vida del poeta y todos los que en algún momento pasaron de largo o se quedaron para siempre en ella.«Es un libro de los sentimientos que pasan por el ser humano, un libro de amor. La casa soy yo y los pájaros son todas las personas que han pasado por mi vida. Unas han hecho el nido y se han quedado y otras han seguido su camino y han volado». Orlando Jorge Figueiredo (Gafanha da Nazaré, Portugal, 1957), que es uno de los fundadores del Grupo Poético de Aveiro, ha publicado los libros de poemas 'Esta rua é una rua feliz' y 'Guardador de sonhos' y el último de todos, 'Os pássaros habitam a casa' ('Los pájaros habitan la casa').»
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25 de Abril com Cavaco Silva e seus antecessores



O Presidente da República vai assinalar o 25 de Abril com uma cerimónia no Palácio de Belém, que contará também com a presença dos seus três antecessores no cargo que, tal como CavacoSilva, proferirão uma intervenção.

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NOTA: Sinal de uma certa unidade em tempos de crise. Talvez surjam mais uns recados para o Presidente da República acabar com certas indecisões e muitos silêncios, numa altura em que é fundamental intervir. 

Saberá Bento XVI o que se passa?

J. Ratzinger


Bento XVI 'versus' Joseph Ratzinger

Anselmo Borges

Um dia, João XXIII passou por um dos Colégios para estudantes nas Universidades Pontifícias, em Roma. Um deles terá ousado atirar-lhe: "Santidade, como é sentir-se o primeiro?" E o bom Papa João: "Está enganado. Pus-me a contá-los, e eu, lá no Vaticano, sou o quarto ou quinto."
Esta estória deve ter muito mais verdade do que se julga. De facto, essa coisa do Poder é muito complexa. Quem manda realmente? Com alguma sociologia das burocracias, alguns conhecimentos de História e do funcionamento da Cúria Romana, percebe-se as dificuldades que há, quando se quisesse reformar a Igreja.
Depois, há evolução no pensamento próprio. E nem tudo se diz a todos e em todos os contextos.

O Estado é bom educador?

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sexta-feira, 15 de abril de 2011

INÊS PEDROSA: A Bíblia deve saltar “os muros das instituições religiosas”


«A escritora Inês Pedrosa afirmou esta quinta-feira à Agência ECCLESIA que “nas disciplinas dos currículos escolares devia estar integrado o conhecimento da Bíblia, enquanto texto de referência cultural”.
“A Bíblia molda-nos, mesmo que a desconheçamos”, por estar “nos fundamentos das instituições que temos e dos modos de organização mental, sentimental e até social”, assinalou a diretora da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa.
“A nossa identidade” passa pela Bíblia, sublinhou a romancista, acrescentando que “quem não tem educação religiosa não tem acesso ao conhecimento desta parte importante da cultura”.
Inês Pedrosa considera que a Bíblia deve saltar “os muros das instituições religiosas” porque também “merece literariamente” essa aproximação, em virtude de conter “todos os géneros literários”.»

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Charlot recordado hoje no Google

Costa Nova com nova zona comercial



Amanhã, sábado, pelas 18 horas, vai ser inaugurada um espaço comercial, no relvado da Costa Nova. Quiosques  de venda de farturas, padaria, doçaria tradicional e artesanato vão exibir uma aposta de reconversão e melhoramentos do espaço público daquela estância balnear do concelho de Ílhavo. A inauguração  contará com a actuação do rancho  “Os Palheiros” da Costa Nova.

RENEGOCIAR: refigurar, transformar, converter


Renegociar

José Tolentino Mendonça

É curioso verificar, mais uma vez, como nos tempos de crise, quando a estabilidade da sociedade no seu conjunto se problematiza, parece crescer a disponibilidade para escutar os percursos individuais. Os meios de comunicação partem à procura dos registos biográficos, dos olhares singulares, precisamente quando as evidências que sustentam a visão coletiva como que se esboroa. É um movimento instintivo, esta devolução da palavra aos indivíduos, e, na maior parte das vezes, chega-nos num registo aleatório, desprovido e sem especiais consequências. Contudo, o gesto deixa a sua impressão, nem que seja psicológica.
Penso que este regresso à “pequena história” e ao particular, esta atenção, de repente, prestada ao rosto de um sujeito na sua solidão ou no seu desejo, podem representar etapas importantes no processo de “renegociação” pelo qual toda a sociedade passa, e que não é apenas renegociação financeira.