domingo, 12 de dezembro de 2010

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 214

PELO QUINTAL ALÉM – 51


A GILBARDEIRA



A
Padre Artur

Caríssima/o:

a. À medida que nos aproximamos do Natal, o nosso olhar vai-se concentrando em algumas plantas que nos ajudarão a criar o ambiente. Hoje visita-nos a gilbardeira e não uma mas duas... Quando chegaram a nossa casa vinham em dois copos de iogurte que mão amiga suportava, enquanto a outra se agitava numa saudação muito própria. Sabedor como poucos dos segredos da Botânica, o Padre Artur Sardo foi visita amiga do nosso Quintal e presenteou-o com variedades que perduram, mas nenhuma com o encanto desta. Daí o cuidado e o carinho com que é tratada.

e. Não tive oportunidade de lhe perguntar a origem destas plantinhas, ou seja onde estava plantada a «mãe» que deu a semente, mas a curiosidade ficou sendo certo e sabido que, outrora, a não identificávamos na flora dos nossos terrenos arenosos.

i. Tem caules erectos que chegam a atingir , na maturidade da planta , cerca de 1 metro de altura . O pormenor mais curioso deste arbusto , é que aquilo que consideramos nele como folhas , são na realidade , pseudofolhas , a que os botânicos chamam de filocládios , e sobre os quais , se desenvolverão mais tarde as flores e as bagas vermelhas . As verdadeiras folhas são quase imperceptíveis , e distribuem-se ao longo do caule da planta como se fossem pequenas escamas .Os filocládios têm a particularidade de as suas extremidades serem muito aguçadas , de tal maneira que basta encostar a pele à planta , para sair de lá toda arranhada.
Por estas bandas da Murtosa, era planta vulgar nos cômoros... e está-se a ver por quê.
Há quem diga que as suas bagas vermelhas são venenosas e que o seu consumo não é recomendado, pois pode provocar vómitos, diarreias e convulsões.
A sua raiz é utilizada como diurético e os rebentos jovens podem ser comestíveis, tal como os espargos.
O facto de ser excessivamente cortada para arranjos natalícios, em substituição do azevinho,motivou o condicionamento legal da sua colheita.

o. Apenas dois ligeiros apontamentos sobre as suas propriedades e aplicações medicinais.
Existem , hoje em dia , numerosos preparados com esta planta disponíveis nas farmácias e ervanárias , facilitando assim o seu uso como planta medicinal. Pela sua acção diurética é útil no alívio de sintomas ligados à insuficiência veno-linfática das extremidades inferiores, pernas cansadas, varizes e hemorróidas.
O rizoma da gilbardeira juntamente com as raízes de aipo, funcho, salsa e espargo entram na composição de uma infusão denominada “xarope das 5 raízes”, que possui propriedades diuréticas muito apreciadas.
u. Curiosidades:

sábado, 11 de dezembro de 2010

Que mais querem os alunos?

Recreio da escola

Desabafo
Maria Donzília Almeida

— A Escola é uma seca! Atirou com ar displicente, à professora que ali estava, com toda a vontade de o chamar ao seu redil.
Poderia dar alguma tranquilidade aos analistas na matéria, se isto constituísse um caso pontual na grande massa de alunos que frequentam a Escola portuguesa. Para grande mágoa dos docentes, esta é uma realidade, diria pandémica que vai alastrando como um vírus.
As escolas dos nossos dias estão equipadas com bons recursos materiais e humanos que eram impensáveis nas escolas doutros tempos, Escolas onde era bom ser professor, em que os alunos bebiam as palavras do mestre. Hoje nada falta para que os alunos se sintam confortados amparados e atraídos pela Escola.
Há as salas equipadas com computadores, especificamente para a aprendizagem da informática; todas as salas de aula estão equipadas com um computador e um quadro interactivo; locais próprios para a compra de material escolar e alimentos, uma cantina que fornece refeições quentes e equilibradas, enfim, uma panóplia de coisas úteis e facilitadoras.

Manoel de Oliveira faz hoje 102 anos



De Manoel Oliveira já se disse tudo. Sublinhar que completa hoje 102 e que é o mais idoso realizar de cinema do mundo, em plena actividade, nunca é demais para o apontar como exemplo para cada um de nós.
Convencidos como estamos (alguns, pelo menos) de que com a reforma ou aposentação terminámos os tempos do trabalho, para ingressar nos tempos de descanso absoluto, é erro que a nossa história pessoal nunca nos perdoará. Trabalhar é importante. Diria mesmo que é fundamental, porque a vida tem de ser vivida em plenitude, ou não fôssemos nós um elo importante do mundo de que fazemos parte de pleno direito.
Causa-me uma certa impressão ver gente por aí sem fazer nada, deambulando como autómatos por entre sombras do passado. A vida tem de continuar.
Manoel de Oliveira, com 102 anos de idade, é um extraordinário exemplo para todos nós.
Os meus parabéns para o mais velho realizador de cinema do mundo em franca actividade.

FM

A Caminho do Natal

Padre Francisco Melo

O Natal precisa de ser assumido como um desafio

Francisco Melo

O Natal está mais uma vez a chegar. A nossa diocese e consequentemente a nossa paróquia apontam-nos um caminho de advento que nos leve a deixar acontecer verdadeiramente o natal na vida e coração de cada um de nós. O caminho tem como lema “JESUS VEM! REZA E ACOLHE”.
Importa em primeiro lugar dar ao Natal o que lhe pertence e o fez nascer: JESUS CRISTO. O Natal tem como acontecimento fundante a vontade de Deus-Pai de ser um como nós, de viver a nossa condição, de assumir-se homem para nos dizer que a nossa existência faz sentido e a realização e felicidade plenas são possíveis. É por isso que Natal é encontro, é humildade, é carinho, é entrega. Natal significa tudo o que de melhor existe no ser humano.
Em segundo lugar importa purificar tudo o que está a tornar este acontecimento originalmente tão significativo humanamente num acontecimento que chega a criar um ambiente fastidioso. Natal não são prendas, nem compras, nem almoços e jantares de natal, etc, etc. Natal é a celebração deste Deus que não nos abandona e que desafia o homem a olhar a sua dimensão divina.
Em terceiro lugar o Natal precisa de ser assumido como um desafio. A consciência da bondade de Deus leva-me na vida à imitação dessa mesma bondade. Não vejo como possa ser de outro modo.
Em tempos de crise económica e financeira poderemos hoje e aqui ter uma oportunidade para ver que o que absolutizamos tantas vezes, o consumismo, afinal não são o único caminho para a verdade e a felicidade.
Pela oração poderemos ver este Jesus Cristo que vem e desta consciência partir para o acolhimento.
Feliz e Santo Natal para todos.

Ao Homem compete a construção de um mundo moral...

ÉTICA ECOLÓGICA

Anselmo Borges

É significativo que, até pela via etimológica, ética e ecologia estão relacionadas. De facto, ética vem do grego êthos, que significa costumes e morada; ecologia provém de duas palavras gregas (oikos, casa, e lógos, razão, discurso) e significa tratado da casa, também em conexão com economia (oikos e nómos, lei), a lei da casa.
Logo pela etimologia se vê a importância decisiva do tema, pois é da nossa casa e do cuidado por ela que se trata. O debate tem-se tornado premente por causa da crise ecológica: alterações climáticas, contaminação do ar, do solo e da água, desertificação, extinção de espécies.
A responsabilidade ética é evidente, mas não é fácil responder a perguntas que se colocam neste domínio. Por exemplo: como se fundamentam os nossos deveres para com a natureza? Somos obrigados a cuidar dela por causa de nós ou porque ela tem valores objectivos?

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Acordo Ortográfico vai ser aplicado em Setembro de 2011

«O novo Acordo Ortográfico vai ser aplicado nas escolas já no próximo ano lectivo 2011/2012, ou seja, em Setembro do próximo ano, decidiu hoje o Governo em Conselho de Ministros.»
Ler mais aqui

NOTA: Será desta? Será que toda a gente vai mesmo assumir o Acordo Ortográfico? Será que o podemos incluir nos nossos computadores, para mais facilmente nos habituarmos a ele? Seria o ideal. Preciso de o aplicar e com a ajuda do computador tudo seria mais fácil.

Ordem dos Advogados distingue Frei Bento Domingues

Frei Bento

«Frei Bento Domingues, dominicano português, vai ser agraciado esta sexta-feira com o prémio «Ângelo d'Almeida Ribeiro», atribuído pela Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados (CDHOA).
A CDHOA distingue o “elevado mérito do trabalho desenvolvido em defesa dos Direitos Humanos”.
A entrega decorre, pelas 18h00, por ocasião do 62.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
O prémio «Ângelo d’Almeida Ribeiro» destina-se a distinguir anualmente as personalidades ou entidades nacionais que mais se tenham destacado na defesa dos direitos dos cidadãos.»

Leia mais aqui

NOTA: Congratulo-me com esta decisão da CDHOA de distinguir Frei Bento Domingues, que leio regularmente no PÚBLICO, por ser uma voz autorizada e desassombrada. Não é fácil encontrar um padre com uma leitura tão atenta dos sinais dos tempos, manifestando um sentido crítico apurado e aberto a todas as correntes do pensamento. Os meus parabéns pelo exemplo que nos dá.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"Fechar as televisões e ir para o café falar"


"Os europeus estão preparados para um movimento ecológico"


Os olhos dos europeus abriram-se: a Terra é finita e a tecnologia não nos salvará. Há economistas a rejeitar o crescimento económico. O jornalista francês Hervé Kempf escreveu um livro onde vai mais longe e pede o fim do capitalismo em alternativa ao caos. Para salvar a democracia é preciso "fechar as televisões e ir para o café falar".
A ideia terá as suas vantagens, mas tenho para mim que a televisão terá mais força. Leiam mais aqui



Um livro de Licínio Amador: “Contos da Terra dos Ílhavos"

 Licínio Amador com uma futura leitora

Ilustração da capa

Estive ontem, 8 de Dezembro, no anfiteatro do Museu Marítimo de Ílhavo, no lançamento do livro “Contos da Terra dos Ílhavos”, de Licínio Amador. Foi, sem dúvida, um acontecimento cultural de relevo, que mobilizou muitos ilhavenses, e não só. O autor e o livro bem justificaram a participação de pessoas de todas as idades e níveis académicos.
Domingos Cardoso, que fez as honras da casa, sublinhou que a cultura é luz que ilumina a nossa civilização. E por se tratar de um acontecimento em Dia da Mãe, adiantou, com sentido oportuno, «que a cultura também é mãe».
Referindo-se ao livro, adiantou que o trabalho de Licínio Amador é uma homenagem aos nossos antepassados, acrescentando que a cultura tem muitas faces, muitas expressões, como se pôde apreciar nos  fados de Coimbra, com cantor e músicos ilhavenses a emprestaram ao evento uma nota muito agradável, com o amor a sobressair.
Depois a velha mas sempre renovada história da “Lâmpada”, roubada, segundo a lenda, à vista de toda a gente, tema glosado num dos 12 contos que enchem aquele  livro de Licínio Amador, que também é poeta premiado. Alunos e professores da Escola João Carlos Celestino Gomes mostraram-se à altura.

A Caminho do Natal


DEUS-MENINO

Era noite; e por encanto
Eu nasci, raiou o Dia.
Sentiu meu pai que era Santo,
Minha mãe, Virgem-Maria.

As palhinhas de Belém
Me serviram de mantéu;
Mas minha mãe, por ser Mãe,
É a Rainha do Céu.

Nem há graça embaladora,
Como a de mãe, quando cria;
É como Nossa Senhora,
Mãe de Deus, Ave-Maria!

Está no Céu o menino,
Quando sua mãe o embala.
Ouve-se o coro divino
Dos anjos, a acompanhá-la.

Como num altar de ermida,
Ando no teu coração;
Para ti sou mais que a vida
E trago o mundo na mão.

Não sei de pais, em verdade,
Mais pobrezinhos que os meus;
Mas o amor dá divindade,
E eu sou o filho de Deus!

Jaime Cortesão

Ainda o falecimento do Daniel Rodrigues

Daniel Rodrigues na Redacção

O Daniel Rodrigues, jornalista em vários órgãos de comunicação social, foi hoje recordado pelo Correio do Vouga, com o destaque que ele merece. Foi director-adjunto deste semanário diocesano, ao qual deu o melhor de si mesmo.
D. António Marcelino, que o conheceu como poucos, ao nível eclesial e humano, lembra-o assim:

«Daniel Rodrigues, jornalista inquieto e cristão inconformado


Conheci-o enamorado de “O Comércio do Porto” e a viver para ele as 24 horas do dia. Vi-o a correr ofegante para estar em todas. Ouvi-o a dizer palavras em catadupa, com receio de não comunicar tudo quanto tinha lá dentro. Observei-o entre os colegas de profissão, amigo de todos, fiel a todos. Escutei-lhe os desabafos ante a morte anunciada do “seu” jornal. Testemunhei como viveu o diaconado permanente como caminho de realização humana e cristã, e como serviu o Correio do Vouga, sem condições. Acolhi, com respeito e abertura, as suas confidências, preocupações e projectos. Vi os seus olhos a reluzir, sempre que recordava e sonhava passos andados a bem da região e da Igreja. Saboreei a sua paixão pelos pobres, pelos ciganos e os excluídos sociais. Senti-o a definhar-se na sua saúde, a pedir que não dessem por definitiva a sua debilidade, porque alimentava, até ao fim a esperança de viver, comunicar, servir, ser forte… Um homem da cidade que ele amava e o amava; da Igreja, de que falava com amor e servia com generosidade; das suas terras do Paiva, horizonte largo e duro do homem lutador que ele era; dos muitos amigos, espalhados por esse Portugal fora, que me perguntavam por ele, a jeito de quem o recordava como ele sempre foi…
Era assim, e muito mais, o Daniel. Morreu, mas continua vivo, como todos os que não viveram em vão. Semeou muito. Até ao fim. Os frutos hão-de vir.»

  Pode ler mais aqui, em "Bem-haja, Sr. Daniel!", "Duas propostas para lembrar um grande jornalista" e "Daniel Rodrigues foi o primeiro jornalista profissional em Aveiro"

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Gafanha da Nazaré: Rua 13 de Maio

Primeiras aparições
Fátima torna as pessoas mais generosas e mais fraternas

Passei há dias pela Rua 13 de Maio, que fica perto da Escola Preparatória da Gafanha da Nazaré. A nossa terra está cheia de ruas que a cortam em todas as direcções. Umas com nomes expressivos e outras que nada nos dizem. Como o dia 13 de Maio entrou na vida de muitíssimos gafanhões, e não só, quase desde a fundação da freguesia e paróquia, permitam-me que avance por aqui, sendo certo que muitos outros arruamentos ficarão em carteira, sem preocupações de cansar quem quer que seja, mas tão-só com o objectivo de oferecer, nestas linhas simples, algumas notas informativas a quem mora ou passa pela Gafanha da Nazaré.
O dia 13 de Maio está, obviamente, associado às aparições de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos, em 1917. Lembremos que a paróquia e a freguesia da Gafanha da Nazaré foram criadas em 1910. E, que se saiba, por tantos testemunhos que ouvi, o povo das Gafanhas nunca, desde aí, deixou de peregrinar a Fátima, quer a pé, quer de bicicleta, quer ainda de camioneta e mesmo de comboio. As devoções, legítimas, a isso obrigam, para alegria dos crentes.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Alçada Baptista faleceu há dois anos

Alçada Baptista

Alçada Baptista: um escritor de afectos

Neste dia, há dois anos, faleceu o escritor António Alçada Baptista, com 81 anos. Católico progressista, deixou nos romances e crónicas que escreveu sinais claros de uma sensibilidade muito própria. Li, à medida que iam sendo publicados, os seus livros, mas também saboreava as suas crónicas publicadas em jornais e revistas, escritos que me atraíam pela proximidade que o escritor sabia estabelecer com os seus leitores.
Na homenagem que lhe foi prestada, por intelectuais e amigos, em livro editado em Fevereiro de 2007 (António Alçada Baptista: Tempo afectuoso - Homenagem ao escritor e amigo de todos nós), o nosso país ficou a saber quanto ele  era estimado por todos, independentemente das orientações políticas ou religiosas de cada um.  Escritor profundamente memorialista, sabia tornar-nos próximos do seu mundo familiar, das suas vivências, dos seus afectos, da ternura que nutria pelo ser humano.
Na altura da publicação desse livro escrevi um simples texto. Ver  aqui.

Álvaro de Campos: A música, sim, a música...


A música, sim, a música…

Piano banal do outro andar…
A música em todo o caso, a música…
Aquilo que vem buscar o choro imanente
De toda criatura humana,
Aquilo que vem torturar a calma
Com o desejo duma calma melhor…
A música… Um piano lá em cima
Com alguém que o toca mal
Mas é música…


Ah, quantas infâncias tive!
Quantas boas mágoas!
A música…
Quantas mais boas mágoas!
Sempre a música…
O pobre piano tocado por quem não sabe tocar.
Mas apesar de tudo é música.


Ah, lá conseguiu uma música seguida —
Uma melodia racional —
Racional, meu Deus!
Como se alguma coisa fosse racional!
Que novas paisagens de um piano mal tocado?
A música!... A música…!

Álvaro de Campos
NOTA: A Biblioteca Particular de Fernando Pessoa está aqui

A Caminho do Natal

Mensagem do Bispo de Aveiro 

Há sinais de tempos novos

1.Iniciamos o Advento como escola da esperança e tempo para viver na serena expectativa do Natal.
Jesus vem: reza e acolhe. É este o lema que nos vai orientar ao longo desta caminhada de Advento – Natal. Este lema procura mobilizar quem espera e acredita no nascimento de Jesus a concretizar o nosso Plano diocesano de pastoral, nesta etapa do nosso viver como Igreja orante, lugar da esperança.
Encontramos este lema escrito no frontispício das nossas Igrejas e sabemo-lo sobretudo inscrito no coração de tantas famílias e pessoas.

Gafanha da Encarnação celebra o 6.º aniversário de elevação a vila

ANGE

Na próxima Quinta-feira, dia 9 de Dezembro, a Gafanha da Encarnação comemora o seu 6.º aniversário de elevação a vila. Como forma de assinalar esta data, a Câmara Municipal de Ílhavo, em cooperação com a Junta de Freguesia da Gafanha da Encarnação, vai realizar durante a manhã uma visita de trabalho na freguesia, contando com a participação dos autarcas locais, na qual serão abordadas questões ligadas aos investimentos perspectivados pela CMI para o futuro próximo na Vila da Gafanha da Encarnação.
Daqui felicito a Gafanha da Encarnação e as suas gentes pela evento, esperando que o progresso e o bem-estar da  população continuem a crescer.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

“Costa-Nova-do-Prado — 200 Anos de História e Tradição” em 3.ª edição




No próximo sábado, dia 11, pelas 17 horas, no Hotel de Ílhavo, vai ser lançada a 3.ª edição do livro “Costa-Nova-do-Prado — 200 Anos de História e Tradição”, da autoria de Senos da Fonseca.
A jornalista Maria José Santana fará a apresentação da obra, estabelecendo-se depois uma troca de impressões com todos os que quiserem e puderem associar-se.
A 3.ª edição deste livro de Senos da Fonseca, um ano após ter vindo a lume pela primeira vez, diz muito da sua importância. Veio marcado pela novidade de nos lembrar que a Costa Nova perfez 200 anos de vida e apresentou-se numa edição de encher o olho, por duas razões: contou histórias e recordou acontecimentos e pessoas, pelo talento de um ilhavense que é também um poeta muito sensível; e ofereceu imagens de um artista, Rui Bela, que sabe como poucos captar as nossas cores.

Saudades de mim menino

Ai barcas, ai barcas
Tão triste é vosso negror,
Por onde ides navegar?
Que espreita
O olho que levais na proa?
Ai amores, ai amores
Da ria amada,
Ai amores  do verde pino…
Ai saudades de mim, menino
Levai-me em vosso vagar.

(S.F.)

A Caminho do Natal


Natal Africano

Não há pinheiros nem há neve,
Nada do que é convencional,
Nada daquilo que se escreve
Ou que se diz... Mas é Natal.

Que ar abafado! A chuva banha
A terra, morna e vertical.
Plantas da flora mais estranha,
Aves da fauna tropical.

Nem luz, nem cores, nem lembranças
Da hora única e imortal.
Somente o riso das crianças
Que em toda a parte é sempre igual.


Não há pastores nem ovelhas,
Nada do que é tradicional.
As orações, porém, são velhas
E a noite é Noite de Natal.

Cabral do Nascimento


Morreu D. Júlio Tavares Rebimbas

Faleceu o Senhor D. Júlio Tavares Rebimbas, Arcebispo-Bispo emérito do Porto. Oriundo do Presbitério de Aveiro, foi sucessivamente Bispo do Algarve, Auxiliar do Patriarca de Lisboa (com o título de Arcebispo de Mitilene), 1º Bispo de Viana do Castelo e finalmente Bispo do Porto (1982-1997).
Em todos estes relevantes cargos eclesiais, o Senhor D. Júlio foi um dedicado Pastor do Povo de Deus, concretizando o espírito e as determinações do Concílio Vaticano II, quer nas iniciativas que tomou quer no seu modo cordial e próximo de estar e proceder com todos. Foi constante amigo do seu clero e deixou em todas as Dioceses que serviu um rasto de gratidão e simpatia, inteiramente merecidas.
Residia na Casa Diocesana de Vilar, estrutura de grande importância para a actividade pastoral, que edificou e bem denota o seu empenho e clarividência.
A Diocese do Porto está profundamente grata ao Senhor D. Júlio Tavares Rebimbas, guarda no coração o seu testemunho e pede a Deus a maior recompensa dos seus muitos e generosos trabalhos.

Porto, 6 de Dezembro de 2010

+ Manuel Clemente, Bispo do Porto

domingo, 5 de dezembro de 2010

Mozart morreu há 219 anos

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

A Caminho do Natal


BRANCA ESTAIS E COLORADA

Branca estais e colorada
Virgem sagrada


Em Belém, vila de amor,
Da rosa nasceu a flor
Virgem sagrada!


Em Belém, vila de amor,
Nasceu a rosa do rosal,
Virgem sagrada!


Da rosa nasceu a flor,
Para nosso Salvador:
Virgem sagrada!


Nasceu a rosa do rosal,
Deus e homem natural:
Virgem sagrada!


Gil Vicente

Os arrumadores de carros

por António Marcelino

 
O número vai crescendo. Os lugares alargam-se. Conquistam-se feudos. Não se admitem intrusos. As razões de serem cada vez mais podem ser diversas: ocupação rendosa, aumento de pobreza, desemprego que não para… Uns regressam à noite a casa. A maioria são sem-abrigo. Por detrás de uma história há sempre muitas histórias. A Cáritas e as Florinhas do Vouga estão atentas. Mais do que atentas, acompanham e são solidárias de muitas maneiras. Não para manter uma situação, mas para fazer que ela seja menos dolorosa e poderem falar alto do que vivem e sabem.
É difícil lidar com gente mais pobre, quando excluída socialmente, por vontade própria ou por sociedade madrasta. Muitos falam e censuram, poucos acompanham e ajudam.
Ser solidário não é ser perspicaz no juízo, mas solícito na resposta fraterna que, em cada momento, é possível.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 213

PELO QUINTAL ALÉM – 50



A NOGUEIRA



A
Manuel Maria Carlos (Relvas),
Manuel Vechina Sarabando, o “Coveiro”

Caríssima/o:

a. Uma ou outra folha ainda teima segurar-se ao ramo, mas a nossa nogueira prepara-se para a invernia que este ano promete... Entretanto as nozes foram colhidas, uma a uma e, depois de limpas e lavadas, espalhadas na eira para secarem; estão prontas para serem partidas e degustadas sós ou com pão, metidas nos figos secos (os “casamentos” da Consoada...) ou ainda entrar na culinária, no nosso fogão e no dos parentes e amigos, já que, graças a Deus, a produção foi muito razoável.
Se mais quereis saber (estou a ver a vossa curiosidade: para quê aquele estrado de madeira?), tereis de questionar os mais novos da família, os usufrutuários.

e. Vistes por terras da Gafanha alguma nogueira?
Nanja eu e nozes também pouco nos atraíam; muito raramente apareciam à nossa mesa.

i. A madeira da nogueira é considerada uma das mais valiosas das diversas classes de madeira existentes entre nós. É de uma dureza comparável à do carvalho, mas fácil de trabalhar, e além disso é extraordinariamente decorativa pelos tons vivos e escuros do seu durame. É uma madeira utilizada sobretudo no fabrico de móveis e no revestimento interno das habitações, sendo também muito requisitada para trabalhos de talha e para culatras de armas de fogo. (Seria de nogueira a culatra da velha Mauser que me coube na Escola Prática de Infantaria, em Mafra? Fiz com ela uma boa relação de amizade e não me deixou ficar mal nas sessões de treino de tiro... até fiquei bem classificado!...)

Quanto às nozes, as suas sementes, de sabor agradável e ricas em óleo, consomem-se directamente ou são espremidas para obter o óleo de nozes, que se utiliza como óleo alimentar, como combustível ou como base de determinadas pinturas. Em anos de boa colheita, uma árvore de copa grande pode produzir até 150 kg de nozes. (A nossa, uma árvore bem desenvolvida, vai-nos presenteando com umas escassas arrobas ...)

sábado, 4 de dezembro de 2010

Sá Carneiro morreu há 30 anos



Faz hoje 30 anos que faleceu, num acidente de aviação, o primeiro-ministro de Portugal Francisco Sá Carneiro. Foi fundador do PPD, desde há anos PSD, mas antes do 25 de Abril também se envolveu na luta política, numa tentativa de conseguir a abertura do regime à democracia.
A sua história é bastante conhecida, tal como a sua determinação e coragem social e política. O desastre onde pereceu, numa noite fria de Dezembro, há 30 anos, quando se dirigia para o Porto, para participar numa campanha eleitoral, no sentido de contribuir para a vitória do general Soares Carneiro, candidato à Presidência da República, foi investigado até à exaustão. Uns defenderam a tese de desastre o outros inclinaram-se para a de crime. Conclusões nunca houve.
Volta-se agora ao tema, pela passagem de mais uma data do que aconteceu,  na esperança de que se apure a verdade. Ninguém sabe se se chegará a qualquer conclusão credível E com todas estas querelas, o mito Sá Carneiro permanecerá em agenda. Nos próximos anos continuar-se-á a falar e a escrever sobre o assunto. Seria bom que os entendidos se juntassem a decidissem reorganizar o processo, para ficarmos todos descansados.

FM