Sem muros
nem fronteiras
nem fronteiras
Por António Marcelino
Nem sempre é fácil viver num mundo complexo como o nosso, que é, ao mesmo tempo, pequeno e grande, fechado e aberto, indiferente e cordial. Onde tudo se conhece e poucos se conhecem, todos opinam e poucos escutam, todos falam de amor e poucos se amam. Cheio de riquezas e de misérias, de capacidades e de restrições, de esperanças e de desesperos… O Vaticano II definiu-o de modo ainda mais eloquente (GS 5-9).
Mas é este o nosso mundo. Aquele em que vivemos, e só pode melhorar se dele fizermos um projecto e pusermos em acção, de modo activo e concertado, nossa vontade e nossas potencialidades, alargando o circulo e o número dos interessados em igual projecto.
Ninguém deve esperar para começar. Quanto mais ingente a tarefa, mais urge o tempo para a realizar. Os cristãos acordados e todas as pessoas de boa vontade que sofrem com o que falta e se alegram com o que se vai conseguindo de bom e de auspicioso, têm de estar conscientes desta tarefa e desta urgência.
A Igreja, com todas as mazelas que sofreu ao longo do tempo, tem como missão ajudar a redimir o tempo perdido e necessário. Ela há-de levar ao despertar da fé, consciente e activa, na medida em que, lendo e discernindo os “sinais dos tempos”, se empenhar no serviço às pessoas, se unir e estimular aos que lutam por projectos sociais de justiça e de verdade.