quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

CORREIO DO VOUGA COM NOVA CARA

Jornal feito para os leitores e com os leitores
Chegou-me hoje às mãos um Correio do Vouga com nova cara. Diz a direcção, em nota de esclarecimento, que este semanário da Diocese de Aveiro “muda para ser mais agradável de ler, ter mais informação, ter outra informação”. Assumindo que “parar é morrer”, o Correio do Vouga apresenta-se com outra cara, na “imagem e no conteúdo”, sendo feito “com o mesmo empenho profissional e paixão”. Sendo suspeito em qualquer juízo de valor (não posso esquecer que fui seu director durante 12 anos), não quero enjeitar a obrigação de apoiar as mudanças verificadas, mudanças que são sempre sinais de aposta no futuro, neste mundo de competição desenfreada. Alguma comunicação social não se coíbe de pôr de lado a ética profissional, apenas para vender mais notícias, em especial de sinal negativo, as tais que atraem mais publicidade. O Correio do Vouga, que alinha pela positiva, com boa informação e com a formação adequada, oferece agora, em mais páginas, outras razões para ser mais lido. Além das secções e colaboradores habituais, há novas rubricas, mais notícias um pouco de todos os âmbitos. E até nem sequer foi esquecido o passado, que poderá ser, para muitos leitores, mais um motivo de interesse. O mesmo se diga da “Espiritualidade”, do “Ver, Ouvir, Sair” e do “Almanaque”. E porque é feito para os leitores e com os leitores, esperam-se sugestões. Os meus parabéns para a direcção do Correio do Vouga e para quantos semana a semana o fazem. FM

VIA DE CINTURA PORTUÁRIA DE AVEIRO

Ana Paula Vitorino preside hoje
ao auto de consignação da 3.ª fase
Hoje, 8 de Janeiro, vai proceder-se à assinatura do auto de consignação da terceira fase da Via de Cintura Portuária de Aveiro, obra com custo previsto de 6,9 milhões de euros e um prazo de execução de oito meses. A cerimónia, a decorrer na sede da Administração Portuária, será presidida pela Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, que já em Julho havia estado em Aveiro para o lançamento do concurso desta importante obra. O projecto original da Via de Cintura Portuária de Aveiro foi concretizado, em duas fases anteriores, no âmbito da construção do Terminal Norte. O objectivo pretendido era o de permitir que o núcleo da futura área portuária comercial e industrial que veio a ser desenvolvido a partir de 2001, gravitando à volta do referido Terminal, ficasse dotado de um eficiente acesso rodoviário. Actualmente ainda falta completá-la com a 3ª fase que fechará a actual Via, ligando-a desde a zona da Chave até ao IP5, no chamado nó da “Friopesca”. O projecto da Via de Cintura Portuária de Aveiro – 3ª Fase, tem como objectivos fundamentais e prioritários: Assegurar uma adequada ligação entre o Nó do IP5, junto à ponte do Rio Boco e a actual Via de Cintura Portuária; Melhorar a acessibilidade da zona portuária, constituída essencialmente por unidades industriais de transformação de pescado; Permitir uma fácil circulação dos veículos pesados de transporte de matérias-primas e mercadorias, sem congestionar o restante tráfego; Contribuir para a dinamização socioeconómica da zona portuária; e gerar atractivos para a fixação de novas potenciais indústrias.
Fonte: Newsletter do Porto de Aveiro

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sobriedade e solidariedade

Não seria possível acolher
os sem-abrigo nos lares?
Face à crise económico-financeira, anunciada no mundo ocidental, o Papa já fez o seu apelo para que vivêssemos com sobriedade e em espírito de solidariedade. Os políticos e demais responsáveis pela sociedade também não se cansam de nos alertar para a necessidade de cuidarmos do futuro, ensaiando e levando à prática comportamentos de contenção nas despesas. Por outro lado, importa implementar nas instituições de solidariedade social e de caridade uma redobrada atenção, no sentido de ajudarmos os que mais precisam. Ontem, por causa do frio, até tendas foram montadas para proteger os sem-abrigo, reforçando-se a distribuição de roupas, outros agasalhos e alimentos quentes. Era o mínimo que se poderia fazer. Mas continuo a pensar nesta triste realidade, que nos leva a aceitar, como indiscutível inevitabilidade, a existência dos sem-abrigo. Eu sei, por conversas que já mantive com alguns que prestam apoio aos que vivem na rua, que o problema é muito complexo. Por exemplo, há pessoas que se recusam, pura e simplesmente, a ingressar num qualquer lar. São pessoas marcadas por contingências diversas e complicadas, que as levam a optar por essa forma estranha de viver. Mas não seria oportuno que técnicos credenciados estudassem a fundo a questão, tendo em conta que cada caso é um caso, para que os sem-abrigo fossem acolhidos nos lares? FM

CORTEJO DOS REIS

Tradição continua a ser respeitada 
na Gafanha da Nazaré

Os Reis Magos (Foto de arquivo)

Como todos os anos, vai realizar-se o Cortejo dos Reis na Gafanha da Nazaré, no domingo depois da Epifania, 11 de Janeiro. Trata-se de uma tradição bastante enraizada nesta paróquia, com o povo a viver, de certa forma, a alegria da visita ao Menino-Deus, seguindo a Estrela de Belém que há mais de dois mil guiou os Reis Magos. 
Previamente, o povo organiza-se para participar condignamente. As comissões dos lugares distribuem tarefas, ornamentam os carros, ensaiam cânticos apropriados e outras modinhas e formam grupos para recolha de donativos. No meio de tudo isto, há os espontâneos, que procuram vestir-se de maneira original: à moda antiga, uns, e de qualquer forma, outros. 
Durante o cortejo, que começa manhã cedo no lugar de Remelha, com a aparição do anjo a anunciar aos pastores o nascimento do nosso Salvador, não falta quem cante e quem apresente autos natalícios, repetidos há muitas décadas. São ensaiados, no tempo certo, pelos mesmos actores, que sabem de cor o que têm a dizer, quando é chegada a hora de entrar em cena. 
As ruas da Gafanha da Nazaré tornam-se mais animadas ao som dos cânticos, muitos deles exclusivos deste povo. A fechar o cortejo, lá vão os Reis Magos, montados nos seus cavalos, seguindo a estrela que os guia até ao presépio. E no final, na igreja matriz, todos vão beijar, como muita devoção, o Menino Jesus. Depois, a festa continua com o leilão dos presentes, nunca faltando os que fazem “render o peixe”. O rendimento reverterá para as obras da residência paroquial da Gafanha da Nazaré. 

Fernando Martins

Seria melhor saber o futuro?

Não é por acaso que o mundo inteiro dá saltos de espanto, festa e medo nos primeiros momentos de cada ano. Nem todos dizem, cantam ou dançam o mesmo. Há um oculto ritual, um desejo de espantar o mal, o medo, a guerra, a dor, a morte. Quase todos arrancam para a festa com a experiência de duros e fantásticos dias vividos num passado, próximo ou longínquo, pintado de tempo. O advir é um atalho de mil caminhos que pode desembocar em mil alegrias ou prantos. Tudo isso se encaixa no tempo que nos é dado viver. Com todas as hipóteses e nenhuma certeza definitiva. Trata-se do futuro. E o futuro, como dizem os crentes e não poucos ateus, a Deus pertence. Nada se passa apenas no singular. Todos vivem, convivem, estão ligados a uma família ou a um grupo de amigos. E nessa esfera de relações há íntimos frágeis, idosos, crianças, filhos, irmãos, pais. Afectos e rancores, desejos e repulsas. Mesmo os solitários que vivem a milhas de todos, têm um repente de irmão, pai ou amigo, no momento de aflorarem a porta do futuro que ninguém adivinha como se abrirá e quem por ela poderá passar. Assim vivemos, envoltos neste mistério que astrólogos e cartomantes procuram explorar e vender nas franjas da magia ou adivinhação. Olham para os astros, olham para o tempo, fixam-se na palma da mão e dizem o possível, tão convictos do futuro como o apostador do euromilhões que esgota o mais rigoroso cálculo de probabilidade sem nunca lá chegar. Ou lá chega contra todas as lógicas. Nas mãos de Deus está o futuro. Mas também nas nossas.Com a nossa cumplicidade se levantam as muralhas de guerra e paz, os frutos da justiça e da opressão, abraços de festa ou as armas de morte. Temos os cordelinhos de muitos acontecimentos. Falta-nos a chave da historia. Que, como o futuro, a Deus pertence. Para nós, previsões seguras só no fim do jogo. E ainda bem. António Rego

Peregrinação à Terra Santa

Peregrinação! Espaço interior, Reflexão, Elevação, Grande harmonia! Ressurreição Iniciada Na nossa alma, Angustiada Carente, cansada, A lutar, para alcançar O almejado sonho! Afastemos mágoas! Temos as águas que purificam E que correm no Jordão! Reavivam o coração Reforçam o débil ser Alimentam o nosso crer! Serenidade, santidade? Alcançámos, sonhámos? Não importa a quantidade! Trouxemos, em convicção, A Terra Santa, no coração! M.ª Donzília de Jesus de Almeida 05.07.07

Bateira berbigoeira

Bateira berbigoeira (Foto do blogue Marintimidades)

Tenho para mim que nas Gafanhas, como, aliás, na beira-ria, não falta quem aprecie as embarcações tradicionais, muitas delas a marcarem presença nos museus, por terem caído em desuso. Outras ficarão a apodrecer em qualquer canto, sem honra nem glória, pelo desinteresse de quem poderia cuidar destas riquezas do nosso património histórico e cultural. Fico sempre agradado, no entanto, quando vejo que alguém se ocupa destes assuntos que a todos nós dizem respeito. Hoje, por exemplo, ao visitar o Marintimidades (ver aqui ao lado), tive o prazer de ler uma história muito bonita sobre a bateira berbigoeira, protagonizada por dois apaixonados pelo mundo do mar, da ria e dos barcos. Leiam-na, por favor.

FM

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO

Um Estímulo para Viver 
o Amor Fraterno


Certamente para nos estimular a vivência do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que acontece a 18 de Janeiro de 2009, o Papa Bento XVI acaba de publicar uma Mensagem bastante oportuna, que importa ler e reler, numa perspectiva de mudança, em ordem ao acolhimento e ao apoio fraternos dos migrantes e refugiados. Aqui fica para reflexão.
"Queridos irmãos e irmãs, o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado a 18 de Janeiro de 2009, seja para todos um estímulo a viver em plenitude o amor fraterno sem quaisquer distinções e sem discriminações, na convicção de que o nosso próximo é quem quer que tenha necessidade de nós e a quem nós possamos ajudar (cf. Deus caritas est, 15).
O ensinamento e o exemplo de São Paulo, humilde-grande Apóstolo e migrante, evangelizador de povos e culturas, nos leve a compreender que o exercício da caridade constitui o ápice e a síntese de toda a vida cristã. 
O mandamento do amor - sabemo-lo bem - alimenta-se quando os discípulos de Cristo participam unidos na mesa da Eucaristia que é, por excelência, o Sacramento da fraternidade e do amor. E como Jesus no Cenáculo, ao dom da Eucaristia uniu o novo mandamento do amor fraterno, assim os seus "amigos", seguindo os passos de Cristo que se fez "servo" da humanidade, e sustentados pela sua Graça, não podem deixar de se dedicar ao serviço recíproco, responsabilizando-se uns pelos outros segundo quanto o mesmo o próprio São Paulo recomenda: "Carregai os fardos uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo" (Gl 6, 2). Somente deste modo cresce o amor entre os fiéis e por todos (cf. 1 Ts 3, 12)."

Fórum::UniverSal lança livro

"3 anos – 30 ideias: 
debate aberto sobre a actualidade"

Com a chancela da Universidade de Aveiro, Fundação João Jacinto de Magalhães e Centro Universitário Fé e Cultura (CUFC), foi publicado o livro “3 anos – 30 ideias: debate aberto sobre a actualidade”, nascido no âmbito das Conversas Abertas do Fórum::UniverSal. Nele se reflectem temas abordados na primeira quarta-feira de cada mês, com organização do CUFC e da Fundação João Jacinto de Magalhães, numa perspectiva de nos sensibilizar para as nossas responsabilidades, na linha dos direitos humanos. 
O livro acabou por ser lançado em 10 de Dezembro de 2008, aquando das comemorações da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948, em Paris, naquele mesmo dia. A riqueza e a variedade dos assuntos tratados só por si são um desafio a cada um de nós para uma leitura cuidada. E se soubermos que pelo CUFC passaram convidados de alto gabarito cultural, académico e humano, mais fortemente seremos impelidos a procurar o livro para o ler, não como quem lê um romance ou um livro de contos, mas como quem se debruça, com serenidade, sobre os temas apresentados em resumo ou em esquemas alargados, ao jeito de quem nos convida a reflectir sobre eles. 
Por esta casa de encontro de ideias e de projectos, passaram pessoas tão diversas como Guilherme d’Oliveira Martins, José Ferreira Mendes, Fernando Nobre, Júlio Pedrosa, Manuel Augusto Oliveira, Rui Marques, Laurinda Alves, Adriano Moreira, Margarida Santos, Fernando Vieira, José Carlos Vasconcelos, Ximenes Belo, João de Deus Ramos, Paulo Borges, Victor Sérgio Ferreira, João Gaspar, Élio Maia, Luís de Matos, Martinho Pereira, João Fernandes, Luís Antero Reto, Eduardo Marçal Grilo, Francisco Sarsfield Cabral, José Alfredo Martins, Nuno Rogeiro, Amaro Neves, Barbosa de Melo, Isabel Alçada, Polybio Serra e Silva e José Matoso. 
Saberes diversos, culturas diferentes e até divergentes, de tudo houve nestas Conversas Abertas, espelhando o livro sinais do que se passou no CUFC, nestes últimos três anos, em serões normalmente bastante participados. No prefácio, que o Bispo Emérito de Aveiro, D. António Marcelino, intitulou de “um diálogo libertador”, síntese perfeita do que realmente aconteceu, foi sublinhado que “O verdadeiro diálogo não tem vencedores. Tem colaboradores honestos na investigação e beneficiários comuns dos resultados obtidos. O diálogo é sempre orientado a uma procura respeitosa e aberta da verdade que interessa a todos, que é um bem de todos e para todos e cada um”.
Por sua vez, Alexandre Cruz, a alma grande deste projecto, manifesta o desejo, na Nota Introdutória, de “que este Sal, partilhado em fórum plural, complemente a autocrítica de justo sabor como sentido de ética mundial, por forma ao reencontro apurado das actualidades em direitos e responsabilidades humanas”. E mais adiante sublinha que o Fórum::UniverSal, se traduz numa “experiência essencialmente errante de tertúlia em diálogo cultural e de saberes disciplinares que vence o unilateralismo fechado das dicotomias”, tendo sido, por isso, “um contributo aberto à reflexão”. Ler esta obra será, pois, uma boa oportunidade para cada um olhar o mundo à sua volta, nos mais diversos sentidos que nos são indicados pela rosa-dos-ventos. 
 
Fernando Martins

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Centenário da freguesia da Gafanha da Nazaré

Farol em construção
A propósito da entrevista que o presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Manuel Serra, me concedeu, para publicação no TIMONEIRO e que aqui transcrevi, tenho recebido algumas sugestões interessantes, muito variadas e todas respeitosas. Gosto de comportamentos dignos de gafanhões, que nos prezamos de ser. Na impossibilidade de me referir a todas, de uma só vez, tenciono pegar nelas para, de tempos a tempos, voltar ao assunto. Penso que poderão ser, deste modo, mais rendíveis. Diz o Hélder Ramos, docente numa escola de Ovar, que seria importante que a Junta estabelecesse “protocolos com as escolas para pôr os alunos a estudar a identidade da Gafanha da Nazaré, garantindo futura publicação”, porque, acrescenta, “precisamos dos mais jovens para aprofundar a memória da nossa gente, sob pena de a estarmos a perder irremediavelmente”. O meu amigo Hélder tem razão. É preciso, de facto, envolver os nossos jovens nesta tarefa ingente e urgente de descobrir, estudar, preservar e divulgar a nossa identidade. Sei que algo tem sido feito, mas reconheço que tudo quanto se fizer será sempre pouco. Das muitas iniciativas já levadas a cabo pelas nossas escolas, neste âmbito, julgo que falta uma divulgação adequada. Sei que existem, porque frequentemente tenho sido solicitado para prestar um ou outro esclarecimento e até já fui falar, há anos, a algumas escolas, sobre o nosso passado. Mas é evidente que urge fazer mais. Talvez as nossas escolas, de vários graus, estejam um pouco fechadas à sociedade, ou, melhor dizendo, nem sempre terão sabido envolver os gafanhões nos seus projectos educativos. Assunto a rever, em meu entender. Se então pegarmos no Centenário da freguesia, que chega em 2010, para a partir dele desenvolvermos iniciativas na linha proposta pelo Hélder, estaremos decerto a contribuir para preservação e divulgação da nossa identidade. Eu, como é óbvio, farei o que estiver ao meu alcance. Fernando Martins

Primeiro dia depois das festas

SEMPRE INTERESSADO PELA VIDA
Depois das festas todas, do Natal ao Ano Novo, hoje recomeça o trabalho. Parece estranho, um aposentado, como eu, dizer que recomeça o trabalho, com a normalidade da vida. Mas é verdade. Não a vida de horários para cumprir, mas a vida sem tanto sofá, com doces variados à mistura. Gosto de sentir que o meu espírito tem anseios para alcançar e projectos para realizar. Gosto de saber, por experiência do dia-a-dia, que, afinal, não sou um conformado com a vida, o que me impele a procurar a acção, do corpo e da mente. Para me sentir pessoa com planos de futuro. A vida, como é normal, não se resume ao tempo que dedico ao meu blogue, espaço onde retrato o que penso, a partir da leitura que faço dos acontecimentos da sociedade. Outras solicitações me desafiam. De alguém que me leu recebi um pedido de ajuda para um trabalho académico. De outro veio um voto de sucesso para o Pela Positiva. Um comentário sobre um escrito meu é um incentivo para continuar. Um leitor que gostou de saber que o TIMONEIRO reapareceu e que vai contar com a minha colaboração também é estímulo para não me quedar por aqui à espera, simplesmente, que o tempo passe. Que passa, sei eu que é inevitável, mas que me encontre sempre interessado pela vida, é o meu grande desejo. FM

domingo, 4 de janeiro de 2009

ROSTOS - Júlio Cirino

Uma vida dedicada ao Atletismo com muita paixão 




Quando contactei o Júlio Cirino, estava ele a chegar de uma viagem à Guiné-Bissau, onde se deslocou na qualidade de formador de treinadores de Atletismo. Antes, andou por Espanha, Hungria e Croácia, entre outros países. Em breve irá a Cabo Verde e Angola. 
Membro da IAAF – Federação Internacional de Atletismo Amador, dá o seu contributo do muito que sabe, ensinando alunos universitários e treinadores de Atletismo, sobretudo na área dos Lançamentos, de que se tornou especialista, no país e no estrangeiro. 
Júlio Cirino esteve ligado à FPA – Federação Portuguesa de Atletismo, entre 1997 e 2007, como treinador nacional de Lançamentos. Presentemente, é colaborador da mesma federação, para os sectores do Peso e Disco, abrangendo jovens com idades compreendidas entre os 13 e os 17 anos. 
Em conversa com o Júlio, percebe-se facilmente a sua paixão por este desporto, paixão que começou ainda jovem, como atleta de meio-fundo, sobretudo nos 1500 metros obstáculos. Chegou a ser detentor do recorde nacional dos 1000 metros, no âmbito escolar, com a marca de 2’ 41’’, mais tarde batido pelo Fernando Mamede, com 2’ 39’’. 

SINAL +

1.Em cada início de um novo ano renascem as esperanças de um mundo melhor. No coração do homem, esta ânsia renova-se, desde que o ser humano tomou conta do mundo. Ainda é assim nos tempos que correm. Será assim nos tempos vindouros. Para além das contingências das épocas, o futuro está, seguramente e em grande parte, nas mãos dos homens. Só eles, sem ambições desmedidas, poderão ser agentes activos do seu futuro, que tem de passar pela construção de uma sociedade mais solidária. Nestes primeiros passos de 2009, marcados por crises económicas e guerras que parecem sem fim à vista, ouso acreditar que o velho ditado, “Depois da tempestade vem a bonança”, acabará por triunfar, para bem da humanidade. Sempre, naturalmente, com o contributo de todos, em especial de gente que aposte no bem, no belo, mas ainda na paz, na justiça, na verdade e na fraternidade. Para todos estes vai o meu Sinal + deste primeiro domingo de 2009. 2. O meu Sinal + vai também para o Presidente da República e para a sua Mensagem de Ano Novo. Bem ordenada e lida sem gaguejar, com frontalidade e sentido de Estado. Disse verdades e apelou à verdade para enfrentar a crise. Teme, como todos tememos, o desemprego, a pobreza e a exclusão social. Condenou a pregação de ilusões e a insistência em políticas desastradas. Disse que se gasta mais no país do que aquilo que se produz. Mas não deixou, também, de nos alertar para a necessidade de cultivarmos a esperança, olhando para o essencial, a que urge dar prioridade. “Este é o tempo de resistir às dificuldades, aos obstáculos, às ameaças com que cada um pode ser confrontado”, afirmou Cavaco Silva. FM NOTA: Em cada domingo do ano, esta minha nova rubrica vai sublinhar os acontecimentos ou as pessoas que mais se distinguiram, pela positiva, na minha óptica.

Tecendo a vida umas coisitas – 112

DATAS DE BACALHAU- 2
NO PRINCÍPIO...
Caríssima/o: Como bem se compreenderá não está no meu entendimento a pretensão de grandes explicações ou profundos esclarecimentos; apenas e só me limitarei a apontamentos ligeiros que nos poderão ajudar a fazer uma leitura da pesca do bacalhau através da nossa vida e ...história. Tentativa de outro calibre ultrapassa a minha pesca à linha... Assim sendo, iniciemos a pescaria. Como se verá a nossa relação com o bacalhau é anterior ao início da nossa nacionalidade... Século IX- “Em todos os portos Bretões e Normandos, havia um considerável comércio de bacalhau fresco, frescal e salgado; como se sabe também que a sua exportação em barricas para os países mediterrânicos e portos do Levante remonta a essa época”. Histórias Desconhecidas dos Grandes Trabalhadores do Mar, Valdemar Aveiro, Papiro Editora, Porto, Novembro 2006, p. 20 [De futuro será referenciado: HDGTM, 20] Século XII- “D. Henrique o Navegador, estava sem dúvida ao corrente do conhecimento geral da navegação nessas paragens [Labrador e Terra Nova], pois em sua vida continuaram a desenvolver-se as relações entre as coroas portuguesa e dinamarquesa, atestadas pelo casamento de uma sua prima com o rei Erik da Dinamarca. No século XII já uma filha de D. Sancho I casara com Valdemar II, rei da Dinamarca.” História da Pesca do Bacalhau: por uma antropologia do “fiel amigo”, Mário Moutinho, Editorial Estampa, Lisboa, 1985, pp. 17/18 [HPB, 17/18] Século XIII- “Berengária, filha de D. Sancho I, casou na Páscoa de 1214, com Waldem da Dinamarca. Leonor, filha de D. Afonso II, sobrinha da anterior, casou [em 1229] com outro príncipe dinamarquês.” “A partir do século XIII, muito provavelmente devido a alterações climatéricas – desvios de correntes, etc. - o bacalhau começou lenta e progressivamente a desparecer, rarear, primeiro no Mar Cantábrico, depois na Biscaia e a seguir na Mancha, acabando a pesca por cair nestas zonas para níveis desencorajantes”. [HDGTM, 22] 1353 - “Na condição de portugueses, já como nação e reino independente, o primeiro acordo de pesca que se conhece entre nós remonta ao século XIV, mais concretamente ao ano de 1353, firmado entre D. Afonso III de Portugal e Eduardo III de Inglaterra, autorizando, por um período de 50 anos, as caravelas pesqueiras portuguesas [de Lisboa e do Porto] a pescar nas costas de Inglaterra e a demandar portos, assim como os da Bretanha, sem qualquer risco ou impedimento, conquanto pagassem os respectivos direitos ao senhor do país. A assinatura dum tratado deste género só se compreende se a actividade piscatória tivesse já adquirido alguma magnitude em anos anteriores.” [HDGTM, 22; HPB, 15 e Oc45, 67 (Oceanos, n.º 45, Janeiro/Março 2001, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses)] A vós o dizer se vale a pena prosseguir nesta rota... Manuel
NOTA: Foto da capa da revista OCEANOS

sábado, 3 de janeiro de 2009

Viver com o Salário Mínimo

O EXPRESSO desafiou o jornalista Hugo Franco a viver com o salário mínimo (450 €) durante um mês. O jornalista aceitou o desafio e vai dar conta aos seus leitores, em crónicas diárias (expresso.pt), das experiências vivenciadas. Não sei se vai ter alegrias para contar (E daí, quem sabe?) ou se as suas crónicas, de tão cheias de dificuldades, passarão a ser um espaço de reflexão para todos nós. Já agora, seria interessante que o Governo encarregasse um dos seus ministros de fazer semelhante experiência. Estou em crer que muita coisa mudaria na governação do nosso país.

Como o simples é belo!

Há imagens que valem por mil palavras. Esta tulipa, que mão amiga me fez chegar com votos de Bom Ano Novo, é um sinal de frescura, de tranquilidade e de paz, numa certa solidão vivencial. Aqui a deixo para mostrar como o simples é tão belo. É também um convite para que o saibamos procurar e preservar durante 2009.

PROVIDÊNCIA E ECONOMICÍDIO

Antes, era a Providência divina. Deus, no seu saber, bondade e poder infinitos, governa o mundo, e a Humanidade está sob a sua protecção. Mesmo quando a dor, a desgraça e a morte se abatem sobre os seres humanos, deve-se conAlinhar à esquerdafiar, pois Deus tudo dirige segundo o seu desígnio. Aliás, Leibniz escreveu a sua Teodiceia precisamente para, como diz a própria palavra, justificar Deus perante a razão, por causa do mal do mundo. A justificação é: sendo Deus omnisciente, omnipotente e infinitamente bom, este é o melhor dos mundos possíveis. Hegel de algum modo secularizou a teodiceia, substituindo-a pela historiodiceia: a História autojustifica-se, pois ela é a manifestação e realização do Espírito Absoluto no seu autodesenvolvimento dialéctico, a caminho da plena autoconsciência. A negatividade é momento do processo e a "astúcia da Razão" consiste em colocar mesmo o particular e negativo ao seu serviço. Se a historiodiceia toma o lugar da teodiceia, a Razão na sua astúcia substitui a Providência. Na economia, a teodiceia e a historiodiceia são substituídas pela mercadodiceia - o mercado justifica-se a si mesmo. Entregue livremente a si próprio, o mercado fará com que, apesar de cada um procurar o seu interesse, tudo convirja para o maior bem de todos. Nele, habita a Providência, agora com o nome de "mão invisível", como disse Adam Smith. Mas Kant chamou a atenção para o "falhanço" da teodiceia: como pode a razão finita justificar Deus? A "astúcia da Razão" não é suficientemente forte para assumir as negatividades improdutivas. Quanto à "mão invisível", deixou mesmo de se ver. Quem tinha dúvidas esbarrou agora com a evidência. O antigo presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos Alan Greenspan recuou na fé de 40 anos: "Cometi um erro ao confiar que o mercado livre pode regular-se a si próprio sem a supervisão da Administração." A crise está aí, imensa, imprevisível. Começou com o sistema financeiro e está a chegar, à maneira de tsunami, à economia real, e teme-se um economicídio. Agora que o mundo do negócio se afunda, é tempo de parar no ócio - quantos se lembram que a palavra escola vem do grego scholê, que significa ócio, não no sentido de preguiça, mas de liberdade para pensar? -, precisamente para pensar. Quando se pensa, percebe-se que afinal não há alternativa à economia de mercado, mas ela tem de ser economia social e ecológica de mercado, acentuando os dois adjectivos: social e ecológica. Economia quer dizer etimologicamente lei da casa; ora, a casa tem de ser a casa de todos e para todos e a casa é o planeta Terra, que é obrigatório preservar. Quando se pensa, vê-se claramente a urgência de apelar para a necessidade da regulação e da ética no universo da finança e da economia. Ética - mais uma vez, segundo o étimo grego - tem a ver com o comportamento que se deve ter para habitar a casa comum. Quando se pensa, espera-se que a justiça funcione. De facto, houve incompetência, aventuras especulativas irresponsáveis e também se fala em corrupção e crimes vários. Sem justiça, como repor crédito e confiança no sistema? Problema maior: quantos acreditam e confiam real e verdadeiramente na justiça em Portugal? Pensando bem, precisamos de distribuição mais justa da riqueza - não se lia há dias no DN que "os rendimentos dos presidentes executivos das 50 maiores empresas europeias equivalem a 441 salários mínimos da Zona Euro"? Não continua também entre nós a cavar-se cada vez mais fundo o abismo entre a ostentação obscena da riqueza e a iniquidade cruel da pobreza? Quando se pensa a fundo, talvez se conclua que é tempo de pôr mais o acento na cultura do ser do que na cultura do ter. E não será urgente viver com mais moderação - de mederi, donde vem também meditação e medicina?E torna-se absolutamente claro que está aí o tempo da solidariedade. Se não for por humanidade, ao menos por egoísmo esclarecido. De facto, a acumulação sucessiva de frustração, impotência, fome, degradação, injustiça, pode levar a confrontos sociais de consequências imprevisíveis.
Anselmo Borges

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Casas Gafanhoas

Na década de 40 do século passado, as casas gafanhoas não tinham, naturalmente, as comodidades das casas dos nossos dias. Algumas da Cale da Vila, na Gafanha da Nazaré, contudo, já competiam com habitações de certas vilas e cidades portuguesas.

Taizé: Encontro de Bruxelas

"O que procuramos no mais profundo de nós mesmos é a paz, a paz do coração e a paz para toda a família humana. Santo Ambrósio dizia: «Começai em vós a obra da paz, para que, uma vez pacificados vós mesmos, leveis a paz aos outros»."
Meditações do Irmão Alois

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Mensagem de Ano Novo do Presidente da República

Conselhos oportunos a ter em conta
Na sua Mensagem de Ano Novo, o Presidente da República, Cavaco Silva, fez um apelo, veemente, à verdade que deve ser dita aos portugueses:
"Não devo esconder que 2009 vai ser um ano muito difícil. Receio o agravamento do desemprego e o aumento do risco de pobreza e exclusão social. Devo falar verdade. A verdade é essencial para a existência de um clima de confiança entre os cidadãos e os governantes. É sabendo a verdade, e não com ilusões, que os portugueses podem ser mobilizados para enfrentar as exigências que o futuro lhes coloca. A crise financeira internacional apanhou a economia portuguesa com algumas vulnerabilidades sérias. A crise chegou quando Portugal regista oito anos consecutivos de afastamento em relação ao desenvolvimento médio dos seus parceiros europeus. Há uma verdade que deve ser dita: Portugal gasta em cada ano muito mais do que aquilo que produz. Portugal não pode continuar, durante muito mais tempo, a endividar-se no estrangeiro ao ritmo dos últimos anos."
Na sua Mensagem, cheia de recomendações e de apelos, Cavaco Silva também mostrou confiança na capacidade dos portugueses para Portugal vencer a crise.
Já passámos por outras situações bem difíceis. Não nos resignámos e fomos capazes de vencer. O mesmo vai acontecer agora. Tenho esperança e digo-o com sinceridade. Cada um deve confiar nas suas competências, nas suas aptidões e capacidades. Este é o tempo de resistir às dificuldades, aos obstáculos, às ameaças com que cada um pode ser confrontado. Não tenham medo. O futuro é mais do que o ano que temos pela frente. O futuro será 2009, mas também os anos que a seguir vierem. Acredito num futuro melhor e mais justo para Portugal, porque acredito na vontade e no querer do nosso povo.
Podem ler toda a Mensagem aqui.

Dia Mundial da Paz

Papa Bento XVI apela ao fim da violência e do ódio em 2009
O Papa Bento XVI apelou hoje ao fim da "violência" e do "ódio", em 2009, aludindo ao Médio Oriente onde, segundo garantiu, a grande maioria da população israelita e palestiniana quer "viver em paz". "A violência, o ódio e o desencorajamento são também formas de pobreza a combater e talvez mesmo as mais terríveis. Que elas não vençam!", apelou o Papa, no Vaticano, por ocasião do primeiro dia do ano, celebrado pela Igreja Católica como o Dia Mundial da Paz. Bento XVI disse ter "confiado a Maria, mãe do filho de Deus, o desejo profundo de viver em paz, que emana do coração da grande maioria da população israelita e palestiniana, mais uma vez colocada em perigo devido à violência massiva que eclodiu na Faixa de Gaza em resposta a outras violências". Bento XVI desejou ainda "o dom da paz para a Terra Santa e para toda a humanidade".
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Um poema de Orlando Figueiredo

MÃOS DADAS
Mãos dadas sem querer dominar o outro Apenas amamos os malmequeres com o mesmo amor que amamos as rosas Mãos abertas sem medos e sem ódios Apenas abominamos a guerra e buscamos as raízes da alma Mãos fechadas Apenas para agarrar o amor e o espalhar depois como quem semeia girassóis numa planície descoberta Orlando Jorge Figueiredo

FARMÁCIA MORAIS SERVE AS GAFANHAS HÁ 68 ANOS


Ester Morais: a mais antiga farmacêutica da Região Centro 

Quem entra na Farmácia Morais, ao lado da igreja matriz da Gafanha da Nazaré, talvez nem lhe passe pela cabeça que se trata da mais antiga de todas as Gafanhas. E tem, desde a primeira hora, como proprietária e Directora Técnica, a Dra. Maria Ester da Silva Ramos Morais, que é, segundo informação colhida junto da Ordem dos Farmacêuticos, a Directora Técnica com mais anos de actividade na Região Centro. 
A Farmácia Morais também é, pensamos nós, o estabelecimento com mais anos de porta aberta na Gafanha da Nazaré, nunca tendo mudado de ramo, como farmácia que sempre foi. Embora delegue a maior parte do trabalho de atendimentos nos empregados, a sua presença responsável e tutelar não passa despercebida a ninguém, olhando muitos clientes como conhecidos de longa data, com quem troca algumas palavras, em jeito familiar. 
Um dia destes procurámo-la para a entrevistar, porque consideramos justa uma referência no TIMONEIRO, o jornal da Gafanha da Nazaré, ou não estivesse a Dona Ester, como é conhecida e tratada pelos gafanhões, ao serviço dos doentes, desta terra e região, a caminho dos 69 anos. 
Maria Ester Morais é natural da freguesia de Santo Ildefonso, no Porto, em cuja Faculdade de Farmácia se licenciou em 1936. Casada com José Rodrigues Morais, já falecido, começou a exercer a sua profissão em Fermentelos, em farmácia própria de que foi Directora Técnica. Depois, reconhece que o mundo dá as suas voltas, nem sempre esperadas. Seu marido veio à Gafanha da Nazaré com um amigo e aqui conheceu o mestre António Bolais Mónica. Conversa puxa conversa, o mestre António acabou por convencê-lo a transferir a Farmácia Morais para a nossa terra, o que veio a acontecer precisamente em 11 de Maio de 1940. Até hoje. 

Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz

Na Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz, sublinha-se que «a disparidade entre ricos e pobres tornou-se mais evidente»
"Combater a pobreza implica uma análise atenta do fenómeno complexo que é a globalização. Tal análise é já importante do ponto de vista metodológico, porque convida a pôr em prática o fruto das pesquisas realizadas pelos economistas e sociólogos sobre tantos aspectos da pobreza. Mas a evocação da globalização deveria revestir também um significado espiritual e moral, solicitando a olhar os pobres bem cientes da perspectiva que todos somos participantes de um único projecto divino: chamados a constituir uma única família, na qual todos – indivíduos, povos e nações – regulem o seu comportamento segundo os princípios de fraternidade e responsabilidade"

Tecendo a vida umas coisitas – 111

BACALHAU EM DATAS- 1
APRESENTAÇÃO Caríssima/o: Hoje, com todo o gosto, iniciamos com uma data de bacalhau, o que pode ser lido de várias maneiras; mas, das duas mais correntes (muito bacalhau e... bacalhau em datas), escolhi a última. Assim, se tivermos saúde e audácia, e enquanto o espaço no-lo permitir, com as vossas paciência e sábia colaboração, iremos descobrindo e penetrando no reino do “fiel amigo”. Não, não se iludam que não trarei novidades nem muito menos descobertas impensáveis; também não apelarei para a minha experiência nesses domínios, que a não tenho; ainda muito menos poderei apresentar-me como estudioso nessa área... Então, perguntareis com toda a lógica, que vem este patarata escrever aqui e sobre o bacalhau? Tão-só apresentar uns linguados (perdão, uns apontamentos rabiscados...), alinhavados ao longo destes últimos anos e que fui pescando nas arcas dos entendidos. Serão enfadonhas tais águas para os peritos; uma chatice para os bravos pescadores; uma incursão desnecessária para os empresários... Apesar disso rumarei mesmo contra-corrente e com o vento contrário, convencido como estou que uma acha será sempre uma achega para uma boa fogueira onde todos nos poderemos aquecer, petiscando uma isca de bacalhau salgado e conversando mano a mano para acertar agulhas... E a porta fica sempre aberta para uma boa corrente de ar, refrescante e purificadora; com tal brisa a jornada será mais pronta e a barra abrir-se-á para uma entrada ansiada e festiva... Como navegaremos? De vela latina, bolinando, sabendo onde fica a arribação e procurando nunca perder o norte. Porém, se tal acontecer, estou pronto a ceder o leme para que alguém corrija a rota... E... vamos com Deus! Próspero Ano Novo! Manuel