quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Mensagem de Natal do Bispo de Aveiro

Natal, tempo habitado pela esperança 1.O nascimento de Jesus foi precedido por um longo tempo de ansiada expectativa. Esse tempo terá para sempre as marcas dolorosas da saudade do paraíso recusado e do diálogo entre Deus e o homem, interrompido por impensadas desculpas e por imponderadas acusações. Na esperança do Natal, o povo de Israel fez uma libertadora travessia através de desertos desconcertantes, cheios de surpresas e mistérios. Porém, este povo nunca perdera da linha do seu horizonte, uma longínqua e ténue esperança e o encanto da promessa inicial de Deus: “Um Salvador vos será dado”. Neste difícil caminho não faltaram ao povo herdeiro da promessa a autoridade dos patriarcas, a sabedoria dos governantes e a voz dos profetas. A uns e outros se deve o segredo da fidelidade reencontrada mesmo em horas de desânimo ou em momentos de revolta e de medo. A confiança no Senhor torna-se sentimento forte e ideia determinante para incentivar o povo a manter viva a promessa e firme a esperança. Essa mesma confiança será renovada no belo hino de Maria, a Mãe de Jesus, que exulta de alegria pelas maravilhas que Deus realiza ao exaltar os humildes e ao dar valor e atenção aos simples. É por entre hinos de alegria e cânticos de esperança que o Natal é anunciado ao mundo e que os homens adormecidos e recostados ao silêncio tranquilo da noite são convidados a despertar. O mistério da Encarnação de Deus tornou-se centro da história da humanidade e razão da nossa fé. Paulo, apóstolo de Jesus, estabelecerá mais tarde a partir daqui uma das mais belas sínteses da nossa identificação com Jesus Cristo: “ Nele vivemos, nos movemos e existimos”. 2. Somos chamados a viver este Natal em tempo de crise económica e financeira, de empresas a fechar, de desemprego a aumentar, de posições extremadas entre pessoas e grupos, de diálogos rompidos, de pobres a quem tudo falta, de gente sem pão, sem casa e sem trabalho. A maior pobreza é, porém, a falta de esperança já visível em tantos rostos tímidos e envergonhados. O Natal deve educar-nos para a sobriedade, para a procura do essencial, para o encontro com Deus, para a experiência solidária e para a partilha fraterna com estes nossos irmãos, independentemente da sua origem, cultura, etnia, ou credo. Todos têm direito igual ao Natal. Todos têm a mesma necessidade do Natal. Do seu mistério original e dos seus valores culturais. Todos precisamos do Natal. Que este Natal a ninguém esqueça, a ninguém ignore, a ninguém exclua da mesa da família humana, da casa da fraternidade cristã e do coração santo de Deus! 3.Propõe-se a Diocese de Aveiro como plano pastoral para os próximos cinco anos ser Igreja renovada na caridade e esperança no mundo. É um ambicioso programa de vida e de acção pastoral que só tem sentido se o procurarmos realizar a partir da convicção profunda e da fé inabalável de que Deus veio habitar no meio de nós. Que o Natal, vivido e celebrado neste tempo novo, seja um cântico de esperança a relançar novo ardor, novos métodos e os novos horizontes de evangelização! Façamos deste Natal um tempo habitado pela esperança. “O cristianismo só cumpre verdadeiramente a sua missão se contagiar de esperança a humanidade” (J. Moltmann). Com estes sentimentos tão próprios deste tempo, a todos saúdo na alegria e na paz, desejando a todos os diocesanos um santo Natal e um abençoado Ano de 2009.
António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro
Nota: Ilustração de Almada Negreiros

Jantar de Natal da Obra da Providência


ATITUDES A TER EM CONTA

 O tradicional jantar de Natal da Obra da Providência foi este ano um pouco diferente do que é habitual. A crise económica actual e o exemplo de uma certa parcimónia ditaram as suas leis. Juntando a isso o desejo da direcção de convidar não só os dirigentes, antigos dirigentes e funcionárias, mas também as suas famílias, levou a esta bonita opção. A refeição foi preparada, em grande parte, por todos. E à roda da mesa, então, todos se sentaram e conviveram, como se no melhor restaurante estivessem. Exemplo a aproveitar.
Maria da Luz Rocha, uma das fundadoras, marcou presença no jantar, com todo o seu carinho pela instituição de que foi directora durante décadas. Uma outra fundadora, Rosa Bela Vieira, por razões de saúde, não pôde comparecer, mas o seu espírito esteve com toda a gente. Logo a abrir, e depois das palavras de boas-vindas do presidente Eduardo Arvins, o Prior da Gafanha da Nazaré, Padre Francisco Melo, lembrou o nascimento da Obra da Providência, desejando que a chama da atenção aos outros se mantenha.
A Obra da Providência, nasceu – referiu – como gesto de caridade. As fundadoras agiram enquanto vicentinas, pondo em prática o mandamento do amor. As instituições ligadas à Igreja Católica não podem descurar essa faceta, sob pena de menosprezarem e de traírem a sua matriz cristã. Urge, pois, viver a solidariedade na caridade, sublinhou o Padre Francisco Melo. Aliás, ainda adiantou que as instituições de solidariedade social de cariz cristão devem em tudo mostrar a sua diferença, para melhor, no respeito pelo cumprimento das leis, na seriedade do seu agir, na atenção aos que mais precisam.
Outro momento significativo foi a entrega à direcção da Obra da Providência de um conjunto de dossiês, constituído por inúmeros documentos e fotos, que são o retrato histórico da vida da instituição, com mais de meio século de trabalho com os que precisam. Foi organizado pelas irmãs Ascensão Ramos e Margarida Lagarto, filhas de uma fundadora, Maria da Luz Rocha. Durante o jantar, um dirigente da instituição, Eduardo Almeida, especialista em artes mágicas, brindou os convivas com alguns números do seu reportório. A vida, de facto, sem a alegria de alguma magia, não faz sentido.

 FM

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

PELA POSITIVA com 200 mil entradas

AQUI FICA A PROMESSA DE QUE CONTINUAREI COM O MESMO ÂNIMO
O meu blogue PELA POSITIVA, que começou timidamente em finais de 2004, ultrapassou hoje as 200 mil entradas. Já teria ultrapassado este número, não fora o caso de, por erro meu, ter ficado sem contar as entradas durante dois longos períodos. Para um blogue generalista, que aposta nos valores que enformam a nossa civilização, sempre olhando os lados bons da vida, rejeitando o escândalo, a especulação política, o pornográfico e o futebol, temas que só por si atraem muita gente, penso que é muito bom. Bom e estimulante para continuar, ao sabor da maré e com a generosa colaboração de alguns amigos, que semana a semana aqui dão o seu contributo. Para os colaboradores, para os amigos que me incitam a prosseguir e para quantos diariamente me visitam, aqui ficam os meus sinceros agradecimentos. E aqui fica também a promessa de que continuarei, com o ânimo que senti desde a primeira hora. Fernando Martins

TIME elege Barack Obama como Personalidade do Ano

Como era de esperar, a revista norte-americana Time escolheu o Presidente eleito norte-americano, Barack Obama, como Personalidade do Ano 2008. Obama, que há dois anos nem sequer era conhecido da maioria dos americanos, surge agora como o homem capaz de imprimir uma liderança forte no seu próprio país, com reflexos garantidos em todo o mundo. A vitória de Obama foi uma "pedrada no charco", surgindo como marco histórico no campo de uma nova ordem social, que promova o respeito pelos direitos humanos.

Festa de Natal do Etnográfico da Gafanha da Nazaré

Federação do Folclore Português homenageia Grupo Etnográfico Realizou-se no dia 13 de Dezembro, num restaurante da nossa cidade, o tradicional jantar de Natal do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. Presentes, para além de membros do Grupo e seus dirigentes, o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, o presidente da Junta de Freguesia, Manuel Serra, o presidente da Federação do Folclore Português, Fernando Ferreira, e o nosso prior, Padre Francisco Melo. O jantar de Natal do Etnográfico é sempre uma boa oportunidade para se fazer o balanço do ano prestes a terminar, tarefa de que se encarrega o presidente desta associação, Alfredo Ferreira da Silva. Foi significativa, no entanto, a lembrança com que a Federação do Folclore Português, através do seu presidente, obsequiou o Grupo Etnográfico, pela celebração, em 2008, dos 25 anos da sua existência. Na circunstância, o fundador do Grupo Etnográfico recordou os três festivais organizados no âmbito da freguesia, bem como a procissão pela ria de Aveiro, em honra de Nossa Senhora dos Navegantes. Mas não deixou de sublinhar as deslocações levadas a cabo, como embaixador das nossas tradições etnográficas. Dirigindo-se ao presidente da Câmara, Ferreira da Silva recordou as promessas relacionadas com a Casa da Música, porque as condições em que se trabalha “são muito más”, disse. Ainda frisou a necessidade de se avançar com a construção da segunda fase da Casa Gafanhoa, que contempla uma recepção, uma sala de exposições e uma loja de artigos regionais, obras estas que não ferem o antigo edifício que mantém viva a memória de uma habitação de lavrador rico, dos princípios do século XX. Como resposta de Ribau Esteves, todos ouviram que, para já, nada está esquecido, embora as prioridades sejam canalizadas para o Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, espaço também a carecer de uma intervenção que o torne mais funcional.

NATAL: Notas do Meu Diário

9 de Dezembro Ao olhar a Árvore de Natal que envolve o Menino, recordo um poema, de autor anónimo, publicado na revista XIS, em 2003, de que era directora Laurinda Alves. Penso que nos oferece um conjunto de propostas para vivermos a quadra natalícia, imbuída de nobres sentimentos de fraternidade. Diz assim:
Neste NATAL Neste Natal quero armar uma árvore dentro do meu coração. E nela pendurar, em vez de presentes, Os nomes de todos os meus amigos. Os amigos antigos e os mais recentes. Os amigos de longe e os amigos de perto. Os que vejo em cada dia e os que raramente encontro. Os sempre lembrados e os que às vezes ficam esquecidos. Os das horas difíceis e os das horas alegres. Os que sem querer eu magoei ou sem querer me magoaram. Os meus amigos humildes e os meus amigos importantes. Os nomes de todos os que já passaram pela minha vida. Muito especialmente aqueles que já partiram e de quem me lembro com tanta saudade. Que o Natal permaneça vivo em cada dia do ano novo. E que a nossa amizade seja sempre uma fonte de luz e paz em todas as lutas da vida.
Fernando Martins

ADOPÇÃO, FAMÍLIA E INSTITUIÇÕES

Hoje quero usar o meu direito à indignação. Um direito nacional que a gente acomodada não usa, esquecendo as conse-quências irreversíveis das omissões. Ouvi, de fio a pavio, um debate longo sobre a adopção de crianças. Um mundo de técnicos a expender saber, um molho de leis e de determinações recordadas, uma ladainha de casos por resolver ou mal resolvidos, casais estrangeiros como solução para casos de vários irmãos, uma consideração irrealista da família real e um despeito claro pelas instituições, sem qualquer distinção entre as estatais de há muito desagregadas e as que têm experiência de décadas com métodos humanos e sábios e resultados à vista. Ouvi, fui confrontando com as experiências de que disponho, alarguei o horizonte da reflexão, li e reflecti o tema a partir da vida, que não de modelos importados; lembrei os casos dos meios de comunicação social, entrei em lares e ouvi casais que adoptaram e onde a vida tem sentido, acolhi expressões de alegria e gratidão, enxuguei algumas lágrimas incontidas de dor... Há anos, depois de ouvir a um membro do governo um lindo discurso sobre a adopção, perguntei-lhe, à queima-roupa, se adoptava um africano ou um deficiente. Considerou a pergunta uma provocação, e não gostou. “Mas saiba que há quem os adopte”, retorqui. A família, se não a destruírem mais, será sempre o espaço normal, quente e acolhedor, para nascer e crescer. Será também a referência necessária para outras formas que a substituam, quando ela não existe ou perdeu condições para realizar as tarefas que lhe são próprias. O Padre Américo sempre procurou que a Obra da Rua e nas suas casas, se seguissem as regras do viver e dos sentimentos da família. Assim ele foi tratado, não porque o mandasse ou exigisse, como o “Pai” dos gaiatos que encontrava abandonados e acolhia ou lhe levavam a casa, sabendo que aí havia amor, pão e carinho. Outras instituições, com o mesmo saber e viver, geraram “mães”, para aqueles que nunca a conheceram e aí chegavam bebés e se tornaram homens e mulheres de bem, capazes de enfrentar a vida. Só o orgulho, o poder prepotente, a ignorância ou o despeito as desconsideram e menosprezam. As instituições sofrem as dificuldades das famílias com êxitos e fracassos como todas elas, mas persistem no amor, sempre capaz de inovar e de aperfeiçoar. Ouçam-se os que aí vivem e crescem para a vida e comparem-se com os das instituições do Estado, onde abundam técnicos, com horários que se contam ao minuto, gente que só suja as mãos com papéis, nunca com as crianças e os adolescentes. Revolta ver jovens licenciadas, com poder mas sem vida que as recomende, falar de cima para baixo, para julgar padres, leigos e gente consagrada que vivem décadas em entrega e doação total a crianças sem família ou como se não tivessem. Quem teve na sua mãe, ainda que simples e iletrada, a psicóloga mais atenta que corrigia e logo beijava, saberá que não há educação sem amor e afectos, sem paciência e dedicação, sem respeito e entrega, sem gratuidade e perdão, sem regras e atenção diária. Quem teve a graça de uma família, ainda que humilde e discreta, e nela o espaço de aprendizagem de valores morais, relação mútua, prática da verdade, amor ao trabalho, solidariedade com os mais pobres, sobriedade aprendendo a viver com o que se tem, saberá sempre que a família é a melhor escola para a vida e que desconsiderar a família é retirar às pessoas o sentido da vida e à sociedade a sua consistência natural. Legislar e ver na adopção o remédio, que o é para muitos casos, mas ao mesmo tempo desprezar a família ou torná-la inviável, bem com às instituições que seguem os seus valores, é coisa de néscios e inconscientes. Escutem quem trabalha a sério e as leis serão a favor das pessoas, não dos sistemas. Então, olhar-se-á mais para os educadores capazes de amar, servir e sofrer, que para os degraus da escada onde os meninos podem tropeçar…De onde vieram estes “inteligentes” legisladores e técnicos? Será que na casa dos pais não havia degraus, não havia irmãos a dormir no mesmo quarto? Para educar e ser educado não chegam diplomas e títulos. Não se dispensa é amor.
António Marcelino

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

CIRA – Baixo Vouga apresenta-se

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A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro – Baixo Vouga, já conhecida por CIRA, constituída por 11 municípios, vai apresentar-se no dia 18 de Dezembro, quinta-feira, pelas 10 horas, no edifício da Antiga Capitania, em Aveiro. Um vídeo sobre a Ria de Aveiro, a divulgação das grandes opções do Plano para 2009 e os principais projectos a implementar, entre outras iniciativas, fazem parte da apresentação da CIRA.
Será desta que a Ria de Aveiro passe a ter alguém, com visão realista, capaz de a tirar do marasmo em que se tem encontrado?

Cardeal-Patriarca apela à doação de órgãos

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«As famílias hesitam em permitir a utilização dos órgãos, que hoje é uma possibilidade de vida para tanta gente que se não a tiver morre. Devemos todos cultivar uma disponibilidade cultural e espiritual», afirmou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo.

Festas de Natal

Parabéns pelas iniciativas
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Não há instituição, seja de que âmbito for, que não organize, nesta quadra, uma festa para os seus associados e amigos. E ainda bem, porque as festas, no mínimo, contribuem para aproximar as pessoas. Hoje e aqui refiro-me a duas festas de outras tantas instituições da Gafanha da Nazaré, da área da música. Concretamente, a Escola de Música Gafanhense e a Filarmónica Gafanhense. A primeira tem a sua festa marcada para o dia 19 de Dezembro, pelas 21 horas, no auditório Mãe do Redentor, na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, com audição dos seus alunos e com um concerto pela Orquestra Juvenil; a segunda, no dia 27 do mesmo mês, pelas 21 horas, também na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, com um concerto de Natal. Com votos de que as festas sejam um lenitivo para as agruras da vida, aqui ficam os meus parabéns pelas iniciativas. E o mais curiosos é que estas duas instituições, vocacionadas para a cultura musical, contam, decerto, com apoiantes comuns.

Extensão de Saúde da Barra sem solução à vista

O povo é que sofre
A Extensão de Saúde da Barra continua sem solução à vista, apesar de as instalações estarem concluídas há mais de dois anos. O presidente da Junta, Manuel Serra, critica o Ministério da Saúde por incumprimento do protocolo estabelecido com a Câmara de Ílhavo. O povo, no fim de contas, é que continua a sofrer as consequências do silêncio dos responsáveis pela Saúde.

Aqui estamos, somos os teus ossos e a tua carne!

O Natal de Jesus moldou vivências nas mais diferentes e diversas sociedades até aos nossos dias, mesmo quando, como hoje acontece, o anfitrião da festa se vê obrigado a novos e desconhecidos exílios, sem que o seu destino, outrora profético, seja o Egipto bíblico. Seja como for, mesmo os menos familiarizados com a Tradição cristã não estranharão, se tiverem oportunidade de o vislumbrar, que o Nascimento de Jesus só tenha alcançado a vibração da anamnese, isto é, o fôlego de uma memória vivificante, com a experiência Pascal dos discípulos de Cristo. Só a experiência do Ressuscitado permitiu àqueles homens e àquelas mulheres da primeira hora reler os acontecimentos do seu tempo, e, alongando o olhar, reler igualmente o percurso de gerações, perscrutando um sentido para a aventura humana, um projecto que os crentes nunca deixarão de atribuir à Graça. O grande dilema da pessoa humana, que atravessa culturas e tempos, independentemente das mundividências ou mesmo da sua falta, será sempre o de confrontar a vida, individual e colectiva, com um sentido. Nessa busca, mesmo antes de avultar na consumação do diálogo, a sensibilidade dos artistas constituirá sempre poderoso guia estelar, mesmo se o deflagrar de tantos desesperos obnubilem, demasiadas vezes, a força regeneradora da esperança. É disto que se trata, sentido e esperança, quando falamos de Natal. E foi este Natal que permitiu aos artistas traduzir em matéria não apenas o hino, como a razão do louvor. Recorro ao Elogio fúnebre de Santa Paula, escrito por São Jerónimo, para deixar a formulação de um voto, fixando-me na descrição da visita de Paula à Basílica de Belém: «Ela jurou-me que via, com os olhos da fé, o Menino envolto em panos chorando no seu presépio; os Magos adorando a Deus; a estrela brilhando por cima; a Virgem Mãe, José solícito; os pastores vindo de noite para testemunharem o sucedido». Via... com os olhos da fé. Que o Natal de Jesus também se mostre, pelos olhos da nossa fé, às mulheres e aos homens que nos molduram a existência. Para que possamos dizer, como o escreveu Santo António de Lisboa, e a uma voz, ao Jesus do Presépio e ao Cristo da Cruz: ‘Aqui estamos, somos os teus ossos e a tua carne!’ João Soalheiro

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

FESTA DE NATAL: Circo para crianças do concelho de Ílhavo

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A Câmara Municipal de Ílhavo, em colaboração com as quatro Juntas de Freguesia do Concelho, oferece amanhã, dia 16, no recinto da "Feira dos 13", na Vista Alegre, um espectáculo de circo a três mil crianças da Rede Pré-Escolar, pública e privada, e do 1.º Ciclo do Ensino Básico, da área do Município. Trata-se de uma festa de Natal, sempre ao gosto das crianças, que conta, ainda, com uma lembrança do “Pai Natal”. O circo é da responsabilidade da Companhia Cardinali, não faltando os tigres, o homem canhão, malabaristas, equilibrismo, trapezistas e muito mais, para além dos insubstituíveis palhaços.

Mais um livro de Senos da Fonseca

MARÉS
O Eng. Senos da Fonseca acaba de publicar mais um livro, dedicado à divulgação de temas ilhavenses. O produto da venda de MARÉS, com data de 2008, reverterá para uma instituição de solidariedade, garantida que está a despesa da edição, que é de sua conta. Diz o autor na apresentação do seu trabalho que o título – MARÉS – reflecte o “sabor do ir e vir das mesmas e dos consequentes estados de espírito que me provocam”. Embora Senos da Fonseca sublinhe que “MARÉS não poderá ser um trabalho perfeito”, por causa da “pressa”, a verdade é que me deu gosto lê-lo, pelas memórias que me suscita. Com este livro, o autor continua a enriquecer a historiografia ilhavense, na medida em que traz à tona d’água temas que podem cair no esquecimento. Se é que, para os mais novos, não são pura e simplesmente questões completamente desconhecidas. Refiro-me, por exemplo, à demolição da Capela das Almas, à dança dos nomes na Praça da República, à Estrada Ílhavo-Mota, aos 110 anos de Independência do Concelho de Ílhavo, à Capela de Nossa Senhora de Penha de França, com o Bispo D. Manuel de Moura Manuel, à Arraisa Calôa e a tantos outros assuntos que abordou, com muita sensibilidade, no seu blog TERRA DA LÂMPADA, com nacos de poesia em muitos dos seus escritos. Aqui recordo, ainda a título de exemplo, a visita que fez ao S. Paio da Torreira. Senos da Fonseca, a que já me referi no meu blogue, a propósito dos seus livros, “ÍLHAVO - Ensaio Monográfico” e “O Labareda”, é hoje uma referência para quem aprecia conhecer melhor o passado e o presente de Ílhavo. Fernando Martins

Crise só para alguns

Reformas milionárias já são mais de 4 mil O número de beneficiários da Caixa Geral de Aposentações (CGA) com reformas mensais acima de quatro mil euros mantém um ritmo de crescimento imparável: em 2008 reformaram-se 284 funcionários do Estado com pensões douradas e em Janeiro de 2009 já há mais 28 aposentações milionárias. Ao todo, desde 1997 a CGA já atribuiu pensões de luxo a 4054 pessoas. Só este ano houve um aumento de 7,5 por cento face ao ano passado no universo desses beneficiários, diz o Correio da manhã. Há crise? Há, mas só para alguns.

Stella Maris organiza almoço solidário

Solidariedade em acção
O Clube Stella Maris está a organizar um Almoço Solidário, a ter lugar na sua sede, no dia 20 de Dezembro, pelas 13 horas. Esta é uma iniciativa destinada a alguns utentes de três instituições, os quais vivem uma certa solidão. O Stella Maris conta sentar à mesma mesa 120 pessoas, com destaque para famílias que precisam da nossa solidariedade, durante momentos difíceis das suas vidas.

Museu de Aveiro vai reabrir

Depois de profunda remodelação, o Museu de Aveiro vai reabrir as suas portas, em pleno, na próxima quinta-feira, 18 de Dezembro. Agora, com novos espaços para exposições, este museu, que preserva a memória de Santa Joana, merece ser mais visitado e mais divulgado, para se tornar mais conhecido, entre os aveirenses, e não só.

Efeméride aveirense: Posse do primeiro reitor da UA

: 15 de Dezembro de 1973 Neste dia, em 1973, o ministro da Educação Nacional, Prof. Doutor José da Veiga Simão, conferiu a posse ao primeiro reitor da Universidade de Aveiro, Prof. Doutor Vítor Gil, em sessão soleníssima realizada no salão de conferências do Museu de Aveiro, junto ao túmulo da Princesa Santa Joana. In Calendário Histórico de Aveiro

As Mulheres das Secas

Mulheres das secas, com uns bacalhaus a sério. Daqueles que caíam bem na mesa de Natal de qualquer um
Em Marintimidades, os meus leitores podem ler mais um tema sobre assunto que nos diz respeito. Ana Maria Lopes, especialista em assuntos do mar e da ria, escreve sobre As Mulheres das Secas. As da foto são, com certeza, das Gafanhas. Quem as identifica?

domingo, 14 de dezembro de 2008

Natal: Adeste Fideles

Santa Maria Manuela

Ilustração do convite para a visita
Maqueta do "Santa Maria Manuela", ainda no estaleiro. Plano original
A empresa Pascoal, armador do SPS* ”Santa Maria Manuela”, com sede na Gafanha da Nazaré, apresentou ontem o navio a um grupo de interessados inscritos antecipadamente para o efeito. Esta disponibilidade foi oferecida e divulgada através do blogue do navio. Apesar da chuva, ao evento compareceram pessoas das mais variadas procedências e que têm acompanhado os trabalhos de recuperação do navio pelo citado blogue. Entre estes encontravam-se antigos tripulantes, membros da Aporvela, fotógrafos, mas sobretudo apaixonados por esta arte que se vai extinguindo. O armador começou por mostrar uma maqueta do navio segundo o seu plano original, informando que já está em elaboração outra de igual dimensão mas respeitando a actual configuração do navio. Seguiu-se uma exaustiva descrição das profundas alterações internas do navio, sistema propulsor e aparelho vélico, bem como da integração das novas tecnologias nos sistemas de comunicação e lazer. Foi ainda explicada a futura funcionalidade desta unidade e a sua interacção com organismos de ciência, turismo de aventura, intercâmbio cultural, seminários, congressos e até banquetes. Um factor que despertou muita curiosidade foi a notícia da possibilidade do navio passar pelos antigos pesqueiros dedicando algum tempo à pesca de bacalhau, apenas como motivo de lazer e recriação do seu passado. Ainda este mês o navio seguirá a reboque para Marín, Espanha, onde sofrerá os acabamentos internos e externos. Espera-se estar pronto em Outubro.
*Special Purpose Ship (navio com finalidade especial) João Marçal

Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz - 1 de Janeiro

Combater a pobreza, construir a paz
"Em tal perspectiva, é preciso ter uma visão ampla e articulada da pobreza. Se esta fosse apenas material, para iluminar as suas principais características, seriam suficientes as ciências sociais que nos ajudam a medir os fenómenos baseados sobretudo em dados de tipo quantitativo. Sabemos porém que existem pobrezas imateriais, isto é, que não são consequência directa e automática de carências materiais. Por exemplo, nas sociedades ricas e avançadas, existem fenómenos de marginalização, pobreza relacional, moral e espiritual: trata-se de pessoas desorientadas interiormente, que, apesar do bem-estar económico, vivem diversas formas de transtorno. Penso, por um lado, no chamado « subdesenvolvimento moral » 2 e, por outro, nas consequências negativas do « superdesenvolvimento ».3 Não esqueço também que muitas vezes, nas sociedades chamadas «pobres», o crescimento económico é entravado por impedimentos culturais, que não permitem uma conveniente utilização dos recursos. Seja como for, não restam dúvidas de que toda a forma de pobreza imposta tem, na sua raiz, a falta de respeito pela dignidade transcendente da pessoa humana. Quando o homem não é visto na integridade da sua vocação e não se respeitam as exigências duma verdadeira «ecologia humana »,4 desencadeiam-se também as dinâmicas perversas da pobreza, como é evidente em alguns âmbitos sobre os quais passo a deter brevemente a minha atenção."
Ler toda a Mensagem aqui

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 107

O EXAME DA ADMISSÃO
Caríssima/o: Bem, entramos num assunto muito difícil para as actuais gerações; fazem lá ideia que para continuar na escola para além da quarta classe ou quarto ano era preciso outro exame, não era suficiente o que se tinha feito em Ílhavo! É lá possível?, perguntarão surpresos e com espanto. Mas era assim e muitos de nós, à cautela, fazíamos dois: um ao liceu e outro à escola industrial e comercial. Pois é!..., podia acontecer chumbar num e ficava a possibilidade de continuar os estudos no outro... Quer isto dizer que havia um grupo muito razoável que fazia três exames sobre as mesmas matérias, de princípios de Julho a meados de Agosto! A preparação para este exame, ou exames, era feita pelo Professor da 4.ª classe a pedido dos pais, mediante uma quase simbólica retribuição, e algumas vezes era o próprio Professor que «pedia» aos pais para deixarem que o filho continuasse a estudar, 'que era uma pena, o rapaz ou a rapariga, era bom aluno e esperto... seria bom que fizesse a admissão...', 'mas a vida está difícil; onde vamos arranjar...?', 'não se preocupem com nada, e eu ajudo em tudo o que puder'... E assim foi comigo e com tantos outros que ficámos a dever aos nossos Mestres mais este grande favor de motivarem os nossos Pais e de os convencerem numa época de fome a apertar ainda mais o cinto para que o filho fosse estudar! Bem hajam! Só depois da Páscoa é que começava a preparação a sério... e prosseguia depois do exame da 4.ª, continuando os alunos juntos na Escola da Ti Zefa. As provas tinham um grau de dificuldade mais exigente e o critério de classificação também mais apertado, pelo que a reprovação era encarada com alguma naturalidade e batia a muito boas portas. Na escrita lá estava o famigerado ditado, mas o número de erros permitido era muito menor e a redacção que se fazia na segunda página era como um discurso com um número mínimo de palavras; a aritmética e a geometria também puxavam bem mais pelos conhecimentos e pelas capacidades dos alunos; ainda o desenho não era a brincar... Curiosamente é desta última prova que me recordo com um sorriso de complacência: o meu Professor Salviano até arranjou um espião que foi espreitar qual o modelo e logo ali o esboçou e exemplificou para mim, que visse como era fácil... Não consigo explicar, mas o lado direito do jarro que estava empoleirado até ficou jeitoso com as curvas todas direitas, agora o lado esquerdo... eu inclinava-me para ver se ficava igual ou parecido com a outra metade, mas qual quê, fazia apagava fazia apagava... cansado e qual artista cubista, puxo do lápis e zás! Um traço a direito como que a dizer a quem corrigisse a prova que pelo espelho que era esse traço visse a outra metade! Mas escapei e fui à oral, onde apareceram três senhores doutores que depois conheci muito bem: Rocha, Patrício e Orlando. O do meio, também em Geografia e História, ouviu, ouviu e no fim sai-se: “p'rò ano temos que falar para esclarecer umas coisas!” (sempre a duvidarem do que tinha aprendido no tal quarto!...) Esta oral foi no Liceu Velho, no Zé 'Stêvão, na Praça, numa sala esquisita, com escadas; vim a saber no ano seguinte que era o Anfiteatro! Lá estava o quadro preto onde foi proposto e resolvido um problema com seis operações! Creio que fica bem aqui um aparte: houve no Liceu um professor famoso em Matemática, o Doutor Carneiro; na Escola Industrial não lhe ficava atrás o Doutor Damas. Para verem a capacidade dos alunos pespegavam-lhe com a tabuada dos 11 (depois ensinavam-lhes o truque!...) e com problemas fáceis mas... “Vais daqui até à Barra e dás, por hipótese, 1001 passos. Quantos passos dás numa viagem de ida e volta?” “2002!...” “Errado!” “Errado? Então 1001+1001...” “Pois é, mas esqueceste-te que tens de atravessar a rua!...”
Manuel

sábado, 13 de dezembro de 2008

Gafanha da Nazaré e Costa Nova com Unidade de Saúde Familiar

A Gafanha da Nazaré e a Costa Nova vão passar a ter em funcionamento, a partir de segunda-feira, uma Unidade de Saúde Familiar (USF), para servir dez mil utentes. Foi baptizada com o nome “Beira-Ria” e não vai funcionar em edifício próprio, como seria de esperar, mas nas já existentes Extensões de Saúde. Segundo Humberto Rocha, coordenador da Sub-Região de Saúde de Aveiro, este novo serviço conta com uma equipa de seis médicos, sete enfermeiros e cinco administrativos, trabalhando todos os dias úteis, das 8 às 20 horas, para consultas normais e ambulatório. Aquele responsável garante que serão atendidos “casos agudos, sendo que as situações de gravidade extrema continuarão a ser enviadas para o Hospital de Aveiro”. E acrescenta que esta USF pretende contribuir para que “todos os utentes sejam vistos no dia em que forem à consulta”. Este novo serviço obrigou a algumas adaptações, ao nível de uma redistribuição de espaços no Centro de Saúde da Gafanha da Nazaré, em ordem a uma melhor funcionalidade, com a criação, nomeadamente, de duas novas secretarias e gabinetes. No Posto da Costa Nova também houve algumas alterações, informou Humberto Rocha à comunicação social.

Ano Novo

Os votos de Ana Maria Lopes vieram assim, desta forma tão expressiva. Que o barco da vida continue a alimentar sonhos bonitos, são os meus desejos sinceros.
Fernando Martins