terça-feira, 7 de outubro de 2008

Adeus Marx, adeus capital

A economia está na ordem da hora. Reparem nos relógios, nos ecrãs, na histeria dos espectáculos bolseiros, nos sinais, na pressa, na subida, na descida, no sentimento positivo ou negativo. Tudo se passa como um relâmpago, começando em Wall Street e passando por Londres, Tóquio, Madrid ou Lisboa. E chega à nossa porta. Ao nosso bolso. Não contávamos com isto. Pelo menos para já. Neste novo milénio tivemos o 11 de Setembro, os arredores de Paris a arder, atentados no Iraque e Afeganistão, ameaças nucleares nalguns países, África por vezes a emergir, outras com a pobreza no pico mais alto, os barris de petróleo a fazerem rolar os painéis nas bombas de gasolina, nas viagem de qualquer tipo, no preço do pão de cada dia. Diremos simplesmente que as leis são mais fortes que as vontades e as vontades que criam leis de justiça ou injustiça não mudaram. Vivemos a convulsão do “já e ainda não”, com os grandes do mundo mais assustados que os pobres, pois as suas perdas são mais arrasadoras que as perdas do cidadão comum. Mas as astúcias ganham cidadania. O dinheiro é jogo, especulação, ameaça, retracção, bluf, enganos contínuos para que a ilusão seja impulsionadora de negócio e o boato determine novas formas de lucro. Os poderes públicos já se sentiram ultrapassados. Uma espécie de terrorismo económico tornou-se determinante no xadrez de troca de capitais e bens – móveis ou imóveis – que nos leva a sentir-nos em estado de emergência e dúvida económica sistemática, decretada pelos prestidigitadores da moeda, dos juros, dos lucros, das subidas e descidas das acções como roleta constitutiva do nosso sistema económico. Adeus Marx, adeus capital. Nesta matéria mentir não é bom. Mas dizer a verdade toda pode ser arriscado. Pode gerar efeito dominó. Cada qual lança ou paralisa o seu investimento, o pequeno ou grande sinal de compra e venda, e abre uma caixa surpreendente de consequências. Bento XVI na abertura do Sínodo referiu-se a esta crise como reveladora da “futilidade da corrida ao dinheiro”. Não se vislumbra, por enquanto, saída para este estado de crise. Mas nem por isso podem ficar de fora as atitudes éticas no pequeno e grande mercado, nos negócios onde o ser humano está no centro e o mais frágil merece o maior respeito. A Igreja reafirma hoje mais veementemente a sua doutrina social, sejam quais forem os novos meios e técnicas em que se envolva o trabalho humano. O trabalho continua a ser um direito e um dever de todos, na continuidade da criação, na relação com o capital, no título de participação de todos, nas obrigações do Estado, no mundo agrícola e industrial, no mundo universo migratório, nos direitos da mulher, na remuneração equitativa, na distribuição dos rendimentos, nas novas formas de solidariedade e nas surpresas constantes da orgânica do mundo laboral. O ser humano é o mesmo. E continua indiscutível a frase de Cardijn: as coisas têm preço, os homens têm dignidade. António Rego

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O Fio do Tempo

A caravela da motivação
1. Pessoas visionárias e motivadas geram projectos e envolvimentos ambiciosos. O contrário também é verdade: desmotivação atrai pessimismo, crise, incerteza, desconfiança, negritude, depressão, recessão. É preocupante observar-se que a conjugação desta sequência de palavras “negras” começa a ocupar espaço demasiado como se de uma nuvem chuvosa se tratasse. Os tempos económicos actuais são também esse reflexo consequencial de que a «pedra angular» da construção social tem sido colocada bem mais na sedutora face «material» do ter que nos valores profundos que dão sentido e Ser à vida. A cultura do efémero, do plástico, do «de repente» invadiu os territórios da sabedoria tirando-lhe o lugar. 2. De 85 anos de vida e 65 de partilha pública de ideias, o reconhecido ensaísta português, Eduardo Lourenço, esteve nestes dias entre nós. Na Universidade de Aveiro e em Portugal, a convite do Centro Nacional de Cultura, sendo homenageado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Lourenço, estudioso dos valores e essências da mitologia clássica europeia e portuguesa, esteve no programa «diga lá excelência» (Público, RR, Canal 2). A sua entrevista (Público, 05-10-2008) é mais um contributo irrecusável para compreendermos quem somos, dos lados de crise aos de aventura, como necessidade de «sair» de si para (idealmente) se encontrar. 3. Destaca Lourenço que os portugueses lá fora são conhecidos pela «caravela». Vem essa imagem dos tempos do «milagre» de um país tão pequeno chegar tão longe nas descobertas. Comentava-se que esse milagre nos aprisionou, pois que nos viria substituir no compromisso diário de embarcar. Se «cada pessoa que se eleva, eleva a própria Humanidade», então as dificuldades de cada época trazem mesmo consigo esse ouro no crisol que pode gerar uma nova forma. A motivação não é um milagre que venha de fora; constrói-se no compromisso e no rigor diário a que nos habituarmos. Alexandre Cruz

Um livro de Ana Maria Lopes

“Jorge Godinho”
Se fosse vivo, Jorge Godinho teria completado 70 anos no passado dia 5 de Janeiro. Nasceu nessa data, em 1938, e faleceu em 16 de Junho de 1972, vítima de leucemia. Era casado com Ana Maria Lopes e quando morreu os seus dois filhos, o Pedro e o Miguel, tinham, respectivamente, 6 anos e 16 meses. O livro nasceu, segundo a autora, a pensar “nos nossos netos que não conheceram o Avô”. E decerto, também, a pensar nos filhos, que pouco tempo tiveram para conviver com o pai. Mais ainda, julgo eu: a pensar na importância de deixar como herança, aos familiares e amigos, as marcas indeléveis de um homem, marido, pai e depois avô, que soube viver o seu tempo com elevação. Para além das evocações fundamentais da vida de Jorge Godinho, por sinal irmão de Cecília Sacramento, minha querida e saudosa professora de português, Ana Maria Lopes revela facetas artísticas de seu marido, durante sete anos, pois era um exímio executante da guitarra de Coimbra. Lendo esta obra, a autora leva-nos a viajar com Jorge Godinho pelo mundo do fado coimbrão, tão cultivado pela academia. E nessa viagem, cruzamo-nos com artistas que fizeram escola, alguns dos quais ainda podem deixar-nos impressões vivas do convívio que mantiveram com o biografado. Luiz Goes, José Niza, Jorge Tuna, Octávio Sérgio, José Miguel Baptista, Durval Moreirinhas, José Afonso, Fernando Rolim, António Portugal e Levy Baptista e tantos outros são evocados por Ana Maria Lopes nesta obra, em edição de autora, que os ex-alunos, amigos e familiares do homenageado hão-de ler e reler com saudade. Jorge Godinho licenciou-se em História e Filosofia, tendo exercido a nobre missão de ensinar até à sua morte. E pelo testemunho de um aluno, Naia Sardo, ele foi um professor de Filosofia que soube fornecer aos estudantes “as bases das correntes doutrinárias das várias épocas e países”, que os “ajudaram a ser homens válidos para a sociedade actual”. Por sua vez, Octávio Sérgio recorda “a sua sonoridade, o dedilhar, o timbre, a clareza de notas, enfim, a qualidade da sua execução era superior”. E Durval sublinha: “Eu, tu, o Tuna, o Zeca, o Adriano, o Niza, Sutil Roque, o Marta, o Octávio, etc., etc., fizemos parte desse caldo de cultura cúmplice, fraterno, solidário, que nem os maus momentos conseguiram destruir.” Ao referenciar o seu falecimento, o Correio do Vouga escreve, em 23 de Junho de 1972: "Corajoso na doença, dedicado aos seus alunos e amigos, optimista na visão dos acontecimentos, espírito inteligente e culto, foi professor que se impôs pela sua competência profissional e pelas suas invulgares qualidades de carácter, de compreensão e de bondade." Completam o livro inúmeras ilustrações da vida de Jorge Godinho, desde criança até à sua intervenção social, passando pela família e pela vida académica e artística. Neste sector, sobressaem as capas dos discos em que deixou a sua marca de guitarrista, no Fado de Coimbra, da sua e nossa geração.
Fernando Martins
Nota: O livro de Ana Maria Lopes, “Jorge Godinho”, foi lançado no sábado, em Coimbra, na Galeria de Arte Santa Clara.

domingo, 5 de outubro de 2008

ATENAS CONTRA JERUSALÉM?

Já no fim, Hitler obrigou miúdos a avançar para a guerra. Foi assim que também Johann Baptist Metz entrou no horror. Uma manhã, ao regressar, depois de cumprir ordens num destacamento militar distante, encontrou os colegas todos mortos. Uma juventude roubada, à beira do abismo do absurdo! Aí está a razão por que, como o filósofo Adorno escreveu que, "depois de Auschwitz, já não é possível a poesia", também o teólogo Metz, no início do ano lectivo, reflectia com os estudantes que, se aquelas aulas não fossem ao encontro dos problemas dos homens e das mulheres e dos seus sofrimentos e das suas esperanças, não só não valiam a pena como eram uma injúria. Na Alemanha, celebra-se agora o 80.º aniversário do seu nascimento e muitos chamam a atenção para a importância de uma teologia que, no quadro de uma "nova teologia política", marcou indelevelmente o pensamento do século XX. Th. Assheuer acaba de se lhe referir no influente Die Zeit como "teólogo fascinante" e chamando a atenção para o que constituiu a sua provocação à Igreja católica: "Atenas contra Jerusalém." Porque é que a Igreja está mais centrada na redenção dos pecadores do que na justiça com os que sofrem inocentemente? Porque dá mais facilmente as mãos aos criminosos do que às vítimas? Porque avança triunfalmente, abençoando os poderosos? Segundo Metz, o cristianismo perdeu em radicalidade na sua mensagem, porque ficou preso do espírito helénico, esquecendo as suas raízes hebraicas e que no seu fundamento está "a memória perigosa" de um judeu, Jesus, crucificado. Enquanto o pensamento grego gira à volta dos modelos ideais "fora da" história, o pensamento bíblico recorda as vítimas "na" história. "Atenas" pergunta pelas ideias abstractas e a-históricas; "Jerusalém" pergunta pela sorte dos inocentes. Die Zeit lembra "o grito dos inocentes" e "a autoridade dos que sofrem", para sublinhar que, segundo Metz, a história do Ocidente seria menos cruel, se não tivesse reprimido a revolta bíblica contra a "normalidade" da dominação e da violência. A paixão por Deus verifica-se - tem a sua verdade - na compaixão pelas vítimas, como veio dizer a Valadares, há três anos, quando o convidei para o Congresso sobre Deus no Século XXI e o Futuro do Cristianismo. E só a compaixão funda perspectivas de paz. Um "exemplo desconfortável": "Só quando israelitas e palestinianos reconhecerem reciprocamente a sua história de sofrimento, chegará a paz ao Médio Oriente." J. B. Metz reconheceu, desde jovem, em A Teologia do Mundo, traduzido para português, a base bíblica da secularização enquanto autonomia do mundo. O seu combate foi contra a privatização da fé e da teologia, como se o cristianismo, concretamente após o iluminismo, devesse remeter-se para privacidade e para o sentimento, sem consequências políticas. Fundou assim, em oposição à "teologia política" do politólogo Carl Schmitt, cuja concepção de pecado original legitimava o poder ditatorial, uma "nova teologia política", em confronto crítico com a sociedade e concebendo-se como um "saber prático", que se faz "praxis na história e na sociedade". Este projecto teológico articula-se à volta de três categorias fundamentais: memória, narração e solidariedade. O conteúdo da fé cristã determina-se como memória da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Esta memória é uma "memória perigosa", pois tem um poder mobilizador e transformador: põe em crise o presente, abre à esperança e apela à acção. Enquanto teologia narrativa, comunica experiências e desperta para novas experiências. Depois, a memória e a narração implicam a solidariedade, uma solidariedade "místico-política": mística, porque referida à história de Jesus; política, porque é praxis transformadora da história e da sociedade, tendo no horizonte a realização íntegra de todos os seres humanos. Percebe-se então que esta solidariedade tenha de ser bifronte: não olha apenas para diante, para o futuro; olha também para o passado, para a história do sofrimento, para os mortos, pois o seu compromisso é com todos: todos reconhecidos como "sujeitos diante de Deus". Anselmo Borges, no DN

O Fio do Tempo

A incompleta República
1. Fruto dos grandes diálogos com Sócrates (470-399) e da sua ética inalienável como coerente projecto pessoal e de sociedade, Platão (428/7-347) escreve A República. Obra colossal, matriz fundadora dos valores do Ocidente, também na convergência com o espírito da incontornável tradição histórica judeo-cristã, A República quer ser a viva aspiração humana de uma sociedade inclusiva onde não existisse lugar para a rejeição. Nos tempos do renascimento, diante da Europa em convulsão guerreira e intolerante, Tomás Moro (1478-1535) inspira-se na obra platónica para escrever a sua Utopia (1516). Também nesta mesma raiz foram projectados os modelos de ciência e sociedade; entre outros, a Nova Atlântida (1627) de Francis Bacon (1561-1626), a Cidade do Sol (1623) de Tommaso Campanella (1568-1639), … 2. É importante ir à raiz da «res-pública» para compreender os desafios da actualidade. Tantas vezes a limitação humana das reacções a determinados sistemas previamente vigentes pode bloquear o verdadeiro significado do que se pretende dizer. Neste sentido, talvez seja necessário destacar que a Revolução Francesa (1789), que ergueu um desejado saudável Estado de Direito, rapidamente primou tanto pela reacção ao passado que não foi «livre», tanto quanto se apregoa. A proclamação ideal de «liberdade, igualdade e fraternidade» espelhou-se em falácia verificada nos nacionalismos consequentes que invadiram a Europa, começando logo com o império francês napoleónico. Saudável a crítica republicana ao absolutismo e aos poderes instalados; engano tremendo a nova absolutização do «republicanismo». 3. A tradução para o feminino da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) valeu a uma mulher corajosa a morte na guilhotina. Afinal a «liberdade» só era masculina e os que não tinham direitos de cidadania também não tinham lugar. É assim maravilhoso relembrar que a autêntica república se alicerça nos Direitos Humanos (1948), não só «do Homem e Cidadão». Ou seja, exaltação exacerbada do «republicanismo» (como se fosse uma nova religião com o “ismo”), não! Porque poderá excluir as diversidades e ideologicamente o reflexo das próprias liberdades… República, Participação, Democracia, Justiça, Dignidade Humana, sim! Este será o caminho da inclusão pessoal e social das culturas, dos sentidos, das religiões, das raças, das políticas… É neste sentido que o 5 de Outubro poderá ser ponto de reflexão em que, enquanto houver indignidade humana e exclusão…, a liberdade da própria república continua incompleta. Ou não será? Depende da distância crítica em liberdade e da verdade de que os sistemas humanos não são valores absolutos.

República: 5 de Outubro


CAVACO SILVA NA COMEMORAÇÃO DO 5 DE OUTUBRO
"Os nossos filhos, os nossos netos, não nos perdoarão se baixarmos os braços, se não formos capazes de fazer as escolhas certas e ultrapassar as dificuldades que Portugal enfrenta."
Leia aqui todo discurso do Presidente da República

OS CRENTES SUPORTAM MAIS A DOR

"A religião é o ópio do povo", célebre expressão de Karl Marx, ganha uma nova dimensão. Um grupo internacional de investigadores, em que participou um psicólogo português, comprovou que os crentes suportam mais a dor do que os não crentes. Num estudo pioneiro a publicar na próxima edição da revista "Pain", estes investigadores de universidades britânicas simularam uma experiência religiosa para provar que esta desencadeou no cérebro de católicos praticantes um alívio significativo de sensações de dor física.
Clique aqui para ler todo o texto do JN

Dia Internacional do Professor

(Clicar na foto para ler melhor a mensagem escrita no quadro)
PROFESSORES MAIS ACARINHADOS POR TODOS
O Dia Internacional do Professor não pode ser ignorado por famílias, alunos e sociedade em geral. São os professores, ao longo de todo o processo escolar dos alunos, que desempenham uma missão fundamental na formação das crianças e jovens. Deles dependem, em grande parte, os homens e mulheres do presente e do futuro. Pelo que ensinam, pelos conhecimentos que transmitem e ajudam a descobrir, mas também pelos valores que enformam a nossa sociedade. Os professores, de qualquer grau de ensino, são fundamentais na ajuda que prestam às famílias, já que elas são, ou deviam ser, em primeira linha, as principais responsáveis pela educação dos filhos. O Estado, as Igrejas, as Escolas e outras instituições não passam, contudo, de imprescindíveis colaboradores na nobre tarefa de transmitir saberes e valores, por impossibilidade de as famílias o fazerem de forma programada e atempada. Nem sempre, porém, se reconhece o papel fundamental dos professores no processo educativo. Isso vê-se no dia-a-dia, infelizmente, com o Estado a não valorizar a classe docente, não lhe proporcionando condições de trabalho e estabilidade para que possam exercer as suas funções. Como não dá, tantas vezes, meios às escolas para que docentes, empregados e alunos possam ter o ambiente ideal para ensinar e para aprender. Também algumas famílias não se comportam devidamente, quando não apoiam os professores e não estimulam os filhos a respeitarem aqueles que se dão à docência, a tempo inteiro, numa perspectiva de contribuírem para uma sociedade mais culta, mais conhecedora, mais competente e mais educada. Daqui, deste meu recanto, com saudades dos tempos em que ensinava e aprendia com os alunos, formulo votos de que, no futuro, a partir de amanhã, os professores do nosso País se sintam mais reconhecidos pelo Estado e pela classe política e mais acarinhados pelas famílias e alunos. FM
Foto da Agenda'07 Expresso

Dia Internacional do Professor

Pérolas...
Fazendo jus ao nome deste blogue, e porque também partilho a ideia de que devemos privilegiar o que é positivo na nossa vida, apeteceu-me narrar este episódio. Num mundo tão conturbado, como aquele em que vivemos hoje, nomeadamente, no meio escolar, presenciei, hoje, uma cena tão insólita, quanto pitoresca! Circulava a professora por entre os alunos, para lhes dar apoio nas tarefas que realizavam, quando foi interpelada por um miúdo de 10 anos, com ar vivaço e muito observador: – A senhora professora que idade tem? Surpreendida pelo inesperado da pergunta e porque esperava, mais uma vez, ouvir algo pouco agradável, relativo à sua provecta idade, escusou-se a uma resposta imediata e tentou ganhar tempo: – A idade duma senhora não interessa, muito menos a da tua professora... Sempre ouvira dizer que não se pergunta a idade a uma senhora! Aquele aluno ainda não vivera o suficiente para já conhecer essas regras de cortesia. Há coisas que só o tempo nos ensina. O aluno continuava insistente: – Sabe, é que a senhora parece mais nova! A senhora veste roupa de uma mulher jovem... como as de 30 anos! Se até aí estava surpreendida com a pergunta do miúdo, então é que ficou perplexa! À saída da aula, voltou a insistir: – A senhora parece mais nova que a minha mãe, que tem 37 anos! É verdade, é verdade! Uma senhora, no patamar dos sexagenários, ouvir um piropo de tão profunda benevolência, só podia ter uma reacção! Uma enorme hilaridade, algum conforto pelo meio e... sentir a sua auto-estima em movimento ascendente! Afinal, a Escola também é alfobre de futuros cavalheiros... daqueles que se prezam… quiçá, algum D. Juan... O sol brilhou, resplandeceu no rosto enlutado da professora, a quem recentemente falecera um ente querido. E... porque considero que são as coisas boas da vida que nos devem merecer atenção e apreço, aqui vai a narração do episódio.
Madona
01.10.08

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 97

Clicar na foto para ampliar
O DESENHO
Caríssima/o: Sinceramente, para mim, assunto a esquecer! Desenho!? (Agora é 'educação visual' ou 'EV'...) A nossa escolaridade decorreu no período pós Segunda Guerra Mundial: penúria, tristeza, cinzento. Os lápis de cor eram em caixinhas de meia dúzia, curtinhos e tinham de ser poupadinhos para todo o ano. Os livros eram a uma só cor, apenas o de leitura se dava ao luxo de ter imagens coloridas... Os professores não nos mandavam ilustrar os nossos escritos, o desenho era outro: desenhar um copo, um funil, uma caneca... Isto nem tem nada de extraordinário, só que se o traço saía do trilho devido era a desgraça: a borracha era dura como pedra e não apagava, borratava e tanto mais quanto mais se teimava... até ao desastre final que era a folha rasgada! E agora? Mas o que mais irritava é que o Armando pegava no lápis e, sem a mínima dificuldade, em menos de um 'já', tinha o vaso desenhado e com uma flor! Bem olhava para a mão dele e para a cara, mas aquilo saía sem uma sacudidela ou um trejeito, tudo natural. Ora, se ele faz, ... vamos a isto!... Desta vez, não rasgou o papel, mas o vaso ficou de crena, qual navio encalhado no paredão da Meia-Laranja! Chegada a quarta classe, o apuro refinava: o desenho tinha de ter sombreado. O Professor bem exemplificava, até no quadro preto, e chamava a atenção para a zona onde batia a luz, era tudo mais que evidente. Vamos à prática... Oh, desgraça, agora a sombra ocupava o espaço do desenho, como que a esconder o cilindro que fora posto sobre a secretária. Nada de desanimar: com uma pontinha de papel rasgado e mesmo com a ponta do dedo, com cuidadinho, vamos dar certo volume redondo ao cilindro... Olha, dá-me a impressão que até o papel está com pena do artista! Manuel
NOTA: Ao pensar numa ilustração para este texto do meu amigo e colaborador Manuel, lembrei-me que seria curiosos descobrir um desenho feito por um gafanhão antigo. Mexendo em papéis doutros tempos, que por aqui vou tendo, veio-me à mão um caderno de trabalhos escolares de João Simões Amaro. Não sei se ainda é vivo. Mas se for, terei muito gosto em lho oferecer. O desenho foi feito em 16 de Junho de 1930. O professor, penso eu, seria José Ferreira de Oliveira. Não haverá por aí outras curiosidades para partilhar? Fico à espera.
FM

Implantação da República – 5 de Outubro

Celebra-se hoje, 5 de Outubro, a implantação da República em Portugal. Depois de mais de sete séculos de Monarquia, regime que criou o nosso País e o impôs no mundo, em especial com a gesta dos Descobrimentos, veio a República para nos governar. Não importa analisar, hoje e aqui, o que houve de bom e de mau em cada regime. Isso fica para os historiadores. Mas importa sublinhar que a Nação portuguesa, com Monarquia e com República, tem sabido navegar através dos tempos, quantas vezes enfrentando procelas, sem nunca deixar que a barca lusa se afundasse. Celebrar a República é celebrar, sobretudo, a coragem dos que se bateram por mudar o rumo de Portugal, na esperança de melhores dias para os portugueses. Valeu a pena? Cada um que julgue, mas haverá quem concorde e quem discorde. Como em tudo. As mudanças, normalmente, são ditadas pelo desejo de melhorar. E não vale a pena admitir que os republicanos lutaram por benefícios pessoais. A luta pelo poder, ontem como hoje, visa, sem dúvida, o bem comum. E os ideais pelos quais nos devemos bater, na religião, na política e fora dela, são metas que todos devemos ousar no dia-a-dia, para chegar a uma sociedade mais justa e mais fraterna. A Monarquia cumpriu o seu papel. A República estará a cumprir o seu. Mas está nas nossas mãos ajudar o País a permanecer fiel aos valores da sua matriz e aos desígnios de quantos o legaram às gerações presentes e futuras. A dois anos da celebração do centenário da República, importa agora que todos saibamos recordar o 5 de Outubro de 1910, não com a preocupação de acusar seja quem for, muito menos apostando em encontrar o que de mal se fez, mas procurando descobrir o que de positivo tem acontecido até hoje. Para que Portugal continue a realizar-se no mundo.
FM

sábado, 4 de outubro de 2008

Jovem talentosa canta Ave Maria

Uma jovem inglesa talentosa, de 12 anos, canta Ave Maria. Este vídeo foi-me gentilmente enviado pela Eneida. Aqui fica a partilha. Obrigado por este momento muito bonito.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Tradições das Gafanhas

Em Galafanha, pode ler Tradições da Gafanhas. Um texto que reflecte, com rigor, a vida difícil das mulheres gafanhoas, que conseguiram, à custa de muitas canseiras, transformar areias estéreis em terra fértil.

Sínodo dos Bispos no Vaticano

De 5 a 26 de Outubro, vai decorrer no Vaticano mais um Sínodo dos Bispos, tendo por tema-base “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”. Nesta XII Assembleia Geral Ordinária dos Bispos, participam 253 delegados, estando garantido mais tempo para intervenções livres. Portugal terá como delegados D. Anacleto de Oliveira, Bispo Auxiliar de Lisboa, e D. António Bessa Taipa, Bispo Auxiliar do Porto.

Casa Major Pessoa

A Casa Major Pessoa, que vai ser um museu de Arte Nova, já é um sucesso, mesmo antes de abrir as portas oficialmente. O Jornal de Notícias diz que foi visitado, desde Novembro de ano passado, por 8350 pessoas. O sucesso, espera-se, vai continuar.

O Dia Começou Bem

Numa sala de exames cardiológicos, no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, pude ler, numa folha colada na parede:
UM SORRISO...
- Não custa nada e rende muito;
- Enriquece quem o recebe, sem empobrecer quem o dá.
Dizia mais, mas isto é suficiente para começar bem o dia, todos os dias do ano.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O Fio do Tempo

EUA: o plano de fundo(s) 1. O mundo estava em suspenso. A campanha dos candidatos à presidência americana ajudou à aprovação do plano da injecção de 700 mil milhões de dólares no chamado mercado monetário. Astronómico! É uma realidade impressionante o encadeamento ao jeito de dominó da economia do mundo nos sistemas americanos. Uma megadependência construída nos últimos dois séculos, também na fronteira dos valores da “liberdade” (das pessoas aos mercados), que quase ninguém quer assumir verticalmente mas que quase todos vivem no dia-a-dia. O dinheiro, como dizem os analistas, está injectado; mas a reflexão do plano de fundo é a tarefa mais urgente a ser realizada. 2. Com certa ironia, mesmo que subjectiva, os americanos falam de si mesmos como se fossem o mundo. Os “outros” ficam…! O Senado aprova o plano para tranquilizar o povo dos Estados Unidos, mesmo sabendo-se que essa tranquilidade é transnacional, mundial. Quando a água acalmar proximamente, de facto, observar-se-á a pequenez que somos para os persistentes endeusamentos das várias ideologias, até das ciências económicas. Quantas afirmações referidas, pensamentos ditos, sentenças proclamadas de pânico diante do desabar das pretensas, mas ilusórias, seguranças. Mesmo exaltando-se a «confiança» como valor, todos espelha(ra)m a desconfiança extrema. 3. As coisas são como são. Já que deste modo a América toca todo o mundo (ainda que segundo alguns no requiem diante dos novos mundos asiático e sul-americano), já que a sobrevivência do Ocidente e da Europa (realista) precisam mesmo dos EUA, então que se concretize a reflexão ética mundial urgente sobre qual o papel das economias nas sociedades actuais. O plano não pode ser um remendo. No pano de fundo continuam a pairar as mesmas incertezas das concepções injustas. Seja hora dos sábios! Não dos que produziram a crise, mas dos que a pagam.

Acordo Ortográfico

O PÚBLICO online referiu hoje que a nova ortografia já devia estar a ser ensinada nas escolas, na linha do que afirmou o linguista Malaca Casteleiro. De facto, Malaca criticou o Ministério da Educação pela ausência de um calendário para a entrada em vigor do novo acordo ortográfico no ensino do Português. "É lamentável que, da parte do Ministério da Educação, ainda nada tenha sido dito quanto à aplicação do novo acordo", considerou Malaca Casteleiro, à margem da cerimónia de abertura do 7º Colóquio da Lusofonia, que decorre em Bragança até domingo.

Sinais úteis de presenças incómodas

Gosto de ler entrevistas. A entrevista é hoje uma modalidade frequente de comunicação, onde a pessoa se mostra a si mesma, ao seu mundo interior e às suas vivências. Aí se vê a riqueza de muitas vidas e, também, o vazio e o sem-sentido de tantas outras. Por vezes, o entrevistador indaga sobre a adesão religiosa do entrevistado. Não deixa de ter interesse poder ver como muitos falam de si na relação com o mundo do religioso. Outros não precisam que se lhes pergunte. Faz parte das suas vivências e preocupações, mesmo que a sua posição, perante Deus e a Igreja, não seja de adesão total ou de prática regular. Li a entrevista de Fernando Nobre na “Notícias Magazine” de 21 de Setembro. O fundador e presidente da AMI é um homem fascinante pela sua generosidade e entrega, com o ideal evangélico de “fazer o bem sem olhar a quem”, expondo-se a perigos constantes e animando missões de ajuda médica e de promoção humana nos países mais pobres do mundo e no meio das mais perigosas e exterminadoras situações de guerra. Quando há anos estive na televisão, em directo, com Fernando Nobre, a convite do jornalista José Manuel Barata Feio, admirei a sua serenidade, cultura e capacidade de reflexão, em relação a problemas difíceis e melindrosos - era o caso que ali nos reunia - que não se apreciam com demagogias, nem com opiniões superficiais. Fernando Nobre, que preside a uma associação não confessional, laica, como ele próprio diz na entrevista, fala do seu “respeito pelos missionários, seja de que tendência forem”. Vai-os conhecendo por esse mundo fora, a viver e a lutar, nas situações mais difíceis e penosas, como “pessoas com imensa fé que conseguem fazer um trabalho extraordinário em prol dos outros”. E conta, mais adiante, que ao dirigir-se para uma missão muito difícil de ajuda às vítimas do tsunami, no Sri Lanka, esperava-o, no aeroporto, um padre que ele não conhecia, nem por ele era conhecido. Ostentava um cartaz com o seu nome e disse-lhe que soubera da sua vinda, por um relatório da Comissão dos Direitos Humanos na Ásia e que chegaria naquele mesmo avião. Foi graças a este padre que, como ele, vivia a urgência do amor e da solidariedade, que se pôde montar, de imediato, em rede de colaboração, a missão urgente de ajuda a um povo destruído. Impressionam-me, pelos preconceitos e pelas omissões e entraves que provocam, as atitudes de gente, dita evoluída e preocupada com os outros, que fala da Igreja e do fenómeno religioso, com desdém e arrogância. Atitudes ao arrepio da realidade e da verdade objectiva, que nada constroem e muito destroem. Pessoas livres e comprometidas, sabem distinguir, colaborar e aceitar colaboração. A Igreja e os cristãos coerentes são incómodos, mas estão sempre presentes onde faz falta, mormente ante a dor e a miséria de tanta gente. É o seu dever. Também ele precisa de apoio. António Marcelino

Postais da Figueira da Foz

O dia estava frescote, àquela hora, como mostra o retrato . Mas nem assim esta turista (ou aparentada) resistiu ao desafio que o mar lhe lançava. E lá foi apreciá-lo de perto, que é onde ele tem mais encanto. O areal também a convidava, decerto. E foi a única que teve coragem de deixar a marginal, para ir ver o mar. Ninguém mais no extenso areal da Figueira da Foz.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Dia Mundial do Idoso

Alguém me alertou, há momentos, para o facto de hoje se celebrar o Dia Mundial do Idoso. Confesso que não tinha dado por isso, embora tivesse obrigação de estar a par do que me diz respeito. Tarde e já com o dia a fenecer, aqui venho lembrá-lo. Não tanto por mim, mas pelos menos jovens que por aí andam sem voz nem vez para se fazerem ouvir. Fosse ele um dia qualquer dedicado a qualquer coisa, por mais banal que estivesse nas preocupações das pessoas, e seria certo e sabido que toda a gente andaria à cata de lembranças para homenagear os seus idosos. Sim, todas as famílias, mesmo que não creiam nisso, têm idosos. Então, como é o Dia Mundial do Idoso, não vi nada. Mas tenho pena, porque os idosos, por enquanto, ainda são gente que vive e sofre, que trabalha e luta, que teima em se afirmar na sociedade, por mais que ela insista em ostracizar quem não tem poder reivindicativo. Afinal, se pensarmos bem, os velhos começam a estar em maioria no mundo. A esperança de vida tem aumentado a olhos vistos, a medicina e a cirurgia lá vão ajudando a curar maleitas para o povo mais cansado se aguentar de pé, e vivo, e ainda ninguém, que eu saiba, teve coragem de esquecer de vez os menos jovens, por um qualquer decreto. Porém, há famílias que os arrumam numa daquelas casas a que chamam lares, mas que de lares não têm nada. Falta-lhes, realmente, imensas vezes, a capacidade do afecto para serem lares. Eu, que já ando na terceira idade, consolo-me de saber que todos temos, presentemente, a perspectiva da quarta idade, o que significa o direito ou a oportunidade de andar por aqui, por este mundo, a olhar o sol, a contemplar as estrelas, a apreciar miragens, a admirar a beleza das flores e o sorriso das crianças, a sentir o calor humano, a ver e a estimular o palpitar de quantos lutam para sobreviver no mar encapelado de economias que castram a solidariedade. Solidariedade que tantos idosos reclamam, sem que os oiçam. A minha simpatia para todos os idosos. E uma flor, claro, para a idosa que me alertou para o dia que hoje todos devíamos comemorar. Por estarmos vivos e por querermos continuar a viver com dignidade. Fernando Martins

Eduardo Lourenço na Universidade de Aveiro

Amanhã, 2 de Outubro, 9.30 horas
Para proferir uma palestra sobre “A crise dos estudos literários”, integrada na sessão inaugural de um Colóquio Internacional, estará amanhã na Universidade de Aveiro o conhecido e prestigiado ensaísta Eduardo Lourenço. A sessão está agendada para as 9.30 horas, no edifício da Reitoria, e marca o arranque do colóquio intitulado “Culturas literárias: novas performances e desenvolvimento”. Durante dois dias, investigadores de vários pontos do mundo vão reflectir sobre políticas de desenvolvimento cultural e debater “os efeitos dos novos sistemas de informação e de comunicação na criação literária e nas indústrias culturais”. Fonte: CV

O Fio do Tempo

Dar lugar à Música!
1. Se formos a pensar bem o que representa a música como património, aspiração e mesmo projecto de Humanidade, ficamos sempre com um amargo de boca ao assinalarmos o dia 1 de Outubro como Dia Mundial da Música. Diz-se que saber música é importante mas, de facto, dá-se-lhe pouco lugar. Em Portugal, ser músico, como ser artista, é uma luta pela sobrevivência. Os génios salvam-se sempre, mas o corpo médio dos músicos onde depois brilharão as estrelas, padece da ausência de apostas firmes, sérias e programáticas. Um pouco por todo o país, heroicamente, vão sobrevivendo as bandas musicais e algumas orquestras; são muitas as colectividades que pela música conseguem juntar populações dispersas, a partir dos valores e sensibilidades musicais. 2. Volta e meia destaca-se que até para aprender matemática a formação musical é um trampolim surpreendente. De quando em quando salienta-se a «educação artística» como chave de desenvolvimento dos povos, a partir das matrizes das culturas. Mas sente-se que a música, como outras áreas artísticas, está claramente na periferia; se houver tempo, completa-se o “mapa”…! A era actual é a da ansiosa procura das tecnologias, deitando a perder as Humanidades e as Artes. Por isso vamos ficando mais pobres… Ainda assim, simultaneamente, brota algum despertar estimulante para cenários que virão em que será a riqueza das diversidades culturais, artísticas e musicais, o maior emblema dos povos… 3. Como trazer para o “centro” dos sistemas educativos a área artística e musical? Como elevá-la a ponto de a considerar insubstituível na formação das novas gerações? Não chega o remendo... Há inteira compatibilidade entre a fronteira das tecnologias de ponta e um humanismo que sensibilize a comunidade humana para os valores artísticos… Ou não será que tocar numa orquestra não dá espírito de equipa, estética e ética?! Alexandre Cruz

Postais da Figueira da Foz

Passei hoje pelo monumento erigido à memória de Manuel Fernandes Thomaz (1771 - 1822), natural da Figueira da Foz. Conhecido por "Patriarca da Liberdade", liderou a revolução de 24 de Agosto de 1820, instaurando a liberdade e a independência de Portugal. Dinamizou as Cortes Constituintes e foi o primeiro redactor da Constituição de 1822.
No monumento há a seguinte inscrição:
E quem choramos nós:
quem lamentam os portuguezes?
Um cidadão extremado;
Um homem único;
Um benemérito da Pátria;
Um libertador d'um povo escravo:
Manuel Fernandes Thomaz
1771 - 1822
Almeida Garrett

Mundo Missionário

A Igreja Católica vai dedicar neste mês de Outubro uma particular atenção ao Mundo Missionário, desenvolvendo nas suas comunidades uma série de actividades destinadas a promover a Missão, como "urgência e prioridade". Assim leio na Ecclesia online. Penso que este desafio é cometido a todos os cristãos, pela acção e pelo testemunho no dia-a-dia. Pela acção, avançando para terras de missão, que podem estar no nosso próprio país, e apoiando quem deixa tudo pela causa da fé; pelo testemunho, pondo em prática na vida o mandamento novo de Cristo, que nos diz: amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
O Papa Bento XVI recomenda que comecemos a viver já o Dia Mundial das Missões, que se celebra no terceiro domingo de Outubro, em torno do lema "Servos e apóstolos de Jesus Cristo", enquanto alerta para a situação em que se encontra o mundo. Diz ele: “Se por um lado mostra um grande desenvolvimento económico e social, por outro oferece-nos fortes preocupações sobre o futuro do próprio homem.” Para pensar.
Fonte: Tema e fotos da Ecclesia