domingo, 2 de dezembro de 2007

Na Linha Da Utopia

A ESPERANÇA 1. A esperança é o encontro com o desejado (bom e belo) futuro. Uma esperança que supera toda a ciência e tecnologia, pois que abarca a totalidade da existência, como encontro do que se é com o que se procura, envolvendo tudo o que se sente de mais profundo. Nesta fase histórica da globalização comunicacional do séc. XXI, que sobrecarregada nas mudanças de paradigmas de pensamento-vida gera um ansioso pessimismo, falar e propor esperança é perspectivar e antecipar um amanhã melhor que relativiza o poder das “coisas” ou dos “sistemas” e eleva a dignidade humana como centro de toda a experiência histórica. 2. Que bom seria que todos os líderes das grandes instituições, ciências sociais e humanas, filosofias, e religiões, esboçassem o seu Tratado da Esperança como compromisso com o futuro do século…e nesse caminho de reflexão sentissem o comum desígnio humano como transcendência, numa realização humana que se completa para além da historicidade sempre limitada. Diremos que neste aprofundamento dos valores essenciais da paz, amor, esperança, sentido da vida, todas as energias ganham proximidade, parceria, dando assim, “razões” para acreditar na esperança, pois esta não pode ser palavra “vã” que se professa sem se alimentar da interioridade…pois só depois se manifestará na (vida ética da) exterioridade histórica concreta. 3. Como que procurando partilhar uma mensagem esboçada nas raízes do ocidente, Bento XVI na recente Carta Encíclica (Spe Salvi – Salvos na Esperança) propõe-se a essa reflexão, na qual constrói o caminho da esperança, do Humano ao Divino, que para os cristãos brota na Primeira Pessoa. Nesta proposta da Esperança Cristã que culminará com a reflexão da época patrística (Agostinho de Hipona) e do magistério eclesial, o papa cita Platão, Lutero, Kant, Bacon, Dostoiesvski, Engels e Marx. Numa visão de confronto reflexivo, visando uma distância crítica em relação aos sistemas técnico-sociais que, levados ao absoluto, podem asfixiar a esperança. 4. A esperança, como brotar contínuo de um sentido da vida que não “seca”, não se compra nem se vende, nem se produz em laboratório ou se detecta nas tecnologias da comunicação, por mais aperfeiçoadas que venham a ser. A esperança exige a “entrega” para além de si mesmo e para além das visões da história humana, sempre procuradora de verdades maiores. A viagem dos anos da vida apura a esperança, e em circunstâncias onde as forças da lógica racionalista humana nada valem… essa luz de esperança existencial (no fundo, sempre procurada) brota anunciando um amanhã melhor. Não é algo da ordem das pressas técnicas, exige a capacidade de sabedoria poética, elevada ao infinito! Não haja dúvida, na junção de todas as reflexões da esperança, o edifício da Nova Humanidade ganhará alicerces para todo o futuro! Alexandre Cruz

DIA DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA




Comemora-se hoje o Dia da Abolição da Escravatura. A oportunidade desta comemoração é evidente. A escravatura desde sempre existiu à face da Terra. E continua a marcar a existência de muitos seres humanos. Foi oficialmente abolida em muitos países, mas ainda existe em muitos outros. Até naqueles onde se julga que a escravatura foi erradicada há muito.
Quando se fala de escravatura, logo nos vêm à mente cenas de pessoas acorrentadas e ligadas, como bichos, a trabalhos forçados. Seres humanos tornados animais de carga. Sem direitos, sem voz, sem projectos de vida, sem felicidade. Eram comprados e vendidos como gado nas feiras. Eram propriedade absoluta de quem os comprava, com direito a fazer deles o que quisesse.
Contudo, e sem podermos esquecer esse tipo de escravatura, não podemos ignorar a realidade dos tempos actuais em países civilizados e democráticos. É sabido que há novas e subtis formas de escravatura. Escravos do sexo, escravos de negócios sujos, escravos de patrões cegos pelos lucros fáceis, escravos do dinheiro que todos os sentimentos abafa, escravos de ideologias desumanizantes, escravos de máfias que os exploram sem piedade. Mais ainda: crianças forçadas a trabalhos de adultos, crianças escravizadas na pedincha, crianças-soldados em guerras que não entendem, crianças-artistas sem tempo para brincar, crianças abusadas por adultos tarados, crianças sem direitos de crianças.
O rol das novas formas de escravatura seria interminável. Mas o que disse já será minimamente suficiente para reflectirmos sobre a escravatura que ainda existe entre nós. Para que um dia todos os homens e mulheres deste mundo sejam pessoas livres.

Fernando Martins

ACOLHER A DEUS QUE VEM



Deus faz-se humano e quer acolher-nos. Pretende encontrar-se connosco e ser nosso amigo e companheiro. Vence todas as barreiras para se fazer próximo e dar a conhecer este seu desejo. Quer ajudar-nos a ser humanos, abrindo-nos horizontes de realização plena. Quer indicar-nos o caminho a percorrer, os valores a cultivar, as opções a fazer, as atitudes e os gestos a vivenciar. Quer envolver-se na história humana, potenciando capacidades e ajudando a superar limitações. Quer ser verdadeiramente o Emanuel, o Deus connosco.
É este o sentido profundo do Advento que marca o início do Ano Litúrgico. É uma espécie de tempo novo em que o modo de ser e de agir de Deus se vai dando a conhecer progressivamente. E também a maneira como reage a humanidade.
A história bíblica constitui um rico documentário desta relação mútua. Deus mantém-se sempre fiel. O povo nem sempre e faz outras opções. Surgem então os profetas que recordam o propósito divino, as promessas feitas, a aliança celebrada. E anunciam que o Emanuel vai nascer. É necessário estar atento e vigilante, preparar-se para o acolher, pronto e disponível lhe corresponder.
Jesus é este Emanuel. O seu nascimento é o Natal cristão. A atitude mais correcta é a vigilância do espírito, fruto de uma consciência lúcida e de um coração sensível. A resposta mais acessível e coerente é o cultivo da liberdade para, sem medos nem inibições, o acolhermos com alegria e verdade.
A atitude vigilante supõe e exige forças dinâmicas que nos fazem viver um humanismo de qualidade: a esperança, a sobriedade, o trabalho, a responsabilidade, a oração que constitui como que a seiva de todas as outras.
A esperança tem como alicerce a promessa feita e Deus não falha. A sua vinda é certa. O envolvimento no seu projecto depende de nós. A sobriedade faz-nos ser donos de nós mesmos e partilhar generosamente os bens com os necessitados. O trabalho desenvolve capacidades indispensáveis à nossa realização e à dos outros. A responsabilidade leva-nos a dar a melhor resposta aos desafios que nos chegam, quer provenham das situações humanas, quer da urgência de testemunhar de modo credível o Evangelho.
Estas forças dinâmicas, além de tornarem mais humana a nossa vida, dão um contributo valioso à humanização da sociedade. O natal da nova humanidade está a surgir e pode ser apressado. Precisa do esforço de todos, especialmente do contributo de pessoas enraizadas na fé, alegres na esperança e empreendedoras no amor gratuito.



Georgino Rocha

A IMPORTÂNCIA E O PREÇO DA DEFESA DO AMBIENTE



Nos próximos cinco anos, Portugal vai gastar 348 milhões de euros para cumprir o Protocolo de Quioto. Um esforço financeiro que custará a cada português cerca de 35 euros. Para tanto, parece pouco, mas não chega para inverter a tendência destrutiva global que ameaça o ambiente.
Depois de anos de apelos e campanhas de sensibilização, a carteira está identificada como a única, e derradeira, forma de estimular a protecção do ambiente. Assim, os próximos anos serão de aumentos significativos no que aos recursos naturais diz respeito. O objectivo da União Europeia é que se consuma menos água quando quem a utiliza passar a pagar, além do custo real, o custo ambiental; que se produza menos lixo, quando a taxa de resíduos começar a reflectir o real custo do seu tratamento, cada vez mais complexo.
Para o ano, o Orçamento do Estado prevê já que 60% do valor do imposto automóvel seja calculado consoante as emissões poluentes do veículo. É justo que paguem mais os que poluem mais. Mas, nesta matéria, o dinheiro apenas ajuda a limitar os estragos ambientais, porque muitos são irreversíveis.
É incompreensível que uma questão de bom senso, que nos beneficia a todos, tenha de ser imposta à força e com sacrifícios económicos que as famílias podiam evitar ou, pelo menos, minimizar, se se empenhassem a fundo na defesa do ambiente.
Mas nunca é tarde de mais para começar.

Editorial do DN de hoje

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 49



TREVÕES ... A LENDA DO POÇO




Caríssima/o:

Venham comigo, acompanhar a Mariana, até Trevões. Servir-nos-emos de vários escritos:

«Entre as serras vestidas da Beira e os montes despidos do Douro, situa-se Trevões, povo tão importante e antigo que já os documentos medievais falam dele.
Foi cabeça de concelho até ao liberalismo, senhoreado por fidalgos de elevada estirpe, que aqui deixaram suas moradas, das quais a mais importante é o Solar dos Caiados Ferrões, numa construção que remonta ao século XVIII.
Durante muito tempo, numa casa apalaçada e com magníficos dourados, junto ao adro da igreja, teve o bispo de Lamego a sua residência de férias e de Verão.
»
[À Descoberta de Portugal, Selecções do Reader's Digest, 1982, pág. 95]

«É terra de remoto povoamento. Há documentos do século XII que se lhe referem. No final da Idade Média sofreu, como tantas outras da região de Riba-Côa e de Tarouca, as prepotências dos senhores de Marialva e Penedono, os Meneses, de cuja estirpe foi representante típico, pelo uso da violência, o mal afamado Sousa Coutinho. Aqui mesmo um prelado de Lamego foi preso e humilhado por esse fidalgo atrabiliário. A vila recebeu foral manuelino em 1512. Pela reforma de 1855, perdeu a categoria de cabeça de concelho. Na povoação decaída, há solares de algumas estirpes beiroas e transmontanas (Sarmentos, Caiados, Almeidas).
A igreja paroquial (mon. nac.), talvez do séc. XIII, conserva ainda acentuados traços da sua estrutura românica: paredes de grande espessura, arco do portal de ponto subido, cantarias sigladas.
»
[Guia de Portugal, Gulbenkian, 1988, vol. V, pág. 790]

«Desde a primeira dinastia que Trevões foi couto da Sé lamacense, pertenceu a vários senhores e ao rei (reguenga), povoada por carta de foro de 1159 de D. Afonso Henriques com D. Fernão Mendes «de Bragança» (Braganção) e D. Sancha Henriques, sua mulher e irmã do monarca (quem fez doação à Sé, tornando a vila «couto» episcopal e D. Dinis, na devassa, mandou respeitar).

D. Manuel I deu foral novo à vila e concelho de Trevões, a 15 de Dezembro de 1512. Teve hospital e misericórdia.
Trevões foi elevada a Paróquia no século XIII e tem como padroeira Santa Marinha que, segundo reza a história, foi uma das nove irmãs martirizada e perseguida por se converter ao cristianismo, acabando por ser degolada após sucessivas torturas, das quais saiu miraculosamente curada. Realiza-se em Julho a festa em sua honra.
É uma terra de grande religiosidade, bem patente no grande número de capelas e ermidas que apresenta e na existência de ricas tradições e manifestações de índole religiosa, não podendo deixar de destacar-se, a Capela de Nossa Senhora da Conceição do século XVII, situada na praça da vila, bem como a conhecida Procissão do Senhor dos Passos que se realiza em Abril durante a Semana Santa.
A sul ( e a mais de meia hora de tractor) levanta-se a serra do santo Sampaio e capela que deu origem a rivalidades e (graves) desentendimentos (até inícios da década de 70) com os de Penela que o disputavam. Por isso (antigamente) em dia de procissão (da freguesia à serra), o andor entrava às arrecuas na ermida (de costas voltadas para os de Penela).»
[De documento fotocopiado que possuo.]


Aqui chegados, dizei-me se há necessidade de lenda?
Mas para que não digam coisas, deixo-vos com uma deliciosa que encontrei no sítio da Escola de Várzea de Trevões, freguesia que fica mesmo ali ao lado:

«Era uma vez os mouros que habitavam em Várzea de Trevões e quando eram muito velhinhos pegaram em três panelas, uma contém pês(fogo), outra contém prata e a outra ouro. Enterraram as 3 panelas num poço e cobriram com uma rocha e terra, donde nasceu uma nascente.
Quem nelas mexer terá que encontrar a panela de ouro, pois se encontrar a de prata arrebenta com o poço, se encontrar a de pês(fogo) arrebenta com a Freguesia, daí nunca ninguém lá ter mexido para exploração da água.»


Esperando que tenham gostado do passeio, fica o

Manuel

sábado, 1 de dezembro de 2007

NATAL


Até ao Natal de Jesus Cristo, 25 de Dezembro, por aqui hão-de passar, como é meu desejo, sinais desse marco histórico que mudou o mundo. Em prosa ou em verso, em fotografia ou noutros registos, esta será uma maneira simples de saudar quantos passarem, mesmo de fugida, pelo meu blogue. Obviamente, gostaria que outros se associassem a esta minha intenção, partilhando, assim, cada um e todos, um Natal de mais paz.

Simples VERSOS Simples


Simples VERSOS Simples

Simples Versos Simples
Brotam do meu coração
Em manhãs serenas
Em tardes amenas
Ditados pela emoção

Ditados pela emoção
Cantados por minha’alma
Simples Versos Simples
São sinais de ternura
Da vida já vivida
São sonhos de venturas
Por viver

Fernando Martins

1º de Dezembro



Ainda não perdemos a dignidade
de Nação livre e independente



Não sei se muitos portugueses ainda sabem que dia se celebra hoje. Dia 1º de Dezembro, feriado nacional, para recordar a célebre data histórica do ano 1640. Depois do domínio filipino, que durou 60 anos, um grupo de portugueses restaurou a dignidade nacional, proclamando rei D. João IV, o então duque de Bragança e a residir em Vila Viçosa. Diz a história pátria que foi dia grande, com o povo a festejar o feito levado a cabo por um grupo organizado de patriotas.
Que é feriado, julgo que toda a gente o sabe. O significado e a importância do que se celebra penso que pouca gente estará interessada em saber. Julgo também que, se viéssemos para aqui, agora, falar do patriotismo daqueles heróis, ainda alguém ficaria ofendido. Porque para alguns, infelizmente, já é politicamente incorrecto falar de patriotismo. Nunca percebi porquê. Nem estarei, nesta idade, com tempo para descobrir a vergonha com que alguns escribas e falantes fogem à ideia de patriotismo, considerando-a ultrapassada.
Contudo, não me coíbo de dizer que o amor à Pátria, no qual fui educado, devia ser regra de conduta diária de quem educa. A nossa juventude, penso eu, só ganhará se for encaminhada para os valores que enformaram as nossas raízes e que são os alicerces sólidos de uma nação independente.
Recordar os feitos dos nossos antepassados, muitos dos quais construíram o nosso País com muito amor e com muitos lágrimas, é obrigação de todos. Sem complexos e com orgulho. Somos uma das nações mais antigas da Europa. Demos novos mundos ao mundo. A Língua Portuguesa pode ouvir-se e falar-se nos quatro cantos da Terra. Fomos muito poderosos e hoje estamos na cauda da UE a nível económico. Mas, que eu saiba e sinta, ainda não perdemos a dignidade de Nação livre e independente, orgulhosa do seu passado, atenta ao seu presente e confiante no seu futuro.

Fernando Martins

DEUS CONTRA DEUS?

1. Embora ao princípio tenha sido ignorada, trata-se de uma obra decisivamente importante: O Mundo como Vontade e Representação, de A. Schopenhauer. "O mundo é a minha representação", assim começa, pois é sempre com a nossa estrutura humana que o captamos. Mas o Homem não se reduz ao conhecimento. Antes de pensarmos, vivemos: respiramos, comemos, bebemos, movimentamo-nos. Somos um corpo vivo que quer viver. No mais fundo de nós, somos vontade de viver, e a mais forte expressão dessa vontade está no sexo e no instinto de reprodução. Toda a vida orgânica é manifestação dessa vontade. É aterrador o que se passa na selva - também na "selva humana". Mais: a vontade está na raiz das manifestações da natureza inorgânica - pense-se na potência que põe os astros em movimento, na energia nuclear, na força de atracção e repulsa dos elementos, nas tempestades, nos terramotos, nos vulcões. O universo, aparentemente sereno, é um reboliço infindo, gigantesco. Foi também aqui que Nietzsche veio beber a sua teorização da vontade de poder e do super-homem. O que é a moral vulgar senão a manifestação do ressentimento dos fracos contra os fortes? 2. Já não se repara nisso, mas o cristianismo é realmente um paradoxo e um escândalo. Jesus disse que veio para que tivéssemos "a vida e a vida em abundância". Ele é a "ressurreição e a vida". Mas a vida que ele traz não é a vida para os mais fortes. Os preferidos são os fracos, os doentes, os aleijados, os pobres, os coxos, os cegos, os leprosos, as prostitutas, os pecadores públicos, os marginalizados pela sociedade, os excluídos pela religião. E são precisamente os poderosos que em coligação o excluem do mundo, condenando-o à morte e morte de cruz - a morte dos escravos. Portanto, Jesus aparece sem poder. Ele é Deus derrotado pelos poderosos, coisa nunca vista nem ouvida. São Paulo percebeu o escândalo, dizendo que só pregava Cristo, e Cristo crucificado. Aos Coríntios escreveu: "Enquanto os judeus pedem sinais e os gregos andam em busca da sabedoria, nós pregamos um Messias crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios." E foi ao Areópago, em Atenas, pregar "o Deus desconhecido", que ressuscitou Jesus. Agora, "quem quiser ganhar a vida deve perdê-la, quem a perder por amor ganha-a". É tal o paradoxo que, aqui, se agita uma pergunta tentadora: Porque não criou Deus um mundo mais amoroso e menos violento? Não foi o Filho "vítima" do Pai criador, como se Deus lutasse com Deus? 3. Os seres humanos debatem-se com três impulsos - manifestações fundamentais da vida como potência - de cuja gestão depende uma vida humana boa para todos: o prazer, o ter e o poder. Alguns dos primeiros cristãos resolveram a questão de modo radical, entregando o poder a César, renunciando ao casamento, dando os bens aos pobres. A sua fidelidade era facilitada pela convicção da chegada iminente do Reino de Deus, com a segunda vinda de Jesus. Se o Reino de Deus, aquele Reino onde Deus reina e onde não haverá escassez nem exploração nem dor nem morte e se realizarão todas as esperanças, está para chegar, César que fique com o poder, efémero, a questão do casamento não se põe, já não se trabalha e tudo é comum. Depois, foi o que se sabe. Até o Papa se declarou "sumo pontífice", sucedendo ao imperador, os bispos ocuparam palácios, os cristãos mataram e mataram-se por causa do prazer, do ter e do poder. Jesus ainda não voltou, e a vida sem algum prazer não tem interesse; para haver futuro, é preciso continuar a gerar; a economia tem de funcionar, e não há comunidades humanas sem um mínimo de exercício do poder. Assim, o desafio essencial para os cristãos é a gestão do prazer, do ter e do poder, no horizonte da mensagem de Jesus com as bem-aventuranças: "Felizes os pobres em espírito, os mansos, os misericordiosos, os que choram, os puros de coração, os que se batem pela justiça..." Mas já Nietzsche se queixava: "Cristãos? Só houve um, e morreu na cruz." Depois, veio a Igreja e "o Disangelho". Anselmo Borges

Bicentenário da abertura da Barra de Aveiro

Na antiga Capitania, 15 de Dezembro



“PORTUGAL NA ÉPOCA DA ABERTURA DA BARRA”

“No próximo dia 15 de Dezembro, vai realizar-se, no edifício da antiga Capitania de Aveiro, uma conferência subordinada ao tema “Portugal na época da abertura da Barra”.
A conferência, com início previsto para as 17 horas, será proferida pelo Comandante Rodrigues Pereira, Director do Museu da Marinha e ex-Capitão do Porto de Aveiro. Esta iniciativa integra-se nas comemorações do Bicentenário da abertura da Barra de Aveiro.