segunda-feira, 4 de setembro de 2006

DANÇA EM AVEIRO

De 4 a 15 de Setembro “XII ESTÁGIO DE DANÇA DE AVEIRO
O “XII Estágio de Dança de Aveiro” tem início hoje, dia 4 de Setembro, prolongando-se até ao 15 deste mês. As aulas vão decorrer das 9.15 às 20 horas, no Teatro Aveirense e na Casa Municipal da Cultura de Aveiro – Edifício Fernando Távora. A edição deste ano apresenta novidades, concretamente o curso de Pedagogia da Dança Criativa para professores, que é destinado principalmente a professores de dança e a outros formadores (educadores, professores do ensino básico) que queiram completar o seu ensino com outras abordagens do corpo e do movimento, em que a experiência criativa será utilizada como base para o ensino. Aldara Bizarro é a formadora. Outra novidade é a Dança Criativa para pais e filhos. Através de uma abordagem lúdica do movimento criam-se espaços para o desenvolvimento da autoconfiança, cooperação e autonomia, num conjunto de cinco aulas que muito favorecerão a relação entre a criança e o adulto participante. Destina-se a crianças dos 3 aos 5 anos e um adulto acompanhante que poderá ser o pai, a mãe ou um dos avós, devendo ser sempre a mesma pessoa. As formadoras serão, na primeira semana, Marta Silva, e Aldara Bizarro, na segunda. O “Estágio de Dança de Aveiro”, organizado pela Câmara Municipal de Aveiro, vai já na 12ª edição. Desde 1994 que a dança é o ponto de encontro entre pessoas de diversas idades e regiões do país. Durante duas semanas os participantes aprendem novas modalidades e aperfeiçoam técnicas. No dia 15 de Setembro, pelas 21.30 horas, no Teatro Aveirense, terá lugar a “Aula Aberta” que consiste numa apresentação ao público de conhecimentos adquiridos na frequência das aulas do estágio. A entrada é gratuita. : Leia mais no portal da CMA

D-eficiente

«As pessoas ainda
olham de lado»
www.d-eficiente.net é uma página de Internet que pretende derrubar as barreiras arquitectónicas e sociais que se criaram entre a sociedade e as pessoas com deficiência. Pedro Monteiro é natural de Estarreja e estuda na Universidade de Aveiro. Por sentir falta de um local de debate sobre a deficiência, decidiu desenvolver o projecto de um espaço na Internet onde se podem trocar ideias, dar sugestões, ler artigos e obter informações sobre a deficiência. A página ainda não está completa, mas Pedro Monteiro quer partilhar este trabalho com todos quantos queiram colaborar. Actualmente o «site» ainda não dispõe de tecnologia para pessoas invisuais, mas o autor garante que esta questão está a ser resolvida.
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Leia a entrevista no Diário de Aveiro de hoje

domingo, 3 de setembro de 2006

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

Modernidade
e crise do
humanismo
No processo da modernidade, que são os últimos 300 anos, o humanismo ocupou lugar determinante. Quando comparamos épocas, constatamos que a cultura grega foi fundamentalmente cosmocêntrica, na medida em que era a partir do cosmos ou da natureza que compreendia a realidade. A Idade Média foi teocêntrica: tudo era visto e compreendido a partir de Deus. A modernidade fez do homem o centro, sendo a partir dele que tudo se legitimava.
A grande aspiração foi então a emancipação frente à natureza, à tradição, à religião. O objectivo era a plena conquista de si mesmo em todos os domínios. A posse de si mesmo significa autonomia e será alcançada mediante a confiança no poder da razão, sobretudo na sua vertente físico-matemática, que renuncia ao conhecimento das essências metafísicas para concentrar-se nos fenómenos quantificáveis e, portanto, matematizáveis.
A razão e a liberdade são as armas com que o homem moderno tem a convicção de poder realizar o seu projecto. Mas precisamente este projecto - e estou a seguir José M. Vegas - tem desde a raiz a marca de uma ambiguidade, que consiste na cisão da experiência humana em dois âmbitos irreconciliáveis.
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Leia mais no DN

Gotas do Arco-Íris – 29

CAMÕES:
IGUARIAS COLORIDAS
E ... GALINHAS
Caríssimo/a: Depois da sesta, reparei que ainda tinha sobre os joelhos o primeiro número da Oceanos e na página 36. Aí José Quitério fala-nos de “Camões e a mesa”. Bem, vamos primeiro ao arco-íris:
De iguarias suaves e divinas, A quem não chega a egípcia antiga fama, Se acumulam os pratos de fulvo ouro, Trazidos lá do Atlântico tesouro. A laranjeira tem no fruito lindo A cor que tinha Dafne nos cabelos; Encosta-se no chão, que está caindo, A cidreira co'os pesos amarelos: Os formosos limões, ali cheirando, Estão virgíneas tetas imitando. As cerejas purpúreas na pintura; As amoras, que o nome têm de amores; O pomo, que da pátria Pérsia veio, Melhor tornado no terreno alheio. Abre a romã, mostrando a rubicunda Cor, com que tu, rubi, teu preço perdes; Entre os braços do ulmeiro está a jocunda Vide, com cachos roxos e outros verdes.
Mas agora vem a parte que me fez rir, não só porque fala de galinhas mas também porque Camões brinca com as situações. Vejamos: “O senhor de Cascais prometeu a Camões seis galinhas recheadas por umas cópias que lhe fizera, mandando-lhe em princípio de paga meia galinha recheada. O poeta retruca, lesto:
Cinco galinhas e meia Deve o senhor de Cascais, E a meia vinha cheia De apetite para as mais.
“Ou como aconteceu com o duque de Aveiro... que perguntou ao poeta o que queria da sua mesa e que lhe respondeu logo que bastava que lhe mandasse uma galinha; esqueceu-se o duque ou fingiu esquecer-se e, depois de haver jantado, quando já não havia outra coisa lhe mandou uma peça de vaca e o poeta pelo mesmo criado lhe mandou estes versos:
Já eu vi o taverneiro Vender vaca por carneiro, Mas não vi, por vida minha, Vender vaca por galinha Senão ao duque de Aveiro.
Quase me parece um sacrilégio desejar-vos um bom S. Paio com a respectiva caldeirada bem amarela e, lá pela tarde, uma anafada talhada de melancia vermelhinha.. Manuel

sábado, 2 de setembro de 2006

Um livro de M. Oliveira de Sousa

Ensaios de Filosofia Social

:: “Ponta de Lança”

Hoje de manhã, no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), foi apresentado o livro “Ponta de Lança”, uma compilação de crónicas publicadas durante uma década no “Correio do Vouga”. É seu autor M. Oliveira de Sousa, actual presidente do Conselho Directivo da Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes (Ílhavo) e director do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil. Na apresentação deste seu primeiro livro, Oliveira de Sousa confessou que, com estas crónicas, teve a preocupação de chegar à juventude, “com toda a amplidão possível”, sempre com a ideia de “ir para além do futebol”. Tal como no futebol o ponta de lança não pode ficar parado, indo à frente e atrás, à direita e à esquerda, assim escreveu (e escreve) o autor nas suas crónicas semanais, “desportivamente, mesmo sem ser de desporto”, olhando tudo o que o rodeia e o sensibiliza. Tendo permanentemente como meta integrar-se no grupo dos que assumem o esforço comum para alcançar a verdade, M. Oliveira de Sousa disse que o futebol foi, semana a semana, a inspiração para reflectir e levar a reflectir sobre “a necessidade de mudança”, acrescentando que, no fundo, “todos somos pontas de lança”. Para D. António Marcelino, que presidiu à sessão de lançamento da obra, o “Ponta de Lança” é um livro para se ler de quando em quando, numa tentativa de “confrontarmos a nossa opinião com outras opiniões”. Mas logo adiantou que, quem escreve, não pode ter a pretensão de querer que todos pensem do mesmo modo. “Os contrários enriquecem”, sublinhou o Bispo de Aveiro. Quem como eu teve o privilégio de ler e reler as crónicas de Oliveira de Sousa, desde a primeira hora, no Correio do Vouga, não pode deixar de sublinhar o seu interesse pela vida concreta das pessoas, à sombra do fenómeno social do desporto, em geral, e do futebol, em particular. Desportivamente, pelo desporto, o autor foi convidando os seus leitores a reflectirem sobre opções e comportamentos, decisões e omissões, alegrias e tristezas, mas também sobre políticas justas e injustas, fé e religião. Ironia e humor, misturados com sentido crítico e bom senso, mais sonhos e projectos podem ler-se nestas crónicas que, muitas delas, estavam escritas há bastante tempo. O autor limitou-se a pôr-lhe uma capa, por sinal bonita e simbólica, também de sua autoria. No fundo, trata-se de um livro carregado de “pepitas que não se podem perder pelo ouro que comportam”, como refere D. António Marcelino, em texto publicado na contracapa. : Ficha Técnica Título: “Ponta de Lança” – Ensaios de Filosofia Social Autor: M. Oliveira de Sousa Edição: Paulinas Editora Páginas: 190 : Fernando Martins

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Ricos e pobres no mundo

Solidariedade:
conceito para
pôr em prática
A solidariedade deve ser um sentimento com consequências práticas. A opinião é do presidente da Cáritas portuguesa no Dia Internacional da Solidariedade, ontem celebrado. "É necessário que se implemente uma cultura de solidariedade. A solidariedade não pode ser apenas, e já isso prevenia João Paulo II na Solicitude Social da Igreja, um mero sentimento, ela tem de ser, de acordo com a definição de João Paulo II, uma determinação firme e perseverante", afirma Eugénio da Fonseca. Neste Dia Internacional da Solidariedade, o sociólogo Bruto da Costa afirma que a aposta de hoje em dia tem que ser na solidariedade à escala mundial. "Os 500 indivíduos mais ricos do mundo têm mais rendimento do que 416 milhões de pessoas pobres no mundo. Não precisamos de mais para realçar a importância da urgência da solidariedade no nosso mundo", sustenta Bruto da Costa.
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Fonte: Ecclesia

Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré celebra aniversário

De microfone em punho, o Tio Retinto ensinou
muito na hora de se criar o Grupo Etnogáfico
:: Vinte e três anos
ao serviço
do folclore e da etnografia
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O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré está de parabéns. Hoje, 1 de Setembro, completa 23 anos de vida, sempre ao serviço da etnografia, em geral, e do folclore, em particular. Durante todo este tempo, tem levado bem longe o nome da Gafanha da Nazaré e sua região. Com tenacidade e com a preocupação de mostrar o genuíno das tradições da nossa terra, o Grupo é uma excelente referência da nossa terra. 
Durante este quase quarto de século, para além da pesquisa, estudo e divulgação dos usos e costumes que nos foram legados pelos nossos antepassados, o Grupo Etnográfico organizou, desde a primeira hora, festivais e colóquios, bem como pôs de pé diversas iniciativas etnográficas. Todos os anos tem publicado uma brochura por altura do Festival que realiza na Gafanha da Nazaré, onde grava para a história elementos que mais tarde, e já agora, hão-de ser bastante apreciados. Mas o Grupo Etnográfico não se tem limitado a organizar os seus festivais: o da cidade da Gafanha da Nazaré, o da Praia da Barra e o da festa em Honra de Nossa Senhora dos Navegantes. Ele também participa em festivais por todo o País e ainda tem ido ao estrangeiro. 
Foi por sua iniciativa que surgiu a Casa Gafanhoa, casa-museu que nos mostra o viver de um lavrador abastado dos princípios do século XX. O número de visitantes atesta o interesse da Casa Gafanhoa, que é um núcleo museológico integrado no Museu Municipal de Ílhavo. A história do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, porém, não começou em 1 de Setembro de 1983. Dois anos antes, uma festa da catequese da paróquia de Nossa Senhora da Nazaré, da Gafanha, foi o ponto de partida para a criação daquela instituição. E é dessa festa a fotografia que hoje e aqui publico, onde se destaca o Tio Retinto, cantador e bailador que muito ensinou aos que apostaram, então, na fundação do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré.
Parabéns ao grupo e a todos os seus dirigentes e componentes, na certeza de vão continuar. 

Fernando Martins

Imagens de Aveiro

:: Monumento
a João Afonso de Aveiro
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Os monumentos de Aveiro merecem um dia, ou mais, para serem conhecidos. Por qualquer canto, e às vezes em sítios pouco esperados, há monumentos com a sua história, dedicados a vultos que, na sua época, enriqueceram a vida das comunidades a que pertenceram.
Este monumento, que hoje ofereço aos meus leitores, mostra-nos "Um dos homens de D. João II que desvendaram os segredos da terra e do mar no caminho da Índia", como se lê na legenda que nos situa no tempo. Pode ser apreciado no Rossio.
Foto inserida no livro "Aveiro, cidade de água, sal, argila e luz".

Biblioteca de Aveiro moderniza-se

Acervo vai estar na Internet
A Biblioteca Municipal de Aveiro continua a melhorar os serviços que oferece aos amantes dos livros. Sejam eles simples leitores, estudantes, investigadores ou apenas curiosos. Em breve, tudo o indica, os utilizadores daquele espaço cultural vão poder consultar o catálogo das obras ali existentes, sem precisarem de se deslocar à Biblioteca. A aplicação de um novo sistema informático vai obrigar à adaptação dos recursos humanos e tudo se encaminha para que, brevemente, cada um, em sua própria casa, possa entrar na Biblioteca e ver o que por lá pode encontrar, evitando, assim, deslocações inúteis, como tantas vezes acontece. Entretanto, já se começa a falar que a Biblioteca Municipal de Aveiro precisa de um novo edifício. Se isso fosse possível, e necessário, que ela fique no centro da cidade, à mão de semear. É que a cultura, se a atirarem para um canto qualquer, acaba por ficar esquecida. F.M.

Poeiras do Porto de Aveiro

Gafanhões protestam contra poeiras
É público que os gafanhões residentes na zona envolvente ao Porto de Aveiro estão em luta contra o pó que os ventos arrastam para as suas casas e quintais, causando prejuízos a muita gente. E também é público que o director da APA (Administração do Porto de Aveiro), José Luís Cacho, já reconheceu que há, de facto, as poeiras que tantos danos causam às pessoas, alegando, no entanto, que se trata de uma realidade pontual, que ocorre em dias de ventos fortes. Prometeu que vai tentar resolver o problema, com a plantação de arbustos na montanha de areias que esperam colocação no mercado da construção civil. Todos os gafanhões esperam, por isso, que tudo se resolva a bem. Sempre defendi que o progresso é indispensável, mas também sempre acreditei que lhe estão associados alguns custos. É o caso. Que fazer então? Penso que a luta dos gafanhões, justa e oportuna, tem de levar as autoridades a debruçarem-se sobre o assunto, através de um diálogo civilizado e com a envolvência de técnicos competentes. Uma solução tem de ser encontrada, quanto antes, e não pode ficar ao sabor das ideias mais ou menos engenhosas de quem quer que seja. O assunto tem de ter uma resposta científica, até porque agora não se pode tirar o Porto Comercial daquele local. O progresso, que ao longo dos anos defendi e continuarei a defender, não pode atingir-se a qualquer preço. Os direitos das pessoas têm de ser salvaguardados e a qualidade de vida das populações não pode ser retórica fiada. Urge resolver a questão das areias e do pó de substâncias que chegam ao cais do Porto Comercial. Tem de haver uma solução técnica o mais depressa possível. Para bem de todos. Fernando Martins