terça-feira, 20 de junho de 2006

"A Economia Marítima Existe"

17 DE JUNHO, NO AUDITÓRIO DO MMI

Museu Marítimo de Ílhavo

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Apresentação

do livro

"A Economia Marítima Existe"

No próximo dia 27 de Junho, terça-feira, pelas 18 horas, proceder-se-á à apresentação do livro "A Economia Marítima Existe", obra coordenada pelo Prof. Doutor Álvaro Garrido. A apresentação realiza-se no auditório do Museu Marítimo de Ílhavo (MMI).
A obra inclui textos de Patrick Parisot, Álvaro Garrido, Mário Ruivo, Kymberley Purchase, José Manuel Pureza, Rui Junqueira Lopes, Fernando González Laxe, Nuno Valério, José Luís Cacho (Presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro), Jerónimo Teixeira, Aníbal Paião, Joselito Lucas, José Gonçalves e Elsa Peralta.
A sessão será presidida pelo Embaixador do Canadá, Patrick Parisot.
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Fonte: Porto de Aveiro

segunda-feira, 19 de junho de 2006

"APÓSTOLO DO BEM"

Figuras das artes prestam tributo ao Padre Américo
A poucas semanas de se completarem 50 anos sobre o seu falecimento, a 16 de Julho de 1956, a figura do Padre Américo ressurge através de um ambicioso projecto editorial lançado pela editora Aletheia com a coordenação de José da Cruz Santos.
"O Padre Américo e a Obra da Rua" é o título de uma obra que reúne um impressionante conjunto de depoimentos que abarcam preferencialmente figuras das artes (Manoel de Oliveira, Mário Cláudio, Rebordão Navarro, Viale Moutinho, Matilde Rosa Araújo, Urbano Tavares Rodrigues ou João Bigotte Chorão) mas também figuras da vida pública nacional como Marcelo Rebelo de Sousa, D. Januário Torgal Ferreira, Diogo Freitas do Amaral, Manuela Eanes e Ilda Figueiredo.
São testemunhos de teor diverso que em comum têm o facto de revelarem uma admiração notória por aquele que, segundo a ensaísta e professora universitária Maria Helena da Rocha Pereira, era "um apóstolo do Bem".
Se Marcelo Rebelo de Sousa recorda do seu contacto remoto com o Padre Américo, quando tinha apenas sete anos, "um homem bom, visceralmente bom" e "um obreiro incansável contra a miséria num País tão marcado por atrasos e desigualdades"; já o jornalista e sacerdote Rui Osório foca o seu principal legado, a Obra da Rua (vulgarmente designada por Casa do Gaiato). "Pelas casas e lares de gaiatos, têm passado milhares de jovens e, na generalidade, são meninos da rua que crescem de cabeça levantada. Ali, a caridade evangélica e a justiça social desenvolvem-se com respeito por uma pedagogia libertadora em que os rapazes são também agentes da sua ascensão humana e cristã", escreve o ex-jornalista e actual colunista do "Jornal de Notícias".
O homem que "fez da sua vida inteira dádiva" (segundo Urbano Tavares Rodrigues, para quem ainda "tudo nele era verdade, da palavra ao olhar, do sonho ao gesto") é ainda recordado nos depoimentos reunidos no livro como um ser que forneceu aos mais novos uma atenção que até então lhes era negada. "Padre Américo não mimou a criança numa aceitação ocasional, mas procurou-a nas agruras de cruel abandono na lama de todos os abandonos", enfatiza a escritora Matilde Rosa Araújo.
Sérgio Almeida
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Proposta do “EXPRESSO”

Conhecer a Reserva
das Dunas de S. Jacinto
A proposta desta semana inicia-se depois de uma noite passada na bela Pousada da Ria, entre a Torreira e S. Jacinto. A proximidade da Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto é um excelente motivo para conhecer os seus 700 hectares de área protegida, onde tudo se faz para salvaguardar um ecossistema muito sensível e muito característico pela sua fauna e flora, onde é possível encontrar a colónia de garças mais setentrional do país. os vários percursos desta reserva natural mostram o que a Natureza conseguiu agregar em cerca de mil anos (a idade do complexo lagunar) e permitem observar a transição natural entre a Ria de Aveiro e o Atlântico.
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Fonte: "EXPRESSO"

domingo, 18 de junho de 2006

II Jornadas da Pastoral da Cultura

Padre José Tolentino e D. Manuel Clemente

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Vivemos um cristianismo
com pouca Páscoa
"Numa sociedade como a nossa, o regresso ao paganismo é irrecuperável, porque as nossas comunidades estão profundamente marcadas pela herança cristã", disse D. Manuel Clemente nas Jornadas da Pastoral da Cultura. Referiu também que vivemos “um cristianismo com pouca Páscoa”, quando é certo que a vivência quaresmal de muitos é bastante intensa. Decorreram em Fátima, no último fim-de-semana, as II Jornadas da Pastoral da Cultura, à volta do tema “Do tempo livre à libertação do tempo”, promovidas pela Comissão Episcopal para a Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais. A organização foi do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, tendo participado cerca de 40 pessoas, em representação de algumas dioceses, congregações, movimentos e outras instituições da Igreja Católica. D. Manuel Clemente, presidente da Comissão Episcopal para a Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, e o padre José Tolentino Mendonça, director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), coordenaram os trabalhos, ajudando os participantes na reflexão urgente e necessária, face aos desafios impostos pelas novas tecnologias de comunicação, numa linha da intervenção pastoral, sobretudo ao nível do entretenimento. José Bragança de Miranda, ensaísta, e Rita Espanha, investigadora, sublinharam que as novas tecnologias de comunicação representam uma viragem cultural nos tempos de hoje, tendo acrescentado que a evolução tecnológica é mais rápida do que “a capacidade de nos adaptarmos a ela”. Sendo certo que a utilização das novas tecnologias leva à diversificação e ampliação das capacidades individuais e colectivas de comunicação, foi lembrado que elas também alteram a relação de todos com o real, porque entram nas nossas casas, quando antes se limitavam às fábricas, como referiu Bragança de Miranda. O mesmo conferencista salientou que a Terra está a ser inundada por imagens e sons, comandados pela “inteligência” própria dos objectos que os produzem, e o ausente torna-se presente graças às novas tecnologias. Entretanto, contestou as teorias que defendem “o fim do crescimento" em vários sectores, na certeza de que a vitória desta ideia nos levaria ao governo dos ditadores. Para Rita Espanha, a relação do nosso corpo com a natureza não foi alterada pelo mundo tecnológico, apesar dos avanços e recuos. Garantiu por isso que, nas mais diversas circunstâncias, permanece a indispensável intervenção das pessoas nos comportamentos e nas relações. Foi sublinhado nestas jornadas que a indústria do entretenimento é cada vez maior e mais poderosa, “ocupando quem trabalha e quem não trabalha”, no dizer de Bragança de Miranda. Ao nível pastoral, o padre Tolentino Mendonça sublinhou que a mensagem cristã tem de usar uma “linguagem cultural”, e que o silêncio dos cristãos é “imediatamente ocupado numa sociedades democrática”. Referiu que, face às tradições que morreram, gostamos muito de as “vestir”, para lhes darmos vida, sendo urgente assumir que a “tradição cristã não é uma beleza morta”. “Na experiência cristã há um lastro de vida que pode ser vivificador para a construção do mundo”, disse o director do SNPC. No encerramento das Jornadas, D. Manuel Clemente frisou que, "numa sociedade como a nossa, o regresso ao paganismo é irrecuperável, porque as nossas comunidades estão profundamente marcadas pela herança cristã". Referiu que vivemos “um cristianismo com pouca Páscoa”, quando é certo que a vivência quaresmal de muitos é bastante intensa. D. Manuel Clemente defendeu a ligação permanente entre pastoral, cultura e erudição, apontando o Padre Luís Archer (galardoado este ano com o Prémio Padre Manuel Antunes), como paradigma da intervenção da Igreja no mundo da ciência e da investigação. Fernando Martins

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

Sebastião de Resende bispo da Beira
Em 1983, de passagem pela Beira, Moçambique, não pude deixar de visitar o cemitério de Santa Isabel, para prestar homenagem a D. Sebastião Soares de Resende. Por vontade expressa em testamento, ali ficou sepultado "em simples campa rasa com uma pequena pedra por cima" e só esta inscrição: "Sebastião, primeiro bispo da Beira."
Se fosse vivo, D. Sebastião teria feito cem anos no passado dia 14. Nasceu em Milheirós de Poiares, Santa Maria da Feira, em 14 de Junho de 1906. Tomou posse da diocese da Beira no dia 8 de Dezembro de 1943 e morreu em 25 de Janeiro de 1967. Regressado da Suécia com a certeza da morte, passou por Lisboa, seguindo com urgência para a Beira, pois queria morrer entre aqueles cujo cuidado pastoral lhe fora confiado. Na prolongada agonia, foi acompanhado pelas orações dos ortodoxos, dos muçulmanos, dos hindus.
No Diário Íntimo, anota, logo em 1944, que "impera a escravatura na Beira! Não há maneira de se convencerem de que os pretos são pessoas humanas", e, em 1956: "A escravatura existe em Moçambique, não há dúvida, e em forma bem rígida." Por isso, desde o início da sua actividade como bispo fustigou as injustiças clamorosas de que os negros eram vítimas, combateu o trabalho forçado e a arbitrariedade nas relações de trabalho.
A defesa intransigente dos direitos dos negros não se traduziu apenas na exigência da "integração plena e total de pretos e brancos em Moçambique", acabando "de uma vez para sempre com o ultrapassado Estatuto do Indigenato", mas também na promoção da acção social multímoda e dedicando atenção especial ao ensino, defendendo desde 1951 a criação de uma Universidade em Moçambique - "É retrógrada e absurda a tese de que a instrução só serve para fazer mal ao indígena. Só pode sorrir tal concepção a quem pretender fazer do indígena simples animal de carga ou máquina de força motriz."
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Uma boa e original ideia

Recanto de Amora
:: Primeiro Café Cristão
em Portugal
A ideia é originária do Canadá e surge agora em Portugal, na paróquia da Amora, na diocese de Setúbal. O primeiro Café Cristão vai abrir no próximo dia 24 de Junho e conta com a presença de D. Gilberto Canavarro dos Reis, bispo da diocese, que presidirá à missa de inauguração e bênção solene do espaço. São cerca de 400 metros quadrados, destinados ao convívio e a “comunicar o amor de Deus a cada pessoa que lá vai”, disse à Agência ECCLESIA António Manuel Andrade, um dos responsáveis por este projecto. “A ideia surge como resposta aos desafios da Nova Evangelização”, explicou, e como resultado de uma outra actividade da paróquia de Amora que procurava ir ao encontro de jovens de rua, com problemas de alcoolismo e toxicodependência. A actividade desenvolvida com estes jovens foi dando os seus frutos e, salienta, “reconhecemos a falta de um lugar onde pudéssemos fazer algum acolhimento, de forma mais organizada”. Depois de alguma procura, o espaço apareceu e, com o auxílio da comunidade paroquial, encontraram um espaço que a partir do próximo fim-de-semana vai estar, diariamente,aberto ao público, como “projecto de evangelização dirigido aos jovens”, frisa. De domingo a quinta, o café cristão abre das 16 às 23 horas, e às sextas e sábados encerra cerca de uma hora mais tarde, devido aos concertos de música ao vivo que estão previstos. Neste espaço, poder-se-á encontrar, para além de um serviço de café com cerca de 80 mesas, música, actividades ligadas às artes, dança, teatro, colóquios, e apoio escolar. Uma capela vai estar ainda à disposição dos jovens “que vão sendo sensibilizados para a fé, de modo a que possam receber o sacramento da reconciliação”, acrescentou António Manuel Andrade.
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Fonte: Ecclesia

Um poema de Adília Lopes


Deus é a nossa mulher-a-dias 
que nos dá prendas 
que deitamos fora 
como a vida 
porque achamos que não presta 

Deus é a nossa mulher-a-dias 
que nos dá prendas 
que deitamos fora
 como a fé 
porque achamos que é pirosa 

"Sur La Croix", edição do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura

Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes

Cientista e Padre Luís Archer distinguido
pela Igreja Católica
A Igreja Católica, através do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, distingue o cientista e padre jesuíta Luís Archer com o Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes. O anúncio foi feito na passada sexta-feira, 16, em Fátima, durante as II Jornadas da Pastoral da Cultura, por D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais. O júri, constituído por D. Manuel Clemente, Padre José Tolentino Mendonça, director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, padre João Aguiar, director da Rádio Renascença, João Bénard da Costa, escritor, Maria Teresa Dias Furtado, professora da Universidade de Lisboa, e padre Hermínio Rico, director da revista “Brotéria”, quis homenagear o “homem de ciência e grande humanista, nos seus 80 anos de vida”. Luís Archer, depois dos estudos de Filosofia e Teologia, doutorou-se nos Estados Unidos em Genética Molecular, após o que introduziu em Portugal, no Laboratório Molecular do Instituto Gulbenkian da Ciência e na Universidade Nova de Lisboa, o ensino e a investigação daquele ramo científico. Ainda foi pioneiro, no nosso País, no estudo da Bioética, tendo representado Portugal em várias comissões do Conselho da Europa, da OCDE e da União Europeia. “É há muitos anos uma das vozes mais autorizadas e respeitadas na discussão pública das problemáticas bioéticas, e muitos dos que hoje suportam as instituições que fazem reflexão e divulgação neste campo reconhecem-se como seus discípulos”, lê-se na justificação do júri. Publicou centenas de trabalhos de investigação, ao mesmo tempo que leccionou em muitas universidades em Portugal e no estrangeiro. “A excelência do seu contributo científico é reconhecida pelo seu estatuto de membro das Academias das Ciências de Lisboa e de Nova Iorque, entre outras”, como sublinha o júri. D. Manuel Clemente refere que o Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes contemplou, este ano, um “homem da ciência e grande humanista”, mas ainda o sacerdote que nunca deixou de intervir nas áreas da teologia e da filosofia com elevado nível, mas também com muita humildade. Fernando Martins

Futuro mais humano e mais justo

Solidariedade
mais responsável
é uma urgência
Numa sociedade democrática, adulta e responsável, o cuidado com os mais desprotegidos da sorte tem de ser uma urgência de todas as horas. Ficarmos a olhar só para os nossos interesses e para as nossas comodidades é crime contra a própria democracia. Neste contexto, em que mais de um milhão de portugueses estão no limiar da pobreza, urge que as forças políticas estejam atentas a esta realidade, buscando soluções a curtíssimo prazo para se matar a fome a quem a tem. E depois, que sejam abertos caminhos de mais trabalho para os desempregados e de mais pão para quem está à míngua do essencial para sobreviver. Portugal tem uma rede social de iniciativa privada bastante ampla, cuja disponibilidade para servir os mais carenciados é por demais conhecida. Há lares para idosos e para menores sem família, há creches, jardins-de-infância e ATL para a ajuda indispensável aos pais que trabalham, há centros de dia e de noite para idosos sem familiares próximos e disponíveis para o atendimento de que necessitam, há misericórdias e outras instituições sempre abertas a quem mais precisa, nomeadamente deficientes, pobres, doentes e marginalizados que enchem o universo de tantas carências que subsistem na nossa sociedade. Novos modelos de apoio social vão surgindo, ao sabor das necessidades dos mais desfavorecidos, como sinal de um povo atento, que sabe e quer cuidar dos seus pobres, como sempre o fez através dos tempos. Porém, nem sempre de forma programada e abrangente, o que produz lacunas na rede social do nosso País. Nessa linha, o Presidente da República, Cavaco Silva, alertou há dias para a premência de todos lutarem contra a exclusão, fazendo da inclusão “uma causa nacional”, com o envolvimento de todas as forças políticas e sociais. Assim, urge implementar a solidariedade em rede para a partilha de saberes e de disponibilidades, tendo como objectivos o apoio importante, direi mesmo fundamental, a um número cada vez maior de pobres envergonhados ou esquecidos, onde as novas tecnologias podem exercer um papel inquestionável. Por outro lado, reconhece-se que se torna imperioso implementar o espírito de vizinhança, um tanto ou quanto a cair em desuso nos grandes centros urbanos, como forma de desenvolver o sentido de entreajuda e de convívio entre todas as gerações, contrariando o isolamento e a solidão dos idosos e doentes, sobretudo dos mais abandonados pelas suas próprias famílias. É sabido que a sociedade actual tem gerado novas situações de pobreza. O desemprego é uma constante para muitos e uma ameaça para outros tantos, criando instabilidade e desespero nas famílias. E por mais subsídios que o Estado atribua, normalmente diminutos para a maioria dos desempregados, a verdade é que a insegurança profissional não pode ser ignorada nas nossas comunidades. Nessa linha, as instituições de solidariedade têm de estar mais atentas e disponíveis para enfrentarem novos problemas sociais, criando valências e preparando funcionários capazes de responder a desafios urgentes, não ficando acomodadas a estatutos com décadas de existência e nem sempre de acordo com as exigências sociais que vão nascendo, muitas delas provocadas pela deslocalização de grandes empresas, que deixam à míngua famílias inteiras. Contudo, se é importante que as instituições de solidariedade social estejam sensíveis para responder a novas e dramáticas situações de pobreza, não é menos importante educar as novas gerações para a solidariedade social, única forma de garantir um futuro mais humano e mais justo para todos.
Fernando Martins

Gotas do Arco-Íris - 22

AMIGOS
TAMBÉM
OS HÁ!... Caríssimo/a: Há dias mostrou-me os pés... Credo!, nem aqueles pobres mendigos do Senhor dos Milagres ostentam tais e tantas deformações. As mãos são um novelo de entorses, que já nem os dedos deixam dobrar! A cara é toda ela dominada por um bigode que assusta os mais ousados... O corpo já se inclina e se dobra sobre si próprio. Enfim, nada nesta criatura é cativante; ainda pior é que é caturra, teimoso e convencido. Bah! Em nada concorda connosco, refila e quer ter sempre a última palavra... (E o pior é que às vezes tem razão!) E não vale a pena «querer dourar a pílula» (aliás, nem ele deixaria...); se este é o retrato, punhamos-lhe a moldura! [E tu dirias: que lindo quadro ficará para levar para o sótão!...] Mas o curioso é que a moldura não assenta; por mais voltas que se dê ao quadro, não há posição, cola, cravo ou prego que consigam segurar, prender, posicionar esta figura que, qual andarilho (do Senhor?!...), não se detém ou hesita para ser agradável e útil a quem lhe indicia um gosto ou uma necessidade... E não é compreensível como os seus pés vencem o tempo e o espaço (por mais pedregoso que seja...) até atingir o que perseguia para sanar uma fome ou dar um prazer festivo! Das suas mãos, torcidas, tortas, tolhidas, saem as mais bonitas grinaldas de flores, naturais ou artificiais; as dobras do papel que embrulha o seu presente têm tanto da sua pessoa que, qual doce ou prenda do coração, se guardam e quase se veneram como algo de muito querido... Por cima do seu bigode, ficam uns olhos que sorriem como ninguém e que fazem esquecer as diabruras do Mundo; atraem as crianças e cativam a todos sem artificialismos e com a sua simplicidade... O seu corpo parece curvar-se, para mais facilmente nos poder abraçar... E é assim o meu Amigo que muito mais é e tem para além do seu nome... Certamente que o António Manuel não mais me perdoará, pois vou expô-lo à ganância e usura dos amigos do alheio (e eu ver-me-ei na dificuldade de o manter a meu lado)... Para além de tudo [e como eu lho cobiço!...] o que aí fica, e que é tanto, ele tem UM CORAÇÃO DE OURO! Um abraço para todos vós meus Amigos, do Manuel