quinta-feira, 3 de novembro de 2005

RAMAL FERROVIÁRIO DE LIGAÇÃO AO PORTO DE AVEIRO

Declaração de Impacte Ambiental na próxima semana
A Declaração de Impacte Ambiental referente à obra de construção da plataforma multimodal de Cacia e do ramal ferroviário de ligação ao porto de Aveiro deverá ser emitida na próxima semana.Caso não se verifique nenhum atraso de última hora, foi esta a data adiantada pelos responsáveis do Ministério do Ambiente que, no passado dia 13 de Outubro, se deslocaram a Aveiro para percorrer a zona de implantação deste importante projecto para a região.
A visita da Comissão de Avaliação do Estudo de Impacte Ambiental integrou representantes do Instituto do Ambiente, Instituto de Conservação da Natureza, Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico (IPPAAR), da REFER e da Administração do Porto de Aveiro. A APA esteve representada pelo eng. Jorge Rua.
Recorde-se que a fase de inquérito público do Estudo de Impacte Ambiental terminou a 5 de Setembro, tendo estado a consulta durante 36 dias.O ramal ferroviário entre a Linha do Norte e o Porto de Aveiro terá uma extensão de nove quilómetros. A ligação partirá de uma plataforma intermodal de mercadorias, em Cacia.
O projecto consagra também a construção das ligações ferroviárias aos vários terminais do Porto de Aveiro e um parque de interface modal adjacente à zona de triagem, que ocupará uma área de 16 hectares, obras da responsabilidade da Administração do Porto de Aveiro.
O Estudo de Impacte Ambiental foi aprovado em Dezembro de 2004. Segundo dados da REFER, o investimento previsto, de 68,5 milhões de euros, reparte-se da seguinte forma:Plataforma Multimodal de Cacia/Esgueira - € 12.000.000,00;Ramal de acesso ao Porto de Aveiro - € 56.500.000,00.Execução com verbas provenientes do Orçamento de Estado e Fundos Comunitários.
A construção do ramal ferroviário de ligação ao complexo portuário foi incluída pelo actual Governo no Programa de Investimentos em Infraestruturas Prioritárias.
Fonte: Porto de Aveiro

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

PAPA PEDE MAIS APOIO PARA AS FAMÍLIAS NUMEROSAS

Famílias numerosas precisam de apoio, defende Papa
Bento XVI defendeu hoje mais medidas sociais e legislativas que apoiem as famílias numerosas, na sua habitual mensagem das quartas-feiras. Segundo o Papa, no actual contexto social, os núcleos familiares com muitos filhos são um testemunho de fé, de coragem e de optimismo, "porque sem filhos não há futuro".
"Faço votos para que venham a ser promovidas intervenções sociais e legislativas adequadas de apoio às família mais numerosas, que constituem uma riqueza e uma esperança para qualquer país", sublinhou o Papa.

COMISSÃO DESACONSELHA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS

Parecer apresentado hoje ao Ministério da Educação
Um relatório da comissão coordenada pelo psiquiatra Daniel Sampaio, apresentado hoje ao Ministério da Educação, conclui que as escolas do ensino básico e secundário devem revitalizar os seus currículos sobre educação para a saúde, incluindo a educação sexual, em vez de criarem um nova disciplina. "A educação sexual deve deixar de ser fragmentada e deve ser integrada na educação para a saúde", afirmou Daniel Sampaio em conferência de imprensa, defendendo que cabe à escola e ao Ministério da Educação (ME) a responsabilidade de dar uma nova vida aos currículos sobre a matéria para diminuir os comportamentos de risco dos jovens. O objectivo desta "dinâmica curricular" é diminuir comportamentos de risco e colmatar lacunas de conhecimento dos jovens sobre educação para a saúde.
A comissão - criada em Junho pelo ministério para avaliar e propor soluções para o conteúdo dos programas de educação sexual nas escolas - propõe que a alteração dos currículos escolares seja feita em algumas escolas já este ano lectivo.
De acordo com António Ramos André, adjunto da ministra da Educação, a tutela deverá dar uma resposta a este relatório preliminar até ao final deste mês.
O grupo de trabalho recomenda também que o ME termine, até ao final do ano, os protocolos que mantém com a Associação para o Planeamento da Família, o Movimento de Defesa da Vida e a Fundação Portuguesa A Comunidade contra a Sida. Estas três organizações não governamentais têm assegurado nos últimos anos a introdução da educação sexual nas escolas, mas Daniel Sampaio defende que "é a escola que deve assumir a responsabilidade, porque os professores estão mais perto dos alunos".
(Para ler todo o texto, clique PÚBLICO)

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral, no DN

REACÇÕES
A candidatura presidencial de Mário Soares tarda a levantar voo nas sondagens. Talvez não signifique muito há vinte anos, Soares partiu com apenas 8% e ganhou a eleição. Nesta fase do campeonato a vitória de Cavaco Silva (em quem irei votar) não está assegurada. Mas as sucessivas sondagens que colocam Soares atrás de Alegre têm provocado reacções de nervosismo entre os soaristas. O próprio Soares queixou-se há semanas, e os seus apoiantes têm repetido, de que a comunicação social "anda com Cavaco ao colo". Ora, quando primeiro-ministro, Cavaco Silva conquistou duas maiorias absolutas contra a maior parte dos jornalistas. Nunca a comunicação social simpatizou com ele. Também há soaristas indignados com os jornais que noticiaram as confusões e lapsos de Soares, ao responder a perguntas de jornalistas na apresentação do seu manifesto eleitoral. Como se tal não tivesse acontecido ou fosse matéria irrelevante num candidato presidencial.
E já começam a ouvir-se vozes culpando o povo, distraído e sem memória, de não alimentar intenções correctas quanto ao voto nas presidenciais. "Parece que as pessoas se esqueceram do enorme alívio com que receberam a distensão de António Guterres depois do segundo mandato de Cavaco", lamentava Mário Mesquita ao último Expresso.
A tendência para culpar os media e as pessoas pela falta de sucesso de uma candidatura eleitoral não é inédita. Já havia sido manifestada, de forma chocante, por Manuel Maria Carrilho, após a derrota na corrida à Câmara de Lisboa. Não é uma reacção saudável. Convém que os apoiantes de Soares se lembrem de que ele, dois meses antes de se candidatar, considerava tal hipótese "uma loucura", mesmo numa situação-limite (que não é o caso). Não admira que muita gente julgue insensata a decisão de Soares.

QUERCUS DE AVEIRO PRECISA DE VOLUNTÁRIOS

RUI CUNHA ESCREVE NO DIÁRIO DE AVEIRO SOBRE A URGÊNCIA DE SE COLABORAR COM A QUERCUS
«Quercus Aveiro. Infelizmente, por falta de voluntários, não é possível neste momento o atendimento pessoal». É uma gravação que responde à chamada para o 234425072, número de telefone do núcleo regional de Aveiro da associação ambientalista Quercus, que segunda-feira assinalou 20 anos de existência.Durante todo o dia de ontem, o Diário de Aveiro procurou falar com a presidente do núcleo, Teresa Páscoa, ou outros dirigentes locais da instituição, mas em vão, o que diz muito sobre as dificuldades sentidas pela Quercus em Aveiro.A falta de voluntários afecta a actividade local da associação, mas não a anula. Um exemplo do empreendedorismo dos ambientalistas aveirenses são as frequentes visitas organizadas a locais de interesse ecológico, como a que no próximo sábado vai ser realizada a Belazaima do Chão, no concelho de Águeda.O objectivo da iniciativa é «contribuir para minimizar o impacto das extensas monoculturas de eucaliptos que, sem ordenamento nem limitação, ocuparam praticamente todo o espaço não agrícola da região», lê-se no sítio da Quercus na Internet (www.quercus.pt).
(Para ler mais, clique Diário de Aveiro)

Um artigo de D. António Marcelino

PARAÍSOS EFÉMEROS E ÂNSIA DE FELICIDADE O contexto social e religioso destes dias de recordação e saudade, dado os sentimentos pessoais que suscita, como as experiências dolorosas, fruto das tragédias naturais dos últimos meses e dias, conhecidas e vividas, ao longe e ao perto, deram-me ensejo para esta reflexão. A ânsia de viver e de ser feliz comanda a vida de qualquer pessoa normal. “Experimentar” passou a projecto motivador de muitas vidas de jovens e adultos. Fazem-se poupanças, parte-se à procura de terras e mares distantes que a publicidade vende chamando-lhes “paraíso”, exorcizam-se medos de repetição de cataclismos e, sabendo, embora, que tudo é efémero, a decisão de ir mais longe, ainda que apenas geograficamente, não se deixa vencer facilmente por perigos vividos. De um momento para o outro, todos ficamos a saber mais de ciclones e maremotos em terras de outros, fustigadas por forças incontroláveis, que provocaram morte e destruição. É a ânsia de felicidade, de bem-estar, de poder dizer e contar, de novas sensações e experiências, se exóticas tanto melhor, que vai comandando a vida. E parte-se, assim, um mês depois, para terras e situações que se haviam já riscado da lista das vivências desejadas e possíveis. A vida, com o seu fascínio, ainda que a estadia no paraíso seja de dez ou de quinze dias. Nesta semana houve multidões de gente nos cemitérios. Um misto de gosto e de desgosto, de dor e de saudade, de lembrar e de esquecer. Os ingredientes parecem de festa: muita gente, muitas flores, muitos abraços, encontros de um ano que cada ano se repetem, comunicação pessoal bem diferente da do velório, de há muito ou pouco tempo. Como nos ritos de festa, tudo passa depressa. Pouco ou nada se fala de morte, porque a morte incomoda sempre e é página a virar, sem demora, para não perturbar a vida. Muitos vão ao cemitério, lugar de mortos, sem passagem pelo templo, lugar de vivos. Alimento de uma nostalgia ou avivar de uma esperança, ou apenas a ilusão de uma ânsia que não se consegue abafar e a que não se pode dar muito tempo nem alimento, porque há sempre recordações para esquecer e cálices difíceis de beber até ao fim. Nem o efémero dos paraísos sonhados, nem o rito que anualmente se repete nos cemitérios, por mais que sejam longos os caminhos andados, parece convidarem a parar para ler a vida, descobrir o seu valor e penetrar no segredo, tão profundo, como incómodo, do sentido da vida e da morte. Será que depressa volta tudo ao mesmo, neste frenesim que se vive e onde é preciso ter a coragem de parar, para poder viver melhor e com mais sentido? Quando os mortos deixam de nos falar no silêncio dos cemitérios, a vida dos vivos já tem pouco de vida e nada de esperança. Quando a catástrofe deixa de interpelar quem podia ter sido vítima ou quando o inesperado para outros, que a todos nos pode tocar, está arredado de qualquer reflexão com mais sentido, é sinal de que a correria da vida nos foi enchendo de nada. O paraíso não pode ser efémero, porque ele faz parte inseparável da ânsia pessoal de felicidade. A morte não atrai a morte, porque também é mestra de vida. Parar para reflectir não é tempo perdido, porque o sentido do que se faz, dá sempre valor novo ao tempo que nos resta.

Concordata e tribunais eclesiásticos preocupam Bispos

A aplicação da nova Concordata entre Portugal e a Santa Sé foi um dos assuntos tratados na reunião dos Bispos da Província Eclesiástica de Braga, que decorreu segunda-feira nessa cidade
As exigências, problemas e dúvidas suscitadas pela revisão daquele tratado, nomeadamente quanto à área fiscal, foi o tema mais falado nesta reunião, a par do funcionamento dos tribunais eclesiásticos. Aquele assunto será tratado também na assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, que decorrerá em Fátima de 14 a 18 de Novembro.
Um dos problemas em foco está relacionado com a actuação de algumas comissões de festas e/ou de angariação de fundos para obras da Igreja. Além dos procedimentos, a independência manifestada por algumas em relação ao Conselho Económico Paroquial, que é sempre presidido pelo pároco, e às orientações da hierarquia eclesiástica, tem suscitado divergências e conflitos nas comunidades paroquiais.
Quanto aos tribunais eclesiásticos, os bispos do Norte e Centro de Portugal conversaram ontem sobre a possibilidade de, sem recorrer a mais meios materiais e pessoais, o seu funcionamento ser melhorado. O problema dos divorciados recasados foi debatido.
A reunião dos bispos da Província Eclesiástica de Braga acontece duas ou três vezes em cada ano. A próxima terá lugar em Viana do Castelo, no dia 6 de Fevereiro do próximo ano. Ontem estiveram presentes os bispos de Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança-Miranda, Lamego, Porto, Coimbra e Aveiro. Do Porto vieram os Bispos Auxiliares. D. António Marto, Bispo de Viseu –que também faz parte da Província Eclesiástica de Braga –, faltou devido ao falecimento de um sacerdote na sua diocese.
Com estes encontros, explicou o Arcebispo de Braga em declarações ao Diário do Minho, pretende-se «intensificar a comunhão entre as dioceses». São «encontros informais », esclareceu D. Jorge Ortiga, «sem acta nem comunicado », e por isso sem conclusões ou tomadas de posição colectivas, mas com tempo para os bispos constatarem «as preocupações e alegrias» de cada diocese em particular, e da Igreja em geral. E também para se falar do actual momento político, tanto ao nível local como nacional.
Fonte: ECCLESIA

terça-feira, 1 de novembro de 2005

HALLOWEEN: Será que isto tem algum interesse para os portugueses?

NÃO É PRECISO IMPORTAR TRADIÇÕES
Vai-se enraizando, nas escolas portuguesas, o hábito de importar tradições que nada têm a ver connosco. Ontem, por exemplo, crianças das nossas escolas vieram a minha casa pedir um contributo para o Halloween, sem saberem lá muito bem o porquê deste peditório. Tanto quanto sei, esta iniciativa foi estimulada, entre os alunos, pelos professores de Inglês, talvez com base em projectos pedagógicos. E à partida penso que tais projectos poderiam muito bem ter por base tradições portuguesas. Portugal, em geral, e a nossa região, em particular, têm tradições riquíssimas que mereciam ser mais aproveitadas pelos professores e pelas escolas, de todos os graus de ensino, não se justificando, a meu ver, qualquer recurso ao que se faz e ao que existe no estrangeiro, nesta linha. Há anos, ainda tentei explicar às crianças que havia tantas coisas interessantes, de matriz regional, para se envolverem e para mostrarem as suas capacidades criativas, mas senti que estava a malhar em ferro frio. A professora de Inglês é que sabe e estava tudo dito. Ora, eu penso que os professores, sejam eles de que disciplina forem, devem informar-se, quando chegam a uma escola de uma região diferente das suas, quais são as tradições que urge reviver, para que o património cultural que nos tem servido de matriz não se perca. Agora, andar a importar tradições, em tempos da necessidade de preservar as riquezas que herdámos, não me parece muito bem. Fernando Martins

DIA DE TODOS OS SANTOS

OS SANTOS NÃO SÃO GENTE QUE ESTÁ FORA DO MUNDO Celebra-se hoje, 1 de Novembro, a festividade do Dia de Todos os Santos. A Igreja Católica recorda todos os que, pelos seus méritos, mereceram ser acolhidos no seio de Deus, para aí gozarem da felicidade eterna. O número desses santos, que ultrapassa, de longe, o número dos que a Igreja Católica designou para ocuparem lugares especiais nos altares, não tem limites, tantos devem ser eles. E desses, quantos não serão nossos familiares e amigos… É bom, pois, que os recordemos e que os seus testemunhos de arautos do bem e da verdade nos estimulem, para no dia-a-dia contribuirmos para a construção de um mundo mais fraterno. E também é correcto pensarmos e dizermos que afinal a santidade não é qualquer coisa de extraordinário, porque está ao alcance de todos nós, na vivência dos acontecimentos de todos os dias. Os santos não são gente que está fora do mundo e da vida, exibindo rostos macerados pelas penitências e pelos sacrifícios, mas são gente que trabalha, que luta pela verdade, que vive ideais nobres, que procura construir uma sociedade mais justa, que é solidária, que experimenta a caridade, que dialoga com Deus e com todos, que cultiva o bem. Os santos estão connosco e são muitos de nós; os santos caem e levantam-se, renascendo constantemente; os santos alegram a vida pela felicidade que espalham à sua volta. Por isso, os celebramos hoje, na certeza de que um dia estaremos com eles, e com Deus, para gozarmos a alegria plena. Fernando Martins

MÊS DE NOVEMBRO - MÊS DAS ALMAS

“Bem-aventurados os que morrem no Senhor, que repousem dos seus trabalhos, porque as suas obras os acompanham (Ap 14,13)”No mês de Novembro encontramo-nos em pleno Outono, esta estação do ano que tanto me fascina, pelo encanto da natureza que se recolhe para o Inverno, das folhas que se revestem dos mais belos tons antes de caírem, como a mostrar a nobreza do entardecer da vida, que se recolhe e se despede serenamente antes de repousar no silêncio do mistério!... E mesmo o nevoeiro denso que em muitos dias de Outono nos envolve, também isso é um convite ao recolhimento, mesmo ao mistério que diz a nossa existência.
Talvez tenha sido por isso que a Igreja, na sua admirável pedagogia da fé que respeita os ritmos da natureza, tenha escolhido o mês de Novembro para nos recordar o mistério da morte, com a celebração dos fiéis defuntos logo no início, a 2 de Novembro, e dedicando todo o mês à meditação da morte e à contemplação do purgatório. Novembro é o mês das almas!É assim que o recordo, desde a minha infância: ‘mês das almas’. A missa era muito cedo, lá pelas quatro ou cinco da manhã, para que também os lavradores pudessem participar antes de irem para o leite.
(Para ler todo o texto, clique ECCLESIA)