sexta-feira, 21 de outubro de 2005

VATICANO: MENSAGEM FINAL DO SÍNODO DOS BISPOS

Posted by Picasa Basílica de S. Pedro "A Eucaristia, pão vivo para a paz do mundo"
“A Eucaristia, pão vivo para a paz do mundo” é o título da Mensagem final do Sínodo que será publicada no dia 22 de Outubro. O texto, com 17 páginas e 26 parágrafos em cinco línguas, foi discutido esta manhã na 20ª Congregação Geral, sendo aprovado após pequenas modificações, efectuadas neste momento pela comissão encarregada para a sua redacção. Os conteúdos da Mensagem foram antecipados num "briefing" com os jornalistas.
A saudação inicial agradece a presença dos “irmãos das Igrejas Orientais” pela sua participação, deixando votos de que “chegue o dia da plena unidade visível da Igreja”.
Os padres sinodais apresentam a sua gratidão a João Paulo II, que idealizou o encontro, e a Bento XVI, que acompanhou os trabalhos, para além de se dirigirem aos Bispos da China que não puderam participar, assegurando-lhes que tiveram “um lugar especial” dentro do Sínodo.
O texto deixa vários apelos, acenando aos “sofrimentos do mundo”, como a fome, a pobreza, as injustiças, os desastres naturais, as guerras e as situações difíceis da África e do Médio Oriente. D. Giorgio Costantini, porta-voz para os jornalistas de língua italiana, adiantou que os Bispos pedem, em particular, “a criação de condições para um progresso real da família humana, de forma a que não falte a ninguém o pão de cada dia”.
A assembleia lamenta a indiferença religiosa no Ocidente e chamam os responsáveis das nações a preocuparem-se com a “dignidade dos indivíduos”, defendendo a vida desde a sua concepção.
40 anos depois do Concílio Vaticano II, os Bispos apontam na sua mensagem alguns “abusos” acontecidos no processo de renovação da Liturgia: “ninguém tem o direito de sentir-se dono da Liturgia, porque ela pertence à Igreja”.
O Sínodo pede aos fiéis coerência pública com a fé que professam e defende a promoção de uma activa pastoral das vocações sacerdotais.
A mensagem reafirma a impossibilidade de acesso à comunhão sacramental de divorciados que se tenham voltado a casar, mas aponta para o reconhecimento da Igreja pelos seus sofrimentos e frustrações interiores.
Entre as “luzes” apontadas, os padres sinodais sublinham o aumento de vocações sacerdotais em muitas zonas do mundo, a renovada consciência da missa dominical e a descoberta e aprofundamento da fé em muitos jovens.
Fonte: ECCLESIA

GRIPE DAS AVES: MUNDO MAIS TRANQUILO?

Posted by Picasa Gripe das aves: Hungria garante que a sua vacina é eficaz
Os ensaios clínicos de uma vacina contra o vírus da gripe das aves H5N1 revelaram-se eficazes em humanos, anunciou esta sexta-feira o ministro da Saúde húngaro, Jeno Racz, em declarações à agência estatal MTI. «Agora, verificou-se que a eficácia da vacina é inequívoca», precisou o ministro, sublinhando que «com base nos seus dados», a vacina é eficaz a 100%. Racz e outros responsáveis sanitários têm previsto anunciar mais pormenores sobre os resultados dos ensaios numa conferência de imprensa esta tarde. Os resultados iniciais dados a conhecer na quarta-feira indicam que os anticorpos do H5N1 apareceram no sangue dos primeiros voluntários que receberam a vacina «beta» em finais de Setembro. Mais de uma centena de pessoas participaram no estudo, entre elas o ministro da Saúde. Entretanto, as autoridades húngaras anunciaram na véspera que os testes realizados a mais de mil aves nos últimos dias deram todos negativos.

Casal Missionário parte para o Brasil

Posted by Picasa Maria Emília e Manuel Carvalhais
Manuel Carvalhais e esposa Maria Emília deixam tudo para servir quem mais precisa em terra de missão O diácono permanente Manuel Carvalhais e sua esposa Maria Emília vão trabalhar, como missionários, no Nordeste do Brasil. A partida está agendada para 31 de Outubro, mas no dia 23, domingo, na missa das 10.30 horas, na sua paróquia de origem, Calvão, terá lugar uma cerimónia de envio. O casal missionário vai colaborar em projectos pastorais, culturais e sociais dinamizados pela Sociedade Missionária da Boa Nova, nas paróquias de Mata Roma e Chapadinha, da diocese do Brejo. A subsistência do casal será suportada pelos próprios. Em tempo de tantos egoísmos e comodismos, é justo sublinhar a disponibilidade deste casal diaconal para trabalhar em terras de missão, durante um ano, sem encargos seja para quem for. Vão, decerto, pela necessidade interior de servir quem mais precisa, deixando tudo pelo bem de outros. As suas naturais comodidades, a sua casa e familiares, os seus amigos, tudo deixam, para oferecer as suas capacidades de trabalho e o seu espírito de missão, numa época em que tantos pensam apenas no seu bem-estar. Daqui, deste recanto aberto ao mundo, fico na retaguarda em trabalho solidário, à medida das minhas possibilidades, com desejos de que Deus acompanhe estes meus bons amigos.Eles bem o merecem. Fernando Martins

HOJE: Entradas gratuitas no Museu de Ílhavo

Posted by Picasa QUARTO ANIVERSÁRIO DA REMODELAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO MUSEU MARÍTIMO DE ÍLHAVO
O Museu Marítimo de Ílhavo celebra hoje o quarto aniversário da sua remodelação e ampliação. Para celebrar a efeméride, as entradas são livres e amanhã será inaugurada uma exposição de fotografia, "Terra à vista", de Casimiro Madaíl.

EM FÁTIMA, PASTORAL DA SAÚDE

Posted by Picasa EM NOVEMBRO, XIX ENCONTRO NACIONAL DA PASTORAL DA SAÚDE
A consciencialização de que a saúde passa também por uma dimensão espiritual no tratamento e acompanhamento do doente é um dos objectivos do XIX Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, a realizar em Fátima em Novembro.
Dirigido a mais de mil participantes e com intervenções esperadas do ministro da Saúde, Correia de Campos, e do Cardeal Lozano Barragán, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, o encontro servirá, também, de preparação para o 2º Congresso Nacional da Pastoral da Saúde, programado para Novembro do próximo ano.
Segundo o padre Vítor Feytor Pinto, coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, a importância da espiritualidade no tratamento e acompanhamento do doente foi reconhecida "no Plano Nacional de Saúde, recentemente aprovado, e que se pretende levar à prática nos serviços de saúde em Portugal". "A espiritualidade não se esgota no religioso e, além disso, tem-se consciência de que a espiritualidade tem uma função terapêutica", acrescenta o padre Feytor Pinto na nota de apresentação do encontro, sublinhando que "o homem moderno não pode ignorar a espiritualidade na maneira como vive e como constrói a sua felicidade".
Durante os trabalhos, que decorrerão no Centro Pastoral Paulo VI entre 22 e 25 de Novembro, os participantes vão debater, assim, o papel dos técnicos de saúde na tarefa de "proporcionar aos enfermos os cuidados de saúde que contemplam a dimensão espiritual da pessoa, proporcionando-lhe, segundo a sua cultura, os cuidados religiosos que venha a solicitar". Alexandre Castro Caldas, Alfredo Bruto da Costa, José Pacheco Pereira, Maria João Avillez e Carlos Pinto Coelho são alguns dos participantes esperados no encontro, no qual tomarão parte, também, representantes de comunidades não cristãs, como a Comunidade Israelita de Lisboa, a Comunidade Muçulmana Ismaelita ou a Comunidade Budista.

Portugueses vivem uma cultura de medo

José Roquette, um dos pais do Código de Ética dos Empresário e Gestores, defendeu que "Ser Nação e ser povo tem de ser ganho todos os dias"
“A cultura de medo que Portugal vive precisa de temas mobilizadores. Ser nação e ser povo tem de ser ganho todos os dias. Não é uma realidade adquirida” – denunciou José Roquette, um dos pais do Código de Ética dos Empresários e Gestores assinado hoje, 20 de Outubro, em Lisboa.
Depois da sessão pública de assinatura deste documento, este empresário disse à Comunicação Social que quando o projecto arrancou (cerca de dois anos e meio) “acreditávamos que era uma ideia válida e era uma valor acrescentado, sobretudo, num país que tem dos empresários e da iniciativa privado uma imagem bastante má”. E acrescenta: “em Portugal, praticamente todas as elites (políticas, militares, empresariais) tem uma má imagem”.
A nossa história devia “empurrar-nos para transformações essenciais” mas a “cultura medo bloqueia as pessoas porque não se consegue perceber que tipo de projecto o país tem”. A classe política “tem responsabilidades” mas a sociedade civil tem que “conseguir uma mobilização. Necessitamos de linhas de rumo e estratégias correctas”. – sublinhou José Roquette.
Depois do parto deste Código de Ética, este responsável referiu que “foi uma surpresa agradável verificar que afinal o terreno estava mais bem preparado e receptivo do que à partida poderíamos imaginar”. Durante a elaboração deste Código de Ética da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) “tive ocasião de verificar que as pessoas se envolvem nestes temas e que estes têm importância para a vida delas”.
Em Portugal, a sociedade civil, por contraponto da classe política,” não se mobiliza ou sente que a responsabilidade por aquilo que possa acontecer em Portugal basicamente é endossada à classe política”. E acrescenta: “não deve ser assim. Verifico que quando as pessoas se mobilizam por boas causas e boas razões conseguem transformar muita coisa”. Se existir mobilização conseguem ser “fermentos de transformação”.
(Para ler mais, clique ECCLESIA)

NA SEMANA DA ARTE: 14 a 18 de Novembro

Posted by Picasa CUFC OFICINA DA ESCRITA No CUFC, junto ao Campus Universitário, vai desenvolver-se uma iniciativa – A OFICINA DA ESCRITA – aberta à comunidade universitária ou com idade mínima de 18 anos. A OFICINA DA ESCRITA, que está integrada na SEMANA DA ARTE, vai ser orientada por Rosa Maria Oliveira, Mestre em Estudos Portugueses e professora do Ensino Secundário. Recebeu o Prémio “Júlio Dinis” em 1988. Também foi coordenadora científica da obra Vasco Branco, Vida Literária (CMA 1999). Com uma dezena de livros publicados, salientando-se a última “O voo da enxada” (poesia) apresentada na Feira do Livro Aveiro 2005, tem algumas obras já traduzidas no estrangeiro. Para informações e inscrições, contactar o CUFC pelo Telefone 234 420 600 ou pelo Fax 234 481 466.

Um artigo de Alexandre Cruz

Compreender a pobreza e… 1. Reconhecer que existe pobreza numa sociedade é sempre motivo de inquietação. Não vem em conformidade com o ideal que todos sonham, não se enquadra num equilíbrio social que se proclama, interpela grandemente todas as formalidades. Mas, reconhecer que existem milhares e milhares de pessoas em situações de pobreza, fome, frio,… significa o verdadeiro encontro com uma realidade que tem de incomodar, estimular todos a uma conjugação de esforços superadores. Quem não se inquieta, por exemplo (entre tantos outros), ao pensar e observar que por trás das grandes cidades do Brasil das novelas a paisagem é revestida de famintas favelas, de insegurança criminosa, de ambiente social depressivo onde sobreviver será uma vitória. Todavia, esta realidade inquietante da pobreza, que interpela toda a evolução múltipla das sociedades, não acontece só lá longe. Lembramo-nos de já há longo tempo ter sido apresentado um relatório sobre a fome em Portugal, de se ter dito claramente que 100 mil pessoas passam fome todos os dias, e do incómodo que tal notícia provocou. Por vezes parece que o encontro com a crua realidade é inconveniente demais preferindo-se viver por “cima”, longe dos subúrbios das cidades onde reina a dor da marginalização. Claro que a verdade é que a fome atinge muito mais gente do que esse estudo apresentou e que por muito que custe reconhecer há pobreza nas freguesias, cidades, ruas de Portugal; claro que nos estudos das situações de pobreza há sempre uma fronteira difícil de penetrar, uma certa ‘vergonha’ (ou mecanismo de auto-defesa de dignidade pessoal) que impede o acesso com clareza à autêntica verdade. É natural. E, é claro, quando não se conhece não se pode criar pontes com quem vive o silêncio sofrido. Por isso, para mais e melhor conseguir “ensinar a pescar”, é essencial (re)conhecer, compreender, perceber as diversas causas que estão na raiz da pobreza entre nós. 2. Dia 17 de Outubro foi o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza (depois de no dia anterior termos lembrado o Dia Mundial da Alimentação). Um contraste gritante entre o que se estraga de comida e a fome já “ali” a matar! A OIKOS -Cooperação e Desenvolvimento (www.oikos.pt), ONGD de cidadãos solidários, criada em 1988, com Estatuto Consultivo no Conselho Económico e Social das Nações Unidas, apresentou Documento sobre a situação da Pobreza em Portugal. É mais um apelo de sensibilização e promoção de sinergias geradoras de mais equidade na sociedade portuguesa. Logo de início, uma constatação clara a OIKOS apresenta (se calhar no princípio de que “casa onde não há pão…!”): refere a organização que “a pobreza, em Portugal, é um problema social grave e o seu não reconhecimento tem-se revelado, ultimamente, um dos maiores entraves à sua erradicação”. E os dados estão aí: 1 em cada 5 portugueses vive no limiar da pobreza (21% da população nacional) e 7,2 % da população activa está desempregada. Como a educação é alavanca fundamental para o desenvolvimento, então a este respeito saliente-se que 79,4 % da população activa não terminou o ensino secundário, sendo o abandono escolar em idade precoce também uma causa alarmante de sub-desenvolvimento na ordem dos 45,5% (da população em idade escolar) que abandona o ensino. 300 mil famílias (8% da população) em 2001 viviam em condições mínimas, havendo em relação aos dados de 2000 um agravamento de 25% de situações de pessoas sem-abrigo. Estes alguns dos muitos dados que significam o encontro com a dura e indesmentível realidade que, ainda assim, só é compreendida quando experimentada nas situações de pessoas que toda-a-hora vivem o limite da dignidade no seu próprio corpo…num mundo que produz por minuto cinquenta novos pobres e, entre nós, com desigualdades crescentes: os poucos ricos mais ricos, os pobres mais pobres numa diminuição clara da classe média, sendo nós da União Europeia o país que tem a pior distribuição de riqueza com os 20 mais ricos a controlar 45,9 % do rendimento nacional. Sinais claros de que um travão de sub-desenvolvimento (a par da difícil conjuntura internacional) puxa-nos para trás, apresentando tendências nada animadoras, do litoral ao mais difícil interior. 3. Que tem tudo isto e ver connosco? Tem tudo e a ver com todos, a fim de recriar os dinamismos da superação destes limites que nos encurtam o horizonte. Será, em todas as estruturas sociais, fundamental perceber as diversas causas, problemáticas na origem do fenómeno da “pobreza” para conseguir actuar com mais eficácia. E ainda: se não conseguirmos criar uma sociedade mais justa e mais equilibrada, é sinal de que todos os mecanismos, dos intelectuais aos institucionais, estão ainda por apurar no seu encontro com a realidade do mundo que anseia por contributos sempre mais eficazes. Compreender a pobreza e…? (Bem sabemos que depois do plano teórico a prática é a verdadeira ‘prova dos 9’ da maturidade das convicções. Só com um ‘coração do tamanho do mundo’ será possível um impulso e uma força capaz de derrubar por vezes alguns conformismos instalados para haver ‘algo’ de novo. É naturalmente difícil mudar, implicará a reconversão de mentalidade… Um primeiro passo: estudarmos ao mais alto nível o fenómeno “pobreza”, enquanto matamos a fome – é louvável tanto esforço que se tem feito! - e “ensinar a pescar”… E tudo isto quando bastava 1% do orçamento militar mundial para acabar com a fome no mundo!)

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Prestação extraordinária de combate à pobreza

Governo vai verificar rendimentos dos idosos antes de aprovar subsídio
O Governo vai exigir uma análise às contas bancárias dos idosos que peçam a prestação extraordinária de combate à pobreza, que estará disponível a partir de Janeiro, anunciou o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social. Em entrevista ao "Jornal de Negócios", publicada hoje, Vieira da Silva afirma que a "atribuição da pensão extraordinária para os idosos também vai levar em conta os rendimentos do agregado familiar", para garantir que só vai receber mesmo "quem precisa".
"Quem pretende este apoio terá de disponibilizar completamente a informação sobre os seus rendimentos reais", sustenta o ministro, justificando que há pensões baixas, que muitas vezes não são "sinónimo de pensionista pobre".
Vieira da Silva frisou que objectivo do Governo "não são as pensões baixas, são os pensionistas pobres" e anunciou que a prestação - que foi uma das promessas mais emblemáticas de José Sócrates durante a campanha eleitoral - vai poder ser requerida já a partir de 1 Janeiro.
(Para ler mais, clique PÚBLICO)

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Picasa D. António Marcelino Ética e valores republicanos?
Vimos ouvindo a personalidades conhecidas e mesmo a gente que não aparece na ribalta da sociedade mais mediática, a referência frequente e enfática à ética e aos valores republicanos, de mistura com a confissão ostensiva de agnosticismo e laicismo.
Respeitando o mundo próprio de cada um, coisa que para mim não é nada difícil, interrogo-me sobre que valores são esses que não coincidam com outros, acolhidos e seguidos pelo comum das pessoas, que não saberão mais da república que o feriado, sempre agradável, do 5 de Outubro.
Os valores republicanos que mais se evocam, como grandes conquistas da Revolução Francesa e, para nós com a mudança política de 1910, que as diversas obediências maçónicas interpretam a seu jeito, são a igualdade, a liberdade e a fraternidade.
Afinal, valores genuinamente evangélicos, que o cristianismo propagou e tornou universais, mesmo quando alguns sectores religiosos ou políticos não os cumpriram nem respeitaram, ou andaram na vida à revelia da proposta feita.
Falar, depois, de solidariedade, de tolerância, de respeito pelos outros, não é senão reafirmar atitudes que traduzem a aceitação da trilogia atrás referida, no seu sentido mais largo.
Porém, basta que se soltem as emoções e se toque em interesses pessoais ou de grupo, para logo se ver que, ontem como hoje, nos mais diversos quadrantes sociais e políticos, uma coisa é afirmar valores e dar-lhes paternidade, outra, bem diferente, mostrar na vida compromisso permanente com eles. É a verdade ligada a zangas de comadres ou de compadres.
Se falarmos de ética, as coisas complicam-se. Ética, de que República? Houve e perduram tantas vivências republicanas de sentido oposto, que mais vemos escadas montadas para subir, ombros encostados para amparar, alçapões abertos para enterrar, do que princípios não conspurcados, que possam nortear o sentido nobre da vida em comunidade, sem privilegiados nem preferidos e sem terem de se mendigar favores.
Ser republicano ou monárquico é um direito que assiste ao cidadão que gosta ou adere a qualquer dos regimes. Mas que isso não sirva, de um ou de outro lado, para catalogar portugueses de primeira e de segunda e deixar fora, como não existentes, os que já nem sequer são objecto de catalogação.
O orgulho e o preconceito não dignificam ninguém, qualquer que seja a sua adesão ideológica, muito menos quando se montam ou exigem vistosos palanques de ostentação, que hoje dão pelo nome de meios de comunicação social. O tempo da descriminação e da subserviência está a terminar. Felizmente cada cidadão vai despertando para a sua dignidade e para o direito que lhe assiste de ser respeitado e de ter voz. Trata-se de um processo irreversível.
O laicismo fecha os horizontes do transcendente e acaba por mutilar, inexoravelmente, tanto as pessoas, como uma sociedade de direitos e deveres. Para muitos parece ser o espaço privilegiado para a afirmação dos valores republicanos.A laicidade, ao contrário, marca a legítima autonomia do sagrado e do profano, não antagónicos, mas como expressão louvável e libertadora das pessoas e das comunidades. É uma atitude a respeitar e a promover. Sem medos.
Ser tolerante, reconhecer a dignidade de cada um em relação a si e aos outros não é um mero valor republicano. É um dever de todos, porque é um direito humano, fundamental e inalienável, que a ninguém se pode negar.