quinta-feira, 5 de maio de 2005

Dia da Cortesia ao Volante

Comemora-se, hoje, o Dia da Cortesia ao Volante, uma iniciativa que pretende contribuir para a formação cívica dos condutores. Se todos fossem corteses no dia-a-dia, em todos os momentos da vida, as relações entre as pessoas seriam, sem dúvida, mais humanas. Costumo dizer que, corteses corteses, só o somos, por tradição, nas vésperas de Natal. Aí, todos damos prioridade aos outros, automobilistas e peões, com um sorriso nos lábios, de satisfação, por conseguirmos ser delicados. Se é assim nessa altura do ano, por que razão não o somos todos os dias do ano? Pretende-se, com este Dia, levar os condutores a terem mais calma quando andam nas estradas, a cultivarem o civismo e a aproveitarem as sinergias geradas pelo novo Código da Estrada, para se tornarem mais conscientes e mais responsáveis, já que os condutores portugueses têm sido considerados como dos mais transgressores das regras de trânsito, na Europa. Este Dia da Cortesia ao Volante celebra-se pela primeira vez em Portugal e a ideia partiu da Associação de Cidadãos Automobilizados e da Liga contra o Trauma, através de uma campanha que tem por lema “A estrada não é um ringue de boxe”. A campanha também está a divulgar os 15 mandamentos do condutor, que apelam à calma, aos comportamentos de segurança, à não utilização do telemóvel e ao não consumo de bebidas alcoólicas, entre outros. Aquelas associações propõem, muito simplesmente, que se comece hoje a pôr em prática estes mandamentos, para que, paulatinamente mas com garantias, possamos viver este espírito cortês durante todo o ano. Fernando Martins

O estranho caso dos ateus


Já toda a gente ouviu falar dos católicos não praticantes, aqueles que, como já alguém disse, são “ciclistas não pedalantes”. Acreditam que vale a pena andar de bicicleta, mas não pedalam.
Com a eleição de Bento XVI, revelou-se uma outra espécie de pessoas: os ateus praticantes. Não acreditam em Deus nem na Igreja (ateus...), mas têm opiniões contundentes sobre os seus chefes e as suas questões internas (...praticantes). O Bispo de Aveiro referiu-se a eles na última semana: “Quando vemos pessoas que se dizem agnósticas a opinar sobre quem e como devia ser o papa e a mostrarem-se desiludidas com a eleição, estamos perante um contra-senso que se respeita, mas não se entende. Nostalgia, apreço pela acção da Igreja...?”

Ainda o Centro Geriátrico da Figueira da Foz

Ontem, quando entrei neste meu espaço, disse que não sabia quanto iriam pagar, mensalmente, os utentes do Centro Geriátrico da Fundação Bissaya Barreto, da Figueira da Foz, que o primeiro-ministro considerou como um hotel, tal é o luxo e tais são as valências que oferece aos idosos. Hoje, posso dizer, em adenda, que este centro se destina a qualquer cidadão com mais de 65 anos, altamente dependente, sendo as mensalidades “inferiores aos dos lares de idosos”. A garantia veio do director da Fundação, Luís Viegas do Nascimento, filho homónimo de Luís Viegas do Nascimento, sucessor do médico Bissaya Barreto, criador da Fundação. Referiu, ainda, que 11 das 80 camas do Centro Geriátrico ficam reservadas para a Segurança Social. Trata-se, em suma, de uma instituição que pode vir a estimular muitas outras, no nosso País. F.M.

PORTUGAL em maus lençóis

Em artigo publicado no “PÚBLICO”, ontem, Medina Carreira, especialista em assuntos fiscais, garante que, “Com a economia ‘possível’, queremos manter um Estado ‘impossível’. O aumento previsível da riqueza, na próxima década, não suportará o ritmo do agravamento actual das despesas públicas. Continuando ‘tudo’ como no período de 1995 a 2004, precisaríamos de atingir, em 2015, um ‘nível de fiscalidade’ de 50 por cento. Ou de crescer economicamente, durante uma década completa, à taxa real e anual média de 4,5 por cento. Nem os mais optimistas esperam tanto”. Temos de reconhecer que o nosso país está em maus lençóis, na óptica de Medina Carreira, que há anos anda a denunciar os caminhos errados que as políticas têm seguido. O que mais me espanta é que ninguém o oiça, ao que parece, embora todos saibam que o que ele diz está certo. Para a elaboração deste escrito, Medina Carreira baseou-se em “fontes abertas, conhecidas e identificadas”, de economistas de renome e de estudos credíveis, da “esquerda” e da “direita”, de “socialistas” ou “neoliberais”, de “conservadores” ou “progressistas”, de “revolucionários” ou “reaccionários”. Depois de algumas considerações e análises, traça um quadro muito negro, porque, em sua opinião, “a economia portuguesa não crescerá a taxas médias anuais suficientes”, a fiscalidade “não atingirá os níveis indispensáveis” e não são prováveis “novos e felizes acasos, como os da baixa do custo do petróleo”. Assim, as prestações sociais “só poderiam manter o ritmo de expansão da última década, e até 2015, se houvesse o congelamento de todas as demais despesas correntes primárias, no seu montante actual”. Não sei se este estudo de Medina Carreira vai cair em saco roto ou se vai aparecer por aí alguém que faça uma leitura diferente da realidade portuguesa. Ou ainda, se os nossos políticos serão capazes de estudar soluções que contribuam para tirar Portugal da situação delicada em que se encontra, sem “ferir” muita gente, principalmente a que costuma pagar a factura dos erros dos governantes. "Saco de pedras" Entretanto, no Editorial do “PÚBLICO” de hoje, o Director José Manuel Fernandes apresenta imagens interessantes para explicar o défice aos menos esclarecidos. Diz assim: “Três por cento do défice orçamental correspondem, mais ou menos, a três pontes Vasco da Gama. Seis por cento correspondem a seis pontes Vasco da Gama. Por cada ano que o Estado português gastar mais do que recebe acrescentará, por cada ponto percentual de défice, o custo de uma Ponte Vasco da Gama à dívida pública. Há outra forma de apresentar estes números: por cada ponto percentual de défice cada português ficará corresponsável, pelos serviços que o Estado lhe presta ou não presta, por mais 135 euros da dívida pública. Este ano serão mais de 800 euros por que cada um de nós ficará responsável. Isto quando a dívida do Estado, a dividir por cada cidadão, deverá ultrapassar os nove mil euros. O que corresponde a um pouco menos de dois anos de salários mínimos. É carregando este ‘saco de pedras’ às costas que o país enfrenta o futuro ...” Fernando Martins

Acidentes rodoviários

O Presidente da República, Jorge Sampaio, tem andado em Presidência Aberta nas estradas portuguesas. Se há assuntos que a mereciam, há muito, os acidentes rodoviários eram um deles. Eram e são, porque no nosso País os acidentes na estrada continuam em alta, representando já três por cento do PIB (Produto Interno Bruto). Das reportagens que os órgãos de comunicação social publicaram, sobressaem como principais causas dos acidentes rodoviários o excesso de álcool e o excesso de velocidade. A juntar a estas, apontam-se ainda a falta de civismo dos condutores portugueses, a irresponsabilidade de outros tantos e o incumprimento das regras de trânsito. É conhecido que depois de obtida a carta de condução, garantidamente a grande maioria dos condutores nunca mais releu ou estudou o Código da Estrada, nem há aulas, que eu saiba, para actualização de conhecimentos. Jorge Sampaio alertou para a necessidade de se intensificarem as campanhas de sensibilização para o cumprimento das regras de trânsito, denunciando as infracções que se cometem nas estradas portuguesas. Mas ainda frisou que as campanhas não podem limitar-se a 15 dias, repetindo-se apenas seis meses depois. É preciso que se tornem constantes, para se acabar com os acidentes rodoviários e para que Portugal deixe de ocupar um lugar cimeiro nas listas dos países com mais acidentes na Europa. F.M.

quarta-feira, 4 de maio de 2005

Um artigo de Sarsfield Cabral no DN

PATERNALISMO
O Governo criou uma task force de apoio à reestruturação de empresas em dificuldade e a sectores com problemas de competitividade. É a concretização da chamada política de proximidade anunciada pelo primeiro-ministro, que quer salvar o maior número de empregos que puder. A intenção é louvável, sobretudo porque muita gente está a ficar desempregada e precisa de ajuda. Resta saber se esta ajuda é a mais adequada
Por muito que se esforce, o Estado não tem capacidade para apoiar individualmente cada empresa em dificuldade e com défice de competitividade é um universo enorme. Depois, as intervenções governamentais para salvar empresas não se têm mostrado entre nós muito eficazes - basta lembrar o caso Bombardier. E as intervenções salvadoras arriscam-se até a piorar as coisas, em vez de as melhorarem. É verdade que o Governo garante que só apoiará unidades com "potencial económico". Mas seria ingénuo pensar que o dinheiro público não irá, muitas vezes, prolongar artificialmente a vida de empresas inviáveis, atrasando a reaplicação dos recursos de forma mais produtiva. Mais: esta atitude paternalista do Governo tende a reforçar a tradicional dependência das nossas empresas em relação ao Estado, criando a ilusão perigosa de que o poder político tudo deve resolver.
Melhor seria que o Estado ajudasse as empresas naquilo que é essencial e constitui a sua missão básica. Que reformasse a administração pública, desburocratizando-a. Que pusesse a justiça a funcionar. Que pagasse a tempo e horas aos fornecedores. Que combatesse a economia paralela ou "informal", grande factor do nosso atraso segundo um célebre relatório da McKinsey. Daí, sim, deveria vir uma enorme ajuda às empresas e à modernização do País. Mas é mais fácil e mais mediática a via do paternalismo.

Florestas contam com mais 120 "vigilantes"

A iniciativa já vem de longe, desde 1989, dá pelo nome de «Eu sou vigilante da floresta» e é promovida pelo Lions Clube de Santa Joana Princesa. Uma vez por ano, por ano, este clube reúne várias dezenas de alunos na Quinta de São Francisco, em Eixo, e proporciona-lhes uma aula viva de como se deve respeitar a natureza e preservar as florestas. O encontro deste ano aconteceu ontem, e cerca de 120 alunos das escolas da Taipa, Eirol, Requeixo e Azurva foram recebidos por Margarida Casqueira, do Instituto Raiz, parceiro nesta iniciativa. Depois de uma introdução a noções de como as florestas são essenciais para o planeta, os factores de risco e regras básicas para a sua preservação, o grupo foi levado a percorrer um trilho da Quinta de São Francisco, dando especial atenção à colecção de mais de 120 espécies de eucaliptos ali existentes, grande parte deles plantados por Jaime Magalhães Lima e também várias espécies de acácias.
Para ler o texto na íntegra, clique Diário de Aveiro

Um artigo de D. António Marcelino

O espírito das leis e a democracia
Ouvimos, cá dentro e também lá fora, que as leis mais discutíveis que os governos vão propondo e se promulgam depois, são muitas vezes resposta a promessas de programas e campanhas eleitorais.
Todos sabemos que o tempo de eleições visa, acima de tudo, a conquista de votos e, nesse contexto, prometer é sempre fácil. O drama surge quando, em clima de maior serenidade e apreciação da realidade, há que dar ao povo uma resposta que implique novas leis. Drama ainda maior, quando a matéria em causa exige que se prevejam e apreciem, de modo responsável, as consequências negativas que podem advir de tais leis.
Um governo e um parlamento não legislam para os seus apoiantes e correligionários. Legislam para um país concreto, para todos, sem excepção. Isto obriga a que se procure a justiça e a perfeição possíveis, para que as leis visem o bem de toda a comunidade, não sejam fracturantes, ajudem a união possível de todos os cidadãos, sejam respeitadoras e promotoras de valores que a todos dizem respeito.Montesquieu, o famoso autor de “O espírito das leis”, deixou escrito que “ Tal é o efeito das más leis que são precisas leis ainda piores para travar as desgraças das primeiras.” Assim o vamos verificando. Podia-se romper o ciclo vicioso do “mal a atrair mal maior”, se se prestasse maior atenção à comunidade e se procurasse, com leis justas e inteligentes, não a satisfação dos pequenos grupos de pressão, mas o bem possível para o conjunto.
Não se poderá nunca dizer, a menos que se deturpe e degrade o sentido da democracia, que quem tem o poder em maioria o pode exercer de modo arbitrário e conforme o seu mundo de interesses e valores. Quem governa não é dono do povo, nem pode, por ter ganho eleições, desconhecer a história, apagar ou desprezar valores comuns, interpretar a seu modo os direitos humanos fundamentais, mudar a natureza das pessoas e das coisas, ganhar adeptos e conquistar as simpatias, à custa do sacrifício de muitos e da destruição do património cultural e moral. Governar é sempre servir.
Hitler, que agora é trazido à memória de todos nós, também ganhou, democraticamente, o poder. Foi uma maioria parlamentar que lhe deu azo a manchar de sangue e de ódio a história. Pode dizer-se que o nazismo foi fruto de uma democracia desvirtuada. E não só o nazismo.
Será que as consequências trágicas de leis de maiorias, como a actual lei do divórcio, a que se pretende para o aborto, as discricionárias em relação à família, só se poderão resolver com outras leis ainda piores?
Quem chega ao poder, qualquer que seja o tempo da chegada, ontem e hoje, não pode mostrar sabedoria mudando tudo. Às vezes, só o nome, mas já nem isso é inócuo. A democracia, que não é um regime perfeito, pode, como a história, proporcionar saber cívico a quem desejar aprender.

"BÍBLICA": Onde a Bíblia se faz vida

A revista “BÍBLICA”, editada da Difusora Bíblica, dos Franciscanos Capuchinhos, está no 51º ano de publicação. Como o nome indica, trata-se de uma revista que se dedica essencialmente a temas bíblicos ou com eles relacionados. Sai seis vezes por ano, tendo como Director Fernando Ventura e como Chefe de Redacção Lopes Morgado. São 50 páginas dedicadas às Sagradas Escrituras, em bom papel e com ilustrações excelentes. No seu Estatuto Editorial, pode ler-se que tem por objectivo a iniciação e formação permanente dos leitores no livro da Bíblia, não beneficiando de quaisquer apoios económicos do Estado, incluindo o Porte Pago. É suportada apenas pelos seus assinantes e amigos, com quem quer manter uma relação de fidelidade e justiça, procurando servir-lhes um produto credível a todos os níveis.
O nº 298, relativo a Maio-Junho, oferece temas tão diversos como “Figuras Bíblicas” (Mical: do amor apaixonado à desilusão), “A Bíblia responde” (É possível perdoar sempre aos inimigos?) e “Movimento Bíblico” (Missão Bíblica em Gondomar, XXVIII Semana Bíblica Nacional e Já estamos em Timor-Leste), entre notícias e outros assuntos. Quem, como eu, a lê desde 1961, não pode deixar de realçar a importância da revista BÍBLICA na formação dos crentes. Número a número, os seus leitores têm acesso a diversos temas de uma actualidade indiscutível, que reflectem a exegese mais recente. Além disso, há sugestões litúrgicas e o estímulo para que muitos participem em cursos que os Capuchinhos organizam todos os anos. A tiragem da “BÍBLICA” é de 15 750 exemplares, mas merecia ter muitos mais assinantes, que se tornassem, de verdade, leitores e estudiosos assíduos da Palavra de Deus. O custo da assinatura anual é de 7, 50 euros, para Portugal, 11, 50 euros para a Europa, Macau, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe. Para os países fora da Europa, a assinatura é de 14 euros. Há ainda os benfeitores que pagam mais do que está estipulado. Para se tornarem assinantes, basta dirigirem-se à Administração, Rua São Francisco de Assis, Apartado 208, 2496-908 FÁTIMA. Fernando Martins

Centro Geriátrico na Figueira da Foz

Por iniciativa da Fundação Bissaya Barreto, foi inaugurado hoje, na Figueira da Foz, um Centro Geriátrico, com capacidade para 80 utentes. Esta obra só foi possível graças a um protocolo assinado com a Segurança Social e representa um investimento de quatro milhões de euros. Por aquilo que li, não se trata de um simples Lar de Idosos, onde os mais velhos por ali ficam a repousar, a comer e a dormitar nas salas de espera, com pouco ou nenhum envolvimento em actividades, que os faça sentirem-se gente. Um Centro Geriátrico não será assim. Este, por exemplo, além das estruturas normais de alimentação e higiene, possui restaurante, biblioteca, fisioterapia e reabilitação, serviço de ocupação de tempos livres, circuito de manutenção e Internet, entre outras valências, sendo os utentes acompanhados por pessoal especializado. Não sei qual será a mensalidade que cada idoso terá de pagar. Porém, nem assim deixo de sublinhar a inauguração deste Centro, por me parecer que pode servir de estímulo a tantos lares que não passam de depósitos de velhos, muitos deles conformados com uma vida sem sentido. Os nossos idosos precisam, a meu ver, de muito mais, porque a vida tem de continuar, apoiada continuamente em motivações que os façam rejuvenescer. F.M.

Banco Alimentar Contra a Fome precisa da colaboração de todos

No próximo fim-de-semana, dias 7 e 8, o Banco Alimentar Contra a Fome vai proceder a mais uma recolha de alimentos junto das superfícies comerciais. À entrada dos super e hipermercados lá estarão voluntários, devidamente identificados, para entregarem os sacos para as pessoas generosas neles depositarem os géneros alimentícios que deixarão à saída. Para este peditório, o Banco Alimentar indica, como alimentos mais necessários, arroz, bolachas, farinha, feijão, grão, açúcar, leite, salsichas, atum, óleo e azeite. Tudo produtos não perecíveis a curto prazo. O Banco Alimentar Contra a Fome continua a trabalhar para que muitos milhares de portugueses tenham o que comer. E para que isto seja uma realidade, a ajuda de todos é essencial. Num tempo marcado por uma certa indiferença perante o que nos cerca, seria bom que ao menos de vez em quando olhássemos, com mais atenção, para os que pouco têm para sobreviver. E não há dúvida de que estas campanhas nos ajudam a ser generosos, porquanto nos facilitam a nossa dádiva para quem mais necessita. Aqui fica o meu apelo, na certeza de que muitos irão colaborar. F.M.

terça-feira, 3 de maio de 2005

Ajudar a escolher o futuro

Cerca de 2500 estudantes do terceiro ciclo ensino básico e secundário do distrito deverão passar hoje, amanhã e na quinta-feira na Feira de Formação Vocacional, no Parque de Exposições de Aveiro. A terceira edição da feira abre hoje e tem como grande objectivo «divulgar toda a oferta educativa que existe nesta região a nível secundário, universidades e politécnico», disse ontem Óscar Brandão, do Centro de Área Educativa, que organiza a feira com a Direcção Regional de Educação do Centro, apoiada pela Câmara e Governo Civil de Aveiro.
A organização parte para a terceira edição com um balanço positivo das últimas duas. Foram «iniciativas plenamente conseguidas», uma avaliação que decorre do crescente aumento dos participantes na feira, que já ultrapassa a fronteira do distrito. A feira é, acima de tudo, um ponto de orientação vocacional e uma fonte de informação das opções possíveis a tomar sendo que a organização visa ajudar a fazer «a escolha mais acertada», segundo Óscar Brandão. Na feira encontram-se alunos com «dúvidas, incertezas e angústias», tratando-se de jovens à beira da decisão do curso a seguir, que assume particular importância nos alunos que se encontram a concluir o 9º ano e prepararam a entrada no ensino secundário, os do 12º ano à beira da entrada no ensino superior e outros que seguem outras vias.
Para ler o texto na íntegra, clique Diário de Aveiro.

Presidente da República não vai convocar Referendo sobre o Aborto

O Presidente da República, Jorge Sampaio, tornou público, ontem, ao fim da tarde, um comunicado, em que anunciou não estarem garantidas as condições mínimas de participação dos portugueses para se proceder ao Referendo sobre o Aborto, que lhe foi sugerido por proposta da Assembleia da República. O Partido Socialista, que prometeu no seu programa eleitoral referendar a Interrupção Voluntária da Gravidez, vulgo aborto, aceitou a decisão do Presidente Sampaio, mas já garantiu que volta ao tema, no início da próxima legislatura, em princípios de Setembro. Penso que esta nota do Presidente da República foi oportuna e sugere uma mobilização geral do povo português, para que se estude, com profundidade, a questão do Aborto, pelas implicações que a medida acarreta. A vida é um dom com o qual não se pode brincar. E muito menos deixá-lo ao critério das pessoas, dando-lhes o direito de pôr termo a um ser humano, indefeso, que só espera que o deixem nascer tranquilamente. Abrir a porta ao Aborto e depois à Eutanásia é o mesmo que liberalizar a morte, por simples vontade ou decisão das pessoas, sem qualquer respeito pela vida, que a nossa civilização cristã nos ensinou a considerar como um valor sagrado e absoluto. O Presidente Sampaio deu-nos uma boa oportunidade para todos nos mobilizarmos, no sentido de procurarmos saber o porquê de tantos condenarem o Aborto e a Eutanásia, os católicos, por exemplo, e de outros os aceitarem, por norma os que privilegiam só o prazer, em todas as circunstâncias. F.M.

PRAXIS: Uma revista para quem gosta de saber

O nº 2 da revista PRAXIS, referente ao ano de 2004, saiu há pouco tempo, com um conteúdo centrado no NATAL, tema intemporal. Quem gosta de se debruçar, na época natalícia, com mais acuidade, sobre as implicações do nascimento de Jesus Cristo na vida de todos os cristãos, tem nesta revista matéria mais do que suficiente para meditar ao longo do ano. Ou até que venha a público, pelo menos, a revista nº 3, editada pelo ISCRA (Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro). Li já alguns subtemas e posso dizer que eles encaixam bem na formação contínua que nos deve animar, para não perdermos a carruagem do conhecimento, sempre apressada e em constante ebulição. Revistas como esta fazem, por isso, muita falta. Normalmente, não são as publicações de grandes tiragens e por vezes cheias de banalidades que nos preparam para a vida. As que nos formam e nos enriquecem espiritualmente ficam à margem do grande público, infelizmente, sobretudo do que não perde tempo com propostas que façam pensar. Caindo na literatura de cordel, por sistema, cai-se num fosso de onde é difícil sair. E como abismo atrai abismo, estou em crer que revistas com a PRAXIS só raramente chegarão às mãos de quem muito precisaria de as ler. Ao divulgá-la aqui, neste espaço pessoal de opinião, faço-o com o intuito de dizer aos meus leitores que vale a pena ler a PRAXIS (não como quem lê uma revista dessas que vão logo depois para o cesto dos papéis), porque se trata de uma publicação para ler, reler e guardar, como se de livro digno de estante se tratasse. Como desafio, indico os colaboradores e os subtemas que abordaram: Maria Armanda Saint-Maurice (... só duas palavras), António Marcelino (“Os homens de boa vontade” – uma visão lavada da fé em relação ao “outro”), João Duque (Natal e pós-cristianismo), Georgino Rocha (Comunicação de bens – uma epifania de Natal), Joaquim Martins (Falar de Natal hoje – ensaio catequético), J. M. Marques Pereira (Advento: uma espiritualidade da esperança), Henrique Pinto Rema (Natal contado e cantado por Santo António de Lisboa), Clara Menéres (Natividade), Maria Armanda Saint-Maurice (Cristificação e “marianização”: breves considerações sobre a maternidade divina), Carlos H. do C. Silva (Renascer para uma vida nova...) e Júlio Franclim do Couto Pacheco (Código Da Vinci). A assinatura anual (2 números) custa 15 euros. Cada número, avulso, custa 10 euros. Pedidos ao ISCRA, Edifício do Seminário de Santa Joana Princesa, Rua João Jacinto de Magalhães, Apartado 323, 3811-901 AVEIRO. F.M.

Debate no CUFC: "Família e Eutanásia"

No contexto do Dia Internacional da Família, vai realizar-se no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), no dia 14 de Maio, sábado, pelas 21.30 horas, um colóquio, subordinado ao tema “Família e Eutanásia”. Intervirão, como convidados, o Prof. João Loureiro, da Universidade de Coimbra, a Prof. Edna Gonçalves, do IPO do Porto, e a Dra. Emília Carvalho, do Centro Regional de Segurança Social de Aveiro. A organização é da ADAV (Associação para a Defesa e Apoio à Vida) e a APFN (Associação Portuguesa das Famílias Numerosas). Numa altura em que alguns tão veementemente se declaram favoráveis ao aborto e à eutanásia, em nome do direito da liberdade de escolha de cada qual, muitas vezes sem bases para os argumentos que apresentam, é muito pertinente este colóquio, que terá lugar no seio da comunidade universitária. Admitindo que muitos falam convictos de que estão na verdade, sugiro que venham, de espírito aberto, ouvir a opinião dos que defendem a vida em todas as circunstâncias, como é o caso dos que se identificam com a posição da Igreja Católica. O colóquio é aberto a todos os interessados por estes temas. F.M.

segunda-feira, 2 de maio de 2005

DN entrevista D. Jorge Ortiga

Igreja fará campanha pelo 'não' ao aborto
O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, garante que a Igreja fará campanha pelo "não" ao aborto e rejeita ainda o uso da pílula do dia seguinte. Também reforça oposição ao casamento entre homossexuais e adopção por estes de crianças.
(Para ler a entrevista, clique DN)

Um artigo de João César das Neves no DN

O Orçamento e a dispensa do indispensável
Toda a gente sabe que uma das medidas mais indispensáveis hoje em Portugal é a solução do desequilíbrio nas contas públicas, que cria endividamento, sobrecarrega a economia, atrasa o progresso. Mas muitos cometem, em seguida, um erro simples mas fatal procuram os malfeitores que geraram tal situação. Esquecem assim o princípio da velha sabedoria que diz que um mal deste tamanho não pode ser causado apenas pela maldade de alguns, mas nasce da conivência de todos. Roubos ou assassínios são cometidos por bandidos, mas uma guerra só existe com a participação das boas pessoas. Também o descalabro financeiro português é tão grande que só pode ser feito por toda a gente. É precisamente por causa disto que o problema é tão difícil de resolver. Se fossem criminosos os culpados, há muito que o défice estava controlado.
É difícil compreender que o nosso pior drama possa ser causado por cidadãos sensatos e empenhados, que apenas pretendem o bem do País. No entanto, todos conhecemos este mecanismo. Quando, por exemplo, convidamos amigos para uma festa ou planeamos um fim-de-semana livre, se não tomarmos cuidado, em breve a dimensão do indispensável ultrapassa em muito os lugares ou o tempo disponíveis. É precisamente o mesmo que se dá no Orçamento de Estado. O País está cheio de justas reinvindicações, gastos imprescindíveis, despesas incompressíveis. Todas estas exigência são boas, mas a sua soma é muito superior às receitas.
A lista é infindável. Na Saúde, por exemplo, que dizer do direito inalienável de todos os portugueses a cuidados dignos e acessíveis? E na Educação, como esquecer este instrumento vital do desenvolvimento e formação da personalidade das nossas crianças e jovens? A Polícia precisa imediatamente de mais meios, porque está em causa a segurança de pessoas e bens. Da Defesa, nem se fala, pois é a própria dignidade nacional que se joga nos recursos para as nossas forças armadas. O mesmo se diga, aliás, dos diplomatas, representantes nacionais no mundo, da Cultura e Património, fundamentos da alma lusa, do Ambiente, suporte da sobrevivência populacional. E ainda não falámos de Justiça, sectores produtivos, etc, etc. Mas todas estas coisas empalidecem perante o gravíssimo problema dos pobres, idosos, marginalizados, das injustiças sociais. A lista é mesmo infindável.
Qualquer estimativa, mesmo comedida, destas despesas exigiria um produto nacional várias vezes superior ao que existe. Mas onde cortar? Cada uma delas é, sem dúvida, vital, basilar, insubstituível. Como é possível não acudir a cada uma destas urgências e a mais miríades de outras de igual gravidade? No entanto, ainda há poucos anos nós gastávamos muito menos e, dispensando esses "indispensáveis", conseguíamos sobreviver. O total da despesa pública portuguesa mais que duplicou em termos reais nos últimos 20 anos. Mas isso, em vez de resolver os problemas, aumentou ainda mais as necessidades. Quanto mais temos, mais queremos. Portugal entrou neste círculo vicioso, onde as despesas geram mais necessidades "indispensáveis", que crescem mais depressa que os recursos disponíveis.
É curioso que os debates comuns nunca falem deste elemento. A eterna discussão é à volta da evasão fiscal, da corrupção de funcionários, da azelhice dos ministros. Estes abusos são reais e influentes, mas mesmo que fossem milagrosamente resolvidos esta noite, o défice permaneceria descontrolado. As críticas mais violentas e as políticas mais vigorosas foram sucessivamente anunciadas contra esses facínoras, acompanhadas por sucessivos agravamentos do défice. Porquê? Porque a questão é outra. Temos critérios europeus e recursos portugueses. Assim, por mais ricos que sejamos, haverá sempre desequilíbrio orçamental.
É preciso mudar radicalmente o debate sobre o nosso défice. Os portugueses têm de modelar as suas exigências ao seu nível de vida. O senhor ministro das Finanças tem de dispensar o indispensável para atingir o equilíbrio que, esse sim, é mesmo indispensável.

Preços dos medicamentos

Quando há dias comprei numa farmácia os medicamentos que um médico me prescreveu, fiquei impressionado com a conta, depois das deduções feitas e que são por conta do Estado. Não tanto por mim, que ainda vou podendo pagar, mas pelos que não têm capacidade para suportar as despesas com a sua saúde. Numa semana, médico especialista e medicamentos levaram-me o correspondente a uma pensão de reforma de muitos portugueses. Já me tinham dito que alguns idosos, dos tais que têm para sobreviver uma pensão ridícula, não vão aviar a receita à farmácia, porque, se o fizerem, ficam sem dinheiro para comer, não lautas refeições, mas coisas muito simples, como pão, leite e a tradicional sopinha. Depois de uma vida de trabalho e de sacrifícios, muitos reformados são obrigados a vegetar, quantas vezes à custa de familiares e de amigos e até de instituições de solidariedade social, a maioria delas ligadas à Igreja Católica. Num país, como o nosso, em que a Constituição garante o direito à Saúde, penso que o Governo tem de repensar a situação dos mais desfavorecidos e dos que têm de viver com pensões baixíssimas. Há despesas de farmácia que muita gente não consegue suportar e a Saúde não se cuida apenas nos hospitais. Por outro lado, penso que os genéricos têm de ser implementados, mas também os médicos têm a obrigação, a meu ver, de receitar, dentro da gama de medicamentos que há no mercado, os mais baratos, para os mesmos resultados. Não podem prescrever medicamentos de olhos fechados e alheios às posses de cada um. Fernando Martins

Movimentos da Igreja Católica - 1

FOCOLARES
Foi no tempo de ódio e de violência do segundo conflito mundial que teve início este movimento de unidade e de fraternidade universal. Em 1943, Chiara Lubich com as suas primeiras companheiras, em Trento, redescobriu o Evangelho. Juntas, puseram-no em prática no dia-a-dia, começando pelos bairros mais pobres da cidade. A vida delas, pessoal e colectiva, deu um salto de qualidade. Aquele primeiro grupo tornou-se logo um Movimento, que se espalhou inicialmente pela Europa e, depois, pelo mundo. O Movimento dos Focolares gera um estilo de vida que, inspirando-se no Evangelho, responde ao tão difundido questionamento sobre o sentido da vida e sua autenticidade, e contribui para a realização da paz e da unidade no mundo. Caem preconceitos e as sementes de verdade e de amor inerentes às diversas culturas tornam-se riqueza recíproca. Abrem-se novos horizontes nos diversos âmbitos da sociedade, nomeadamente da cultura, política, economia e arte. Através desta espiritualidade, vivida nos mais diversos ambientes e culturas, abriram-se diálogos fecundos no mundo católico, e não só, com indivíduos e grupos, Movimentos e associações, para cooperar na consolidação da unidade; com cristãos de diversas Igrejas, para contribuir para a plena comunhão; com fiéis de várias religiões e convicções, para caminhar rumo àquela fraternidade universal, pela qual todos aspiramos. O Movimento, pela diversidade das pessoas que o compõem (jovens e adultos, crianças e adolescentes, famílias e sacerdotes, religiosos e religiosas de várias congregações e até bispos), embora sendo um só, articula-se em 18 ramificações. Aos poucos, foram-se desenvolvendo várias concretizações entre as quais, no campo da cultura, a escola Abba, para a elaboração de uma cultura renovada; no da economia, o projecto por uma Economia de Comunhão, ao qual estão vinculadas mais de 700 empresas, pequenas cidades de testemunho, obras sociais, editoras e revistas. O Movimento dos Focolares, que foi aprovado pela Santa Sé em 1962, faz parte daquele fenómeno de florescimento dos Movimentos eclesiais que o Papa definiu como uma "resposta suscitada pelo Espírito Santo a este dramático desafio de final de milénio". Para saber mais sobre o Movimento dos Focolares, pode consultar http://www.focolares.org/

Há sempre portas que se abrem

Há sempre portas que se abrem para entrar na blogosfera. Como vai ser o caso, durante uns dias, enquanto estou longe do meu habitual local de trabalho. Motivos também não faltarão. Só os recursos técnicos é que escasseiam, nomeadamente a nível de fotografia. Depois apresentarei alguns Postais Ilustrados do que vi. F.M.

domingo, 1 de maio de 2005

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Foto de Crixtina, pseudónimo de Dora Bio

Um artigo de Alice Vieira, escritora, no Jornal de Notícias

Pó e fé
Tinha chegado cedo demais ao encontro, a minha obsessão da pontualidade dá sempre nisto e, de repente, aquela igreja da Baixa, onde eu já não entrava há tanto tempo, pareceu-me o lugar ideal para esperar pelas dez horas. Estava uma manhã nublada, não tinha sido uma semana fácil, e apetecia-me uns momentos de serenidade e recolhimento, pensar na vida, essas coisas. Lá dentro não estariam mais do que três pessoas e sento-me pelo meio. De repente, vindo sabe-se lá donde, um ronco entra pelos meus ouvidos dentro e é então que descubro junto ao altar, uma jovem loira desembaraçadíssima, de bata azul e mangas arregaçadas, na saudável missão de limpar a igreja com um potente aspirador aos pés. De certeza que não houve recanto nem santo que lhe escapasse, e o aspirador lá era atirado nave acima nave abaixo, numa barulheira ensurdecedora, mais um empurrão e lá vai ele contra os lugares da nave central, e mais outro empurrão e lá vai ele contra os das naves laterais, e tudo aquilo na maior barulheira, e eu quero abstrair-me, pensar na vida, essas coisas, mas é impossível, e mudo então de lugar, sento-me a um canto, e penso mesmo muito, muito na vida, e fecho os olhos, pode ser que assim. Mas nem assim. O barulho do aspirador não termina mais, entra pelos nossos ouvidos, abafa o pensamento - e de repente alguém me bate no ombro. É a rapariga loira, no seu afã de não deixar nem um grão de poeira, "olhe, faz favor passe para outro lado que eu preciso de ligar o aspirador à ficha que está aí nesse canto".
Nada a fazer. Acabo por sair, juntamente com uma velhota que abana a cabeça furiosamente e se perde pelas ruas a falar sozinha. Eu sei que a rapariga estava a fazer o seu serviço, e que as igrejas têm, evidentemente, de ser limpas. Mas não poderiam sê-lo durante as horas em que têm as portas fechadas? É que não há fé, por mais forte, que resista ao ronco de um aspirador.

Para um Envelhecimento Activo

As Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres organizam, no próximo dia 3 de Junho, a I Jornada sob a epígrafe "Para um Envelhecimento Activo - Descobrir Novos Caminhos". O encontro vai ter lugar no Lar Santa Beatriz, Auditório S. José, em Fátima. Programa e ficha de inscrição podem ser consultados e descarregados clicando aqui
Fonte: Solidariedade, mensário da CNIS

Dia do Trabalhador - 1 de Maio

Celebra-se hoje, por todo o mundo livre, o Dia do Trabalhador. Há festas por aqui e por ali, mesmo entre nós, porque os trabalhadores precisam de ser optimistas e de acreditar sempre num futuro melhor. Eu sei, todos sabemos, no entanto, que há bons e maus trabalhadores, como há bons e maus empresários. Porém, acredito que, apesar de tudo, são mais os bons que os maus, em ambos os sectores. Daí o progresso e um certo bem-estar que no fundo a maioria pode usufruir. Contudo, se olharmos para o País e mesmo até somente à nossa volta, não podemos ficar indiferentes aos muitos desempregados e a outros tantos que vivem com o credo na boca, tão periclitantes são os seus empregos. Portugal tem qualquer coisa como perto de 500 mil desempregados, que não podem deixar de sentir pouca alegria para festas. E também é verdade que raro é o dia em que não aparecem nos órgãos de comunicação social manifestações de trabalhadores a reclamarem, simplesmente, o direito ao trabalho, perante a ameaça ou a certeza do encerramento das suas fábricas. Claro que estes trabalhadores, com os encargos inerentes às suas vidas familiares, com rendas ou prestações de casas para pagar, com filhos a estudar e para sustentar, não podem pensar em festas, por mais que se pregue que tristezas não pagam dívidas. Ora eu penso que o Dia do Trabalhador devia servir a todos, empregadores e empregados, para estudarem a melhor forma de garantir trabalho a toda a gente. Isto, porque não é com subsídios estatais que se garante o futuro de quem quer que seja. Os subsídios são sempre uma ajuda. E só isso. Fernando Martins

Um livro de E. P. Sanders

"A verdadeira história de Jesus" "A verdadeira história de Jesus" é mais um livro do teólogo E. P. Sanders, que foi professor de Exegese na Universidade de Oxford a partir de 1984. Mais tarde leccionou na Universidade de Duke, na Carolina do Norte, no Trinity College, de Dublin, e na Universidade de Cambridge. Com este currículo, não é nenhum curioso. Este seu livro foi editado em Portugal pela Editorial Notícias, sendo a tradução de Teresa Martinho Toldy e Marian Toldy. Faz parte da colecção Biografias, que já editou "João Paulo II - A vida de karol Wojtyla", "Yitzhak Rabin - Missão inacabada", "Por Timor - Biografia de D. Ximenes Belo" e "Lula - Do agreste ao Planalto", entre outras obras. Deste livro de E. P. Sanders, que se lê com gosto e crescente interesse, o autor consegue situar-nos no tempo, através de uma linguagem acessível e com recurso a fontes históricas coetâneas. Por comparação com outras descrições históricas da mesma época, o autor oferece-nos muitas imagens que nos conduzem, certamente, à vida real de Jesus, sobretudo ao período menos conhecido. A propósito desta obra, D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas e de Segurança, realça que, "Com minúcia de intérprete e transparência de Mestre, o Prof. E. P. Sanders tenta reconstituir a fisionomia histórica de Jesus através da fidelidade às fontes, à releitura das comunidades nascentes e aos contextos de uma Pessoa. É uma delícia cultural a travessia de muitas das suas páginas!". Também o Padre Carreira das Neves, conhecido biblista, frisa que "A chave hermenêutica do Prof. E. P. Sanders reside no tema da 'restauração escatológica'. Como ninguém, Sanders conhece profundamente a cultura tecnológico-literária judaica da escatologia e conclui que o Deus da Aliança com o seu povo de Israel consuma em Jesus essa mesma aliança de restauração escatológica2. As inúmeras referências e citações de historiadores contemporâneos de Jesus Cristo, para além da análise dos textos bíblicos e as notas de rodapé com bastantes pormenores, ajudam a compreender melhor o rigor posto neste livro pelo seu autor. É, portanto, uma obra para ler, depois de tantas outras que ultimamente trouxeram confusão a muitos crentes. Fernando Martins Posted by Hello