quinta-feira, 21 de abril de 2005

Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa em comunhão com o Papa

D. Jorge Ortiga Em comunhão com o Papa
A vida da Igreja está marcada por acontecimentos que ultrapassam o valor do imediato. Projectam um passado e norteiam para um futuro. A eleição do Papa significou, sempre, vontade de acolher uma história e alegria de renovar os projectos de uma maior consciência eclesial. Como corpo, exultamos e rejubilamos, acolhendo o dom de um novo Papa que continuará o Ministério Petrino ao qual testemunhamos a mais profunda solidariedade. Sabemo-nos amados por Deus e queremos corresponder, através de uma comunhão afectiva e efectiva, para testemunhar verdadeira unidade, qual sinal que oferecerá o específico da Igreja. Na verdade, a comunhão interna dos membros da Igreja projecta-nos na aventura de transformar o mundo numa única família. Como Igreja que peregrina em Portugal, renovamos a fidelidade ao sucessor de Pedro e queremos mergulhar na densidade de um projecto de atenção à modernidade, com os seus desafios. Não nos detemos na glória da "Nação fidelíssima" mas, conscientes da nossa história, queremos ser "trabalhadores" da vinha, como bispos, sacerdotes e leigos, para que a "verdade na caridade" atinja o coração de todos os portugueses. Continuaremos em oração para que Cristo fique connosco, na responsabilidade de mergulharmos sempre mais, nas novidades ainda não assumidas do Concílio Vaticano II. O Santo Padre acompanhou a sua realização, entregou-se à sua concretização e já propôs uma evocação do caminho percorrido e do que falta percorrer, qual exame de consciência a celebrar o 40º aniversário do seu encerramento (8 de Dezembro de 2005). Corresponderemos reconhecendo a actualidade dos seus ensinamentos, como caminho para responder aos novos desafios colocados à Igreja e pela presente sociedade globalizada. Sentimo-nos ainda, dioceses e comunidades, empenhadas em caminhar com todos e, particularmente, com os jovens, "futuro e esperança da Igreja e da humanidade para dialogar com eles", escutando as suas expectativas no desejo de os ajudar a encontrar sempre com maior profundidade Cristo vivo, o eternamente jovem. Em nome da Igreja em Portugal, exulto com a eleição de Sua Santidade o Papa Bento XVI, renovo a fidelidade multissecular e asseguro o empenho na oferta de Cristo ao mundo moderno. + Jorge Ferreira da Costa Ortiga Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa

quarta-feira, 20 de abril de 2005

A Igreja que Bento XVI recebe

O sucessor de João Paulo II encontra uma Igreja Católica num mundo em mutação, em que mais de metade dos fiéis vive na América, percentagem que ultrapassa largamente a Europa (26,1%). Segundo o Anuário Pontifício 2004, o número de católicos baptizados em todo o mundo era de 1,071 mil milhões de pessoas (17,2% da população mundial).A distribuição de católicos por continentes é a seguinte: América, 50%; Europa, 26,1%; África, 12,8 %; Ásia, 10,3%; Oceânia, 0,8 %. Três quartos dos católicos vive, portanto, fora da Europa.A América é também o continente com maior percentagem de católicos em relação à população total: América, 62,4% de católicos; Europa, 40,5%; Oceânia, 26,8%; África, 16,5%; Ásia, 3%.O pessoal empenhado nas actividades pastorais da Igreja ascende aos 4 milhões e 200 mil. A vitalidade crescente do Catolicismo na Ásia e na África não consegue compensar a queda das vocações sacerdotais: 416.329 padres em 1978, 405.450 em 2003.A Igreja conta com 4. 695 Bispos; 405. 058 sacerdotes (dos quais 267.334 diocesanos); 30.097 diáconos permanentes; 54.828 religiosos; 782.932 religiosas (das quais 51.371 de vida contemplativa); 28.766 membros de institutos seculares; 143.745 missionários leigos; 2.767.451 catequistas; 112.982 seminaristas maiores.
Fonte: Ecclesia

O Pároco da aldeia global

Não podemos admirar-nos da explosão informativa que rodeou a morte de João Paulo II e a reeleição do novo Papa. Houve muitas horas, fotos, páginas, grafismos, análises e debates que exploraram até à exaustão as hipóteses de acerto e formatação do 264º Sucessor de Pedro. A primeira impressão que emerge deste todo pode reduzir-se a uma banalização teatral dum acontecimento tão importante para a Igreja como a eleição do Homem da Cadeira de Pedro. Jesus, antes da escolha dos Doze (com Pedro incluído) passou uma noite em oração.
Escolher homens para desempenhos sobre - humanos é um acto que os homens não sabem fazer, por inteiro, com perfeição.Mas este “Pároco da aldeia global” atravessa um pouco o mundo inteiro nas suas mensagens directas e indirectas, encíclicas, cartas, homilias e cem maneiras de falar ao urbe e à orbe. Por vezes a linguagem é técnica, mais entendida pelos teólogos, canonistas ou liturgistas.
Outras vezes é directa, frontal, sobre guerra, paz, ética, dinheiro, jovens e idosos, raças e ideologias, prantos e alegrias do quotidiano dum povo, duma comunidade, duma Igreja local, duma aldeia perdida. O Papa acaba por revestir e encarnar o carácter universal da Igreja mesmo quando reafirma e estimula os desafios das comunidades perdidas nos confins da terra.Como em qualquer aldeia se fala do Pastor, do que partiu e do que se espera, em tempo de comunicação sufocante é desse homem “super-homem” que se fala e discute, com os olhos postos naqueles que interpretam o melhor que sabem a vontade de Deus e as necessidades espirituais mais prementes da Igreja e do mundo de hoje. No Colégio eleitor se colocaram todos os afluentes do grande rio da história da Igreja. Por isso o mundo seguiu perplexo a abertura dessa Casa - A Capela Sistina - que ficou fechada à chave para que dela saísse um homem com o poder das chaves - que acaba por ser o “pároco” da aldeia global.
António Rego

Cardeais portugueses felizes com a escolha de Bento XVI

:: D. José Policarpo e D. Saraiva Martins dizem que a Igreja tem um grande Papa
Os dois Cardeais portugueses que participaram no Conclave, D. José Policarpo e D. Saraiva Martins, consideram que a Igreja Católica tem um grande Papa, disponível para a missão e aberto ao mundo.O Patriarca de Lisboa aponta como exemplo desta atitude a própria escolha do nome Bento XVI, fazendo referência a São Bento, padroeiro da Europa, o fundador dos Beneditinos que fez face à descristianização do Velho Continente.“São Bento representa um recomeço da Evangelização da Europa depois do período caótico da invasão de Roma pelos povos que nós chamamos bárbaros. Com a Ordem Beneditina ele está na base do que foi a Nova Evangelização da Europa”, disse em declarações recolhidas pela Rádio Renascença.D. José Policarpo considera que a escolha do Cardeal Ratzinger não pode ser entendida como “uma aposta na continuidade”, explicando que a continuidade “é da Igreja como tal”.“A Igreja é uma realidade e no final do séc. XX e início do séc. XXI marcou um ritmo muito próprio e a meu ver irreversível. A continuidade da Igreja há-de ser feita pela Igreja toda e com o Papa à frente", explica.Sobre a figura de Bento XVI, o Patriarca de Lisboa fala “num homem que garantirá a continuidade da Igreja, uma realidade de tal maneira implantada e visível e que se tornou nos últimos tempos uma referência para religiões e culturas, sobretudo nas grandes causas como a defesa da paz, do homem, da dignidade humanidade, dos pobres".O Cardeal José Saraiva Martins, por seu turno, considera o novo Papa como “um homem extraordinário, de grande cultura e profunda espiritualidade, que conhece bem a doutrina da Igreja e o mundo em que vivemos”. “Esta eleição é um grande dom de Deus para a Igreja”, assegura à RR.O Cardeal português da Cúria Romana conhece bem o novo Papa e afiança que será um “digno sucessor de João Paulo II”, recusando os rótulos de rigidez e intolerância atribuídos a Bento XVI.“Quem diz essas coisas não conhece o Cardeal Ratzinger, que eu conheço bastante bem. Pessoalmente é um homem extremamente amável, muito sensível, educado, diria mesmo fora do comum”, acrescenta.Sobre os passos a dar no início do Pontificado, D. José Saraiva Martins assinala que o caminho traçado por João Paulo II não pode ser contornado, de modo especial no que diz respeito à relação com os jovens. “Eles são o futuro da Igreja e da sociedade, a Igreja tem de estar sempre ao lado dos jovens”, observa.
Agência Ecclesia

Primeira mensagem de Bento XVI

Caros irmãos Cardeais, Caríssimos Irmãos e Irmãs em Cristo, Todos vós, homens e mulheres de boa vontade! 1. Graça e paz em abundância para todos vós! (cf. 1Pe 1,2)
No meu espírito convivem nestas horas dois sentimentos contraditórios. De um lado, um sentido de inadequação e de humana perturbação pela responsabilidade que ontem me foi confiada, enquanto Sucessor do apóstolo Pedro nesta Sede de Roma, cara a cara com a Igreja universal. Por outro lado, sinto em mim uma viva gratidão a Deus que " como nos faz cantar a liturgia " não abandona o seu rebanho, mas condu-lo através dos tempos, sob a orientação daqueles que Ele mesmo elegeu como vigários do seu Filho e constitui pastores. Caríssimos, este íntimo reconhecimento por um dom da divina misericórdia prevalece, acima de tudo, no meu coração. E considero este facto como uma graça especial oferecida pelo meu venerado predecessor, João Paulo II. Parece-me sentir a sua mão forte a apertar a minha; parece-me ver os seus olhos sorridentes e ouvir as suas palavras, dirigidas a mim em particular, neste momento: "Não tenhas medo!" A morte do Santo Padre João Paulo II, e os dias que se seguiram, foram para a Igreja e para o mundo inteiro um tempo extraordinário de graça. A grande dor pelo seu falecimento e o sentimento de perda que deixou em todos foram atenuados pela acção de Cristo ressuscitado, que se manifestou durante tantos dias na onda de fé, amor e solidariedade espiritual, culminada nas suas exéquias solenes. Podemos dizer que o funeral de João Paulo II foi uma experiência verdadeiramente extraordinária, na qual se percebeu, de algum modo, o poder de Deus que, através da sua Igreja, quer fazer de todos os povos uma grande família pela força unificante da Verdade e do Amor (cf. Lumen gentium, 1). Na hora da morte, conformado ao seu Mestre e Senhor, João Paulo II coroou o seu longo e fecundo Pontificado, confirmando na fé o povo cristão, congregando-o em volta de si e fazendo sentir mais unida toda a família humana. Como não sentir-nos sustentados por este testemunho? Como não perceber o encorajamento que vem deste acontecimento da graça?
(Para ler a Mensagem na íntegra, clique aqui)

NB: Tradução e foto da Ecclesia

Igreja Católica ainda mais humana

A boa nova da eleição de um novo Papa apanhou-me de surpresa, em viagem. A eleição do sucessor de João Paulo II estaria por dias ou horas, mas depois das primeiras votações, sem resultados, os comentadores levaram-me a pensar que dentro do Conclave haveria grupos de pressão a favor de três correntes: a dos conservadores, em torno do Cardeal Ratzinger; a dos liberais, à volta do cardeal Martini; e uma outra, a terceira via, com vários candidatos, onde estaria o Cardeal José Policarpo. Portanto, acreditei que a escolha do Papa demoraria mais umas boas votações. Afinal, não foi assim. Pensando melhor, os cardeais de hoje conhecem-se muito bem, com os meios de comunicação social a mostrarem ao mundo os dons e as capacidades de cada um, ao mesmo tempo que revelam os problemas e anseios dos homens e mulheres do nosso tempo, aos quais a Igreja Católica tem de dar respostas. Por isso, a lógica da eleição rápida. Quando muitos, mesmo entre os católicos, esperariam um Papa mais jovens, os 115 cardeais deram à Igreja um Sumo Pontífice de 78 anos, idade em que a grande maioria das pessoas se encontra ou sonha com a reforma. O Espírito Santo, cuja intervenção de animador da Igreja os católicos aceitam, religiosamente, deu-nos, então, um Papa que tem de o ser para as necessidades de hoje. Joseph Ratzinger é um dos mais conceituados teólogos da actualidade, foi confidente de João Paulo II, foi formado no Vaticano II, é um homem de uma grande cultura e um profundo conhecedor das necessidades da Igreja. É considerado extremamente metódico, mais de gabinete do que de grandes multidões, mas humilde e capaz de diálogo. Cumpriu uma missão espinhosa, como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e daí os olhares desconfiados de alguns. Mas a verdade é que uma instituição multissecular, como é a Igreja Católica, tem de preservar os seus valores fundamentais e é preciso alguém que tenha a tarefa de olhar por eles.
Isto não significa que seja proibida a evolução em campos secundários, e muitos são, pelo que é de prever que, mais século menos século, haja ordenação presbiteral de homens casados, diaconisas e até presbíteras solteiras ou casada. Mas já não acredito que a Igreja venha a aceitar o aborto ou a eutanásia e o casamento de homossexuais, sejam homens ou mulheres. Pessoalmente, gostaria que o novo Papa intensificasse o diálogo ecuménico e inter-religioso, que implementasse a aproximação intercultural, que estabelecesse uma maior aproximação à ciência e aos cientistas, e que levasse a Igreja a ser ainda mais humana, no contacto permanente com os mais pobres, os excluídos e os perseguidos, através de novas e mais criativas formas da promoção da justiça social. Mestra em humanidades, a Igreja devia, no entanto, privilegiar o hábito de caminhar de mãos dadas com os que sofrem, no corpo e na alma, as injustiças humanas, como tantos missionários já o fazem. Gostaria, também, que no interior da Igreja houvesse uma maior participação democrática, sem contradizer a forma hierárquica de governo que está na sua essência. Que a co-responsabilidade eclesial, tão apregoada, fosse levada à prática no dia-a-dia, e que os jovens fossem estimulados a assumir tarefas que os envolvessem nas comunidades com mais empenho. O funeral de João Paulo II mostrou que a juventude também está na Igreja e todos sabem que o futuro da Igreja depende da juventude de hoje. Gostaria que a Igreja olhasse, com outros olhos, para a Ásia, para a África e para a América Latina, onde há multidões sem eucaristia dominical e sem condições de vida dignas do século XXI. E por fim, gostaria que a Igreja descobrisse caminhos de reevangelização da Europa, no diálogo permanente com todos os homens e mulheres que aspiram por um mundo melhor.
Há quem fale do Ratzinger teólogo, do Ratzinger "guardião da fé" e do Ratzinger, agora Bento XVI, Pastor Universal dos Católicos, que será bastante diferente dos dois primeiros e muito capaz de nos surpreender a todos. Eu confio sinceramente na sua inteligência e no seu amor à Igreja, como confio na sua capacidade para ser o Papa de que precisamos.
Fernando Martins

BENTO XVI promete continuar Vaticano II

Hoje, na sua primeira missa depois da eleição para ocupar a cátedra de Pedro, celebrada na Capela Sistina, o novo Papa, Bento XVI, afirmou que se compromete a prosseguir a obra do Concílio Vaticano II, que abriu a Igreja ao Mundo. "Afirmo com grande determinação a minha vontade de continuar a obra do Concílio Vaticano II, pelo mesmo caminho dos meus antecessores e na fidelidade e continuidade da tradição de dois mil anos da Igreja", declarou Joseph Ratzinger, diante dos cardeais que ontem o elegeram como o novo Papa. Bento XVI também prestou uma homenagem ao seu antecessor, João Paulo II, que "deixa uma Igreja mais corajosa, mais livre, mais jovem. Uma Igreja que, de acordo com o seu exemplo, olha com serenidade o passado e que não tem medo do futuro".
Bento XVI foi eleito ontem à tarde pelos 115 cardeais-eleitores, após quatro votações. O fumo branco (símbolo da escolha de um novo Sumo Pontífice) começou a sair da chaminé do Vaticano cerca das 16.50 horas (hora de Lisboa), quinze minutos antes dos sinos da Basílica confirmarem a escolha do sucessor de João Paulo II. Perto das 18 horas, o nome do cardeal Joseph Ratzinger foi anunciado e o novo Papa falou pela primeira vez à multidão reunida na Praça de São Pedro. "Queridos irmãos e irmãs, depois do grande Papa João Paulo II, os cardeais elegeram-me – um simples e humilde trabalhador da vinha do Senhor. Consola-me o facto do Senhor trabalhar e agir mesmo com instrumentos insuficientes e acima de tudo entrego-me às vossas orações”, afirmou, na curta declaração que antecedeu a sua primeira bênção “Urbi et Orbi” (a Roma e ao Mundo). Fonte: PÚBLICO e outros jornais.

BENTO XVI: Um humilde trabalhador da vinha do Senhor

Bento XVI
O Cardeal Joseph Ratzinger, de 78 anos, é o novo Papa da Igreja Católica, assumindo o nome de Bento XVI. Uma das figuras fortes durante o Pontificado de João Paulo II, no qual assumiu as funções de Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Bento XVI nasceu a 16 de Abril de 1927, na diocese de Passau, Alemanha. Estudou na Escola Superior de Filosofia, em Freising, e na Universidade de Munique. Foi ordenado sacerdote a 29 de Junho de 1951. Em 1953 doutorou-se em teologia com a tese "Povo e casa de Deus na Doutrina da Igreja da Santo Agostinho" e quatro anos depois obteve a livre docência com um trabalho sobre a "Teologia da História de São Boaventura". Posteriormente leccionou em várias universidades da Alemanha, cultivando uma grande cultura teológica. A atenção mediática começou a recair sobre ele quando foi conselheiro do Cardeal Firngs, um dos motores do II Concílio do Vaticano, no qual Bento XVI participou como perito. Aos 35 anos era uma verdadeira estrela teológica e, mais tarde, destacou-se na defesa da fé perante o marxismo e o ateísmo crescente da juventude, no Maio de 68. Foi membro da Comissão Teológica Internacional, de 1969 a 1977. Eleito Arcebispo de Munique, a 24 de Março de 1977, foi nesse mesmo ano criado Cardeal por Paulo VI e terá sido, em 1978, um dos mais fortes defensores da eleição do Cardeal Karol Wojtyla. João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, presidente da Comissão Bíblica Pontifícia, e presidente de Comissão Teológica Internacional, a 25 de Novembro de 1981. Renunciou ao governo pastoral da Arquidiocese, a 15 de Fevereiro de 1982. Desde 2002 era o Decano do Colégio Cardinalício e o mundo habituou-se a vê-lo nos últimos dias, a presidir às celebrações das exéquias de João Paulo II. Nos últimos anos assumiu-se como um dos homens chaves na definição da Ortodoxia na Igreja Católica e um dos mais importantes colaboradores de João Paulo II. Foi presidente da Comissão para a preparação do Catecismo da Igreja (1986-1992), um trabalho monumental que procura apresentar o essencial da fé cristã num modo pedagógico e directo.
Octávio Carmo, da Ecclesia

BENTO XVI: Um humilde trabalhador da vinha do Senhor

Bento XVI
Bento XVI, Joseph Ratzinger, foi eleito Papa, ontem, sucedendo, assim, ao carismático João Paulo II. E quando se apresentou aos romanos, como seu Bispo, e ao mundo, como pastor universal da Igreja Católica, sublinhou que não passava de "um humilde trabalhador da vinha do Senhor". "Consola-me o facto de que o Senhor sabe trabalhar e actuar com instrumentos insuficientes e, sobretudo, confio nas vossas orações. Na alegria do Senhor ressuscitado, confiados na sua ajuda permanente, sigamos adiante. O Senhor nos ajudará. Maria, sua santíssima Mãe, está do nosso lado", afirmou o já Papa Bento XVI.

terça-feira, 19 de abril de 2005

Diocese de Aveiro atenta à eleição do Papa

Sé de Aveiro
Iniciou-se ontem, no Vaticano, como temos anunciado neste espaço, o Conclave para a eleição do Papa. Atento a esse grande acontecimento, o Bispo de Aveiro, D. António Marcelino, em nota tornada pública,sublinha: "A Igreja Diocesana une-se, numa atitude de total confiança em Deus, a todas as Igrejas Diocesana do Mundo, em oração por aquele que Deus já escolheu e que nos dará a conhecer, através da mediação dos cardeais da Igreja, chamados a votar segundo a sua consciência". Assim, pede que, "logo que se saiba quem foi o eleito, repiquem, festivamente, os sinos das nossas igrejas e capelas, como sinal da alegria de todo o Povo de Deus". Acreditando que já estará eleito o novo Papa, chamado a servir a Igreja de Roma e a Igreja Universal, D. António presidirá à Eucaristia de acção de graças, no próximo sábado, dia 23, às 19 horas, na Sé Catedral. Para esta celebração litúrgica, o Bispo de Aveiro convida todos quantos nela possam participar, sacerdotes, diáconos, consagrados e leigos, membros da comunidade civil e muito especialmente os jovens.

Capela Sistina: Fumo negro às 11 horas

Vários milhares de pessoas, de Roma e do estrangeiro, reuniram-se esta manhã na Praça de São Pedro, aguardando a “fumata” vinda da chaminé da Capela Sistina. O fumo negro saiu pouco antes das 11 horas, em Lisboa (mais uma hora em Roma), pela segunda vez em poucas horas, mas não desmobiliza peregrinos, turistas e curiosos.
Esta tarde, pelas 15 horas, haverá nova série de escrutínios, prevendo-se a segunda “fumata” possa ser vista por volta das 18 horas. Se for branca, será acompanhada pelo repicar dos sinos da Basílica de São Pedro.
A chaminé, pequena e algo distante, fixa todos os olhares no Vaticano e a cor pouco definida do fumo, quando começa a sair, já gerou algumas confusões.
Como aconteceu ontem, as autoridades locais fecharam ao trânsito a Via della Conciliazione, a grande avenida que desemboca na Praça de São Pedro.

Colaboração dos leitores

LINDA PRENDA, PAPÁS "É para os papás, a minha primeira prenda". Esta dedicatória está no verso da ecografia, foi escrita pelo médico que a efectuou, pertence a um casal que a guarda religiosamente. A mamã é enfermeira e o papá é bancário. O bebé, hoje um jovem universitário, tinha, ao tempo, quatro semanas. Naquele minúsculo ser, vê-se o coração a configurar-se e já em movimento. Daí em diante, tudo será uma vida em expansão, um corpo em configuração, uma pessoa em gestação. Andava maravilhado com esta notícia e chega pela Antena Um a novidade de que a National Geographic filmou toda a evolução da vida intra-uterina, do ovo ao parto e se propõe oferecer essa prenda no Dia da Mãe, celebrado no 1º domingo de Maio. Oferece-o em vários cinemas e, mais tarde certamente, em serviços de televisão. Pode assim entrar-nos pela casa dentro. E quem não tiver preconceitos de qualquer espécie, pode verificar o que está fundamentalmente em causa quando se debatem questões relacionadas com a interrupção voluntária da gravidez ou, em linguagem mais verdadeira, com o aborto. O ser humano em crescimento como se pode ver na ecografia, já tem coração e já se pode sentir o seu batimento, às quatro semanas. O filme vem assim confirmar o que, há muito, se vem dizendo, a partir de inúmeros estudos científicos. Todas as outras questões, que são muitas e complexas, não podem ignorar e sacrificar esta vida germinal em desenvolvimento. A melhor prenda para quem tem de decidir - os pais e não apenas a mãe ou os deputados da Nação ou a presidência da República - será, sem dúvida, a alegria responsável da defesa e promoção de quem aguarda vez para aparecer e revelar toda a pujança da sua vida. A melhor prenda de uma sociedade é ver o seu futuro garantido, a partir dos cuidados do presente. Georgino Rocha

Presidente da Junta da Gafanha da Nazaré fala ao Diário de Aveiro

::: «A nossa elevação a cidade está a ser positiva»
Manuel Serra, que cumpre o primeiro mandato à frente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, está apostado em desenvolver «um grande» Programa da Maioridade. Além da componente social, o autarca espera também ver concluídas algumas obras e assistir ao começo de outras ainda no decorrer deste mandatoQue evolução regista na Gafanha da Nazaré após ter sido elevada a cidade?As mudanças que se praticam numa elevação a cidade não podem serem referenciadas só pelo facto de sermos cidade ou vila. Essa categoria dá-nos uma responsabilidade e uma vontade de fazer as coisas com mais celeridade. Penso que esse é o conceito que tem de estar na base do nosso dia-a-dia e nos nossos trabalhos. Claro que, ao princípio houve muitos descrentes em relação a esta jovem elevação a cidade, mas com o tempo, temos constatado que foi positivo. As pessoas já inferem que a elevação a cidade nos traz mais responsabilidades, nomeadamente em termos ambientais, cívicos e sociais. Penso que a nossa elevação a cidade está a ser positiva para o desenvolvimento do dia-a-dia e até para as próprias intenções de trabalho e de orientação do nosso futuro.
(Para ler o texto na íntegra, clique Diário de Aveiro)

GAFANHA DA NAZARÉ: cidade há 4 anos

Jardim 31 de Agosto Lei nº 32/2001 eleva a Gafanha da Nazaré a cidade
Lei nº 32/2001, publicada no Diário da República de 12 de Julho de 2001, nº 160, série I-A, página 4230 Elevação da Gafanha da Nazaré, no concelho de Ílhavo, à categoria de cidade A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161º da Constituição, para valer como lei geral da República, o seguinte: Artigo único A vila de Gafanha da Nazaré, no concelho de Ílhavo, é elevada à categoria de cidade. Aprovada em 19 de Abril de 2001. O Presidente da Assembleia da República, António de Almeida Santos Promulgada em 7 de Junho de 2001. Publique-se. O Presidente da República, Jorge Sampaio. Referendada em 29 de Junho de 2001 O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres

DESPORTO NA GAFANHA DA NAZARÉ - 4

:::
Alguns nomes Em 1956 pouco restava destes três clubes amadores, a não ser o gosto pelo Futebol que eles souberam deixar como herança. Daí o viveiro de praticantes, alguns dos quais se impuseram mesmo a nível nacional, representando clubes da primeira divisão. Perdidos pelo tempo e pela nossa memória, ou mais ignorados, muitos outros jogaram em escalões inferiores, enquanto alguns, quando já eram certezas no mundo do desporto-rei, optaram por profissões mais estáveis ou emigraram. Para não nos tornarmos fastidiosos, apenas lembramos neste escrito, em jeito de parêntesis, os que, em nossa opinião, mas se evidenciaram : Sílvio, que foi internacional júnior no tempo do célebre José Augusto do Benfica; Fidalgo, que esteve no Benfica e brilhou no Vitória de Guimarães, no Tirsense e na Sanjoanense; Lázaro, jogador do primeiro plano e que se distinguiu no Beira Mar, no Leixões e no Vitória de Guimarães; Calisto, Violas e Adérito Ribau, que muito deram à equipa da capital do nosso distrito. E muitos outros poderíamos citar, alguns já dos nossos dias, se tempo e espaço tivéssemos. Fica a tarefa para outros ou para edições futuras. Aos mais ligados ao desporto deixamos o desafio de um registo mais circunstanciado.

segunda-feira, 18 de abril de 2005

Um artigo de Sarsfield Cabral, no Diário de Notícias

:: Direitos
Respondendo, em Paris, a uma pergunta sobre a lei do aborto em Portugal, o Presidente da República fez votos para que haja entre nós um debate sossegado e esclarecido sobre o assunto. E, a título pessoal, manifestou-se favorável a uma evolução legislativa nessa matéria, acentuando a sua preocupação com os direitos das mulheres - que considerou a questão mais profunda. "Sou solidário com as mulheres que sofrem", disse.
O Presidente não referiu outros direitos. Por exemplo, os do nascituro. Dir-se-á que este não é pessoa jurídica, logo não tem direitos. Há mesmo quem só veja no feto um monte de células. Mas será assim? Tudo decorre desse ponto essencial quando começa a vida humana? Apenas depois de se nascer? E se podemos falar de pessoa antes do nascimento, a partir de quando exactamente? Qualquer momento posterior à concepção surge como arbitrário. As mulheres, como os homens, têm direito ao seu corpo. Mas a ideia de que o ser na barriga da mãe não é mais do que uma parte do corpo desta é cada vez mais difícil de sustentar. A tecnologia permite hoje detectar num feto de poucas semanas toda uma série de características de uma pessoa. Muitos pais se encantam com as ecografias do pequeno ser. Não possui decerto autonomia. Mas que autonomia tem um bebé dias após o seu nascimento?
Tentando contribuir para o debate sossegado e esclarecido que o Presidente deseja - e bem -, eu diria que a questão fulcral, aqui, são os direitos morais dos mais fracos e indefesos, os que ainda não nasceram, mas existem. Esses não têm voz, por isso deveriam merecer da sociedade uma atenção prioritária. Não está em dúvida apoiar as mulheres em momentos difíceis da sua vida, um imperativo defendido pelo Presidente da República. Mas há outros seres em causa, que não podem ser ignorados.

Conclave para a eleição do Papa

Cardeal Ratzinger assume que o Conclave é hora de grande responsabilidade
Na homilia da missa votiva para a eleição do novo Papa, que decorreu na Basílica de São Pedro, em Roma, esta manhã, o Cardeal Ratzinger, Decano dos Cardeais eleitores, sublinhou que "o Conclave é hora de grande responsabilidade".
Falando contra a "ditadura do relativismo", que não reconhece nada como definitivo, o Decano dos Cardeais vincou que "a nossa medida, porém, é Jesus, o verdadeiro homem". Depois de agradecer a Deus pelo Pontificado de João Paulo II, o Cardeal Ratzinger pediu a todos os presentes: "rezemos ao Senhor que nos dê um Pastor segundo o seu coração, que nos guie para o conhecimento de Cristo, o seu amor, a verdadeira alegria." Todos os Cardeais eleitores concelebram esta Eucaristia solene, em latim. Os Cardeais não eleitores estavam sentados na primeira fila. A homilia foi uma meditação sobre as leituras da Bíblia proferidas durante a missa, com o Cardeal alemão a esclarecer que iria abordar "apenas algumas passagens que dizem respeito a um momento como este", tendo sublinhado o desafio de a Igreja assumir uma "fé adulta", que não siga "as ondas da moda e da última novidade". "Quantos ventos de doutrina conhecemos ao longo dos últimos decénios, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento... A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muito agitada por estas ondas" e "atirada de um lado para o outro: do marxismo ao liberalismo, até ao libertinismo; do colectivismo ao individualismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo", referiu. O Cardeal Ratzinger conclui assinalando que "a única coisa que permanece para a eternidade é tudo aquilo que semeamos na alma humana: o amor, o conhecimento, o gesto capaz de tocar o coração, a palavra que abre a alma à alegria do Senhor".
Hoje mesmo, da parte da tarde, haverá, na Capela Sistina, a primeira votação, com a participação dos 115 cardeais eleitores, isto é, os que têm menos de 80 anos. Se houver Papa, nessa altura, o fumo branco anunciará ao mundo essa grande nova.
Fonte: Agência Ecclesia

BANCO ALIMENTAR CONTRA A FOME

Mais uma recolha de produtos alimentares,
nos dias 8 e 9 de Maio Nos próximos dias 7 e 8 de Maio, o Banco Alimentar Contra a Fome vai proceder a mais uma recolha de produtos alimentares, junto dos hipermercados e dos supermercados. É mais um desafio que nos é dirigido, não só para contribuirmos generosamente com as nossas dádivas, mas também, e sobretudo, para que passemos a olhar com redobrada atenção para os pobres que estão à nossa volta. É sabido que em Portugal há um milhão de pessoas a passarem fome e outras tantas, ou mais, a viverem no limiar da pobreza, com rendimentos que nem sempre chegam para os medicamentos que diariamente têm de tomar. Por mais iniciativas que os Governos desenvolvam e por mais subsídios que atribuam aos mais necessitados, pode garantir-se que a colaboração da sociedade civil, em geral, e de cada um de nós, em particular, é fundamental. Diz a Federação dos Bancos Alimentares que mais de 10 000 voluntários (espalhados por cerca de 500 estabelecimentos comerciais, efectuando o transporte dos produtos doados e separando e arrumando os alimentos nos armazéns dos Bancos Alimentares) permitirão uma vez mais a criação de uma extraordinária cadeia de solidariedade onde cada pessoa representa um elo indispensável. Por isso, é preciso alimentar a ideia de que a nossa contribuição é muito importante, para que os Bancos Alimentares Contra a Fome e as Instituições de Solidariedade Social por eles apoiadas possam continuar a contribuir para reduzir as carências alimentares de mais de 200 000 pessoas. Por tudo isto, aqui deixo um apelo a todos para que se envolvam nesta iniciativa do Banco Alimentar, quer colaborando na recolha, quer entregando os seus contributos, nos dias 8 e 9 de Maio. Para participarem como voluntários, podem inscrever-se nos Bancos Alimentares. Os Universitários de Aveiro podem dirigir-se ao CUFC, onde lhes serão prestados todos os esclarecimentos, até 27 de Abril. F.M.

Desporto na Gafanha da Nazaré - 3

:::
As rivalidades As rivalidades próprias de qualquer desporto também naqueles tempos da minha meninice se viveram com alguma paixão. Os jogos não eram oficiais, já que se tratava de clubes não filiados em qualquer Associação, excepção feita para o Atlético que, segundo na altura foi amplamente divulgado, chegou a ser clube oficial, porém sem qualquer proveito desportivo. E a paixão dos seus dirigentes, por pressão logicamente psicológica dos respectivos adeptos, chegava ao ponto de procurarem e convidarem jogadores, expressamente para cada jogo, pertencessem eles aos clubes rivais da terra, a outros clubes amadores da região ou ao Beira Mar que já era instituição de respeito na altura. O importante era ganhar, custasse o que custasse. E tal como hoje, também naquela época as vitórias ou derrotas eram comentadas com fervor clubista e com promessas de “vingança” para a próxima vez, que podia ser no domingo seguinte. A curiosidade maior dos muitos adeptos estava em saber quem é que jogava e em que clube! E se os dirigentes não eram suficientemente diligentes ou bastante abonados para cativar os melhores jogadores, podiam muito bem preparar as malas e desandar. Esses dirigentes não serviam. E ainda hoje é assim. Aliás, o único dirigente, que saibamos, que acompanhou sempre o seu clube, desde o nascimento até à morte, foi o senhor Casqueira, mais conhecido por Casqueirita. Quando ele se cansou de gastar quanto tinha e não tinha com o seu Atlético, o clube morreu. É que, naqueles tempos, como hoje, os profissionais ou aparentados podem levar um clube à ruína, principalmente se não houver ponderação nos gastos e realismo nas contratações. (Continua) F.M.

domingo, 17 de abril de 2005

Carência de sacerdotes em todo o mundo

:::
Por toda a parte, a Igreja está mobilizada para a questão da escassez de vocações sacerdotais. Portugal não é diferente do resto de um mundo que sofre com a falta de padres. Os Estados Unidos são um dos locais onde a carência é mais sentida, tendo em 15 anos "perdido" cerca de oito mil sacerdotes, mas também na América Latina várias vozes alertam para o problema. Na Europa, o número de católicos por cada sacerdote está a aumentar. A África e a Ásia são os continentes onde esta razão ainda pende a favor de uma maior presença de padres.
(Para ler mais, clique DN) NB: Ler outros textos sobre o tema no mesmo jornal

JOÃO PAULO II visto pelos leitores

Foto de Vítor Amorim, tirada em Fátima
João Paulo II: Testemunha de Cristo; Irmão de todos! "Acredito no Homem único (não no insubstituível), enquanto pessoa que, em todos os momentos e épocas da vida, confere a esta um permanente sentido de descoberta e de esperança fraterna, através das marcas indeléveis da determinação, da fidelidade e da dignidade que lega à História e à memória humana." Escrevi estas palavras, por ocasião dos 25 anos de pontificado de Sua Santidade, no verso de uma fotografia que lhe tirei, aquando da sua peregrinação ao Santuário da Cova da Iria, em Maio de 1991, desejando, assim, partilhar e comemorar, com os amigos e conhecidos, estas duas expressões de vida e de fé, de um homem que me tinha dito para não ter medo. Nem sempre lhe fui fiel, mas, nem por um momento, ele deixou de ser para mim um desafio de exigência pessoal, através das suas alocuções, documentos, e, sobretudo, das suas intervenções testemunhais, de homem de paz, de amor e perdão, perante a sociedade e as grandes questões mundiais, no seu todo. Em 14 de Agosto de 2004, durante a sua peregrinação ao Santuário de Lourdes, dizia, de uma forma premonitória, própria dos homens com uma dimensão de fé próxima do Pai: "sinto com emoção ter chegado ao fim da minha peregrinação." Pela graça de Deus, tal assim aconteceu. Continuemos, pois, a procurar sermos os peregrinos desta herança deixada para hoje e para o futuro, na certeza de que João Paulo II está ao nosso lado, bem como do seu sucessor. (Esgueira, 2005.04.16) Vítor Amorim

Artigo de Teresa Soares Correia

::: Convite ao dinamismo
1. “Diz-me e eu esquecerei”
Está comprovado cientificamente que, em 24 horas, esquecemos 50% do que vemos ou ouvimos, se não fizermos “revisões.” Isto é válido na Escola, mas também no nosso dia-a-dia. É muito fácil esquecermos o que sucedeu há um ou dois meses, se não houver quem no-lo relembre. Pior: já tínhamos esquecido como era o mundo no tempo da Guerra Fria e como evoluiu até este início do século XXI. Com a morte do Santo Padre, os meios de comunicação proporcionaram-nos uma ocasião privilegiada de balanço de mais de 50 anos da História da Humanidade. Foi um momento genuíno de revisão e de descoberta de um mundo melhor (apesar de ainda haver muito para melhorar).
2. “Ensina-me e eu lembrar-me-ei”
Por coincidência (ou talvez não), este é o ano em que se comemora o 50º aniversário da libertação de Auschwitz, onde morreram S. Maximiliano Kolbe e Sta Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), canonizados por João Paulo II, respectivamente em 1982 e 1998. Se, aquando de tal comemoração, em Janeiro, as televisões deram pouco relevo ao assunto, agora, passaram filmes e documentários sobre aquele que viveu na Polónia martirizada pelo flagelo nazi, e que se tornou num dos Papas mais carismáticos da História. Aquele que não hesitou em denunciar crimes contra a Vida. Aquele que não hesitou em reconhecer os erros da Igreja e por eles pedir perdão. Aquele que afirmou “Quando o bem vence o mal, reina o amor; e onde reina o amor reina a paz.” Aquele que ensinou com entusiasmo, convidando ao dinamismo e à rejeição da inércia.
(Para ler o resto, clique CV)

Desporto na Gafanha da Nazaré - 2

O campo da União ficava junto ao Forte e aos Socorros a Náufragos, que se vêem na foto
Os primeiros clubes Os primeiros gafanhões eram, sem dúvida, mais dados ao trabalho do que ao desporto. Aliás, nem outra coisa seria de admitir, se imaginarmos o esforço desenvolvido no dia-a-dia para alcançarem o milagre da transformação destas terras em oásis verdejante. Os tempos livres, quando os tinham, passavam-nos a cantar e a bailar, sobretudo aos fins-de-semana e no termo dos trabalhos agrícolas e outros, especialmente aquando do fabrico dos adobes nos areais da mata, na altura da cobertura da casa em construção, nas desmantadelas, nas rasgadelas de tiras para fabrico caseiro de mantas chamadas de farrapos, e noutros serviços que envolviam diversas pessoas. Desporto seria mais com os rapazes. Sem preocupações de praticar desporto oficial, os gafanhões limitavam-se a dar uns pontapés na bola, entre diversos jogos populares, como o pião e a macaca para os mais jovens, e o futebol e a malha para os mais espigadotes ou adultos. Claro que nas tabernas não faltava o jogo de cartas, mais concretamente a sueca, e o dominó. Mas isso são outras histórias a que um dia haveremos de voltar. Hoje ficamo-nos pelo Futebol que nos nossos dias arrasta milhões de pessoas e envolve somas astronómicas em todos os quadrantes da Terra. Lembramos, e com que saudade, antigos clubes que há mais de meio século por aqui congregavam a juventude da Gafanha da Nazaré. E faziam-no com tal garra que ainda sentimos o entusiasmo com que os jogos eram aguardados e disputados. Referimo-nos, concretamente, à Associação Desportiva Gafanhense que tinha o seu quartel-general na Cale da Vila, à União Desportiva Gafanhense que cantava de galo na Cambeia, e ao Atlético Clube da Marinha Velha que, como o nome indica, se impunha no lugar que o baptizou. Mas não se julgue que só o Futebol foi rei nesse tempo. Também o Basquetebol e a Natação, mais sob a responsabilidade da Associação, por aqui se praticavam nessa data já um pouco distante da nossa meninice. O Futebol, esse sim, foi sempre o desporto favorito dos gafanhões e todas as tentativas para implantar outro qualquer saíam muitas vezes frustradas, com poucas mas muito dignas excepções. Mas continuemos a remexer nas gavetas da nossa memória para lembrar o que foram os jogos entre esses dois clubes rivais da nossa terra. Antes, porém, diga-se que a Associação tinha o seu campo de jogos nas areias da mata, na zona denominada das lebres (haveria, por ali, tantas lebres que se justificasse o baptismo?), em terra batida, como os outros campos existentes por aqui; o Atlético no campo da borda, onde presentemente está o porto de pesca costeira, com o moinho do tio Conde à vista, sujeitando-se os jogadores e a assistência a ver a bola fugir levada pela corrente, principalmente em hora de maré cheia, isto se entretanto um mais afoito não conseguisse salvá-la das águas salgadas; e a União aproveitava a cedência do campo do Forte que a JAPA (Junta Autónoma do Porto de Aveiro), actualmente APA (Administração do Porto de Aveiro) mandara construir ali bem perto do Forte Novo ou Castelo da Gafanha. Serviu, como as actuais gerações sabem, o Grupo Desportivo da Gafanha até 1983, embora, por falta de iluminação no novo complexo desportivo, os treinos nocturnos ali tivessem continuado durante cerca de dois anos. Fernando Martins

Artigo do Diário de Aveiro: Aniversário dos Bombeiros de Ílhavo

::: Novo quartel é a grande ambição
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo quer lançar ainda este ano a primeira pedra do seu novo quartel. Uma aspiração que ganha mais força em dia de festa, com a comemoração dos 112 anos de vida da corporação, celebrados ontem ao longo de todo o dia.O dia de ontem foi de festa na cidade de Ílhavo. A corporação local de Bombeiros festejou 112 anos de vida, promovendo para isso uma programação que começou pelas nove horas, com a tradicional romagem aos cemitérios para a deposição de flores. A manhã completou-se com a realização de um simulacro, que fez parar o trânsito na cidade ilhavense. Pouco passava das 11.30 horas quando a sirene do quartel de Bombeiros soava, alertando para um acidente grave que acabava de acontecer na rotunda da Malhada. Uma viatura ligeira com dois passageiros tinha embatido num pesado de mercadorias, carregado de bidons cheios de produtos químicos. A colisão, que foi violenta, resultou no encarceramento dos dois passageiros da viatura ligeira, que apresentavam ferimentos graves, bem como na queda de três bidons, acabando por derramar o seu conteúdo na estrada.
(Para ler todo o artigo, clique DA)

"GOTAS", exposição de Fausto Correia

As "Gotas", de Fausto Correia, estão à sua espera na Sala de Exposições Inês de Castro da Delegação Regional de Coimbra do Instituto Português da Juventude. "Escorrem pequenas, amparadas pelos reflexos de vida que concentram. Brincam com os nossos olhos e fundem-se com eles irradiando a energia da sua fugaz existência. São gotas de vida, as minhas gotas. Vestidas de cor e de luz, são vaidosas e lindas. São garotas traquinas a brincar no recreio. Um mundo pujante de alegria, um mundo que queremos nosso. Estas são as minhas gotas", escreve Fausto Correia na apresentação de mais uma exposição do projecto BlogAveiro. A mostra estará patente ao público até 19 de Abril e pode ser visitada das 9 às 18 horas em dias úteis e aos sábados das 10 às 19 horas.
Fonte: Blogaveiro