terça-feira, 9 de agosto de 2016

Elegia para a Europa

Da crónica de António Barreto no DN



«Esta Europa, sonho, projecto, história ou esperança, desaparece. Financiado por poderosos, protegido por Estados maléficos e apoiado por organizações legais, o terrorismo islâmico está a destruir a Europa que conhecemos. Pior do que a destruição, está a fomentar o medo como modo de vida. Está a estimular todos os reflexos de defesa, de segurança, de abuso da lei e de reacção agressiva que desfiguram a Europa. O fanatismo islamita está a ressuscitar deliberadamente o racismo e a xenofobia que os europeus se esforçam há tantos anos por liquidar.»

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Jogos Olímpicos: Papa escreveu à equipa dos refugiados

Francisco deseja que representação inédita 
seja sinal de fraternidade universal


O Papa enviou uma carta aos membros da Equipa Olímpica de Refugiados que participam nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, o que acontece pela primeira vez na história da competição.
Francisco saudou cada um dos dez membros da equipa, citando os seus nomes, e desejou-lhes sucesso para as provas em que vão estar envolvidos.
A seguir, expressou seu desejo de que eles tenham sucesso nas Olimpíadas.
“Que a coragem e a força que trazem dentro de vós possam transmitir, através dos Jogos Olímpicos, o vosso grito de fraternidade e de paz”, desejou, numa mensagem divulgada pela Rádio Vaticano.

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E assim vai algum jornalismo

A tão apregoada honestidade de algum jornalismo cai imensas vezes para níveis baixíssimos. Ou, de outro modo, deixa-se levar na onda de influências perniciosas que ofendem a verdade escandalosamente. Fui alertado por um blogue que sigo para apreciar um esclarecimento e pedido de desculpas do JN que me deixou perplexo. Para nos sentirmos informados em quem devemos confiar?

sábado, 6 de agosto de 2016

O Salva-vidas que foi e o Salva-vidas que é






O Salva-vidas que foi e o Salva-vidas que é. Cada um cumpriu a sua missão à medida das suas capacidades e da generosidade dos seus profissionais. Não conheço, com dados estatísticos, o trabalho de socorros a náufragos desde a primeira hora da sua existência entre nós, mas gostaria de conhecer. Tenho a certeza de que, numa barra difícil, com o mar enraivecido muitas vezes, a história destas embarcações deve registar muitas estórias dignas de serem conhecidas.

A vela do moliceiro



Eu percebi que o moliceiro navega com motor. A vela serve apenas para enfeitar. Contudo, fico com a sensação de que a vela não foi feita à medida do mastro deste moliceiro. Ou estará tudo certo?

O grande Brasil

Crónica de Miguel Esteves Cardoso
no Público de hoje

Nestes jogos olímpicos já estou a torcer pelo Brasil e para que tudo corra bem. Li algures que só os atletas de todo o mundo podem salvar estes jogos, como se os brasileiros nada tivessem feito para isso.
Visto de fora e do alto o Brasil e os brasileiros fizeram um esforço enorme e conseguiram organizar o maior de todos os espectáculos, contra uma oposição feroz e constante. Só por isso estão de parabéns.
Acho graça ler comentadores de países pequenos, a grande maioria dos quais nunca foi ao Brasil, a lamentar que está tudo atrasado, que todos estão corrompidos e a avisar que vai tudo correr mal.
Não sabem que o Brasil é um país enorme, habituado a fazer as coisas em grande escala. Não sabem que o Brasil é um país espectacular, onde o espectáculo se sente em casa. Não sabem que o Brasil sabe fazer uma festa como ninguém.
É normal, para o Brasil, que os jogos olímpicos corram bem. Não é uma vitória milagrosa contra todos os obstáculos. Organizar um grande espectáculo e ser um grande anfitrião é normal para o Brasil. O Brasil é espectacular. Os brasileiros são os melhores do mundo a dar show – melhores ainda do que os EUA, porque carregam mais na emoção e porque cada brasileiro sabe estar na festa. Não é só uma questão de artistas e espectadores. Está tudo misturado e é por isso que é mágico, seja futebol, música, dança ou jogo olímpico.
Os comentadores burros e preconceituosos bem podem esperar pelos desastres que não vão acontecer. O Brasil sabe fazer tudo.
 

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

A nossa gente — Júlio Pinheiro



Neste mês de agosto, em que se realiza a edição 2016 do Ílhavo Sea Festival, a rubrica “a nossa gente” é dedicada a Júlio Pinheiro, Chefe dos Pilotos da Barra de Aveiro.
Júlio Pinheiro nasceu a 3 de novembro de 1958, na Freguesia de S. Salvador, Município de Ílhavo. Concluído o ensino primário na antiga Escola Primária Ferreira Gordo, em Ílhavo, prosseguiu os seus estudos no Ciclo de Ílhavo e mais tarde, no Liceu José Estêvão, em Aveiro.
Oriundo de uma família ligada ao Mar, o seu sonho sempre foi ingressar na Escola Náutica em Lisboa, o que aconteceu em 1977.
Três anos depois, este ilhavense embarcava em navios de pesca do bacalhau por mares da Terra Nova, Gronelândia, Noruega, entre outros. Seis anos depois, regressou à Escola Náutica para frequentar o Complementar que lhe deu equivalência à licenciatura. Voltou ao mar por mais quatro anos, até que, em 1991, concorreu para Piloto da Barra do Porto de Lisboa, onde entrou em fevereiro desse ano. Nesse mesmo ano, concorreu para Piloto da Barra do Porto de Leixões, dando assim, em agosto, o primeiro “salto” para se aproximar de casa. Em 1996 concorreu novamente e foi transferido do Porto de Leixões, onde permaneceu cinco anos, para o Porto de Aveiro.
Chefe dos Pilotos da Barra de Aveiro desde 2007, Júlio Pinheiro afirma que este é um porto muito difícil, com fundos muito dinâmicos, fortes correntes de água e exposto a todo o tipo de ondulação. É gratificante para si, assistir a um aumento sustentado da tipologia de navios que atualmente demandam o porto, o que tem grande reflexo no crescimento e no desenvolvimento da Região.
Antigamente “a menina dos seus olhos” era um porto bacalhoeiro, mas segundo Júlio Pinheiro “estamos noutra era”. “Este inverno de 2016 foi o primeiro em que o porto manteve a navegação a navios com um comprimento até 175 metros e calados até 9,50 metros, tendo agora como objetivo os 180 metros de comprimento e os 10,5 metros de calado. Já foram manobrados, até esta data, vários navios com 170 metros de comprimento e calados de 10 metros, o que é meio caminho andado para atingir o objetivo.
“Cerca de 40% da carga movimentada a nível mundial é contentorizada, sendo que, neste momento, o Porto de Aveiro, manobra navios com uma capacidade de manobra muito mais reduzida e com cargas muito mais perigosas do que os navios que transportam contentores”. Para Júlio Pinheiro, seria uma mais-valia para toda a Região de Aveiro, a implementação de linhas regulares de contentores que contemplassem este porto.
Depois da Regata dos Grandes Veleiros, em 2008, e da primeira edição do Ílhavo Sea Festival, em 2012, Júlio Pinheiro juntamente com o Comandante Martins da Cruz voltam a coordenar, com o Departamento de Pilotagem, a entrada e saída dos navios, em que o fator mais preponderante são as correntes de água, uma vez que alguns dos veleiros têm uma capacidade de manobra muito reduzida e vão chegar numa data de marés muito vivas, o que irá dificultar e restringir a navegação para perto das estofas (águas mais paradas). Mas está tudo devidamente preparado e acautelado para bem receber os mais belos veleiros, de 5 a 8 de agosto, dependendo apenas de S. Pedro a boa visibilidade, para que todos possamos apreciá-los à entrada e à saída do Porto de Aveiro.

Nota: Não tenho o prazer de conhecer Júlio Pinheiro, Chefe dos Pilotos da Barra de Aveiro, o homenageado deste mês referido na agenda “Viver em…” da CMI. O seu currículo é elucidativo e as suas qualidades humanas justificaram garantidamente a sua inclusão na rubrica “A nossa gente”.
Penso que as autarquias devem exercer um papel pedagógico na sociedade, apresentando aos nossos concidadãos aqueles que, pelos seus méritos, servem indiscutivelmente de exemplo a todos os que lutam por um mundo mais solidário. Daí o meu gosto em ler e divulgar a referida agenda.
Os meus parabéns a Júlio Pinheiro, com votos, neste mês de agosto, de excelentes férias.

Crueldade dos campos de concentração semelhante à de hoje

Papa recorda Jornada Mundial da Juventude
e diz que «crueldade» dos campos de concentração 
assemelha-se à do mundo de hoje


 «Naquele grande silêncio rezei por todas as vítimas da violência e da guerra. E lá, naquele lugar, compreendi mais do que nunca o valor da memória, não só como recordação de acontecimentos passados, mas como advertência e responsabilidade para o hoje e o amanhã, para que a semente do ódio e da violência não se enraíze nos sulcos da história», afirmou Francisco. A Polónia, prosseguiu, «recorda hoje a toda a Europa que não pode haver futuro para o continente sem os seus valores fundadores, os quais, por sua volta, têm no centro a visão cristã do homem».
 
Li aqui

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Visita aos avós — 26 de julho

Crónica de Maria Donzília Almeida


Lar do Comércio
Há muito tempo estava programada uma visita aos avós, os únicos sobreviventes que ainda teimam em viver, desafiando a voracidade do tempo. 
Por afazeres vários foi-se protelando a viagem dia após dia, até que numa manhã de calor estival, quase no início da semana, se tomou a decisão – ia ser naquele dia. 
As distâncias, substancialmente encurtadas pelo crescimento da rede rodoviária tão facilitadora, nem sequer são justificação para o esquecimento e abandono dos nossos entes queridos. 
Foi num quente dia de verão que visitámos a Dª Maria e o Sr. Manuel, agora na sua nova residência, em Catassol, na cidade da Maia. Recordo os velhos tempos em que lecionei aos maiatos, que durante sete anos preencheram a minha atividade profissional. Ocorre-me sempre à memória, o soneto de Camões, que reza : “Sete anos de pastor Jacob servia/Labão pai de Raquel, serrana bela;/Mas não servia ao pai, servia a ela/E a ela só por prémio pretendia…” Eu…só ambicionava o sucesso educativo dos meus alunos, não enganava ninguém! 

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Tourada na Terceira... Todo o cuidado é pouco



Não… não fiquem para aí a pensar que se trata de uma tourada à espanhola ou à portuguesa, com touros de morte, na arena, ou bandarilhados, com sangue a espichar das feridas profundas provocadas pelas fartas afiadas. Trata-se de uma tourada ao jeito portuguesíssimo da ilha Terceira, nos Açores. A Terceira porque, ao que suponho, foi a terceira a ser descoberta pelos portugueses. E tem, naturalmente, as suas tradições. 
Conheço algumas histórias das touradas, à corda, que o meu filho João Paulo me descreveu quando lá esteve a trabalhar como professor. Mas desta vez a história veio do meu filho Pedro que, por tanto as ter ouvido do João Paulo, resolveu dar um salto de Ponta Delgada, em São Miguel, onde foi passar férias, para conhecer de perto a Terceira com as touradas, mas não só. E gostou, pelo que me diz.
Enviou-me há momentos duas fotos da tourada, vista por ele ao longe, à cautela. Quando lhe recomendei que não se pusesse a jeito, que as brincadeiras podem dar mau resultado, o meu Pedro garantiu-me que foi para uma zona onde havia segurança, tanto mais que lá se acoitavam também mulheres e crianças. O pessoal da corda, decerto, terá em conta isso mesmo. 
Disse-me que não faltava quem fizesse piruetas mesmo perto do touro e ousasse aproximar-se dele para o desafiar, mas pode haver falhas e feridos não têm faltado. 
De outros temas hei de falar mais tarde quando tiver dados curiosos. Uma coisa é certa: o Pedro anda encantado com o nível das festas de Praia da Vitória, com a riqueza de museus que visitou, com a alegria do povo que sabe viver as suas tradições com entusiasmo. Aproveita, Pedro, que a vida passa a grande velocidade, embora não acredites nisso. 

Zeca Afonso nasceu há 87 anos

1929 - 2 de agosto 



«Em Aveiro, na Travessa do Passeio, da freguesia da Glória, nasceu José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, vulgarmente conhecido por «Zeca Afonso», que se notabilizou como cantor. Foram seus pais o Dr. José Nepomuceno Afonso dos Santos, natural do Fundão, D. Maria das Dores Dantas Cerqueira, natural de Ponte de Lima, faleceria em 23 de Fevereiro de 1987 (Conservatória do Registo Civil do Aveiro,Livro dos Nascimentos de 1929, Registo n.º 544) – J.»

"Calendário Histórico de Aveiro" 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Férias na memória



Estamos oficialmente de férias. Estamos de férias pela razão óbvia da chegada de agosto. Sempre foi assim na nossa vida, mormente com a chegada dos filhos. Com eles, calcorreámos alguns recantos do nosso país. Foram os melhores anos da nossa vida. Vê-los brincar ao ar livre sem horários fixos e obrigações escolares, saltar montes e vales por aqui e por ali, dormir à noite com o luar a entrar brandamente na tenda familiar, acordar com sol alto ou na leda madrugada para beber frescura sadia, olhar serras e horizontes com aldeias típicas, citânias, monumentos, rios e ribeiros, de tudo um pouco se encheu a nossa memória. E hoje, 1 de agosto, revivemos estórias de há bons anos, que a realidade é outra, sem pernas para andar. 
Boas férias para todos.

Jeremias Bandarra "assina" peça de porcelana São Gonçalinho 2016

Li no Diário de Aveiro 


«A sessão de lançamento aconteceu anteontem à noite e, envolta em grande mistério, não podia ter corrido melhor, “com todas as pessoas muito agradadas com a peça que apresentámos”, garantiu César Carvalho ao nosso jornal. E pela primeira vez, a Mordomia apostou num prato de porcelana, de 27 centímetros, pintado por Jeremias Bandarra. “Este artista, só por si, acrescenta valor à peça”, defendeu o juiz da Mordomia, considerando ainda que Jeremias Bandarra, como aveirense, “teve um gosto muito especial em trabalhar neste projecto”, como, aliás, “o próprio explicou na sessão de lançamento. Jeremias conhece desde sempre São Gonçalinho, ainda se recorda do chão em terra batida junto à Igreja e sempre teve uma ligação emocional o Padroeiro da beira-mar”.»

NOTA: Texto e Foto do Diário de Aveiro

«Fraternidade» é única resposta ao ódio e à violência, defende Francisco

Nada justifica o sangue dum irmão


«O Papa Francisco disse hoje na Polónia que é impossível vencer o ódio e o terror com “mais violência” e convidou os jovens católicos de todo o mundo a promover a “fraternidade” como resposta ao mal.
“Não queremos vencer o ódio com mais ódio, vencer a violência com mais violência, vencer o terror com mais terror. A nossa resposta a este mundo em guerra tem um nome: chama-se fraternidade, chama-se irmandade, chama-se comunhão, chama-se família”, defendeu, durante a vigília de oração que reuniu mais de 1,5 milhões de pessoas durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).»

Ler mais na Ecclesia 

domingo, 31 de julho de 2016

Fora do estudo não há salvação

Crónica de Frei Bento Domingues 


1. Ao apresentar em Luanda, com este título, um programa de trabalho histórico-teológico a um grupo de jovens estudantes dominicanos, sobre os modos de fidelidade e infidelidade ao carisma da Ordem dos Pregadores – ao longo dos seus 800 anos – um deles destacou os graves inconvenientes desta afirmação. A sua sonoridade evocava demasiado uma outra expressão que envenenou séculos de teologia missionária e pastoral: fora da Igreja não há salvação! Mas o que agora propomos é algo que nada tem a ver com essa aberração. O título diz apenas que em qualquer tempo, lugar e cultura, sem a dedicação permanente ao estudo, os dominicanos não podem realizar a sua missão na Igreja, acabando por cumprir tarefas que os não definem e os torna facilmente dispensáveis e substituíveis.

sábado, 30 de julho de 2016

As obras de misericórdia (2)

Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias

Consolar os tristes
No "Ano da Misericórdia", aí estão, com Xabier Pikaza, as obras de misericórdia. São catorze: sete corporais e sete espirituais. Vinculam a justiça e o coração: a misericórdia não pode esquecer a justiça, mas a justiça tem de ser mobilizada pela misericórdia. Para sermos humanos.

Obras de misericórdia corporais

1 "Dar de comer a quem tem fome". Há certamente muitas outras necessidades: afecto, cultura, carinho, palavra... Mas a maior e mais urgente é a comida. Nem só de pão vive o homem, mas sem pão não vive. É uma vergonha haver comida suficiente para todos e morrerem de fome todos os dias 40 mil pessoas (16 mil crianças). Há várias, mas duas são "as causas principais" da fome: o egoísmo de indivíduos e de grupos e a injustiça do sistema dominante.

2 "Dar de beber a quem tem sede". Sem água não há vida. Jesus disse: "Quem vos der de beber um copo de água não ficará sem recompensa." Multiplicar-se-ão os conflitos por causa da falta de água. O Papa Francisco chamou a atenção para isso na encíclica "Laudato sí", sobre a ecologia.

3 "Vestir os nus". "Os nus carecem de protecção pessoal, estão indefesos, desarmados, e à mercê da violência alheia." A roupa cobre, protege e dignifica. A nudez acaba por significar abandono e exclusão, e, sobretudo no caso das mulheres e das crianças, exploração e tráfico sexual.

4 "Dar pousada aos peregrinos". No Evangelho segundo São Mateus, são referidos concretamente os estrangeiros, aplicando-se o termo grego "xenoi" concretamente a homens e mulheres que formam parte de um grupo social e cultural diferente: "Fui estrangeiro e acolhestes-me ou não me acolhestes", dirá Jesus no juízo definitivo. "A pátria do cristão é o diálogo e o acolhimento."

5 "Assistir aos enfermos". Visitá-los, cuidar deles. Se, no Evangelho, há preocupação constante da parte de Jesus é pela saúde das pessoas, de quem cuida e que cura.

6 "Visitar os presos". Não se trata simplesmente de visitar. Trata-se de "oferecer-lhes assistência e cura, porque estão em necessidade (sejam culpados ou não) e porque podem curar-se".

7 "Enterrar os mortos". Miséria suprema: morrer e não haver ninguém a reclamar os mortos. Mas se isso acontece na morte, já na vida viveram abandonados. Esta obra de misericórdia realiza-se verdadeiramente não só na sepultura do cadáver, mas na exigência de acompanhar e ajudar na velhice, de modo eficaz, com dignidade.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Mau jornalismo, bom jornalismo

Um texto de Pedro Correia 
no "Delito de Opinião"

«O tratamento jornalístico do terrorismo abusa de dois males simétricos: confere projecção global a quem dispara, mata, fere, mutila e viola - favorecendo comportamentos miméticos de um incontável número de potenciais assassinos sequiosos dos seus 15 minutos de fama - enquanto silencia os nomes e esconde os rostos das vítimas. Como se elas nos envergonhassem.»

Ler mais aqui  porque vale a pena.

Grandes Veleiros — 5 a 8 de agosto

O que resta de religioso nesta sociedade "laica"

Reflexão de José Tolentino Mendonça




As nossas sociedades tornam-se fisicamente extenuantes para os indivíduos, e parece faltar um apoio para as difíceis questões que respiram em nós com maior frequência: «Porquê precisamente a mim?»; «Que fazer da minha vida quando tenho de decidir sozinho?»; «Para que serve viver, se temos de desaparecer sem deixar rasto?»

Relativizado o círculo confessional, a religião tornou-se um estimulante terreno inculto para a produção científica e cultural mais heterogénea. É um fenómeno aparentemente inexaurível de meditação no qual todos têm alguma coisa a dizer: sociólogos, antropólogos, pensadores de teoria política, romancistas...
Nos nossos dias vão adquirindo plausibilidade, aplicadas ao religioso, expressões que aos ouvidos de outros séculos pareceriam totalmente insólitas, como «restrição de campo», «reconfiguração», «deslocação para a esfera íntima», «mudança de papel social», «religião implícita», tudo expressões que dizem muito do processo epocal em que nos encontramos.

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SER RICO AOS OLHOS DE DEUS

Reflexão de Georgino Rocha


Jesus termina com esta afirmação exortativa a parábola do homem rico que conseguiu uma boa colheita e possuir grande riqueza. Narra esta parábola para fazer uma “catequese” sobre o valor dos bens materiais e a atitude a cultivar na relação com eles. Quer deixar claro que o projecto de Deus se manifesta no sentido da vida dos discípulos missionários e nas prioridades que eles assumem. O mais importante deve marcar as pautas de comportamento. A liberdade em segurança vive-se com regras. O possível comporta energias a desabrochar. Em cada opção corrente está contida o gérmen da opção final.

Jesus é surpreendido pelo pedido de um anónimo que ergue a voz do meio da multidão: ”Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo”. Lucas, o narrador do episódio, nada diz sobre os motivos de tal pedido: Injustiça na retenção da herança, ganância do irmão, cobiça do queixoso? Outras razões? Nada. É pedido que pode nascer no coração humano que sente o pulsar da vida. O apelido de “mestre” pôe em evidência o reconhecimento do nível (status) de Jesus. O uso da palavra “amigo” indica a atenção e a proximidade da relação. A parábola dá a resposta em género de “conto” de uma situação existencial bem conhecida pelos ouvintes. E deixa-os a pensar, a ponderar. A narração visualiza com grande realismo o alcance das opções correntes e o “balanço” final de toda a existência.