segunda-feira, 15 de abril de 2013

PÚBLICO: CRÓNICA DE BENTO DOMINGUES






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Dois gafanhões perfilam-se nas autárquicas



Que eu saiba, já há dois gafanhões candidatos às autárquicas. Outros surgirão, decerto. Ribau Esteves será o candidato do PSD à Câmara Municipal de Aveiro, mudando, portanto, para o município vizinho, se vencer, obviamente. Fernando Caçoilo, vice-presidente da Câmara de Ílhavo, durante os mandatos de Ribau Esteves, passa a candidato natural do PSD à autarquia que tem servido. Aos dois desejo os maiores êxitos políticos e pessoais. 
De outros falarei quando souber das suas candidaturas. 
O serviço público, político ou outro, merece-me o maior respeito. Quem se candidata a estes cargos, por espírito de missão, pois só assim o entendo, deve suscitar em nós, os eleitores, o apoio possível, mesmo que esse apoio se possa traduzir em crítica pela positiva. Como, aliás, gosto de pautar a minha intervenção pública.

sábado, 13 de abril de 2013

Almoço de antigos alunos da EICA


Para mais tarde recordar
A alegria da juventude
As conversas de sempre

No cenário único da Costa Nova, hoje, dia de sol quente e luminoso, participei no XIX almoço de antigos alunos da EICA (Escola Industrial e Comercial de Aveiro). O restaurante Marisqueira, com a sua já conhecida lhaneza de trato, proporcionou um encontro agradável para os convivas degustarem, com prazer e animação, acepipes saborosos: Carapauzinhos fritos, presunto bem curado, galeota à maneira, amêijoas à Bulhão Pato, creme de legumes para serenar o estômago, bacalhau com batata assada, sobremesa e café, tudo bem temperado. O prato especial foi a conversa, variada e apetitosa, ao sabor da maré, com estórias que nunca mais acabam, ano a ano renovadas, ano a ano prometidas, porque é preciso alimentar a chama do convívio, da fraternidade que a todos anima, porque é necessário afugentar enxaquecas e males que a idade traz, criar coragem que a vida nos convida a manter, alegria que urge cultivar. 
Cabelos brancos? Peles enrugadas? Pernas trôpegas? Ouvidos que não captam tudo? Corações que se tornaram frágeis? Que importa isso, se os sorrisos se mantêm, se as amizades persistem, se a vontade de estar e de continuar na luta cresce dia a dia, se o companheirismo é mola-real da nossa existência? 
Para o próximo ano, se Deus quiser, voltaremos à mesa da fraternidade, ponto de encontro dos presentes e dos ausentes, que os primeiros saberão recordar. Como hoje aconteceu.

PARA OS AMANTES DA HISTÓRIA

NA ILUSTRAÇÃO PORTUGUEZA - Setembro de 1919




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É com Fé que todos somos homens, quando o somos.


Óscar Lopes e o Transcendente
Anselmo Borges

Óscar Lopes

Figura cimeira da cultura portuguesa do século XX, Óscar Lopes deu contributos fundamentais para a linguística, a crítica literária, a história da literatura. Falámos várias vezes. Em 1970, convidei-o para uma "mesa redonda" sobre "a crise da fé hoje", na qual também participou o bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes. O que aí fica é uma homenagem ao pensador e professor, a partir dessa "mesa redonda".

D. António Ferreira Gomes, que tinha chegado havia pouco tempo do exílio, revelou que tinha "uma cartinha muito breve do Sr. Dr. Óscar Lopes (não combinámos nada), em que diz que a sua participação seria "um depoimento na primeira pessoa do singular acerca daquilo que durante 50 anos julgo ter crido a partir de um fervoroso catolicismo de infância. Apenas desejaria descobrir o melhor de mim mesmo no melhor catolicismo de hoje, e contribuir para tudo aquilo que deveras nos transcende"." E o bispo do Porto acrescentou: "Nós sabemos que a maior parte da nossa boa gente não transcende. Muitas vezes para o povo a religião no geral não significa nada de transcendente." E, depois de denunciar a religião das promessas, a religião utilitária, afirmou: "A religião cristã, entretanto, o limiar diferencial da religião cristã começa quando alguém se debruça sobre o outro, quando alguém se volta para aquilo que o transcende, seja o outro neste mundo, seja o outro absoluto (a relação ao outro absoluto é exactamente também a relação ao irmão). Por conseguinte, eu tenho para mim que quem procura pôr-se deveras em relação com aquilo que nos transcende está numa atitude religiosa. Desculpe, Senhor Doutor, se o ofendo." E Óscar Lopes: "De modo algum."


“Rapazes, tendes alguma coisa de comer?”


JESUS ORIENTA OS DISCÍPULOS EM MISSÃO
Georgino Rocha

Mar Tiberíades


O mar de Tiberíades é cenário aberto e expressivo da acção de Jesus ressuscitado. Acção que nos chega em forma de narrativa com fundo histórico e/ou carácter simbólico. A que faz o relato da aparição/manifestação de Jesus aos discípulos pescadores pertence a este tipo de narrativas e comporta uma mensagem qualificada.

Antes de serem discípulos, alguns dos que seguiam Jesus eram pescadores de profissão, conhecendo bem os tempos e as marés favoráveis, o rumo previsível do peixe em movimento e, consequentemente, as horas propícias para a sua captura. Também lhes eram familiares a barca do trabalho, as redes da esperança, o saco repleto de sonhos alcançados ou de desejos adiados. Esta sábia experiência perdura mesmo durante o acompanhamento de Jesus em que tantas surpresas aliciantes acontecem. 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Promover a Renovação da Igreja Católica



«Formar comunidades que sejam autênticas escolas de vivência da fé e da comunhão, gerando entre todos os seus membros laços de fidelidade, de proximidade e de confiança, que se traduzam no serviço humilde da caridade fraterna. É este o caminho para avivar o sentido de pertença à comunidade e para fortalecer os laços da comunhão, que é a primeira forma de missão, de acordo com a Palavra de Jesus, Bom Pastor: «Nisto todos saberão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13,35). De acordo também com a forma de viver das primeiras comunidades cristãs.»

quinta-feira, 11 de abril de 2013

No Povo de Deus todos têm vocação própria

Referências para a renovação e solução dos problemas pastorais 
D. António Marcelino 

António Marcelino

O novo Papa acordou muita gente para a renovação da Igreja e para a urgência de soluções para os problemas das comunidades cristãs. As propostas que aparecem, mais de cariz tradicional, não coincidem com os caminhos que o Papa Francisco propõe e mostra. Deve procurar-se luz onde existe, não onde ela foi perdendo o seu brilho. 

Não é fácil a desmontagem de ideias feitas e experiências vividas em tempos que não estes. O mesmo se passa com as instâncias políticas europeias e nacionais, onde predominam os interesses nacionais e partidários, que empurram sempre para becos de saída difícil. Na Igreja, porém, pela sua natureza e objetivos da missão, as referências têm outra dimensão. A menos que os interesses particulares abafem os comuns, mais abertos à verdade objetiva. 

ENCONTROS IMPROVÁVEIS NO VATICANO

NO PÚBLICO DE HOJE



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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Bom tempo no fim do mês

«No princípio ou no fim, costuma abril ser ruim»

Tendo em conta o provérbio, apoiado na milenar experiência do povo, que não tinha outra forma de registar os seus conhecimentos, vamos acreditar que no fim do mês estará bom tempo, com a primavera esperada e desejada há muito. O abril ruim deve estar a passar...

Rádio Renascença completa 76 anos

Os meus parabéns à RR e a todos quantos a animam dia após dia, desde há 76 anos. É um exemplo, claríssimo, de sucesso, para bem do nosso país e dos portugueses.



«A Renascença completa hoje mais um aniversário: já lá vão 76 anos desde que foi para o ar. Deste modo, fecha-se o ciclo das bodas de diamante, que começou há um ano e que incluiu diversas iniciativas, como uma lotaria nacional e o concerto de José Carreras, passando ainda pela plantação de 75 mil árvores. 
Durante este ano, a Renascença foi também condecorada pelo Presidente da República, tornando-se no primeiro órgão de comunicação privado a ser receber a distinção. 
Hoje, a data é assinalada com uma missa de Acção de Graças, às 18h00, na igreja de São Domingos, em Lisboa. A cerimónia vai ser presidida pelo Padre Vítor Gonçalves, assistente espiritual da emissora católica portuguesa.»

Nota: Texto e foto do site da RR


segunda-feira, 8 de abril de 2013

DIA MUNDIAL DOS CIGANOS - 8 de abril

A caravana lá vai a caminho...



A MAIOR MINORIA DA EUROPA
Maria Donzilia Almeida

Incómodo para uns, polémico para muitos, o tema despertou a minha atenção, desde que foi inscrito no meu ambiente de trabalho.
A temática dos ciganos começou a despertar-me interesse, quando lidei, de perto, com esta minoria étnica, tão significativa. A minha relação com eles, sempre se pautou por uma grande cordialidade e respeito mútuo, em que o trabalho fluía sem impedimentos ou quaisquer constrangimentos. Despertando no comum dos mortais os mais contraditórios sentimentos, são uma camada de gente, muito peculiar, que tem suscitado estudos aprofundados, no sentido duma maior compreensão e consequente integração.
As populações ciganas, atualmente espalhadas por todo o continente europeu são muito diferentes entre si. Todas têm, contudo, em comum, uma única população ancestral, como prova agora o estudo do seu ADN.

Fórum da Juventude e a responsabilidade cívica

Vereadora Beatriz Martins em entrevista ao Timoneiro 

Vereadora Beatriz Martins canta e ajuda a cantar

O Polo da Gafanha da Nazaré do Fórum Municipal da Juventude (FMJGN), de braços abertos e acolhedores no Centro Cultural da nossa cidade, é razão primeira da entrevista que a Vereadora Beatriz Martins, responsável por este setor, concedeu ao Timoneiro. Trata-se de um serviço dinâmico, que acolhe mensalmente 500 jovens, entre as 10 e as 18 horas, de segunda a sexta-feira. 
A riqueza e a importância das iniciativas e projetos que no FMJ se desenvolvem são por demais evidentes, representando, sem dúvida, uma preciosa ajuda para o desenvolvimento integral da juventude. E se é verdade que nos polos do FMJ tudo está concebido para que os jovens estejam plenamente empenhados no que se planifica e faz, importa reconhecer a mais-valia que significa a cooperação da comunidade em geral. Esta entrevista foi conduzida por Fernando Martins, via e-mail. 

O que é e o que pretende a CMI com o Fórum da Juventude? 

— Com a criação do Fórum Municipal da Juventude a CMI pretende prosseguir com uma política de juventude próxima dos Jovens do Município. Neste âmbito surgem os investimentos na construção de novos equipamentos, na criação destes serviços, programas e iniciativas com o intuito de acrescentar mais-valias à formação pessoal e ocupação do tempo livre com qualidade. 

Importa contribuir para a formação, informação e entretenimento dos nossos jovens. 

sábado, 6 de abril de 2013

A ARROGÂNCIA DE QUEM VIVE DE BARRIGA CHEIA

António Marujo,
no DN

"Há uma coisa que não dará para aguentar, claro: a arrogância de quem vive de barriga cheia, achando que só eles é que trabalham e lutam pela vida. Já tínhamos percebido que grande parte da classe política vive em circuito fechado, sem conhecer a vida real das pessoas. Agora, percebemos também que, para boa parte da classe empresarial, as pessoas são apenas factores de produção. Servem apenas para lhes dar dinheiro a ganhar, a eles que, eles sim, são cultos, dinâmicos e trabalhadores.
Se preferirem, podem trocar antes o vosso salário com um sem-abrigo que receba ou não os trocos do "Rendimento Social de Inserção" (que não é social e não insere ninguém, ao contrário do que acontecia quando foi criado como Rendimento Mínimo Garantido). Desse modo, podem juntar ao baixo salário (uma experiência de contorcionismo) a experiência radical de ir à "sopa dos pobres" ou dormir com cartões à entrada de um prédio."


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Estranho aviso





Nas minhas deambulações por aí, um pouco longe da Gafanha da Nazaré, encontro por vezes avisos e dísticos no mínimo curiosos. Como o que ilustra esta mensagem. Por que razão foi necessário escrever, de forma que pudesse ser lido, este aviso? Será que a habitação modesta indiciaria sinais da impossibilidade de alguém viver nela? A porta, com a caixa do correio, não seria prova suficiente?

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O ser humano é realidade sagrada

Desafios para o século XXI
Anselmo Borges

Anselmo Borges

São muitos os desafios que se nos apresentam neste século XXI, ao mesmo tempo com imensas vantagens e imensos riscos.
A sua ordem é um pouco arbitrária, mas começaria pela globalização. Pela primeira vez, somos verdadeiramente uma "pequena aldeia". Devido às redes de transportes e comunicações, fluxos de bens, serviços, capitais, conhecimentos e pessoas, os países e os povos do mundo estão cada vez mais integrados numa sociedade global. O que vai então significar a globalização: simples liberalização económica? Que nova configuração vai ter o mundo, com a emergência dos BRICS e, concretamente, das potências asiáticas, nomeadamente da China e da Índia? E o que será da Europa, se não caminhar para estruturas federativas?

O caminho para a autêntica alegria cristã


CHEIOS DE ALEGRIA AO VEREM O SENHOR
Georgino Rocha

Cerâmica de Jeremias Bandarra
(Igreja da Costa Nova)


A alegria surge espontânea no coração dos discípulos e mostra-se exuberante ao verem o Senhor. E São João - o narrador desta cena de aparição de Jesus – anota outros sentimentos e atitudes: o medo cede lugar à confiança, o limite das portas fechadas na memória do passado e sem perspectiva no presente é superado pela novidade de horizontes que se entreabrem, a dúvida tormentosa e asfixiante da situação vivida dissipa-se com a certeza alegre e contagiante provinda da visão do Ressuscitado, a agitação interior serena com a oferta da paz, a sensação de abandono e orfandade é vencida pela doação do Espírito Santo, presença amiga e revigorante, a consciência do pecado da negação e deserção é regenerada pelo perdão sanador e recuperante.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Poesia para todos os tempos

Um poema de António Gedeão



A MINHA ALDEIA

Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.

Bate o sol na minha aldeia
com várias inclinações.
Angulo novo, nova ideia;
outros graus, outras razões.
Que os homens da minha aldeia
são centenas de milhões.

Os homens da minha aldeia
divergem por natureza.
O mesmo sonho os separa,
a mesma fria certeza
os afasta e desampara,
rumorejante seara
onde se odeia em beleza.

Os homens da minha aldeia
formigam raivosamente
com os pés colados ao chão.
Nessa prisão permanente
cada qual é seu irmão.
Valência de fora e dentro
ligam tudo ao mesmo centro
numa inquebrável cadeia.
Longas raízes que imergem,
todos os homens convergem
no centro da minha aldeia.

Sugestão do caderno Economia do EXPRESSO

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Um retrato bonito da Gafanha do Carmo:

A Cândida Pascoal, autora do texto que copiei do Facebook, presta desta forma uma bonita homenagem  à Gafanha do Carmo, terra que lhe está na alma. Gostei muito e daqui, por esta forma, saúdo todos os emigrantes que cultivam o amor à sua  terra-natal. 


Igreja matriz da Gafanha do Carmo

«A minha terra tem uma "Rua De Baixo". Tem um "Café Central" e uma " loja do Ti Larico" e o Talho do Ti Mário da Fátima . No Largo da Igreja há um jardim para as crianças brincarem nesse largo existe aos Domingos no fim da missa uns senhores a venderem fruta , ouro e lençóis . Tem varias pessoa que ainda fazem pão em casa . Flores amarelas de erva azeda em vez de ervas daninhas pelas bermas da estrada. Tem pessoas que dizem sempre "bom dia" a quem passa, mesmo que sejam desconhecidos , tem o Ti Tairoco sentado no seu banquinho , que nos chama de Cachopas 
Ao meio dia toca o Sino. Tem um campo da bola. Um Grupo União Desportivo. Tem um Centro Comunitário onde tomam conta dos nossos idosos , com jovens cheios de entusiamo , o mesmo entusiamo que teve o seu Fundador e a sua equipa . Tem um grupo de pessoas que, eles vestem umas capas vermelhas , elas uma blusa branca e uma saia preta e vão na procissão da festa e funerais .
Um carteiro que se entrega cartas deslocando-se numa Vespa . Tem uma mercearia que toda a gente achou que ia à falência com a abertura do shopping mais próximo mas que resiste porque vende o pão da padeira, frango churrasco ao Domingo e a Quinta, os legumes mais frescos vindos directamente dos fornecedores locais, sempre que lhe falta um cliente idoso mais que um dia na loja, vai tentar saber junto da família e vizinhos se está tudo bem. Teve vacas e ordenhas que fizeram muitas vezes parar o trânsito, às vezes. Tem Senhoras que moram ao pé do adro da Igreja e que vão a todos os funerais e velórios, mesmo que não conheçam os mortos. Tem um sino que se ouve, altaneiro, às onze da manhã de domingo. Tem vizinhos que se cumprimentam por "vizinhos" como se fosse um parentesco. Tem muita gente que não sabe o meu nome mas sabe de quem sou nora ou Cunhada. Tem a ida aos cricos e ao moliço. Tem gente que se conhece pelo nome próprio. 
Do mês de Junho ao mês de Agosto as casas enchem-se ,com gente, filha , prima , Cunhada, netos , de muitos TI Maria e de muitos Tí Maneis .
Tem um Presidente da Junta que pertence aos Escuteiros.

A minha terra tem vida lá dentro. E vocês conhecem esta terra ?;))

Cândida Pascoal»

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A caminho de um século de vida


Diamantino Sarabando 
desfia recordações de trabalho duro 

Diamantino Sarabando


Diamantino da Rocha Sarabando é um ancião prestes a completar um século de vida. No dia 2 de Janeiro de 2014, se lá chegar, como nos garantiu, terá 100 anos. «Mas ainda falta muito!», disse-nos com um sorriso bem-humorado. E nessa altura seria justo que a família e a comunidade o ajudassem a comemorar tão feliz acontecimento, como decerto vai acontecer. 
Diamantino Sarabando fala com desenvoltura, intercalando a conversa com um ou outro trocadilho cheio de graça. Mas a sua grande dificuldade está bem patente na necessidade de usar «duas bengalas para se equilibrar melhor». Não sabe ler nem escrever, porque, enquanto menino, «não havia tempo nem escolas para isso». Porém, quando chegámos junto dele, com o ministro extraordinário da comunhão Alfredo Ferreira da Silva, tinha um folheto publicitário na mão, fixando nele os olhos, ao jeito de quem está a ler. Mas não estava: «Estava só a ver as figuras» — explicou-nos. 
Natural da Gafanha da Encarnação, desde pequeno embrenhou-se no trabalho da pesca, ao lado do pai, nas companhas da arte da xávega de S. Jacinto e da Costa Nova, que tinham seis juntas de bois a puxar em cada corda da rede. A princípio tinha de arrastar as cordas até aos bois e poucos anos depois já as atava e desatava. O salário diário era de cinco centavos. Não sabe ler nem escrever porque «não havia tempo nem comer; era preciso trabalhar, mas trabalhar bem» — esclareceu. 
Na sua juventude, as companhas eram batizadas pelos pescadores com nomes que só eles saberiam explicar. Recorda as companhas da Burra, Zana Trana, Landrona e Velhinhos, entre outras que a memória já não consegue trazer até ao presente.


Uns dias na Figueira da Foz


Centro de Artes e Espetáculos
Regressei hoje aos ares da minha Gafanha da Nazaré, depois de uns dias de descanso na Figueira da Foz, onde saboreei o prazer de poder olhar à minha volta sem pressas nem horários. Livres, sem compromissos de maior, para além dos naturais que nos ligam à família, podemos apreciar recantos tantas vezes cruzados mas nem sempre vistos na sua riqueza artística e na sua beleza natural. 
Sei que os olhares fixos no chão, indiferentes ao que nos rodeia, pessoas, paisagens, pedras, janelas, estátuas, riachos e nuvens são sinal de morte lenta, de desprezo pela vida e pelos encantos que ela encerra. Fez-me bem, também, esta mudança de ares envolvida pelo aconchego de familiares e pelas leituras que nunca dispenso, numa procura de paz interior, longe dos ruídos ensurdecedores dos telejornais e equiparados, carregados de nuvens negras prenunciando tempestades terríveis, que teremos de vencer para nos podermos manter de pé.


segunda-feira, 1 de abril de 2013

JOÃO DE BARROS: AQUELE MAR

Junto ao monumento dedicado ao poeta

Aquele mar da minha infância,
bom camarada e meu irmão
a sua voz, o seu olor, sua fragrância
tanto os ouvi e respirei
que trago em mim o seu largo ritmo,
seu ritmo forte,
como se as praias onde espuma
quase me fossem
praias sem fim dentro de mim
ocultas praias, largas praias
do tumultuoso coração…
Aquele mar
meu confidente de horas idas
tudo escutava e adivinhava
do meu pueril e ingénuo anseio.
Nada sonhei que o não dissesse
– frémito de alma, grito ou prece –,
às madrugadas e aos poentes,
ao sol, às nuvens, ao luar,
ora nascendo, ora morrendo
nos longos, longos horizontes
em que se perdia o meu olhar…

JOÃO DE BARROS E O MAR

NA MARGINAL DA FIGUEIRA DA FOZ





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PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

No PÚBLICO de ontem





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Dia do Porto de Aveiro - 3 de abril

UMA DATA PARA RECORDAR




O Porto de Aveiro contribuiu imenso para o desenvolvimento da Gafanha da Nazaré e de toda a região. Sem ele, a nossa terra seria muito diferente. Contudo, desde a abertura da barra, nunca deixaram de ser necessárias obras para que as entradas e saídas de navios pudessem ser possíveis.
Muitos gafanhões trabalharam nas Obras da Barra e muito progresso veio por via disso. Houve alguns atropelos ao ambiente, mas o progresso tem sempre alguns custos. Porém, o cuidado e a atenção dos responsáveis e das demais pessoas da terra e região muito contribuíram para que o Porto de Aveiro seja olhado como um bem a estimar...

Ler Programa aqui