segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Manuel António Pina: Como se desenha uma casa

Sugestão de leitura para esta semana


O REGRESSO

Como quem, vindo de países distantes fora de
si, chega finalmente aonde sempre esteve
e encontra tudo no seu lugar,
o passado no passado, o presente no presente,
assim chega o viajante à tardia idade
em que se confundem ele e o caminho.

Entra então pela primeira vez na sua casa
e deita-se pela primeira vez na sua cama.
Para trás ficaram portos, ilhas, lembranças,
cidades, estações do ano.
E come agora por fim um pão primeiro
sem o sabor de palavras estrangeiras na boca.

Manuel António Pina,
"Como se desenha uma casa"

Navio-Museu Santo André vai ser tratado e melhorado nos conteúdos




O Navio-Museu Santo André irá ser rebocado, amanhã, para a doca seca dos estaleiros da NAVALRIA, onde, durante cerca de cinco semanas, será objeto de trabalhos de recuperação da infraestrutura, com relevo para os trabalhos de reparação e pintura do costado e dos mastros, assim como isolamento do convés.
Após esta intervenção, o Navio-Museu Santo André reabrirá ao público com um renovado conteúdo expositivo, de modo a valorizar a celebração dos 75 anos de vida do Museu Marítimo de Ílhavo.
O interior do navio surgirá enriquecido com novos suportes de comunicação, beneficiações em diversos espaços do circuito expositivo e roteiros temáticos de visita para diferentes públicos.

JAPÃO: Templo, Nara


domingo, 5 de fevereiro de 2012

A POLÉMICA À VOLTA DA ORTOGRAFIA VEM DE HÁ MUITO TEMPO





NOTA: Ilustração Portuguesa, 1919

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Navio-Escola Sagres comemora Bodas de Ouro


O Navio-Escola Sagres, que já tivemos o prazer de apreciar no Porto de Aveiro, na Gafanha da Nazaré, está a celebrar as suas Bodas de Ouro. Pode ler mais aqui

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar na imagem para ampliar)


SÃO CURADOS OS QUE VIVEM ATORMENTADOS

Um texto de Georgino Rocha

Cafarnaúm


Jesus anda por terras de Cafarnaúm. Vive uma jornada intensa de trabalho. Sai da sinagoga e vai a casa de Simão. Encontra com febre a sogra deste. Estende-lhe a mão e fica curada. Depois, ao cair da noite, depara-se com muitas pessoas atormentadas por diversos males. Cura umas e liberta outras. A sua fama vai aumentando. O estatuto social do carpinteiro de Nazaré começa a ter novo apreço. E ele tem de travar o “falatório” para não antecipar o ritmo normal da realização do seu projecto. Recolhe-se, por isso, em oração para verificar a sintonia com o querer de Deus-Pai. Deixa aquelas terras e vai para as povoações vizinhas. É preciso anunciar que o reino de Deus está em realização. Há que ser coerente e não parar nos primeiros passos.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 276

PITADAS DE SAL – 6



EU E AS MARINHAS

Caríssima/o:

As marinhas sempre foram para mim um irrecusável convite e um violento desafio.
Cinco-seis anitos frágeis, descalços, remelentos.
“Acorda, meu filho! Olha, vamos que o tio já está à espera!...”
Acorda, vamos... espera! Ah, já me esquecera da conversa da véspera:
"Amanhã é Domingo... Vou à pesca com o meu irmão António...Vamos de bote ..."
Então é isso: vamos de bote! Para onde não interessa... que a aventura compensa sempre!
“P'rà frente! E senta-te!”
Palavras mágicas e... não fora o frio (na altura não separava os meses, seria Dezembro... ou Janeiro?!... Mas estava frio que os pés bem o acusaram ao pisarem a geada estaladiça da areia do caminho...), pois se não houvesse frio o quadro era perfeito:
céu azul e o chap-chap da água a bater nas tábuas do barco que rápido avançava pelo Esteiro Grande para Norte, para a seca do Egas (foi o que ouvi...).
Lá vão o TiTóino e o Artur a puxar à corda!
O barco parou e eles saltaram para dentro...
Levantei o pescoço e olhei para a frente da proa e só vi água a correr velozmente...
Agora pegaram nos remos e... molharam-me todo! Risota... e a minha camisola ficou toda ensopada...
Passado muito tempo (tanto que me parece que adormeci... valeu-me um saco de sarapilheira em que me embrulhei para aquecer...) senti que o bote deu um solavanco.
Todos saíram e cada qual pegou no seu utensílio e puseram-se a andar, deixando-me o meu Pai a sua palavra:
“Anda, levanta-te e vem atrás da gente!”
Pois sim... quando atingi aquele valado por onde eles foram, o junco cortado fez-me saltar como um cabrito... e picava que tinha raios!
Lá mais em baixo, o chão era liso...Consegui chegar, mas que sensação dolorosa, umas pedrinhas brancas a reluzir picavam mais que os juncos! Eram alfinetes! Levantei os olhos para ver onde ia o meu Pai e ... 
“Ina! SAL! Um MONTE DE SAL!”

Manuel

DINAMARCA: Ilulissat, Groenlândia


sábado, 4 de fevereiro de 2012

POESIA PARA ESTE SÁBADO





NOTA: sugestão do caderno ECONOMIA do EXPRESSO


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FERIADOS PARA QUÊ?

Um texto de Anselmo Borges
no DN




Não esperava voltar aos feriados. Se volto, é por causa da troika e do debate que se gerou. Não creio que o atraso nacional se deva propriamente aos feriados ou que seja a sua supressão que nos vai fazer dar um salto em frente. As razões do atraso - a ordem é arbitrária - são mais fundas: sem negar manchas felizes de excelência, uma educação coxa; falta de produtividade; não temos uma cultura do trabalho - a religião também influenciou; uma industrialização atrasada; o velho encosto ao Estado protector, que engordou desmesuradamente; incompetência na governação; assimetrias sociais gritantes; a corrupção e a aldrabice atávicas - não apareceram agora, por causa do fisco, mais de cem mil filhos inexistentes, e, nos centros de saúde, dois milhões de utentes-fantasmas?; excesso de administradores nas empresas públicas, com privilégios e prémios imerecidos; justiça lenta e sentida como desigual; desemprego galopante; uma multidão ondulante pendurada da política e dos partidos; cumplicidades entre a política e interesses privados... Quando se lê o estudo recente "A Qualidade da Democracia em Portugal: a Perspectiva dos Cidadãos", há razões sérias para preocupação.

DIA MUNDIAL DO CANCRO - 4 de fevereiro

Um texto de Maria Donzília Almeida





O cancro é uma doença insidiosa que pode surpreender-nos, em qualquer esquina da vida. E, como um assaltante de estrada, ataca indiscriminadamente, não olhando a idade, sexo, estatuto social, credo religioso, ou filiação partidária.
Contra esse assalto imprevisível e inesperado, erguem-se barreiras de defesa, em campanhas de prevenção. A LPCC (Liga Portuguesa Contra o Cancro) que promove uma campanha profilática, permanente, tem vindo a desenvolver um trabalho meritório, no combate a esta terrível doença.
É conhecida, há milénios, a presença do cancro na humanidade. Desde Hipócrates (377 a.C.) que há registos de patologias semelhantes aos vários tipos de cancro dos nossos dias. 
Surge o cancro, quando as células têm um crescimento anómalo, o sistema imunitário se revela incapaz de as destruir e se criam metástases em várias partes do corpo. É uma doença, em que a célula sofre mutações ao nível do ácido desoxirribonucleico, (ADN)
É a doença mais temida e temível, de todas as que afetam o ser humano. A investigação, constante, tem permitido conhecer melhor as suas causas e novas formas de o prevenir e debelar.

A PROPÓSITO DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

E que tal voltarmos à ortografia usada por Camilo?


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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

EGITO: PIRÂMIDES






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Passeios da Avenida José Estêvão sem árvores




Quando foram plantadas árvores nos passeios da Av. José Estêvão, decerto com as melhores intenções, talvez poucos pensassem que a ideia não seria boa. Com o tempo, porém, veio a provar-se que as árvores, em passeios estreitos, só prejudicam a mobilidade e provocam estragos. A Câmara Municipal de Ílhavo (CMI), com a decisão de arrancar as árvores,  veio pôr termo aos muitos protestos que ao longo do tempo lhe foram chegando.
Fernando Caçoilo, vereador da autarquia ilhavense e responsável pelo setor, falou-nos das razões que levaram a CMI a retirar as árvores, já com uns anos de vida. E garantiu-nos que a Av. José Estêvão não tem dimensões para manter árvores nos passeios laterais, sublinhando que os plátanos, que estão a ser arrancados, são, normalmente de grande porte.
As queixas insidiam sobre as dificuldades de circulação de cadeiras de rodas, carrinhos de bebés, carros de compras e mobilidade das pessoas que se viam, em certos lugares, na necessidade de saltar para a avenida, para contornarem os obstáculos. As folhas entupiam as caleiras de casas e as sargetas, e as raízes rebentavam a calçada e os muros das habitações.
A operação que tem estado em curso leva os calceteiros a repararem de imediato os estragos, como seria de esperar, para se evitarem mais transtornos às populações.
Questionado sobre a possibilidade de se plantarem novas árvores, de características diferentes, Fernando Caçoilo adiantou-nos que não está prevista essa hipótese, frisando que os passeios não permitem, por serem demasiado estreitos, qualquer obstáculo à livre circulação. Disse ainda, valorizando a importância da árvore na paisagem urbana, que, no fundo, as pessoas devem estar em primeiro lugar, na hora das decisões. 

Gente como nós já está no catálogo dos pobres

Gente como nós já está em Lisboa no catálogo dos pobres. A crise social e económica não perdoa, atirando pessoas da chamada classe média para o rol dos pobres. Uma realidade dura de roer e de entender. Ver aqui. Como encontrar soluções? Pregar a solidariedade será suficiente?

A bondade acima da poesia




Manuel António Pina, em entrevista à revista Ler, afirmou, com a serenidade e a naturalidade que se lhe conhecem, que «a bondade está acima da poesia».
Hoje, na Hora Intermédia, reli um bocadinho da Carta aos Romanos, que diz: «se o teu inimigo tem fome, dá-lhe de comer; se tem sede, dá-lhe de beber. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.»
Boa regra de vida, como resposta à agressividade dos nossos dias.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

CANADÁ: Ciudad Viaja de Lunenburg


Da decisão de um concílio ao início dos trabalhos conciliares

Um texto de António Marcelino





Logo após o anúncio da decisão de convocar um concílio ecuménico (25-01-1959), João XXIII, através do seu primeiro colaborador, o Cardeal Tardini, Secretário de Estado, deu, de imediato, início aos trabalhos de preparação. Via-se que o Papa tinha urgência que assim fosse. Assim lho recomendava a importância do acontecimento e, também, a sua idade, então já com 77 anos. Lembremo-nos que o Papa veio a falecer em 3 de junho de 1963, sem completar cinco anos após a sua eleição. Por outro lado, quaisquer demoras, para além das justificadas, em nada iriam beneficiar a reação, generalizadamente positiva, com que a Igreja acolhera a notícia do futuro concílio.

Dia Mundial das Zonas Húmidas — 2 de Fevereiro de 2012

Um texto de Maria Donzília Almeida 

Guarda-rios da Ria Formosa

Pato-real

Ria Formosa

Ria de Aveiro



As zonas húmidas são dos ecossistemas mais ricos e produtivos do mundo, em termos de diversidade biológica. Possuem grandes concentrações de aves aquáticas, mamíferos, répteis, anfíbios, peixes e invertebrados, sendo a água o seu elemento estruturante. Estes espaços têm, associados, muitos valores e funções: o controlo de inundações, retendo o excesso de água, a reposição de águas subterrâneas; a regulação do ciclo da água; a produção de biomassa; a retenção dos sedimentos e nutrientes; a mitigação das alterações climáticas através da retenção de dióxido de carbono da atmosfera e a libertação de oxigénio, com a fotossíntese. Daí, surgiu a necessidade de criar o Dia Mundial das Zonas Húmidas, sendo para isso designado o dia 2 de Fevereiro, pela Convenção de Ramsar, no Irão. a 2 de Fevereiro de 1971, entrando em vigor, em 1975. Este dia tem vindo a ser comemorado desde 1996, em diversos países inscritos na Convenção, e em Portugal, desde 1998. 
O Dia Mundial das Zonas Húmidas é uma oportunidade dos governos, organizações e da população em geral, realizarem grandes ou pequenas, mas significativas, ações, no sentido da sensibilização das populações para as funções e valores das zonas húmidas, particularmente das Zonas Húmidas de Importância Internacional. Esta convenção conta com 130 países contratantes e constitui o único tratado sobre ambiente de carácter mundial e consagrado a um ecossistema particular. 
A sua missão é favorecer a conservação e a utilização racional das zonas húmidas através de medidas implementadas ao nível nacional e resultantes da colaboração internacional, como meios de permitir um desenvolvimento sustentável no mundo inteiro.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

UM HINO À GAFANHA DA NAZARÉ






A ADIG – Associação para Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré, ao promover o presente concurso, tem como objetivo a produção de um Hino à Cidade da Gafanha da Nazaré.
O concurso “Um Hino à Gafanha da Nazaré” decorrerá em duas fases. Na primeira será escolhida a letra do hino. Na segunda será escolhida a música do hino, que terá como base a letra anteriormente selecionada.

Ver Regulamento

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Manifesto pela Monarquia


No dia em que se recorda o regicídio de D. Carlos 
e do Príncipe Luís Filipe - 1 de fevereiro de 1908 



«O arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles encabeça um manifesto pela monarquia para dignificar a chefia do Estado português e que é subscrito por personalidades de diversas áreas e quadrantes políticos, entre os quais o escritor Miguel Esteves Cardoso e o músico Pedro Ayres Magalhães.»

Li aqui

Jacinta na capa da revista JAZZ PODIUM



Jacinta é a capa de fevereiro da revista de JAZZ mais antiga da Europa. Gudrun Endress, a editora da revista há mais de 20 anos, disse: «Há muito poucos cantores no mundo do JAZZ com o talento e a linguagem jazzística da Jacinta.»

Nota: Gentileza do Carlos Duarte

Frente marítima da Costa Nova vai ser melhorada



Está em discussão pública o Plano de Pormenor da Área de Equipamentos da Frente Marítima da Costa Nova, resultante  da deliberação da Câmara de Ílhavo  de 19 de julho de 2011, com vista a dar continuidade ao vasto programa de equipamentos e infraestruturas no aglomerado urbano daquela zona balnear.
Na área em causa, perspetiva-se uma ocupação muito reduzida do espaço com alguns equipamentos públicos – Parque Desportivo, Edifício Sociocultural e Extensão de Saúde, Pólo Museológico da Arte Xávega – e a valorização ambiental de toda a área.
Para mais informações, www.cm-ilhavo.pt.

Fonte: CMI

Antologia de textos de Maria de Lourdes Pintasilgo



«“Para um novo paradigma: um mundo assente no cuidado” é a antologia de textos de Maria de Lourdes Pintasilgo (1930-2004) que a Fundação Cuidar O Futuro e as Edições Afrontamento vão lançar a 15 de fevereiro, em Lisboa.
A obra, com prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa e posfácio de Maria João Seixas, vai ser apresentada às 18h00 por Maria de Belém Roseira no auditório do Centro de Informação Urbana de Lisboa (Picoas Plaza, Rua Viriato, 13).
O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura adianta a “nota introdutória” do volume sobre a única primeira-ministra de Portugal e a segunda da Europa.»

Ler Nota Introdutória