quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O que é mais importante na relação da Igreja com a Cultura?



Relação entre Igreja e Cultura 
não se pode «manter 
por muito tempo tal qual se encontra» 
Lídia Jorge 

Não me parece que a relação entre a Igreja e a Cultura se possa manter por muito tempo tal qual se encontra. É verdade que se está perante dois universos difíceis de gerir, já que em parte são coincidentes, e em parte divergem. Entre outras divergências, sublinho o facto de a Cultura se basear na interpretação do pensamento sem limite de variáveis, sendo por natureza aberta e inconclusa, e a Religião fundamentar-se em silogismos de resolução fechada. Pelo meio, porém, existem todas as aproximações possíveis e desejáveis, não esquecendo que a Cultura se aproxima com mais facilidade da Religião do que a Religião da Cultura. No ponto em que estamos, vários me parecem ser os aspetos em que a aproximação da Igreja poderia ser útil para a sociedade crente e não crente dos nossos dias. 
Um dos aspetos tem a ver com a natureza do discurso pastoral. Se em determinados contextos a Igreja ainda associa a criação de ambientes e discursos pouco inteligíveis como forma de desencadear relações místicas, é bem verdade que hoje em dia se assiste à prática salutar de uma crescente aproximação do discurso lógico, interventivo, por vezes com alto grau de racionalidade e muita informação, como convém a uma sociedade cada vez mais aberta e exposta ao mundo da comunicação e da crítica globalizada. Mas nem todos os agentes da Igreja conseguem atingir um nível eficaz.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Lançamento da revista EVOLUIR



Na Gafanha da Nazaré, pelas 18 horas, no salão paroquial, e em Ílhavo, pelas 21 horas, na pastelaria Mims, junto ao Centro Cultural, vamos poder participar no lançamento da revista EVOLUIR, toda ela dedicada à Escrita Criativa. A presença dos amantes da cultura será um estímulo à continuidade da revista. 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Dia Nacional da Diabetes - 14 de novembro


A DIABETES É UMA DOENÇA 
EM CRESCIMENTO
Maria Donzília Almeida

Hoje, em dia, nas sociedades modernas, o sedentarismo e a falta de exercício físico, fazem aparecer, quando não recrudescer certas patologias que antigamente tinham um espetro muito reduzido. A propósito disto, vem-me à memória a entrevista concedida ao jornal, o Timoneiro e publicada no blog Pela Positiva do Professor Fernando Martins. Aí, a enfermeira Madalena Cardoso fazia um pequeno historial da sua experiência nos serviços de diabetes, aquando da sua permanência no Hospital de Aveiro. Considero ter sido de grande utilidade, a transmissão dos ensinamentos que a experiência lhe consente. 
A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta, diz-se que o doente está com hiper-glicemia. A diabetes é uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem diabéticos: 

· Pessoas com familiares directos com diabetes; 
· Homens e mulheres obesos; 
· Homens e mulheres com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue; 
· Mulheres que contraíram a diabetes durante a gravidez; 
· Crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença; 
· Doentes com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas. 

Seminário de Santa Joana Princesa - 2


Das minhas memórias, recordo que participei num cortejo de oferendas a favor do Seminário, com o envolvimento de dezenas de paróquias da diocese. Foi isto em 30 de Junho de 1946.

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Achegas para recordar a construção do Seminário de Aveiro - 1


«Muitas coisas, quando se fizer a história do seminário, 
se as quiserem saber, têm que ir à minha campa 
e perguntar por elas às minhas cinzas 
que ainda por lá estiverem.» 

Lima Vidal, 
CV de 14-02 de 1950, (DA) 

Com a restauração da Diocese de Aveiro, concretizada em 11 de Dezembro de 1938, pela aplicação da Bula Omnium Ecclesiarum, D. João Evangelista de Lima Vidal tinha em mente já o sonho da abertura de um Seminário Diocesano. Porque «Uma Diocese sem seminário é como se fora um corpo sem alma. Nem teria mesmo a aparência duma máquina que se move com a pouca corda que se lhe dá» (DA), disse o primeiro Bispo da Diocese reconstituída, numa altura em que desejava, quanto antes, passar do sonho à realidade.

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SEMINARISTA EM AVEIRO: Roteiro que levou ao baú da memória

Seminário de Santa Joana Princesa celebra hoje, 
14 de novembro, 60 anos da sua abertura

Porta

SEMENTES DO FUTURO
Georgino Rocha

Aceitei o convite para mergulhar na memória do tempo em que fui seminarista em Aveiro. Fi-lo com alegria e entusiasmo. Nunca me tinha dado a tão grata peregrinação orientada: buscar algo que semeado então, qual grão de mostarda, reconhecesse agora como árvore fecunda a crescer progressivamente. Encontrei e detive-me perante três “nichos” especiais: o da cultura, o da justiça social e o da preocupação missionária. E quero mostrar o seu recheio, de forma breve e familiar.
Pude lançar mão de um dos primeiros números da “Messe”, a nossa querida revista, e reler o artigo que, então, escrevi, talvez o primeiro. Dei conta do assunto: uma situação de vida; do estilo da narrativa: existencial de intervenção; de um propósito claro: apelo à acção do conjunto e melhoria da qualidade de vida. Verifico que este gérmen se mantém, praticamente, em toda a minha produção literária e foi adquirindo forma mais incisiva ao longo da minha vida.

domingo, 13 de novembro de 2011

PAINEL CERÂMICO: GRATIDÃO




Este painel cerâmico, que pode ser apreciado em casa situada junto ao Cruzeiro da Gafanha da Nazaré, mostra, claramente, um gesto de gratidão do proprietário, na altura da construção do edifício. É um agradecimento a quem, com a herança que deixou, permitiu a referida construção.
Sobre a pessoa que deixou a dita herança, a familiares que tinha na Gafanha da Nazaré, pode ler aqui

PÚBLICO: Bento Domingues

(Clicar na imagem para ampliar)


Reflexão para este domingo:: Ninguém se pode instalar no aburguesamento


Monte das Oliveiras


RESPONSÁVEIS CONSCIENTES
Georgino Rocha

Juízo severo, sentença drástica. Quem o poderia imaginar? O desfecho da parábola dos talentos é surpreendente, desconcertante. O “chamado” servo mau não faz mais do que proceder de acordo com as regras do tempo e do modo de ser do seu patrão: aceita o encargo, guarda com cuidado o talento e apresenta-o sem desfalque no regresso do senhor, acompanhando a entrega com uma justificação plausível. O seu comportamento está motivado pelo modo de ser do patrão: ter medo de quem é severo, saber de antemão que não pode falhar pois ele quer colher onde nada semeou. Por isso manteve a rotina e fez como era hábito: escolher um local seguro, enterrar cuidadosamente o objecto recebido, gravar na memória esse local e, tranquilo, descansar aguardando o momento da reposição.
A sentença aponta a novidade da mensagem a viver e transmitir: importa mais a atitude do que o resultado, o risco do que a segurança, o investimento do que a poupança, a abertura aos outros do que o encerrar-se sobre si mesmo, o uso responsável da liberdade do que a obediência servil e tacanha. Como se verifica nos servos bons.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 263



DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 46


A BICICLETA E A MECÂNICA 

Caríssima/o:

Ao ler o título fácil é ver a nossa bicicleta dependurada e o garagista de volta dela a remendar um furo, a pôr uma forra no pneu, a tirar um elo à corrente e afiná-la (coitada, há tanto tempo que não via pitadinha de óleo!).
Pensei que seria pelo menos curioso fazer o levantamento das “oficinas” que existiam para servirem as nossas bicicletas; e um dia juntámo-nos o Ângelo e a Lurdes, o Artur e a Graciosa e, mais elas do que eles, lá foram construindo o “mapa”:

João Maria Bola,
Zé do Lino,
Dionísio,
Hermínio,
Virgílio,
Necas Cagão,
António João da Rocha e Joaquim Vinagre,
Hilário Vinagre.

Tudo bem mas não posso pôr ponto final e irmos embora até à semana se Deus quiser!

Coisas que acontecem a quem procura um livro para ler: encontrei um intitulado: «A Mecânica em perguntas» cujo autor é J.-M. Lévy-Leblond; e topei com a bicicleta em quatro exercícios. Não vamos resolvê-los todos, mas ficam aí dois (com a numeração do livro) para testar a vossa agilidade:



«P.38 


Um cordel está atado ao pedal de uma bicicleta. Enquanto um amigo segura a bicicleta na vertical, o leitor coloca-se atrás da bicicleta e puxa suavemente o cordel, estando o pedal na posição baixa observada na figura. Supõe-se que a bicicleta pode andar, mas não deslizar no chão. Quando puxa o cordel, a bicicleta começa a deslocar-se para a frente, ou permanece imóvel?


P.95


Quando um ciclista aborda uma curva de bicicleta numa estrada horizontal (curva não assinalada), 
a) a inclinação que o ciclista deve tomar é tanto maior quanto mais pesado ele for? 
b) qual a natureza da força centrípeta que permite abordar a curva? » 

Manuel

Desta vez vou transcrever as respostas para não desgastar muito os travões dos neurónios. No livro vêm assim:

sábado, 12 de novembro de 2011

Ainda o S. Martinho



GRATIDÃO
S. Martinho, eu te agradeço,
Esta temperatura amena!
Mas será que o mereço?
Pedir-te valeu a pena!
Esta brisa leve e quente
Que ao passar nos beija o rosto
É um miminho que se sente
E ainda não paga imposto!
O Verão de S. Martinho
Camuflado doutra “roupa”
Sempre chegou, de mansinho
E o frio, assim nos poupa!
O Santinho bem conhece
As mágoas deste país.
Sabe que o povo padece,
Não quer vê-lo infeliz!
12.11.2011
Mª Donzília Almeida

Poesia para este sábado







A minha morte, não ta dou
A minha morte, não ta dou.
De resto, tiveste tudo
— a flor, a sesta, o lusco-fusco,
a inquietação do dia 8,
as órbitas das mães, das mãos,
das curiosas palavras de não dizer nadinha.
Tudo tiveste: estás contente?

Feliz assim por teres tudo o que sou?
Feliz por perderes tudo o que sei?
Só não te dou o que não serei.
Não, a minha morte, não ta dou.
Pedro Tamen
"A minha morte não ta dou"
Sugestão do caderno Economia do EXPRESSO

Não temos o direito e o dever de criticar a nossa cultura, quando estão em causa os direitos fundamentais humanos?



Culturas e Crítica
Anselmo Borges

No quadro da matança de Oslo e dos motins em Londres e outras cidades britânicas e das declarações, entre outros, de Angela Merkel e Cameron, aí está um tema incendiário, mas que precisa urgentemente de reflexão.
Que se entende por cultura? Esta é a definição clássica de Edward Barnett Tylor: "A cultura ou civilização, em sentido etnográfico amplo, é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, o direito, os costumes e quaisquer outros hábitos e capacidades adquiridos pelo Homem enquanto membro de uma sociedade."

Evidentemente, como sublinha Gabriel Amengual, poderia ter acrescentado, com a mesma razão, utensílios, ferramentas, etc. A cultura tem a ver com o que o Homem aprende, cria, inventa, para lá da natureza e adquire como membro de uma sociedade. Por isso, diz M. Harris que ela é o "corpo de tradições socialmente adquiridas", é o "estilo de vida total, socialmente adquirido, de um grupo de pessoas, que inclui os modos padronizados e recorrentes de pensar, sentir e agir".

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

D. Carlos Azevedo nomeado delegado do Conselho Pontifício para a Cultura



Bispo auxiliar de Lisboa segue para a Santa Sé 
e espera colaborar na criação de «propostas pastorais inovadoras»

«Cidade do Vaticano, 11 nov 2011 (Ecclesia) – A Nunciatura Apostólica em Portugal anunciou hoje que D. Carlos Azevedo, até agora bispo auxiliar de Lisboa, foi nomeado por Bento XVI como “delegado do Conselho Pontifício para a Cultura" (CPC), organismo da Santa Sé.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o prelado fala num “momento de profunda alteração no estilo de serviço à Igreja”.
“Anima-me a vontade de estar ao serviço da relação entre culturas e nova evangelização, estética e espiritualidade, agora renovada na colaboração a dar às instituições eclesiais na criação de propostas pastorais inovadoras, a partir dos bens culturais”, observa.
D. Carlos Azevedo fala num “desafio às capacidades de organização” e admite “alguma experiência adquirida no campo da relação da fé com a cultura e na valorização do papel da memória para o futuro, em obediência à tradição viva da fé cristã”.
“Agradeço, muito reconhecido, esta prova de confiança”, acrescenta, antes de revelar que o convite da Santa Sé lhe foi colocado em abril deste ano.
“Sou chamado a concentrar o ministério num sector específico, sem a dispersão desgastante que caracterizou estes seis anos, levado a responder à diversidade de solicitações pastorais, na ordem social e cultural”, conclui.»

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Dia de S. Martinho - que não faltem as castanhas e a jeropiga



Quem pode esquecer o Dia de S. Martinho? Penso que a Troika não nos vai incomodar hoje por causa das castanhas assadas e da jeropiga que teremos de saborear... Eu cá por mim vou celebrar o S. Martinho de maneira modesta. O Google lembrou a efeméride, pois sabe quanto apreciamos estas celebrações, mesmo sem feriado... Vejam o que escrevi no meu Galafanha. Um pequeno texto que poderá servir de ponto de partida para outras recordações. Estou agora a lembrar-me dos magustos que se faziam nas escolas. Os alunos carreavam as bicas e até traziam algumas castanhas. Depois, à volta da fogueira, em que se confundiam as castanhas com o fumo e as cinzas, esperavam-se as prometidas. Os alunos, enfarruscados alguns no seu todo, menos na alma, atiravam-se à caça. Não faltavam  os açambarcadores que procuravam encher o saco, primeiro, para depois as degustarem. Perdiam os que apanhavam e comiam logo. Aí se via quem tinha vocação de comerciante....