sábado, 21 de novembro de 2009

A sobrevivência da civilização



O Pensador

"A sobrevivência da nossa herança religiosa
é condição para a sobrevivência da civilização"


«A razão disso está em que os desejos do Homem não têm limites: "Podem crescer incessantemente, numa espiral sem fim de avidez." Mas, uma vez que o nosso planeta é limitado, somos forçados a limitar os nossos desejos. Ora, sem uma consciência dos limites, que "só pode provir da história e da religião", toda a tentativa de limitá-los "terminará numa terrível frustração e agressividade", possivelmente em grande escala. "Todas as tradições religiosas nos ensinaram ao longo de séculos a não nos vincularmos a uma só dimensão: a acumulação de riqueza e ocuparmo-nos exclusivamente com a nossa vida material presente." Assim, "a sobrevivência da nossa herança religiosa é condição para a sobrevivência da civilização".

A mais perigosa ilusão da nossa civilização consiste em o Homem pretender libertar-se totalmente da tradição e de todo o sentido preexistente, para abrir a perspectiva de uma autocriação divina. Esta "confiança utópica" e esta "quimera moderna" de inventar-se a si mesmo numa perfeição ilimitada "poderiam ser o mais impressionante instrumento do suicídio criado pela cultura humana". É que, "quando a cultura perde o sentido do sagrado, perde todo o sentido".»

Anselmo Borges

Leia todo o texto no DN

Para este sábado... Uma curta mas boa proposta de reflexão


Óleo de Picasso


Conservadorismo dos olhos


A pergunta sobre o motivo da rejeição das “novas escolas de arte” (e com que veemência às vezes!) é fácil de responder: é que o olho acostumado às “receitas” do antigamente não sabe assimilar à primeira vista as “receitas” recém-descobertas. Isso requer tempo. Eu chamar-lhe-ia “conservadorismo dos olhos”.


Wassily Kandinsky (1866-1944)

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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

D. José Policarpo: O Homem só se realiza com os outros Homens


D. José Policarpo

A solidão é uma das maiores pobrezas

“A salvação do Homem é a expressão plena do bem comum”, afirmou D. José Policarpo na Semana Social que está a decorrer em Aveiro, no Centro Cultural e de Congressos. Ao apresentar a conferência subordinada ao tema “Lugar da religião na edificação do bem comum”, o Cardeal-Patriarca de Lisboa realçou que “o homem só se realiza com os outros homens”. E garantiu que “nunca o bem do homem dependeu tanto do bem da humanidade”.
A Semana Social, uma organização da Comissão Episcopal da Pastoral Social, da Conferência Episcopal Portuguesa, está a decorrer até domingo, envolvendo 400 pessoas, maioritariamente ligadas à intervenção sociocaritativa na comunidade nacional. Aposta este ano na “Construção do bem comum – responsabilidade da Pessoa, da Igreja e do Estado”.
O Cardeal-Patriarca considerou que as Religiões desempenham um papel relevante no apoio ao desenvolvimento integral do homem. No caso específico da Igreja Católica, adiantou que ela sempre esteve na primeira linha da luta contra a pobreza. A Igreja não pode nem deve ficar apenas pela Mensagem, mas tem de dar “respostas concretas”, promovendo a solidariedade, no “sentido da verdadeira comunhão”.
Disse que os pobres têm de se comportar como sujeitos e protagonistas de “um mundo novo”, competindo a todos os cristãos viver o amor fraterno, tendo em vista “a dignidade da pessoa”.
Citando Bento XVI, referiu que a solidão dos presos, migrantes e exilados “é uma das maiores pobrezas”, acrescentando que a Igreja intervém de forma específica na sociedade, através das suas instituições e dos seus membros, “empenhados noutros corpos sociais, quer do Estado, quer da sociedade civil ".
D. José Policarpo alertou para o facto de o conceito de bem comum não se limitar apenas a direitos, “reconhecidos e respeitados”, mas deve alargar-se aos deveres do dom da solidariedade de cada um para com o corpo social a que pertence.

FM

Último parágrafo do Editorial do jornal i

"Os estados não vão à falência, mas a consequência principal desta falta de dinheiro é a inevitabilidade de reduzir as despesas sociais. Se o dinheiro não estica, começa a ser impossível financiar défices na saúde pública ou ponderar aumentos nos subsídios sociais. Pior: começa a ser impossível não cortar tudo isso. A não ser, claro, que se aumentem impostos ou se faça crescer a dívida. Mas aí queixam-se as classes médias trabalhadoras, que se insurgem porque o Estado carrega no pouco que ganham e pressionam o futuro dos filhos. Solução? Era isso que todos queríamos ver os nossos políticos discutir."

Nota: Este é, de facto, o último parágrafo do Editorial do jornal i, mas eu aconselho a que se leia tudo aqui

Dia Internacional dos Direitos da Criança: 20.11.09

LIDAR COM AS CRIANÇAS
CONSTITUI UM DESAFIO

Lidar com as crianças, no seu dia-a-dia, constitui um desafio! À paciência, à tolerância, à capacidade de se desdobrar em mil e uma tarefas, que preenchem a actividade dum professor.
Muito se tem escrito sobre os direitos que as assistem, sobre a protecção que a sociedade lhes deve, mas pelo mundo fora, ainda se depara com muita injustiça, maus-tratos, negligência. Em alguns países africanos, subdesenvolvidos, ainda persiste a exploração da mão-de-obra infantil, em trabalhos árduos que não estão de modo nenhum de acordo com a fragilidade dos protagonistas.
Por esse mundo fora constata-se uma discrepância entre os direitos/regalias de algumas crianças, que têm tudo a seu favor, brinquedos, alimentação, boas escolas, cuidados de saúde primários e outras que sofrem no corpo e na alma as agruras de um destino cruel.
Nos países em guerra em que tudo escasseia, alimentos, apoio sanitário e até familiar, depara-se com a subnutrição das pobres criancinhas. As imagens chocantes que circulam na net, são disso clara evidência. Nos países desenvolvidos, começa a tomar forma, cada vez com mais visibilidade, o resultado dos excessos alimentares, traduzidos na obesidade infantil. Os eternos desequilíbrios da civilização.
Para quem contacta com esta realidade - a infância, há décadas, vêm à memória episódios pitorescos que trazem um certo colorido a estes dias cinzentos que teimam em ficar.
Um dia, numa das várias escolas por onde passei, havia um aluno, homónimo do grande português que transpôs o Cabo Bojador, Gil Eanes. Tal como o famoso navegador, também este Gil era aventureiro e tinha nas veias o apelo do mar, quase ali a bater-lhe à porta. Era uma criança irrequieta, viva e dócil ao mesmo tempo.
Um dia, numa aula de Português, em que a professora se ocupava a explicar um qualquer assunto, foi-se apercebendo que aquele aluno denotava uma agitação fora do habitual. Sentado na primeira fila, mesmo em frente ao quadro e à professora, apresentava um comportamento estranho! Ora se ria baixinho, ora cochichava com os colegas. A mestra continuava empenhada na explicação, exposição da matéria. O Gil, com aquela carita de bolacha Maria, não parava de se contorcer na carteira.
Sem se conter mais, pergunta-lhe a professora:
Diz lá, Gil, o que se passa! Porque estás tão agitado? Desembucha, rapaz!
Muito envergonhado, comprometido, depois de muito instado a falar, lá atira o aluno, a custo:
É que... é que...
Diz, Gil, avança! - Diz a professora.
É que... a professora tem a mola aberta!
Depois de reposta a “decência” no seu vestuário, um sorriso beatífico inundou o rosto da professora que a muito custo se conteve para não explodir numa gargalhada estrepitosa.
Aqueles malandrecos não deixam passar nada, nem um simples mas desestabilizador esquecimento!

M.ª Donzília Almeida

Efeméride aveirense: Carmelitas Descalças


1983

Neste dia, em 1983, regressaram a Aveiro as Religiosas Carmelitas Descalças, instalando-se provisoriamente em Eirol. Desta forma, deram início ao Carmelo de Cristo Redentor, autorizado pelo Bispo de Aveiro, D. Manuel de Almeida Trindade, em 15  de Outubro deste mesmo ano.

Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

Nota: Permitam-me que sublinhe o que para os católicos e para  os que cultivam a espiritualidade, cristãos ou não, representa  este Carmelo, há muito instalado em S. Bernardo. As carmelitas, contemplativas, simbolizam o desprendimento total do mundo agitado, mas fazem-no em sintonia com esse mesmo mundo, pela oração, pela contemplação e pelo sentido de comunhão, bem expresso na forma como vivem, em ligação a Jesus Cristo. Estão, afinal, no mundo, sem estarem no mundo...

FM

CMI promove Concurso Literário Jovem



Para fomentar hábitos de leitura e de escrita

Tendo por base o papel fundamental que a leitura e a escrita assumem na formação de todos os indivíduos, nomeadamente dos mais Jovens, assim como a necessidade da criação de estímulos para fomentar hábitos de leitura, a Câmara Municipal de Ílhavo deliberou aprovar as Regras do IX Concurso Literário Jovem.
O concurso destina-se aos Jovens do Ensino Básico do 1.º, 2.º e 3.º Ciclos, assim como do Ensino Secundário, podendo participar alunos de qualquer estabelecimento de ensino, público ou privado, do Município de Ílhavo, até ao 12.º ano de escolaridade.
O prazo de entrega dos trabalhos decorre entre o dia 23 de Novembro de 2009 e o dia 31 de Março de 2010, devendo os mesmos ser entregues por mão própria ou enviados por correio, com aviso de recepção e endereçados para a Câmara Municipal de Ílhavo – IX Concurso Literário Jovem – Avenida 25 de Abril – 3830-044 Ílhavo.

Ligação ferroviária ao Porto de Aveiro



Como vem sendo prometido pela REFER, a ligação ferroviária ao Porto de Aveiro vai ficar concluída até ao fim do ano. É notório que as infra-estruturas fundamentais estão em fase de acabamento, sendo legítimo esperar que os prazos venham a ser cumpridos. Esta obra foi totalmente concebida e levada a cabo pela REFER, sendo garantido que vai contribuir para o desenvolvimento do Porto de Aveiro.

Um poema para começar um dia triste


Solidão


Sob um céu de chumbo
A alma derretida
Dobrado o corpo num rodilho
Escuto a ameaça
Da solidão

Vem correndo sobre mim
Estendendo os braços
Quais garras assassinas.

Inesperadamente
Fica presa nas rochas
Debate-se exasperada
Lança urros tenebrosos
Não consegue soltar-se

Num ápice fui salva
Por mão de pedra
Inerte mas segura
Mão desconhecida
Mas amiga
Dum anjo ou de um Deus
Que me protege.

Aida Viegas

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Pertinente pergunta de Nuno Rogeiro na SÁBADO





"Iconoclastas
à la carte


Se saem os crucifixos das escolas, porque não as imagens do Presidente da República das repartições públicas, e a bandeira nacional da generalidade de sítios comuns?
Se saem as cruzes do estabelecimentos de ensino público, o que faz a imagem do primeiro-ministro em certos departamentos?
E, já agora, o que fazer com as estátuas, e outros monumentos, que exibem, à frente de todos, as tradições monárquicas e republicanas, cristãs e seculares, francófonas e anglófonas, pacifistas e bélicas, do velho Portugal de oito séculos?
E os nomes das ruas? Haverá sempre quem não goste de Norton de Matos, ou do Marquês de Pombal, ou do Afonso Costa, ou do Salvador Allende.
E os sinais rotários e maçónicos? E os presépios? E o hino?
O que fazer para não agredir os monárquicos, os anarquistas, os objectores de consciência, os federalistas europeus, etc..
E quem decide? O povo local ou o Terreiro do Paço?
Ou o Grande Irmão?"

Nuno Rogeiro,

In SÁBADO de hoje

Uma boa ideia para as gentes de Ílhavo


A Junta de Freguesia de S. Salvador, Ílhavo, tem inscrições abertas para cursos de marinharia e arte de navegar. É, de facto, uma boa ideia, embora haja na área concelhia clubes que não descuram esse ensino. Numa região que tende a perder a sua identidade essencialmente ligada ao mar e à ria, é muito oportuna esta iniciativa da Junta. Estou em crer que não vão faltar jovens (de todas as idades) com vontade de aprender as artes de navegar, para então poderem usufruir do prazer de andar sobre as águas salgadas.

D. José Policarpo: A «felicidade não se pode confundir com facilidade»

A apologia da inquietude




1. A inquietude não se dá bem com a passividade e a indiferença. Das frases gravadas de Fernando Nobre (médico fundador e presidente da AMI) é aquela que nos diz que no mundo de hoje os dois males principais são a indiferença e a intolerância. Conclui deste modo quem percorre o mundo, seja fisicamente seja mentalmente. Não é preciso andar quilómetros para a intuição daqueles valores fundamentais a que como humanidade somos chamados. Cada vez que na rua observamos os mais novos dependentes de todas as tecnologias em que o olhar já não tem largueza para a relação pessoal, ou que dos poderes da comunicação ou do marketing a mensagem se revela num aliciante interesseiro sem grandes causas generosas…estas realidades, entre tantas outras, obrigam-nos a repensar hoje o lugar das inquietudes e do futuro.

2. Quando se ouve a (des)consideração que existe pela autoridade saudável, nas escolas, no trabalho ou até pelo bloqueio que se sente no diálogo de gerações dentro da mesma casa; ou quando se sente que o «não pensar» é a mais cómoda das opções gerando a apatia do «tanto faz»… faz-nos sentir o quanto urgente se torna o despertar dos sentidos humanos para sabedorias humanísticas que dêem razões e fundamentos para viver e existir de forma reflectida. O tempo actual, num adormecimento sedutor por mil e umas formas de diversão e entretenimento, precisa de resgatar a INQUIETUDE como atitude existencial e comunitária. A consciência de que o amanhã pode ser sempre melhor que o hoje e o ontem é uma aprendizagem de sabedoria intransferível, que ninguém pode viver pelo outro.

3. Dizia há alguns anos D. José Policarpo que a «felicidade não se pode confundir com facilidade». O mundo das facilidades publicitadas também tem gerado aquela ilusão que afinal não existe mas gera fragilidades de pensamentos e acções. Floresça uma apologia da inquietude, na lembrança continuamente despertadora do compromisso em cada amanhecer!

Alexandre Cruz

Efeméride Aveirense: reabertura do Teatro Aveirense há 60 anos


Teatro Aveirense

Um espaço que muito honra
a cidade e as suas gentes

Há espaços emblemáticos na cidade de Aveiro. O Teatro Aveirense é um deles. Enche a memória dos aveirenses e de quantos por ali passaram ao longo da vida e continuam a passar.
No dia de hoje, em 1949, há precisamente 60 anos, foi reaberto, após dois anos de profundas obras de modernização, conforme lembra o Calendário Histórico de Aveiro. Nesse dia, foi apresentada a revista “Esquimó Fresquinho” pela Companhia de Revistas do Teatro Maria Vitória.
Entrar no Teatro Aveirense, só por si, é revisitar a sua história e lembrar momentos agradáveis que se não perdem com o tempo. É evocar cultura, arte, artistas, cerimónias cívicas, pessoas ilustres, enfim, tudo o que nos faz recordar um passado que precisa de ter continuidade, agora com novas formas. O Teatro Aveirense aí está, presentemente, como espaço que muito honra a cidade e as suas gentes.

FM

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Beira-Mar vai mesmo arrumar as botas e enterrar a sua história? Não creio...



Acabei de ler, no PÚBLICO online, que "O plantel e equipa técnica de futebol do Beira-Mar anunciaram hoje que vão avançar com a “pré-rescisão” colectiva dos contratos, caso  os dois meses de salários em atraso não sejam pagos até ao dia 30 de Novembro.
A decisão foi comunicado em conferência de imprensa pelo capitão de equipa Hugo, que leu uma nota elaborada pelo plantel: “Vamos continuar com o mesmo nível de rigor e profissionalismo, não recorrendo à greve e às faltas de comparência”.

Embora não seja sócio, tenho pena que o Beira-Mar esteja a passar por uma situação tão difícil como esta. O orgulho dos sócios e adeptos do mais representativo clube de futebol da região aveirense, tratado, carinhosamente, por  Beiramarzinho, está a ser ferido, mas tenho a certeza que não será de morte. Tenho a certeza, repito,  de que não hão-de faltar gentes de Aveiro capazes de pegar no clube, para o colocar, com honra, no lugar a que ele tem direito, pelo seu rico historial desportivo. E quando isso acontecer, seria bom que os habituais maldizentes e críticos felinos se transformassem em apoiantes generosos, mostrando que, apesar de tudo, ainda são capazes de amar o Beira-Mar.

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O FIO DO TEMPO: O direito à alimentação é um direito básico




Por trás da fome de pão

1. Todos concordam que o direito à alimentação e, por consequência, à sobrevivência, é um direito básico que nem precisa de ser recordado e afirmado em declarações. Mas as declarações também o escrevem e a própria Declaração do Milénio num dos seus objectivos consagra valor urgentíssimo o terminar com a fome no mundo. Foi criada a FAO (16-10-1945), instância das Nações Unidas para as preocupações da agricultura e alimentação do mundo. Mas os cenários da fome e a (in)sobrevivência nesta matéria afirmam-se com preocupação crescente. De modo transversal, aumenta o conhecimento, tanto em termos de produção alimentar mas também dos riscos da manipulação genética dos alimentos; a própria canalização de cereais para fins de biocombustíveis cresce e tudo diante da galopante classe médica asiática que vai alterar o paradigma tido até ao início deste milénio.

2. Decorreu nestes dias em Roma a Cimeira da FAO, mas sem todos os G8 (os países mais ricos do mundo). O secretário-geral da ONU foi forte ao recordar que a cada seis segundos morre uma criança de fome… Os dados, no seu realismo, são chocantes. Sendo certo que nada se pode fazer sem planificação e concertação, esta é uma área de actuação diplomática onde a natureza jurídica dos papéis se mostra insignificante diante da crueldade da multidão faminta em contraste com a fartura de alguns. Como em tantas outras questões, o primeiro passo será a alteração de comportamentos no não estragar comida, numa visão dignificante da alimentação e no gerar a corrente positiva/solidária. Por trás da fome de pão impera a fome de justiça, valores e verdade? Como mudar?

3. (Nota – correcção de gralha: os dez minutos de pausa diária na escrita d’O FIO DO TEMPO fizeram com que no texto de ontem A FACE CULTA constasse uma gralha. O texto certo é: «À situação actual de Portugal estes cenários “face oculta” era tudo o que menos se esperava, esta observada crise de instituições na área da justiça que aliada à desconfiança e suspeita de redes de corrupções, trazem para o cimo da mesa do pior que se pode esperar…»)