quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Voltei à escola

A Escola, afinal, está melhor do que eu pensava


Por amável convite do professor Vítor Bártolo, da Escola da Cambeia, na Gafanha da Nazaré, ontem voltei à escola. Não foi a primeira vez desde que me aposentei, mas não posso deixar de referir esta visita no contexto da blogosfera. Pelo prazer que me deu. 


O professor Vítor solicitou-me, há dias, que fosse falar aos seus alunos do 3.º ano do 1.º Ciclo do Ensino Básico, ao jeito do avô que conta histórias da sua infância. Os alunos, na área do conhecimento do meio, andavam a estudar motivos históricos referentes à terra, e era importante ouvirem um “avô”.
Ao contrário do que se diz sobre a Escola, por muitos de nós acusada de ter caído num caos, de que urge levantar-se, para bem de todos, encontrei na turma que me recebeu uma realidade completamente diferente. Sala aquecida e bem iluminada, crianças cuidadas no vestir e no estar na sala, com capacidade para ouvir e dialogar, interessadas no tema, curiosas no gostar de saber. 
Entrei numa sala onde tudo estava em ordem, com meninas e meninos risonhos e delicados, na forma como receberam o “avô”. Ponto importante, este, para eu logo começar a estabelecer a comparação entre esta escola (bonita, airosa, arejada, limpa, decorada e com meios técnicos para o trabalho) e a que eu frequentei (pobre, casa velha, fria, com vento e chuva a entrar por todos os cantos, com alunos sentados no chão, muitos descalços, com lousas em vez de cadernos). 
Falei da pobreza de há mais de 60 anos, dos professores com as quatro classes, dos exames. E contei histórias, porventura algumas descabidas, cada uma a partir das perguntas com que as crianças me desafiavam a memória. 
Uma hora de conversa, de diálogo quase permanente. E quando terminei, quando o professor Vítor aconselhou os alunos a saírem da sala para desentorpecerem os membros e arejarem o espírito, os alunos cercaram-me para me falarem dos trabalhos que já tinham feito sobre a Gafanha da Nazaré, a partir de alguns textos do meu blogue e de outras fontes. Vi que estudaram o Farol, o Forte, o Cruzeiro, o Cortejo dos Reis, entre os mais diversos assuntos. E cada um quis sublinhar o que tinha desenhado e pintado na capa para arquivo dos trabalhos feitos. 
Confesso que falei ao “sabor da maré”, sem me preocupar com as exigências psicopedagógicas, algumas das quais já se me varreram da memória há muito. Falei como costumo falar aos meus netos. Por gentileza e amizade, o professor Vítor agradeceu-me a visita. Eu é que lhe estou grato.

Fernando Martins

Câmara de Ílhavo promove regras de boas práticas Ambientais

“Dividir para Reinar”
A Câmara Municipal de Ílhavo, em parceria com a empresa SUMA (entidade responsável pela recolha indiferenciada dos Resíduos Sólidos Urbanos do Município), promove, até 26 de Janeiro, a campanha “Dividir para Reinar”, junto dos Jardins de Infância e Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico do Município. Esta iniciativa tem como principal objectivo dinamizar, junto dos mais novos, a prática de acções relacionadas com a correcta triagem, acondicionamento e deposição de resíduos, melhorando o desempenho ambiental de cada uma das Escolas, assumindo ainda o particular formato de uma história de encantar, com «Reis, Magos e Sereias, e um menino chamado Bartolomeu, que quer muito ser um Eco-mosqueteiro defensor do Ambiente», sonho ou desejo desde logo partilhado pelas Crianças deste Município. Esta iniciativa pretende ainda reforçar temáticas desenvolvidas em anteriores campanhas de Sensibilização Ambiental, conferindo-lhes o novo formato de estória de encantar, em suporte Livro e CD Áudio, destinados a apoiar a dinamização desta temática em situação formal de aprendizagem e em contexto de sala de aula.

Actualidade do Vaticano II

Neste artigo, o Padre Georgino Rocha «mergulha» no II Concílio do Vaticano e apresenta alguns pontos pertinentes sobre o «maior evento eclesial do século XX». Pode ler todo o texto aqui "2. Situada no tempo e sentindo o seu impacto, a Igreja aprofunda a consciência do seu ser mistério de comunhão em ordem a configurar de forma mais adequada o seu ser sacramento de salvação. A fidelidade a Jesus Cristo impele-a a estar atenta à cultura, aos contextos, às linguagens e a procurar inserir-se para melhor servir. Sendo una e única, realiza-se numa pluralidade de comunidades dispersas, mas em comunhão orgânica e dinâmica; sendo santa e apostólica, traz consigo a marca das limitações e deficiências humanas acumuladas ao longo da história; sendo católica está aberta ao universal e condensa num local os meios indispensáveis à salvação. Esta auto-compreensão eclesial manifestou-se de forma significativa em iniciativas emblemáticas como os Sínodos e a criação de órgãos reconhecidos de participação: assembleias e conselhos, designadamente. Mas expressa-se igualmente em gestos e atitudes eloquentes, embora discretas, como a solidariedade espiritual, a partilha de bens, o apostolado de vizinhança, o voluntariado social e missionário. A consciência assumida desta realidade contrasta radicalmente com a lentidão de processos de renovação global, com a raridade de projectos comunitários, com a debilidade da rede de comunicações no interior das comunidades e destas com a sociedade envolvente e distante."

Um Poema de Maria Donzília Almeida

OBSESSÃO... D’ tua imagem se nutre minha mente, Numa etérea voluptuosidade; E me preenche minha ociosidade, Num estado de euforia permanente! É um quadro de perfeita harmonia Que une corpo e espírito num anelo! Seguindo do meu coração, o apelo, Me evado p’ró mundo da fantasia! Aí fico, longo tempo desfrutando Nas asas deste sonho esvoaçando, Vagamente soltando os pés da terra. Mas a dura realidade não perdoa, Em meu franzino ser a voz ecoa E com a fantasia entra em guerra!
Mª Donzília Almeida Dezembro/08

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Barack Obama

E Pluribus Unum
Eu sou só mais um, dentre os cidadãos do mundo, que hoje assistiu à tomada de posse do “seu” Presidente. Barack Obama é verdadeiramente um presidente do mundo, por aquilo que representa, pelos ideais que defende. No dia em que pela primeira vez ouvi falar em Barack Obama, anunciava-se a sua candidatura ao cargo de presidente dos Estados Unidos da América. A partir daí comecei a estar atento, não sei porquê. Na segunda vez em que ouvi o seu nome, tratava-se de uma notícia em que se aludia ao facto de um qualquer pivot de TV ter confundido o seu nome, trocando Obama por Osama, uma alusão clara ao primeiro nome de Bin Laden. Hoje, passado mais de ano e meio, e depois de conhecer e continuar a ler acerca do pensamento do novo presidente da América, percebo que tal inocente deslize exemplifica os obstáculos por que Obama teve de passar para se alcandorar ao cargo mais importante do planeta. Lutar contra o preconceito da cor da pele, contra o preconceito acerca das suas origens e ascendência social (filho de um queniano que foi estudar para a Universidade do Havai onde conheceu a americana, com quem casou e que viria a dar à luz o pequeno Barack), foi sem dúvida o primeiro dos desafios que se colocaram a este homem que, no princípio da sua vida adulta, não só trilhou o caminho do autoconhecimento e da compreensão do seu lugar no mundo, mas também o caminho da ajuda às comunidades maioritariamente negras dos subúrbios de Chicago. Este é um homem que se entregou desde sempre ao serviço aos outros, aos mais desfavorecidos, aos desempregados e excluídos da vida, dos primeiros anos da década de oitenta do século passado, na capital do Illinois. Não encontro, nem se vislumbra, no percurso de Barack, um qualquer calculismo, um objectivo velado, um desejo secreto de ambição política, de busca do poder. Um homem que, apenas há três anos, mais de metade da população norte-americana desconhecia, não sabia de quem se tratava. Sou assim só mais um, dentre os cidadãos do mundo, que vê algo mais em Barack Obama, para além daquilo que nos ofereceram até hoje os líderes do mundo. E estou certo de que a razão, que faz de Barack alguém que inspira o mundo, reside numa coisa muito simples e singular. A defesa dos valores em que acredita, a começar, como ele muito bem diz, pelo supremo valor da liberdade, secundado pelos valores que ajudam a realizá-la, ou seja, "os valores de autoconfiança e de auto-aperfeiçoamento e da assunção de riscos. Os valores da força de vontade, da disciplina, da temperança e de trabalho árduo. Os valores da parcimónia e da responsabilidade pessoal." É nos valores, nestes valores, que, segundo Barack, reside a força da América, muito para além do poder que advém da riqueza ou da força militar. Nestes alicerces, na defesa destes ideais, cresceu algo de novo, foi esta a semente que permitiu a Barack Obama apresentar uma nova esperança, a audácia da esperança resumida na frase yes we can, sim nós podemos. Serão estes valores que deverão guiar a América e o mundo, nos tempos conturbados que se vivem. Mas há um fermento que permite ligar esta massa. Há um entendimento do modus operandi de Barack Obama que se vê em poucos políticos que conhecemos. Isto é, a capacidade de construir pontes entre os dois principais partidos da América, o democrata e o republicano, saber contar com as diferentes sensibilidades e cores políticas: por essa razão o governo que acaba de constituir para a América, conta com personalidades democratas mas também republicanas. Revela-se assim um presidente capaz de unir a nação, sem excluir, no esforço que se avizinha de voltar a colocar a América e, consequentemente, o mundo, nos trilhos do desenvolvimento e da justiça social. Muito mais haveria a dizer, mas, só por isto, vale a pena referir que eu sou só um, dentre os cidadãos do mundo, que hoje assistiu à tomada de posse do “seu” presidente. Pedro Martins

Expectativas de mudança

São de crise, os dias que passam. Multiplicam-se análises, variam as atitudes e são diversas as consequências reais nos percursos de vida de muitas famílias. Única é essa certeza de que a recessão está nas estatísticas nacionais, sob ameaças de tumultos sociais. Por causa do dinheiro. Para ultrapassar o problema, interessa fazer alguma coisa. Por vezes, parece bastar prometer que se faz, ou transmitir a intenção de, chegando a instâncias de poder, concretizar esta ou aquela ideia. Às opções políticas e leis da organização da sociedade, acrescente-se o que é da responsabilidade de cada pessoa, na construção da cidadania: o rigor que se reivindica para o governo da coisa pública só será sustentável quando parte do seu exercício no ambiente doméstico. Porque não se podem estender os recursos, gastando mais do que aquilo que se tem; porque, sobretudo, não se podem endividar constantemente os dias do amanhã. Sem soluções e com muitas dúvidas em relação a cálculos, verdades e salvadores da crise, alimentam-se expectativas neste ou naquele, em pequenos ou grandes projectos, próximos ou distantes. O início de um novo mandato na presidência dos Estados Unidos da América catalisa esperanças, dentro e fora do país. Cresce a expectativa de mudança de rumo, de novas atitudes diante dos problemas do mundo e, consequentemente, de soluções alternativas para as relações internacionais, para políticas económicas, ambientais, militares, sociais... Que aconteça essa diferença no governo de um país; que beneficie todo o globo com o que a cabeça de um homem é capaz de colocar em marcha. Mas que sejam transformações integrais, a partir do "miolo das coisas" e à espera de resultados profundos, porque não imediatos. Esse o segredo para a renovação da relação com o mundo criado, com a sua sustentação e preservação. Na Igreja Católica, essa é a atitude renovadora, institucional, doutrinal ou espiritualmente. Esse o projecto do II Concílio do Vaticano, convocado surpreendentemente pelo Papa João XXIII há 50 anos. A sua realização durou mais tempo do que o previsto; muito mais tempo está a ser necessário também para concretizar as propostas que dele saíram. Porque apontam para transformações de atitude, não para resultados imediatos. Paulo Rocha

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Vaticano II foi convocado há 50 anos

O Espírito Santo evitou
que o povo fugisse porta fora
Faz no próximo dia 25 de Janeiro 50 anos que o bom Papa João anunciou a convocação de um concílio, que ficou na história da Igreja com o nome de Vaticano II. Começou em 1962 e terminou em 1965. Na altura, andava eu na casa dos 20 anos, dizia-se que este concílio foi uma corrente de ar fresco que entrou na Igreja para acabar com teias de aranha e bolores que infestavam as salas do Vaticano e que impediam a grande abertura ao mundo, com novos problemas e novos desafios. Por muitos foi classificado como o maior e mais expressivo acontecimento eclesial do século XX, deixando na maioria dos católicos a esperança de uma nova Igreja, capaz de revitalizar a acção do Espírito num mundo que pregava há bastante tempo a morte de Deus. Passados estes anos todos, em que houve a tal e esperada abertura, ainda se diz que o Vaticano II continua fechado em algumas gavetas de sacristias, quiçá no coração e na acção de muitos católicos, clérigos e leigos. De imediato, o que mais extraordinariamente me impressionou, no dia-a-dia da Igreja, não foram tanto os documentos que o Concílio produziu, e que estiveram na génese de uma vida renovada, em muitos aspectos, mas tão-só o facto de as missas começarem a ser celebradas em diversas línguas (até aí eram em latim), de forma a que todos participassem, realmente, na eucaristia. Como foi possível que a Igreja tivesse implementado a celebração da missa de costas para o povo e em língua que pouquíssimos entendiam, durante séculos? Penso que só a força e a paciência do Espírito Santo conseguiram o milagre de impedir que os crentes saíssem porta fora. Para mim, que vivi esses acontecimentos com emoção e entusiasmo, estava aberto o caminho à dignificação dos leigos. Deixaram de ser apenas assistentes para se tornarem agentes activos da eucaristia, espelhando na vida o que nela recebiam, talvez não tanto como todos desejaríamos. Não sei se esta data diz alguma coisa aos católicos de hoje. Mas seria bom que dissesse, e que, a partir dela, se fizesse uma séria reflexão, no sentido de descobrir se há por aí, por alguma gaveta ou coração, o Vaticano II escondido. Fernando Martins

OBAMA

Vamos ser realistas Os EUA vão ter, a partir de amanhã, um novo Presidente. Pela primeira vez na história da mais poderosa nação do mundo, um negro vai ocupar a cadeira principal. Depois da desastrosa política de Bush, Obama está a ser esperado como um Messias. Muitos acreditam que, a partir do seu juramento, o mundo vai mudar radicalmente. Nem se acredita que os graves problemas que ensombram a terra possam esperar uns dias. Vamos ser realistas. Vamos acreditar que Obama possa ser um ponto de partida para uma nova ordem social. Não esqueçamos que ele tem de conhecer os cantos à Casa Branca e ao mundo. Não esqueçamos que haverá problemas complexos a estudar, passos difíceis a dar, muros a derrubar, inimigos a dominar e a conquistar, mensagens inovadoras a catequizar, gestos proféticos a mostrar. Não queiramos que o novo presidente americano faça tudo num dia. E lembremo-nos de que os seus inimigos entrarão em cena no dia seguinte à tomada de posse do Presidente Obama. FM

Alice Vieira, no “Público”

"Aconteceu uma coisa terrível na Educação" Em entrevista ao jornal “Público”, a escritora Alice Vieira teceu algumas considerações, pertinentes, sobre a situação que se vive nas Escolas. Disse que "Aconteceu uma coisa terrível na Educação: tudo tem de ser divertido, nada pode dar trabalho". E acrescentou: “As leis são iguais para todos, mas há escolas onde dá gosto ver o trabalho que os professores fazem e a ministra é a mesma! Não é na totalidade das escolas, mas, sobretudo no interior, encontro gente motivada.” Leia a entrevista em Público online, página 3, no caderno principal.

domingo, 18 de janeiro de 2009

110 anos da restauração do Município de Ílhavo

Ribau Esteves, António Neves e Neves Vieira

A chuva ajudou a ver o farol com iluminação
Monumento com marcas da nossa história e cultura
As comemorações dos 110 anos da restauração do Município de Ílhavo encerraram hoje, domingo, pelas 15.30 horas, com a inauguração de um conjunto escultórico, na Rotunda Sul do Nó 3 da A25, junto à Friopesca, da autoria do artista ilhavense António Neves. Chuva miudinha, irritante, incomodou a cerimónia, mas nem assim deixaram de aparecer ílhavos e gafanhões nesta hora com algum simbolismo. Farol com iluminação e lâmpada rotativa, à semelhança do que acontece com o Farol da Barra de Aveiro, capitão, pescador no dóri, bacalhau e velas, estas em representação da força da natureza, que é o vento, são os elementos concebidos pelo autor. Trata-se de um monumento com traços figurativos, estilizados, que assinala a entrada na área portuária, para quem vem da cidade-sede do concelho, como sublinhou o presidente da autarquia, Ribau Esteves. A escolha desta rotunda, para implantação do monumento dos 110 anos da restauração do município, tem a ver com o ponto estratégico que une "as três cidades com as quais mais nos identificamos, Aveiro, Ílhavo e Gafanha da Nazaré", no dizer do presidente Ribau Esteves. E os motivos aproveitados pelo artista António Neves, mais conhecido como aguarelista, espelham bem "as marcas da nossa história e cultura, em que sobressaem o Farol, o bacalhau e o mar", referiu o autarca. Ribau Esteves frisou que a Câmara de Ílhavo tem apostado em deixar a nossa arte, “com simbolismo, no domínio público”. Daí a escolha do artista ilhavense, António Neves, que representa, de alguma forma, “um dos melhores que o município tem”, neste momento. O monumento importou em 75 mil euros, para além das obras circundantes, da responsabilidade da câmara. FM

"250 anos de Aveiro, uma ideia para o futuro"

Do blogue dos Amigos da Avenida, de Aveiro, recebi o comunicado-convite que aqui publico, por conside-rar muito pertinente o desafio que é lançado à comunidade aveirense. Desejo, obviamente, os maiores êxitos, para este grupo de cidadãos da nossa capital do Distrito.
FM
Desafio à comunidade aveirense

As comemorações dos 250 anos podem ser uma excelente oportunidade para Aveiro celebrar o seu passado e a sua identidade, projectar-se no contexto regional e nacional e afirmar a cultura e criatividade como factores de desenvolvimento e de competitividade urbana. Para isso é fundamental mobilizar a comunidade aveirense e os agentes culturais, sociais e económicos da cidade para que participem de uma forma mais activa nas comemorações. Nesse sentido, um conjunto de cidadãos aveirenses, organizados à volta do blogue dos Amigos da Avenida (http://amigosdavenida.blogs.sapo.pt/), entendeu lançar um desafio à comunidade e procurar promover um conjunto de iniciativas a desenvolver no âmbito das presentes comemorações. Pretende-se com esta iniciativa promover os jovens artistas e criativos de Aveiro (do sector da cultura, arte, design, tecnologias,...), dinamizar formas de expressão que privilegiem a animação dos espaços públicos da cidade e estimular a participação dos cidadãos em intervenções criativas nas suas unidades de vizinhaça (ruas, bairros,...). Para dinamizar este programa "250 anos de Aveiro, uma ideia para o futuro", os promotores do blogue Amigos da Avenida vêm por este meio convidar todos os interessados a participarem numa reunião pública a realizar no próximo dia 22 Janeiro (quinta-feira) pelas 21h no Salão Nobre da Associação Comercial de Aveiro. Solicitamos a confirmação da vossa presença para o email: amigosdavenida@gmail.com. Compareçam, vamos celebrar Aveiro! José Carlos Mota

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 114

Lugre Rainha Santa Isabel
BACALHAU EM DATAS - 4
A TERRA NOVA DOS BACALHAUS
Caríssimo/a:
Século XVI (início) - «A presença de pescadores portugueses na Terra Nova remonta certamente a uma época muito remota; foram, no entanto, as viagens dos irmãos Corte Real, no início do século XVI que marcaram o reconhecimento efectivo da que viria a ser baptizada de "Terra Nova dos Bacalhaus". A partir desta época, uma frota de navios portugueses passou a efectuar campanhas de pesca anuais, largando dos portos do Minho, Douro, Mondego e da Barra de Aveiro, com destino aos férteis pesqueiros da Terra Nova. Segundo alguns autores, a frota quinhentista portuguesa chegou a contar cento e cinquenta navios, quase todos de Aveiro e Viana do Castelo. A partir do último quartel do séc. XVI, Portugal começou a experimentar, naquelas paragens [Terra Nova], uma situação desfavorável relativamente a outras potências.» [Creoula, 09 (Creoula – Notas e Fotos de Embarque no Navio de Treino de Mar, por António Santos Carvalho e Ana Lúcia Esteves, Ideias e Rumos, 2005)]
«Viagens de Gaspar Corte Real, ao estreito de Davis, ao qual numerosos autores atribuem a descoberta da Terra Nova.» [HPB, 19]
«Baseando-se em autores e informações tardias várias, Marques Gomes afirmava, em 1923, que os aveirenses teriam estado entre os primeiros a pescar o “fiel amigo”, na Terra Nova, conjuntamente com pescadores de Viana do Castelo e da Ilha Terceira, aí por volta de 1500 ou 1501.» [Oc45, 77]
«Gaspar Corte Real, considerado o descobridor oficial da Terra Nova, em 1501, ali aportou e tomou posse da terra em nome do seu rei. João Álvares Fagundes e João Fernandes Labrador também não desistiam das buscas da passagem para o outro mar naquela parte do continente americano, cuja obstinação havia de custar a vida a muitos deles. Das várias expedições levadas a cabo ao longo de toda a costa do continente norte-americano, muitas das quais terminaram em tragédia, uma realidade ressalta e se impõe, tal a ênfase com que era relatada por todos os marinheiros que nelas haviam tomado parte: a indescritível abundância de bacalhau naquelas águas. Ora foram essas informações, essas notícias entusiasticamente comentadas e espalhadas pelos pescadores da Europa Ocidental que deram origem à grande corrida para os pesqueiros recém-descobertos. E dito isto, não restam quaisquer dúvidas de que a pesca do bacalhau nos bancos da Terra Nova foi a primeira e grande consequência directa da Grande Epopeia dos Descobrimentos naquela parte do mundo.» [HDGTM, 25/26]
«Há a certeza de que em 1504 já pescadores portugueses iam à Terra Nova.» [FM, 7 (Faina Maior – A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova, por Francisco Marques e Ana Maria Lopes, Quetzal Editores, Lisboa, 1996, p. 7)] Manuel

sábado, 17 de janeiro de 2009

CASA ZÉ-ZÉ respeita a tradição

Caldeiradas de enguias de sabor único 


Eu sei que gostos não se discutem, mas cá para mim, caldeiradas de enguias só no ZÉ-ZÉ, na Gafanha da Nazaré. Conheço-as desde a minha juventude, como já referi no meu blogue. E hoje, por estranha coincidência, no dia em que se recorda o falecimento do meu amigo ZÉ-ZÉ, de seu nome de baptismo Manuel José da Silva, que nos deixou em 17 de Janeiro de 1983, já lá vão, portanto, 26 anos, voltei a saborear uma esplêndida caldeirada de enguias. A regá-la, apenas um vinho da casa, muito bom. A fechar, um doce caseiro e um café.
Tive o prazer de ser servido pela sua neta Elsa, que conheço desde menina. Na cozinha, mostrou o seu bom gosto o neto Duarte, actual responsável pela casa. Os herdeiros do ZÉ-ZÉ continuam, assim, a respeitar a tradição de uma casa, cujo primeiro alvará data de 1936. A enguia é rainha por estas bandas desde a primeira hora, tanto quanto sei. E o segredo da sua fama, como frisou a Elsa, está na família. Não há registo escrito da lavra do ZÉ-ZÉ, mas a sua neta garantiu-me que está bem guardado e gravado nos genes familiares. Daí, portanto, a fidelidade dos sabores a que nos habituou o fundador da casa.
Questionada sobre a relação entre a caldeirada à ZÉ-ZÉ e as outras, logo adiantou que não pode compará-las porque não as conhece. O que sabe é que a caldeirada criada pelo seu avô é conhecida em todo o lado. Há clientes que, periodicamente, aqui vêm de propósito para se deliciarem com um prato diferente. A sala apresenta-se decorada com motivos marítimos, ao jeito da região. E não faltam registos de quem veio, comeu e gostou. Por exemplo, em destaque, há um prato com dedicatória oferecido por um grupo de funcionários de um Banco, de Coimbra, com data de 4 de Abril de 1976, comemorativo de visitas gastronómicas entre 1967 e 1976, na quinta-feira santa. Reza assim:

"Para sair O totobola Jogamos todos Com fé Mas só nos sai Caldeirada Preparada no Zé-Zé"

A CASA DA LEITURA: Um espaço a ter em conta

O meu blogue lembra hoje, com certo destaque, um espaço já aqui referenciado à margem: CASA DA CULTURA. Chamo a atenção dos meus leitores para o que se diz na apresentação do “site”: “A Casa da Leitura nos seus distintos níveis de leitura, oferece não apenas a recensão de mais de 1400 títulos de literatura para a infância e juventude, organizados segundo faixas etárias e temas, com actualização periódica semanal, como desenvolve temas, biografias e bibliografias. Tudo dirigido preferencialmente a pais, educadores, professores, bibliotecários, enfim, a mediadores de leitores. Em simultâneo, responde às dúvidas mais comuns sugerindo um conjunto de práticas destinadas às famílias e aos mediadores.” Agora, há que seguir as propostas da CASA DA CULTURA, no sentido de sugerir a crianças e jovens o que vale a pena ler.

A MAIOR RIQUEZA: SEMELHANTES

Há algo essencial que aqueles que quereriam imortalizar-se, mediante a clonagem, esquecem: mesmo os clones, quando dissessem "eu", di-lo-iam de modo único e intransferível. Não é isso, aliás, o que acontece com o gémeos verdadeiros? De facto, cada um de nós é sempre o resultado de uma herança genética e de uma história única, história com cultura. Nenhum de nós é sem o outro, sem outros. Sem tu, não há eu. Fazemo-nos uns aos outros em interacção. Só com outros seres humanos nos tornamos humanos. A nossa identidade é constitutivamente atravessada e mediada pela alteridade, concretizada em outros. Ora, não havendo outros sem a interpenetração de biologia e cultura, é inevitável o diálogo intercultural. O encontro com o outro acontece sempre no quadro da cultura, porque não há outro "puro", sem cultura. Assim, na presente situação do mundo, em contexto de multiculturalismo, não basta a mera junção de culturas, vivendo umas ao lado das outras e respeitando-se mutuamente. É preciso passar do multiculturalismo da justaposição ao pluralismo cultural interactivo, deixando-se desafiar por uma identidade interrogativamente aberta. Neste quadro, há hoje a tendência para valorizar sobretudo a diferença: é a diferença que nos enriquece, diz-se. Quem pode pôr essa afirmação em dúvida, quando se percebeu que a identidade é atravessada pela alteridade? No entanto, se podemos entender-nos, é porque somos fundamentalmente iguais. Como recordava recentemente, em Santa Maria da Feira, num debate sobre o diálogo intercultural, o filósofo Fernando Savater, a semelhança entre os seres humanos é que cria a riqueza e funda a humanidade. Reconhecemo-nos, porque somos semelhantes. Só porque o fundamental é a nossa semelhança é que há igualdade de direitos e só porque não há diferença de direitos fundamentais é que há o direito à diferença. Afinal, "não há ninguém tão convencido da diferença como um racista". Claro que, no encontro com o outro, nunca se pode esquecer que o outro é um outro eu e ao mesmo tempo um eu outro, de tal modo que nunca nenhum de nós saberá o que é e como é ser outro enquanto outro, eu outro. Mas o que mais nos interessa é a semelhança, pois, nas diferenças, somos todos humanos, reconhecendo-nos. Se me perguntam pelo fundamento último da dignidade humana, digo que é a nossa comum capacidade de perguntar. O que nos reúne é uma pergunta inconstruível, sem limites, que tem na raiz o infinito e nele desemboca, sendo as culturas tentativas de formulá-la e perspectivar respostas. Aqui, assenta a convivência fraterna e digna da Humanidade, reconhecendo todos como humanos. Mas, como também lembrou Savater, inimigos maiores desta convivência são a pobreza e a ignorância. Rejeitamos os pobres, porque metem medo: nada nos dão e obrigam-nos a dar. A ignorância é outra fonte de susto: quando se não reconhece a semelhança, teme-se o diferente. Aí está, pois, a urgência da solidariedade, assente no reconhecimento da semelhança. Nesta solidariedade, justiça e caridade têm de abraçar-se. Sobre este abraço, Bertolt Brecht, o famoso escritor marxista, que lia a Bíblia, escreveu estes versos inultrapassáveis: "Contaram-me que em Nova Iorque,/na esquina da rua vinte e seis com a Broadway,/nos meses de Inverno, há um homem todas as noites/que, suplicando aos transeuntes,/procura um refúgio para os desamparados que ali se reúnem.//Não é assim que se muda o mundo,/as relações entre os seres humanos não se tornam melhores./Não é este o modo de encurtar a era da exploração./No entanto, alguns seres humanos têm cama por uma noite./Durante toda uma noite estão resguardados do vento/e a neve que lhes estava destinada cai na rua.//Não abandones o livro que to diz, Homem./Alguns seres humanos têm cama por uma noite, / durante toda uma noite estão resguardados do vento / e a neve que lhes estava destinada cai na rua. / Mas não é assim que se muda o mundo, / as relações entre os seres humanos não se tornam melhores. /Não é este o modo de encurtar a era da exploração." Anselmo Borges,
In DN

Eis-me de regresso

Ontem foi dia de folga no meu blogue. Descansar também é preciso. Não cultivando o ócio, mas olhando para outros assuntos. Deu tempo para ler, para um encontro sobre a história de uma instituição, para uma caminhada longa na Av. José Estêvão, para responder a e-mails de amigos, para ouvir música. Eis-me de regresso ao contacto com os meus leitores., nesta ânsia de estar no mundo da comunicação. Vida sem comunicação não faz sentido. Bom fim-de-semana para todos.
FM

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A propósito do prémio atribuído a Cristiano Ronaldo

"Há nestes prémios um frágil desequilíbrio (não é equívoco!) entre quem será melhor no seu desempenho. Será quem abre ou quem fecha, quem faz chegar a bola lá à frente ou quem evita que o adversário dê uma “abada”!? Imagine-se aquele futebolista que treina, carrega com o “piano”, ganha menos, faz brilhar os outros e ninguém olha para ele? São esses que fazem o passe, evitam que os outros sejam melhores. Depois, a máquina da propagando faz o resto."
Manuel Oliveira de Sousa

Música na Escola

Filarmonia das Beiras oferece
música a alunos do 1.º Ciclo
Nos dias 12, 13 e 15 de Fevereiro, a Filarmonia das Beiras vai oferecer às crianças do 1.º Ciclo do Município de Ílhavo o projecto Música na Escola, dando-lhes a oportunidade de vivenciarem e sentirem a experiência de assistir a um concerto de música clássica. Haverá marcação prévia das escolas e os concertos, dirigidos pelo maestro António Vassalo Lourenço, decorrem no Centro Cultural de Ílhavo.

VINDE VER

Mas onde mora Jesus?
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É este o convite-apelo que Jesus dirige a André e a João que, cheios de inquietação e timidez, lhe haviam feito uma pergunta curiosa: “Mestre, onde moras”? A curiosidade estava alicerçada na confiança da palavra do seu mestre João Baptista e, sobretudo, na força encantadora do olhar de Jesus. A resposta não podia ser mais atraente e sedutora. Foram, viram e ficaram. Passaram a andar, a seguir e a conviver. Deste modo, se vão fazendo discípulos e apóstolos. Além de histórico, este episódio tem um alcance simbólico. Nele se condensa a vocação de cada pessoa. Deus chama-te. Pelo teu nome. Em momentos fugazes. Servindo-se de meios normais. Oferece-te a sua companhia. Quer comunicar-te o seu jeito de ser humano. Quer fazer contigo uma experiência feliz e confiar-te uma missão. A nossa vida está marcada por imensas chamadas. Todas ficam registadas como no telemóvel, mesmo as não atendidas, embora nem sempre identificadas. A nossa consciência nas suas zonas mais profundas vai fazendo o seu arquivo vivo que, de vez em quando, emite sons que dão origem a aspirações adiadas que aguardam a hora da realização. Também nós chamamos outros e, se somos correspondidos, quantas conversas e alegrias ocorrem, quanta satisfação alimenta a nossa auto-estima, quantas iniciativas de bem se promovem. Mas onde mora Jesus? – continua a perguntar a nossa vontade de obter respostas objectivas. E com razão, embora a vida humana ultrapasse imenso o objectivado, o materializado e o quantificado. Jesus encontra-se na consciência humana que tem valor em si mesma e se dignifica procurando a verdade, na igualdade fundamental a todos reconhecida por natureza e pelas culturas ou pelo direito, na libertação dos egoísmos que permitem ao ser humano desabrochar as suas capacidades de solidariedade generosa, na humanização da vida, na ecologia social, na erradicação da pobreza imposta, no sentido nobre da vida, na comunhão universal, na harmonia cósmica. Viver com Jesus é aprender a ser humano com horizontes rasgados de proximidade e de Infinito.
Georgino Rocha

Museu de Ílhavo na Rede Portuguesa de Museus

Museu Marítimo assume novas parcerias
O Museu Marítimo de Ílhavo concluiu, em Dezembro último, o processo de candidatura à Rede Portuguesa de Museus. A sua integração naquela Rede reforçará a cooperação com outros museus portugueses, nomeadamente através da partilha de projectos expositivos. O importante agora é sensibilizar as nossas gentes a visitá-lo com frequência, em especial quando houver, e há com frequência, novas exposições, com novos motivos de interesse.

LUTA DE AUTOCARROS OU HORA DA ACORDAR?

A militância ateia não termina, nem desarma. A nova modalidade, a do autocarro que prega e provoca, começa em Londres, já duplica em Barcelona e já é acontecimento em Madrid. A coisa, na sua expressão visível, reduz-se a pouco. Autocarros do serviço público rodam pelas ruas da cidade com grandes letreiros publicitários, que dizem assim: “Provavelmente Deus não existe. Deixa de te preocupar e goza a vida”. Como era de esperar, surgiu logo, na capital espanhola, a resposta ao desafio. Outra faixa publicitária responde à provocação ateia, dizendo: “Deus existe. Goza a vida em Cristo”. E, assim, se entra numa guerra em que, certamente, Deus não está interessado. A lógica é bem visível e traduz-se em poucas palavras. Se ateus e agnósticos assim professam e publicitam as suas convicções, porque não hão-de também os crentes mostrar a sua fé e serem dela militantes? Mundo laico, democrata e plural, na vida das pessoas dá direitos iguais, a menos que os crentes parem para ler o “sinal dos tempos”.Para os meios de comunicação social tudo isto é notícia que ajuda a vender e a aumentar audiências. Já estão dando sinais e, por um tempo, as coisas vão continuar. Até que o autocarro pare. A publicidade deixa de interessar, quando já não diz nada e não vende. Publicitários e consumidores apercebem-se desse momento. Há que saber esperar. Sabemos que onde há militância, há também criatividade. Passados meses, vai surgir nova provocação, que o tempo se encarregará de que se lhe pague igual tributo. Por isso mesmo, o mais importante não é rasgar vestes por razão do escândalo, nem fomentar campanhas portadoras de repulsa, nem disputar formas de melhor imaginação. De há muito se vem dizendo que os cristãos têm de aprender a viver, a estar de pé, a testemunhar convicções, num mundo que não é uniforme nem no pensar, nem no agir. O Vaticano II diz que “recusar Deus ou a religião ou não se preocupar com isso, não é, ao contrário de outros tempos, um facto excepcional ou individual… Em muitas regiões o ateísmo e o agnosticismo não se exprimem só ao nível filosófico, mas, também, em larga escala afectam a literatura, a arte, a concepção das ciências humanas e da história e as próprias leis civis”. Aparecem assim como “uma exigência do progresso científico e de um qualquer novo humanismo”. Quarenta anos depois é ainda assim, não obstante o abrir do coração de muitos que, então e depois, se diziam ateus e que hoje já não são. A Igreja e os cristãos, mais do que entrar em batalhas inúteis, usando armas e meios iguais quando vêem desrespeitadas as suas convicções por gente que pensa de outro modo e faz da sua “crença” uma militância pública, têm de perceber este fenómeno nas suas diversas expressões, ir ao fundo das razões que o provocam, saber discernir, serenamente, a mensagem que lhes chega, por parte do Deus em que acreditam. Deus não é uma prova da razão, é razão da fé. E a fé é um dom que dá razões para viver com liberdade e dignidade, dá sentido ao agir diário, provoca relações marcadas pelo amor e pelo respeito, fomenta um humanismo real em que o homem e mulher são pessoas integrais e nunca mutiladas. A fé leva o crente a aceitar o desafio de mostrar pela sua vida que Deus está vivo e que o contágio da fé se dá pelas boas obras, não por argumentos racionais, influências humanas ou gritos de vitória. A fé mostra que acreditar não é um absurdo, mas caminho de felicidade e de realização humana. A campanha contra Deus vem mostrar a necessidade de saber dizer Deus com a vida e sublinhar a necessidade da formação. A fé não é simples tradição. Os pais e os outros crentes são mediadores da transmissão da fé, não seu fundamento ou razão profunda. O que vem de Deus, conhecendo-se melhor a fonte de onde provém, tem força de convicção e de comunicação. Ao crente não apavoram as investidas do ateu. Há que enriquecer a razão de crer para viver liberto num mundo velho, que se nega à eterna novidade de Deus. Aos novos fautores da “morte de Deus”, a história não ensina nada?
António Marcelino

AULA DE SUBSTITUIÇÃO

Alguém falta! Uma substituição. Lá vai a malta, Alunos, animação! dar e receber em tudo há aprender... Sem imposição Uma partilha... Boa disposição Sem inibição Trabalho? Não! Improvisação! Temas tratados Uns...... complicados Induzem debate! Ça! Com quem os trate Amistosamente Ou/e sabiamente!

M.ª Donzília Almeida

Aula de substituição, 8ºC 6 de Janeiro de 2009

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Deputados querem reduzir sal no pão

"Deputados socialistas apresentaram na Assembleia da República [diz o Público] um projecto de lei que pretende reduzir o sal utilizado no pão e que as quantidades deste tempero usadas na confecção de alimentos pré-embalados estejam claramente visíveis nos rótulos. A proposta socialista pretende que "o teor máximo permitido para o conteúdo de sal no pão, após confeccionado", seja de 1,4 gramas por 100 gramas de pão (ou seja, 14 gramas de sal por quilo de pão)."
Não sei até que ponto é legítimo estabelecer regras rígidas como estas para serem aplicadas naquilo que comemos no dia-a-dia. Por este andar, qualquer dia não podemos fazer pão em nossas casas nem comer as couves do nosso quintal. Não seria melhor educar para uma alimentação sadia, sem proibições rígidas? Eu penso que sim... Mas se calhar os deputados é que sabem.

Cardeal-Patriarca não "discriminou" muçulmanos

Diálogo inter-religioso não será afectado
Ontem, na Figueira da Foz, falando na tertúlia «125 minutos com Fátima Campos Ferreira», D. José Policarpo deixou um conselho às jovens portuguesas quanto a eventuais relações amorosas com muçulmanos, afirmando: “Cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam” – realça a LUSA. Ler mais aqui

Foral de Ílhavo em edição fac-similada

Ribau Esteves, Saul Gomes e Alfredo Marques
JUSTA HOMENAGEM A TODA A NOSSA GENTE
“D. Manuel per graça de Deus rey de Purtugal e dos Alguarves d’aquem e d’alem mar em Africa e Senhor de Guine e da conquista, neveguaçam, comerçio d’Etiopia Arábia Pérsia e da Imdea.” Assim inicia, D. Manuel I, o Venturoso, o Foral de Ílhavo, em 8 Março de 1514. Mas só em 2 de Setembro de 1516, perante as autoridades ilhavenses, juiz e vereadores, se procedeu à sua aplicação, como reza o auto de entrega do documento, cujo original se encontra religiosamente guardado nos cofres camarários. Ontem, no Museu Marítimo, em cerimónia integrada nas comemorações dos 110 anos da restauração do Município de Ílhavo, o presidente da autarquia, Ribau Esteves, afirmou que o lançamento da edição fac-similada do Foral de Ílhavo simboliza uma justa homenagem “a toda a nossa gente”, sublinhando que urge investigar mais o nosso passado para melhor “prepararmos as gerações vindouras”. Disse que importa valorizar permanentemente o nosso património e promover a cultura a todos os níveis, nomeadamente, em torno de tudo o que estiver ligado às nossas tradições, como o mar e o bacalhau. Na sua intervenção, o presidente ilhavense salientou as apostas feitas no âmbito cultural, frisando os dinamismos comunitários, mas também os de cidadãos sem quaisquer ligações associativas. Referiu que o pilar estratégico da cultura, em que a autarquia tem investido, é fundamental para o desenvolvimento sustentado. Lembrou que o individualismo que nos caracteriza tem sido a causa do nosso atraso, face aos países europeus, adiantando que o desafio que se nos impõe exige a cooperação à escala intermunicipal e com o sector universitário, essencial para implementar candidaturas a ajudas com sabor a êxito. Ainda sublinhou que é tempo de se cultivar a solidariedade em favor de municípios menos desenvolvidos da nossa região. Mas se é verdade que o Foral se apresenta como marco essencial da vida do nosso município, já que representa uma certa autonomia em relação aos Senhores de então, também é verdade que Ílhavo é uma povoação já referenciada no século XI, como atestam alguns documentos citados por Saul Gomes, docente universitário e responsável pela introdução histórica e revisão científica desta obra digna de qualquer estante. E acrescentou que Ílhavo se reafirma no contexto da reconquista cristã e da rota dos cruzados a caminho da Terra Santa, de passagem por terras do Vouga. Recordou que Ílhavo foi desde tempos imemoriais uma terra de agricultores e de pescadores, tendo-se destacado pela força comunitária das suas gentes, mais do que pela extensão do seu território. Por sua vez, Alfredo Marques, presidente da CCDR (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro), garantiu que Ílhavo desempenha na região um papel preponderante que vai para além do seu desenvolvimento territorial, económico e demográfico, graças ao dinamismo do presidente Ribau Esteves, bem patente nas suas intervenções junto das instâncias regionais.
As comemorações dos 110 anos da restauração do Município de Ílhavo encerram no próximo domingo, 18 de Janeiro, pelas 15.30 horas, com a inauguração de uma estátua, na Rotunda Sul do Nó 3 da A25, junto à Friopesca, da autoria do artista ilhavense António Neves. Depois, pelas 17.30 horas, no Centro Cultural de Ílhavo, vai ter lugar um espectáculo evocativo: "Carlos Paião – Uma vida de canções" Fernando Martins