segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Na Linha Da Utopia



O Labirinto da Saúde

1. Talvez estejamos mesmo na fronteira das ideias e do tempo. O novo ano entrou de bandeiras no ar a pedir a “esmola” da saúde. Na fronteira da preocupação, as vozes democráticas têm recorrido à constituição da república portuguesa, relembrando a urgência da saúde de proximidade que garanta (ao menos) esta segurança à população; as vozes da tutela dizem que daqui a um ano já estamos todos habituados ao novo regime…(!). As contradições sucedem-se no tentar acalmar as águas da tempestade, a contagem das horas de espera nas urgências tem dois ritmos, os “porquês” defraudados de uma distância crescente de Lisboa ao país real assinala esse desencanto de um povo (de todo o país) para quem os novos aumentos (também na saúde!) do ano novo são uma verdadeira aflição.
2. Sempre assim foi e sempre será nas sociedades humanas: o lugar que se dá aos mais desprotegidos é o “sinal” do que se tem no horizonte das ideias. Em múltiplas áreas, como no esforço da reinserção qualificada, tem sido dado oportuno lugar à formação e rigor como alavancas do futuro. Mas esse peixe acaba por morrer fora de água quando a sensação do abandono cresce, todas as distâncias aumentam, as desertificações (do interior do país, um verdadeiro drama adiado) dão a entender que, desequilibrados na nossa geografia, caminhamos para um desequilíbrio nas “periferias” sem fim à vista. Como pode a comunidade nacional ser consequente na exigência e presença quando a ordem da gestão proclamada social vai tendo na palavra “fechar” a sua chave mestra?! Delicada questão (que as pessoas vivem).
3. Ao mesmo tempo, já muito do povo deste país quase que sente (e diz, ou já nem sequer diz), implorando: fechem-nos tudo, mas não nos fechem a saúde e nesta deixem-nos abertas as urgências! Neste labirinto (não linear, em que, é certo, haverá muitas áreas de reforma) torna-se difícil vislumbrar a saída… É comovente e ao mesmo tempo interpelante ver populações a dar a resposta de generosidade, disponíveis para a aquisição de equipamentos que faltam nos serviços; alarma um certo desportivismo nas visões que dizem que “o povo daqui a um ano habitua-se!”; interpela gente a testemunhar que se fosse há uns meses… já teriam falecido. É a realidade!
4. O assunto da saúde (e nesta o das urgências) é sério demais para ser uma questão de números contabilizados até para fechar serviços que há breve tempo tiveram obras de fundo com dinheiros públicos. Ou será que nesta visão social que preside interessa bem mais dizer daqui a dois anos que endireitámos as contas (à custa desta desagregação social), e assim já podemos fazer as obras de regime (no litoral)? A inquietude, embora silenciosa, atravessa o pensamento também dos que pertencem à mesma casa das ideias. Afinal, que filosofia, valores e referencias presidem a tantas destas manifestações de despreocupação com a realidade social concreta das pessoas? Há uma grande insegurança no “ar”, a crescente multidão sofrida das “periferias” sai sempre vencedora; o labirinto terá saída!

Alexandre Cruz

O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE QUE (NÃO) TEMOS



O caso da morte de uma idosa no Hos-pital de Aveiro, enquanto aguardava a sua vez de ser assistida, deve levar-nos a reflectir sobre o Serviço Nacional de Saúde que (não) temos. Depois de pas-sar pela triagem, ali ficou à espera de ser observada, acabando por falecer. Depois disso, e bem ao nosso estilo do desenrasca, o Hospital de Aveiro re-solveu reforçar, com um médico de clínica geral, contratado para o efeito, a equipa que recebe os doentes nas urgências. Também ao estilo português, depois de casa assaltada, trancas na porta. A idosa faleceu e para sempre ficará a terrível interrogação: se fosse observada atempadamente, teria morrido?
Todos sabemos que o Serviço Nacional de Saúde, decerto com muita coisa boa, com profissionais competentes, precisa de uma reforma profunda que lhe permita responder ao crescente número de utentes, a grande maioria, penso eu, já na terceira idade, com acrescidas necessidades de assistência médica personalizada.
Já estive internado várias vezes e sempre fui bem tratado, é certo. Mas não deixo de reconhecer que, nas urgências, alguns doentes ficam horas intermináveis à espera de serem atendidos. Tantas vezes até altas horas da madrugada, como já sucedeu com familiares meus. Nos tempos que correm, com tanta tecnologia, é inadmissível o que está a acontecer nesta área tão sensível, como é a Saúde.
Veja-se o que número infindo de protestos por causa das alterações ao Serviço Nacional de Saúde. Talvez o ministro esteja a agir em nome das reformas precisas no sector. Mas será que o povo português já foi esclarecido, cabalmente, sobre o que se pretende? Os nossos governantes estarão no caminho certo, ao agirem com tanta arrogância, como denunciou, há dias, Ferro Rodrigues, ex-líder do PS?

FM

Papa defende desenvolvimento sustentado


Bento XVI deixou este Domingo um apelo em favor de um desenvolvimento sustentável em todo o mundo, numa intervenção marcada por críticas à globalização. A comunidade internacional, defendeu, deve construir uma "ordem de desenvolvimento justa e sustentável".
"Não se pode dizer que a globalização seja sinónimo de ordem mundial, bem pelo contrário", atirou o Papa, para quem "os conflitos pela supremacia económica e a açambarcamento dos recursos energéticos, hídricos e das matérias-primas tornam difícil o trabalho de todos os que, a todos os níveis, se esforçam por construir um mundo justo e solidário”.
Leia mais em Ecclesia

domingo, 6 de janeiro de 2008

Na Linha Da Utopia



O Mundo em Aveiro

1. A quadra das festas natalícias e de ano novo também nos ajudam a conhecer e reconhecer os horizontes alargados de Aveiro. Do Natal de 25 de Dezembro ao de 6 de Janeiro (Natal neste dia Celebrado entre nós na Comunidade Ortodoxa de Aveiro), a mobilidade humana trouxe até nós, pelas variadas razões, gentes de todo o mundo. Todo o ano estão connosco, mas nas alturas das festas damos por isso de forma mais clara. Uma cidade e região cosmopolita que muito deve aos que foram e vão rasgando o horizonte da história. Por vezes falamos com pessoas que foram acompanhando o progresso de Aveiro das últimas décadas e quão diferente (de há 40, 30 e 15 anos) que hoje se afirmam os ares aveirenses. Uma multiplicidade de gentes do mundo, todos os dias, estudam, trabalham, vivem entre nós. Facto a que um povo acolhedor não tem sido indiferente, mas tem procurado adaptar-se no melhor possível.
2. Todavia, nesta adaptação intercultural, a fasquia do ideal está sempre acima das realizações. O viver em “rede” obriga aos momentos insubstituíveis de encontro, conhecimento da diversidade cultural, num espírito de admiração e fascínio, como, vencendo a neutralidade dos vazios, de aprendizagem recíproca (quando não seremos vizinhos estranhos!). Nesta reciprocidade tão exigente, diríamos, valorize-se tudo o que é bom e que nos fortalece nos laços de unidade e paz, e relativize-se aquilo que é relativo, que divide, que distancia. Também aqui, o espírito de verdadeiro Natal que nos ergue de esperança para um novo ano 2008, deseja ser ponte sem fronteiras no apreço pelo dom do tempo (sempre único e irrepetível) de vida que estamos e aprendemos uns com os outros. De “todos os nomes”, todos os votos partilhados de um bom ano, espelham essa vontade ancestral da esperança comum que nos habita as entranhas!
3. Pontualizemos na Ceia de Natal Universitária. De há longos anos que para os membros da Comunidade Universitária que nesta quadra ficam em Aveiro (Estudantes e Professores), realiza-se a Ceia de Natal Universitária. Numa parceria de entidades da vida universitária diária, e com a presença natalícia de seus máximos responsáveis, destacamos que este ano a Ceia contou com cerca de 110 participantes, de 25 países (que vivem U_Aveiro connosco), que nomeamos: Angola, Benin, Brasil, Cabo Verde, China, Cuba, Espanha, Etiópia, França, Guiné-Bissau, Índia, Irão, Malásia, Moçambique, Nigéria, Paquistão, Polónia, Portugal, Rússia, São Tomé e Príncipe, Sérvia, Tailândia, Timor, Uganda, Estados Unidos da América. Estes “nomes” à mesa, da raiz da sua diversidade cultural, dizem tudo! Se cada vez mais o mundo está em Aveiro, todas as aberturas de sensibilidade múltipla só se podem abrir ao mundo! Seja 2008 uma “Ceia de Natal”! Ela só se “põe” no “sonho” diário…
(4. Após a pausa natalícia, regressámos à Linha da Utopia. Amanhã com “O Labirinto da Saúde”.)

Alexandre Cruz

A NOITE ESPECIAL: 24 de Dezembro, no CUFC


Ceia de Natal
com Universitários

1. Inscrito na vocação do Centro Uni-versitário Fé e Cultura (CUFC), desde há 20 anos, o ideal acolhedor de todas as diversidades e sensibilidades presentes na Comunidade Universitária de Aveiro, como todos os dias e só nesta base diária tal é possível, também em épocas especiais como esta a parceria que “faz a força” (pro)põe a mesa de Natal para aqueles que passam esta quadra festiva a milhares de quilómetros de suas famílias.
2. Assim, vencendo todas as distâncias, desde há muitos anos que é levada a efeito uma Ceia de Natal para estudantes, professores e membros da Comunidade Universitária que, desta forma, são a “família universitária” em Natal. É a noite de 24 de Dezembro, com a Ceia de Natal e, depois, na medida das sensibilidades de cada diversidade, o convite aberto à participação na Missa de Natal, na Sé de Aveiro à meia-noite.
3. Se esta proposta da Pastoral Universitária diocesana é longínqua, de há seis anos para cá ela é levada a efeito em parceria com os Serviços de Acção Social da Universidade de Aveiro. É a noite especial, sempre com a presença de dezenas de estudantes de várias partes do mundo, e com a palavra natalícia acolhedora do Bispo da Diocese (D. António Francisco), da Reitora da Universidade (Helena Nazaré) e do Administrador da Acção Social UA (Hélder Castanheira).
4. Neste 24 de Dezembro 2007, cumpriu-se a tradição (sempre nova)! Este ano, e como tem sido sempre crescente a adesão para a qual os vários Serviços da UA cooperam, contámos no CUFC, nessa noite da Ceia, com cerca de 110 participantes, de 25 países que nomeamos: Angola, Benin, Brasil, Cabo Verde, China, Cuba, Espanha, Etiópia, França, Guiné-Bissau, Índia, Irão, Malásia, Moçambique, Nigéria, Paquistão, Polónia, Portugal, Rússia, São Tomé e Príncipe, Sérvia, Tailândia, Timor, Uganda, Estados Unidos da América.
5. Estes “nomes” de nacionalidades, à mesma mesa, dizem tudo! As diversidades de línguas, culturas, filosofias e religiões presentes (todos os dias) na comunidade universitária dizem-nos que (a Universidade de) Aveiro cada vez mais é terreno cosmopolita e que o Natal gera o verdadeiro “milagre” do encontro de uns com os outros. Ninguém perde nada, todos ganham(os) o essencial apelo do desígnio natalício para todos os dias de vida! No calor dessa noite especial de cada ano, também novas proximidades se aprofundam que são raiz de esperança para um óptimo novo ano (2008)!

A Equipa CUFC 2007-2008

GAFANHA DA NAZARÉ: Cortejo dos Reis


Como manda a tradição, realizou-se hoje, na Gafanha da Nazaré, o Cortejo dos Reis, apesar do tempo de chuva que se fez sentir. É assim há muitos anos. No dia 6 de Janeiro ou no domingo mais próximo, para condizer com a Epifania.
Uns tempos antes, as pessoas associam-se nos seus lugares ou por iniciativa das comissões dos diversos Centros de Culto, para prepararem a sua participação no Cortejo. Alguns movimentos, obras, serviços ou instituições, ligados directa ou indirectamente à paróquia, procedem do mesmo modo. Outros ensaiam os Autos dos Reis que hão-de ser apresentados durante o Cortejo, que parte do lugar de Remelha (ou Romelha?) e termina na igreja matriz. O grupo das cantoras ensaia os cânticos. E todos, sempre com entusiasmo, se envolvem nesta festa colectiva do povo da Gafanha da Nazaré. No final, haverá o beijar do Menino, sempre ao som dos cânticos melodiosos que ocupam a minha memória desde que nasci. O leilão das ofertas será no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, durante a tarde, destinando-se a receita para as muitas despesas da paróquia. Uma palavra ainda, como sugestão: seria bom que houvesse algum rigor nos trajes usados no Cortejo. Acho que todos ganharíamos se as pessoas se vestissem à moda antiga, com algum cuidado. É que há participantes que têm pouco esmero no que apresentam e como se apresentam. O Cortejo dos Reis poderia muito bem ser um grande momento etnográfico, se houvesse orientações mais completas para isso.
As ilustrações que hoje partilho com os meus leitores são da autoria do artista Manuel Correia e fazem parte do livro “Cortejo dos Reis – Um apontamento histórico”, da autoria do Padre José Fidalgo e de Fernando Martins.

Fernando Martins

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 59




O INÍCIO DA VIDA ESCOLAR

Caríssima/o:

7 de Outubro de 1947.
Foi nesse dia que o Olívio rumou pela primeira vez em direcção à Escola.
O dia foi preparado com todo o cuidado. Muitos alunos, não havia lugar para os novos: tinham que levar um banco. E lá foi com ele ao colo... para se poder sentar junto à parede lateral.
Correu-se a vizinhança à procura do livro. Por fim, encontrou-se alguém que o emprestou. Que maravilha! Capa cor de laranja a fugir para o amarelo e sem os cantos (roídos pelo tempo e pelo tremor das três gerações que o tinham utilizado). Verificou depois que poucas folhas lhe faltavam e que das letras algumas já tinham voado!
O principal, conseguido. E sinceramente que não se lembra onde levou o livro – nem tão-pouco da lousa. Isso ainda não importava – ele queria penetrar no mistério da leitura!
A Escola ficava ali na rua que ia para o moinho do Ti Conde: a seguir à palmeira virava-se à direita e, zás, logo pertinho numa casa alugada ao Ti Bola, a gente até lhe chamava a “Escola do Ti Bola”.
À espera estava a Professora, a D. Zulmira, que tinha sido a mesma do irmão Artur, no ano anterior, na sua 3.ª classe.
A rapaziada do “canto” ... e os novos que iriam ser seus companheiros, todos sorridentes: o Amílcar, seu primo, o Oliveiros, do Ti Russo, o Silvério... Alguns tiveram lugares nas carteiras, quatro a quatro; mas ele serviu-se do banquito (e para quem estava habituado a sentar-se nas pedras dos caminhos e das estradas, não era nada mau!).
Os alunos arrumavam-se segundo a classe que frequentavam – havia as quatro classes. E enfim, feitas as “apresentações” - a Professora não discursou –, a “fábrica” entrou em laboração que só terminaria depois dos exames.

Fica na esperança que a Estrela brilhe nos corações de todos os Amigos o

Manuel

sábado, 5 de janeiro de 2008

Imagens de S. Jorge, Açores








Fotos enviadas pela professora Susana, docente em S. Jorge


Magistério de influência




CAVACO SILVA TEM MAIS PODERES
DO QUE MUITA GENTE PENSA

Desde sempre se tem dito que o Presidente da República, pós-25 de Abril, tem poucos poderes. Para alguns, essa situação há muito que espera por uma revisão da Constituição da República Portuguesa, que dê ao Presidente a possibilidade de poder intervir mais eficazmente nas decisões do Governo. Penso que não será necessário. Tem tudo o que precisa para mostrar que o Presidente da República existe e que pode, quando quer, chamar a atenção do Governo e dos demais políticos, mas também de todos os portugueses, para que cumpram as suas obrigações, no sentido do bem comum.
Cavaco Silva tem mostrado, à saciedade, que assim é, lembrando que Portugal só atingirá o progresso e o bem-estar de todos, se cada um de nós cumprir o seu papel de cidadania activa.
Antes de ser Presidente da República, mas já a pensar nisso, certamente, escreveu um texto que mexeu com o Presidente Jorge Sampaio, que estava indeciso, em relação ao papel de Santana Lopes no Governo que liderava, por herança de Durão Barroso. Disse Cavaco, como que a querer acordar Jorge Sampaio, que “a moeda fraca expulsa a moeda boa”. Tinha razão. Tempos depois, Jorge Sampaio demite Santana Lopes.
Na recente mensagem de Ano Novo, Cavaco Silva foi, mais uma vez, oportuno, dizendo o que tinha a dizer. Felicitou o Governo pelo seu desempenho na liderança da UE e depois deixou os recados que tinha que deixar a toda a gente, políticos e não políticos (se é que há gente não política).
Ao reconhecer o que se tem feito na esfera governativa, acrescentou sempre um mas… Conseguiu-se isto, mas ainda há muito que fazer; chegou-se aqui, mas é preciso avançar mais; fez-se muito, mas ainda é preciso fazer mais. E por aí adiante. Todos ouviram a lição. Todos ficaram a saber que é urgente fazer-se muito mais, para o bem do povo. Exerceu, cabalmente, o magistério de influência. E este é, a meu ver, o grande poder que o Presidente da República possui, frequentemente sem nos darmos conta disso.

Fernando Martins

A LUTA PELO RECONHECIMENTO


Era um homem já de idade. Esperava, só, num corredor do hospital. E uma senhora aproximou-se, discreta na bondade, sorriu e perguntou-lhe como se sentia. Que ia buscar uma cadeira, se ele precisasse. E ele sentiu, no meio daquele amontoado de gente anónima, que uma alegria suave lhe percorreu a alma. Porque alguém o tinha reconhecido.
Há no mais fundo do Homem um desejo, talvez o primeiro de todos os desejos e o motor da existência: "o desejo de reconhecimento" (Ch. Pépin). Ao ser humano não lhe basta existir. Precisa de ser reconhecido. Não é verdade que um homem se faça sozinho, segundo a expressão: "Fez-se a si mesmo sozinho, a pulso." É o reconhecimento dos outros que nos faz. Como escreveu Sartre, "o outro é o mediador entre mim e mim mesmo". A imagem que temos de nós é a interiorização da imagem que os outros nos devolvem. O nosso valor, capacidades e realização dependem do olhar do outro.
O Homem é habitado por uma inquietação radical: o que vale a minha vida? Que valor tem a minha existência? Afinal, as realizações pessoais, os teres e os êxitos nada são, se não valerem para alguém. É o olhar do outro que lhes confere valor.
Por isso, há uma luta sem trégua, de vida e de morte, pelo reconhecimento. Hegel teorizou essa luta num passo célebre da Fenomenologia do Espírito: a dialéctica do senhor e do escravo, com três momentos. Quando pergunto quem sou, a resposta "eu sou eu" nada vale, pois é vazia. Tem de ser o outro a dizer-me a minha identidade.
Quero, portanto, que o outro me reconheça. Mas, porque o outro quer o mesmo, trava-se a luta pelo reconhecimento. Então, o senhor é aquele que, para ser reconhecido, não hesitou em pôr a vida física em risco, pois sabe que a vida sem o reconhecimento não tem valor. O escravo é o vencido, que preferiu a vida física à liberdade reconhecida.
Num momento segundo, o escravo torna-se senhor do senhor, porque, pelo trabalho, humaniza o mundo, humanizando-se a si mesmo, enquanto o senhor apenas consome o que o escravo produz. Por fim, em ordem ao reconhecimento mútuo, tem de dar-se a reconciliação como homens livres.
Karl Marx viu a força desta dialéctica, mas, percebendo que a reconciliação das liberdades não pode ser meramente interior, acentuou as condições materiais socioeconómicas da sua efectivação.
Para viver como ser humano, o Homem precisa de ter confiança em si, estima por si e respeito por si. Assim, o filósofo Axel Honneth teorizou sobre as três esferas de reconhecimento - íntima, social e jurídica - e os seus três princípios: o princípio do amor, o princípio da realização individual, o princípio da igualdade.
A confiança em si nasce da experiência do amor na esfera da intimidade. É bem sabida a importância do vínculo securizante na relação com a mãe em ordem à autoconfiança e à autonomia. Nesta esfera, estão incluídos todos os laços afectivos familiares, de amizade e amorosos.
Há um profundo abalo na auto-estima, quando alguém, porque não tem um trabalho, se vê atirado para a margem da inutilidade social, já não sentindo que contribui para o bem colectivo.
Para poder sentir respeito por si, cada um precisa de sentir os mesmos direitos que os outros, no quadro do princípio da igualdade na esfera jurídica.
Nas sociedades em que estes três princípios não são garantidos, há inevitavelmente conflitualidade. "Somos pessoas extremamente sensíveis e vulneráveis ao modo como a sociedade nos trata."
Concursos de todo o género, uns minutos de fama na televisão, jogos brutais de poder no mundo político, laboral, académico, económico-financeiro - tudo por causa do reconhecimento.
O debate religioso católico-protestante do século XVI teve na sua raiz a questão do reconhecimento. A pergunta que assaltava Lutero era precisamente a do reconhecimento em termos de justificação. Quem justifica o Homem: as obras ou a graça? Quando leu em São Paulo que Deus justifica o Homem pela fé, Lutero encontrou o sentido radical para a existência: a sua vida tinha valor para o próprio Deus. Deus reconhece o Homem e dá-lhe a eternidade.
Anselmo Borges

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

O QUARTO REI MAGO



Uma lenda russa, recuperada da memória do tempo, narra o percurso de um quarto rei mago que demanda o Recém-nascido em Belém. A sua narrativa afirma que os magos eram quatro e não apenas três.
Melchior, Gaspar e Baltasar são nomes postos pelo Papa S. Leão a estes três conhecidos cujos restos mortais são levados para Colónia, no século XII, por ordem do imperador Frederico Barba Roxa. A essa cidade alemã, acorrem então muitos peregrinos, facto que está na origem da construção de um dos monumentos góticos mais célebres na Europa – a célebre catedral.
Do quarto, somente a lenda russa lembra alguns episódios. Não tem nome nem terra. Ninguém sabe o que faz ou o que diz ao longo do caminho. Apenas consta a dura viagem no seu jumento envelhecido e cansado. Apenas se sabe que no seu alforge leva um pote pequeno de vinho e outro de azeite.
A marcha é lenta, o percurso difícil. O rei lança o olhar por tudo quanto pode ver. Sempre que encontra desolação ou miséria, pára e socorre os aflitos conforme as suas magras posses.
Quando chega a Jerusalém, já tudo o que é conhecido tinha ocorrido: A conversa com Herodes; a assembleia dos sábios conselheiros; a deslocação e o reaparecimento da estrela; a saída precipitada dos outros reis magos que nem sequer deixaram rasto. Apesar de tudo, não desiste e sozinho continua a seguir o que lhe pede o coração. Com muito esforço, consegue chegar a Belém, terra desolada onde reina grande alvoroço e dor. José havia tomado o Menino e sua Mãe, fugindo para o Egipto.
Sem encontrar aquele que procura com tanta persistência – pois mais uma vez tinha chegado tarde –, apenas dá conta do pranto das pessoas e das chagas de tantas mães que lutaram incansavelmente para defender os seus filhinhos perante a fúria assassina dos soldados de Herodes. E então, fica em Belém a dar consolação, a fazer curativos, a prestar socorro. Quando retoma a viagem para o Egipto é já muito tarde.
Ele pressentia que não acompanhava o ritmo dos acontecimentos, mas o seu coração seguia outro relógio – o da compaixão para com os desolados, o da vida dos proscritos e excluídos. A família de Jesus havia partido para Nazaré, evitando cidades sob a alçada dos descendentes de Herodes, perigosos como ele.
E diz a lenda que o quarto rei continuou o seu peregrinar, alimentou a sua esperança confiante e, passados uns anos, vem a descobrir Jesus no Calvário, agonizando entre dois malfeitores. Ajoelhado e contrito, implora do Senhor perdão por nunca se ter encontrado com ele na vida, por ter saído dos “caminhos” normais prescritos pelas leis judaicas, por ter ouvido mais o coração do que a razão. Enquanto assim rezava, escuta a doce voz de Jesus prestes a “apagar-se”: Os teus atrasos no tempo são fruto de um amor generoso e não da tua comodidade. O culto que me apraz é a misericórdia e não o sacrifício. Quando socorrias quem estava em necessidade, era a mim que tu servias e não ao teu egoísmo, interesse ou vaidade. “Amigo, hoje estarás comigo no paraíso”.

Georgino Rocha
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Foto: Gruta de Belém

Imagens da Costa Nova








CASAS TÍPICAS
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As Casas Típicas da Costa Nova já não são o que eram. Eram de madeira, com todas as su-as tábuas pintadas, dando o aspecto de riscas largas. De cores garridas, as casas até começavam a inclinar-se, com a idade e a força do vento, certamente. Hoje, as haabitações que se mostram a quem chega são de material usado na região, tijolo e cimento, e as cores que as decoram exibem combinações mais sofisticadas, embora menos genuínas, porque já não são ao gosto do povo simples. As exigências urbanísticas são decerto mais rigorosas do que antigamente. De qualquer modo, dá gosto chegar à Costa Nova e ver que as suas marcas ainda se mantêm, como sinal do bom gosto pela preservação do passado.


Igrejas de Santo António e de São Francisco

A ADERAV espera que o projecto de re-cuperação das igrejas de Santo António e de São Francisco, em Aveiro, possa ser uma realidade este ano. Depois do alerta, lançado em Julho do ano pas-sado, a associação reuniu com várias entidades, conseguindo trazer o mau estado de conservação daqueles monu-mentos nacionais para a actualidade.
O presidente da direcção, Luís Souto, defende que a execução da obra deve ser integrada nas candidaturas ao Quadro de Referência Estratégica Nacional 2007/2013.
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Leia mais em RTN
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Foto da ADERAV

ÍLHAVO CELEBRA 110.º ANIVERSÁRIO


Ílhavo celebra o 110.º aniversário da restauração do município. As come-morações estão marcadas para 13 de Janeiro. A parte da manhã, inclui, às 10:30 horas, o hastear das bandeiras e, às 11, a missa de acção de graças, na igreja de S. Salvador. Depois do almoço evocativo, realiza-se um Sarau Cultural, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, com a participação da Filar-mónica Gafanhense e dos grupos folclóricos do município. Para as 19 horas, está marcada uma sessão de Fados de Coimbra, no Salão Cultural da Gafanha do Carmo. As comemorações terminam com um espectáculo de fogo de artifício, na zona da Bruxa, na Gafanha da Encarnação

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Mais uma televisão em Portugal

O Governo vai licenciar um espaço para mais uma televisão generalista. Sou adepto da concorrência, mas estou em crer que vem aí mais uma televisão igual às que temos. A concorrência, numa economia liberal, pode, em princípio, beneficiar o consumidor. No entanto, mais um canal, com fome de clientela, os telespectadores, pode descambar no banal, no pimba, nos programas que nada dizem, mas que atraem gente que gosta de escândalos, do crime de faca e alguidar, do artisticamente pobre. Infelizmente, o povo, quantas vezes mal preparado para escolher qualidade, que forme e informe com verdade, que divirta com elevação, pode ir atrás do que degrada. Mas pode ser que eu me engane e que uma nova televisão se queira impor pela cultura, pela diversão sadia, pela informação isenta e pela formação adequada para as actuais e futuras gerações. FM

Imagens da Ria

Marina da Costa Nova

Ponte de acesso às praias

Pescador solitário


Antes das chuvadas e dos ventos que aí estão, pude apreciar a serenidade da nossa Ria, sem ondas, sem perigos. Não será assim todos os dias, que o Inverno não perdoa. Em dias calmos, porém, a Ria é sempre um convite dirigido aos turistas que gostam do que é belo. E a todos nós, os que nunca se cansam de olhar para ela.




FLORES NOS CINZEIROS

Numa grande superfície, por onde passei, os habituais cinzeiros não estavam cheios de beatas, donde emanava um cheiro nauseabundo. Hoje, as flores naturais ocuparam o lugar da cinza dos cigarros queimados, oferecendo o seu agradável odor a quem passava. E não vi nenhum fumador nem ninguém a protestar. Afinal, os portugueses, quando é preciso, sabem acatar as leis justas e os conselhos oportunos. Num café, onde também entrei, confirmei o mesmo ambiente, livre de tabaco, podendo os clientes respirar o ar puro, tão benéfico à saúde. Os fumadores, contudo, não puseram de lado o cigarro. Alguns fumavam, tranquilamente, ao frio e ao vento, fora do café.

INCÓMODO DE PRECONCEITOS ANCESTRAIS


A anunciada e confirmada conversão de Tony Blair ao catolicismo tem incomodado muita gente. Uns manifestam-se, directamente, sobre o a despropósito desta conversão. Outros, em surdina ou a pretender assobiar para o lado, não conseguem esconder o desconforto. E também não falta quem vá dizendo que, apesar de tudo, o número crescente dos ateus é mais significativo na Europa que uma conversão isolada e, segundo dizem, por meros motivos de família...
Quem anda atento ao que se diz, escreve, mostra e publica, decerto se apercebeu, desde há tempos, do ribombar do trovão e dos rugidos que o pressagiavam. De repente, e sem que nada o fizesse esperar, os diários começaram a pedir entrevistas a gente pouco opu nada conhecida, os editores a publicar livros que, logo na capa, publicitam se publicitam a si próprios, falando de milhões (!) de exemplares vendidos, por se tratar de “um livro que está a abalar o mundo”.
Os entrevistados e os autores podem ser pessoas famosas no campo científico. Alguns até serão. Começamos a lê-los e fica-nos logo e sempre a sensação de que se trata de mais um sapateiro, como o da fábula, que foi além do chinelo do seu normal e competência.
Ninguém tem razão para criticar ou julgar quem livremente se professa crente ou não crente. Mas já não se iliba de poder ser julgado quem da sua opção faz teoria, muitas vezes coxa, àcerca de verdades que constituem o credo de quem tem, na sua fé, a força, o sentido e a razão do seu viver e agir diários.
(...)
António Marcelino
:
Ler todo o artigo em CV

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Palheiro de José Estêvão



Um dia destes andei pela Costa Nova. Apreciei, como tantas vezes já tinha feito, o típico casario (que hei-de mostrar), a ria espraiada, com um ou outro pescador solitário, e pouca gente por ali. O frio não aconselhava muito o passeio. Mas ainda pude ver o célebre Palheiro de José Estêvão, com o conhecido registo da passagem do grande Eça pela Costa Nova, que decerto bem conhecia, desde que viveu com o avô paterno em Verdemilho.

Santos fora das escolas?


Em nome de uma sociedade laica, como é politicamente correcto dizer-se agora, de quando em vez vêm à baila uns ataques camuflados à religião, seja ela qual for. O Correio da Manhã lembra hoje que as Escolas não superiores podem optar por um patrono, mas recomenda que não se opte por Santos. Diz aquele diário que são instruções do ministério da Educação.
Eu fui educado a admirar, sobretudo, os sábios, os santos e os artistas. Por razões óbvias: os sábios contribuem, com os seus estudos e genialidades, para o progresso das ciências, melhorando a qualidade de vida das pessoas; os santos dão-nos o exemplo do amor a Deus, da caridade, do respeito pelos outros, da entrega sem limites à causa do bem, da verdade e da justiça; e os artistas contribuem, com múltiplas expressões, para um mundo mais belo.
Se agora se marginalizarem os santos, que são sinais evidentes da nossa identidade, o que virá a seguir? Que os pais não possam baptizar os filhos, dando-lhes nomes de santos? Que as autarquias retirem da toponímia os nomes dos santos? Que as escolas assumam como patronos jogadores de futebol? Ou gente do Jet Set? Ou apenas políticos?
Francamente! Esta gente anda toda maluca!
Deixem, por favor, a comunidade educativa (pais, alunos, professores, forças vivas das freguesias) fazer as suas opções, livremente, sem pressões nem limitações. Não venham com leis ridículas, em nome de uma putativa sociedade ideal.

Fernando Martins

ESTADO: ENTIDADE SEM ALMA


O Estado, como já aqui tenho dito tantas vezes, é uma entidade cega e sem alma. Penso que ninguém ficará zangado por eu sublinhar esta realidade. Em nome dos objectivos que define, corta a direito, sem olhar às pessoas, para quem o Estado, afinal, vive. E não o contrário, como muitos julgam. Aí está, na rua, a contestação do povo, por causa do encerramento dos SAP (Serviços de Atendimento Permanente).
Quando tanto se prega a valorização dos serviços de proximidade, que dão tranquilidade às pessoas, o Estado pensa unicamente nos custos económicos e na necessidade de redução da dívida pública, a todo o custo, esquecendo-se, como um dia disse o Presidente Jorge Sampaio, que “há vida para além do défice”.
Mas há mais:
Quando, neste País, o Estado não tinha capacidade nem hipótese de responder a muitas questões sociais, foi o povo, em muitos casos liderado pela Igreja Católica, quem se mexeu para criar instituições que ajudassem as famílias. Daí nasceram as instituições sociais, com as suas creches, jardins-de-infância, lares e ATL. De mãos dadas com as Misericórdias e outras associações, criaram-se espaços para ajudar quem precisasse de trabalhar durante o dia, contrataram-se empregados, montaram-se instalações adequadas às mais diversas situações e receberam-se utentes. Tudo bem. O Estado comparticipou, sem nunca assumir os apoios necessários. As instituições que resolvessem as suas dificuldades.
Há anos resolveu avançar com jardins-de-infância e, mais recentemente, com as ATL, sem ter em conta os serviços particulares existentes nas diversas freguesias e sem responder, cabalmente, ao que precisam as famílias.
Frio, implacável, sem alma, sem respeito por ninguém, o Estado não quer saber do muito que as instituições fizeram pelas suas comunidades. Cria espaços paralelos e ignora as situações de quem se deu ao povo.
O mínimo que se esperava é que houvesse diálogo, mas o Estado, como se tem visto, não está vocacionado para isso. Corta a direito sem olhar a meios.

Fernando Martins
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Nota: Foto do meu arquivo de uma ATL

Mensagem do Bispo de Aveiro para o Dia Mundial da Paz




"Andamos todos tão preocupados com a paz! E esquecemos tão facilmente que a família é o seu habitat natural, a sua escola permanente, o seu ambiente propício, o seu fundamento necessário.
Pretender promover a paz e o progresso e desamparar a família humana é um contra-senso e um paradoxo.
A sociedade civil e o Estado não podem esquecer esta realidade nem menosprezar o esforço da Igreja no serviço da família nas suas mais diversas vertentes e concretamente como educadora da paz das consciências, da harmonia dos esposos, do encontro de gerações, da comunhão entre pais e filhos e do equilíbrio social.
Valorizemos a família humana, nos seus princípios essenciais, nos seus fundamentos indestrutíveis, nos seus valores cristãos e construiremos a paz no coração humano e na comunidade humana
."
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Ler a Mensagem em Ecclesia

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

DIA MUNDIAL DA PAZ


PAZ


Paz de lareira acesa.
A vida sem horário
E os dias aquecidos.
Dias acontecidos
Num outro calendário.

Hibernação da alma
No corpo aconchegado.
Nenhum grito dorido
A bater ao ferrolho adormecido
Do sossego acordado.

Tréguas em toda a frente
De batalha.
O coração contente
Porque ninguém lhe ralha
De pulsar calmamente.

Miguel Torga


In “Poesia Completa”

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 58



Caríssima/o:

Ao espalmar a primeira folha de 2008, fica bem assomar à janela da vida e espreitar para, como se faz ao lume, espevitar a fogueira e reencontrar desafios que fomos pondo à margem.

1. Quero, contudo, que a primeira palavra, seja para o Professor Fernando; não para o parabenizar – ele faz o que gosta - mas para o encorajar (e se for preciso empurrar) a que continue este seu blogue com renovado fulgor. E, já agora, fica também a minha gratidão pelo espaço que me faculta. Que pena tenho de o não utilizar como mereceria!

2. De entre os muitos desafios que aguardam na prateleira, saltou, quase sem lhe dar autorização, o “que nos leva à Escola”! E como já disse alguém: “É sempre bom regressar à Escola!”
Foi uma cândida menina-senhora que um dia me interpelou nesse sentido. Mas do muito que me indiciou apenas rabiscarei sobre a escola/ensino na Gafanha de há 60 anos.

3. Dedico estes apontamentos a meus Pais – que, não sabendo ler nem escrever, sempre se esforçaram por dar os filhos à Escola – e meus Professores a quem sou devedor do muito que me entregaram e de que tão pouco aproveitei!

4. Os “retratos à la minuta” que forem saindo os envio desde já a meus Netos na esperança de que completaremos mais um «caderno de família» que nos ajudará a crescer no respeito do passado.

5. Apresentarei as minhas achegas, despretensiosas e quase inúteis – a vós completá-las, corrigi-las, aumentá-las, substituí-las ou rejeitá-las. Não preciso de o dizer porque já o sabeis: sou um aprendiz e, feliz me sinto, quando aparece alguém que me oferece algo de novo. Seja com este espírito e este propósito que vamos estender a toalha – a mim apenas o carrear dos talheres, esperando que outros os disponham e nos regalem com as iguarias.

Bom Ano!

Manuel
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Nota: Escola da Ti Zefa, hoje oficina de José Manuel Pereira

BOM ANO DE 2008




Que o novo ano nos traga a alegria de viver com a esperança de largos horizontes, que nos façam sentir a beleza do bem, do bom e do belo.

Bom ano de 2008, com votos de boas festas.


Fernando Martins