quarta-feira, 18 de abril de 2007

Um artigo de Alexandre Cruz

RIGOR E SENSIBILIDADE
1. A ordem do dia, em notícias vindas da capital do país, tem sido marcada pelas consequências de um mal que muito nos perturba e atinge a nossa própria essência de ser português. A ideia que por essa Europa (dos 15, 25 e 27) vai perpassando do nosso país é de uma sementeira de razões de laxismos, facilitismos, compadrios. O dizer-se na praça pública, com se tem dito nestes dias, que professores de algumas universidades privadas da capital eram simultaneamente deputados na Assembleia da República e exerciam a leccionação para a qual não estavam habilitados mas só porque eram “figuras” e “amigos”, dá-nos uma imagem do país que não queremos mas que infelizmente existe. 2. Mais, em debate televisivo aberto, confirmou-se o já sabido sentimento de que tantas vezes as comissões de estudo (com ou sem inquérito), as averiguações em dossier, os trabalhos de grupos convidados de especialistas…todo esse laborioso cuidado em ver, rever e propor, acaba tantas vezes por cair em saco roto não se sendo (politicamente) consequente com o estudo que se solicitou e em que todos investimos. Uma sensação de inconsequência (deixando andar) percorre muitas áreas gerando sentimentos do ir deixando para amanhã o que se pode (e deve) fazer hoje. 3. Bem se sabe que problema adiado é problema multiplicado. Sem primarismos, mas uma filosofia cultural do inadiável deveria “varrer” os maus hábitos purificando o “sistema” ideológico muitas vezes laxista. Cada instituição que implode na corrupção, cada ponte ou caminho-de-ferro que sem o rigoroso e periódico cuidado caem, cada obra pública que triplica o seu preço orçamentado, cada serviço que fecha desertificando irreversivelmente o nosso interior, fala-nos de um Portugal que se adia e perde no tempo, não agarrando cada dia uma alma e um sentido de construção social fundamentais que unam em convergência os esforços de todos. 4. Não se pense que o problema são os senhores do Estado; se esses renovam elegantemente a sua frota de automóveis ou colocam as secretárias que lhes aprouver, também o empresário português em inícios de sua visibilidade, tantas vezes, das primeiras coisas que faz é comprar o melhor carro e a melhor casa. Assim, não é a dicotomia público-privado que está no centro do problema, é a questão de uma mentalidade colectiva permissiva e que muitas vezes ainda vê com maus olhos o “rigor” e a disciplina. É também neste campo da exigência cuidadosa em que estamos depois de quase todos os países europeus. 5. “Rigor”, a partir carteira da escola, terá de ser a aprofundada palavra de ordem. Todavia, não o rigor seco, do mete-medo, do ter de fazer senão advirá punição. Este terá de ser o tempo do rigor gratificante porque explicado que é para o melhor de todos (como no bom exemplo da TAP com o Eng. Fernando Pinto). Só o rigor completo combate o laxismo e a corrupção; só a separação das águas entre a amizade e a competência fará de Portugal o país da liberdade na verdade e não, muitas vezes, um arrastar-se no vício do pensar só em si; quando vieram os primeiros fundos europeus (há 20 anos), quantos senhores, falseando as aplicações, pensaram só em si em vez de formarem e investirem de acordo com as metas a atingir (?). Foi aqui que a Irlanda e a Espanha deram o salto. 6. A cultura do rigor diário com sensibilidade terá de ser, afinal, a cultura na própria vida. Naturalmente que em Portugal fez-se muitíssimo em tão pouco tempo; mas necessariamente a pergunta se se fez bem e se se gerou uma mentalidade dinâmica e responsável em tudo obtém resposta em aberto… Será que Portugal só com a justiça é que vai lá? Será mesmo que não sabemos viver e SER a liberdade? Mal vai e pobre país é aquele em que o rigor tem de entrar à força! Se o rigor vem pela força não desce ao coração, não é acolhido na sensibilidade; desaparecendo a fiscalização tudo volta ao mesmo mal… Talvez no tesouro que é a educação, de forma transversal, seja de apostar mais e melhor na formação humana e cívica; esta será o “lugar” onde será possível gerar uma mentalidade de rigor que sabe bem, pois acolhido com sensibilidade constrói comunidade. No fundo é de (noção de) COMUNIDADE que precisamos! (Dizem os estudos sociais que apesar de solidários no SOS pensamos de forma muito individualista, ideia que se aproxima muito do “Chico esperto”…).

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Ares da Primavera

Figueira da Foz: Parque das Abadias


PRIMAVERA: ATÉ QUE ENFIM!
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A Primavera, a sério, aí está. Até que enfim! Está um sol radioso e já tirei o casaco. Tempo quente como no Verão. Ou quase, melhor dizendo. Passear pelo Parque das Abadias, de relva fresca e arvoredo a dar-nos a sombra precisa, é um prazer muito grande. Ao fundo, para onde volto com frequência, estão o Centro Cultural, a Biblioteca e o Museu. Tudo espaços que são outros tantos desafios, para quem gosta de fugir da rotina.

O exemplo de Bento XVI



O PAPA COMPLETA HOJE
80 ANOS DE VIDA
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Embora tenha celebrado ontem, com uma eucaristia, o seu aniversário, o Papa só hoje completa 80 anos de vida. Uma vida cheia de Deus, como é suposto admitir, sabendo, quanto se sabe, da sua entrega à Igreja de Cristo e, por inerência, a todos os homens e mulheres de boa vontade.
Teólogo de renome, cardeal com ampla intervenção no tempo de João Paulo II, agora Papa, Ratzinger não se cansa de mostrar toda uma vitalidade impressionante. Apesar dos seus 80 anos de idade e quando tantos mais novos se apresentam reformados e conformados com nada fazer, Bento XVI dá ao mundo um exemplo digno de ser louvado.
O Governo da Igreja não é, certamente, tarefa fácil, para manter a unidade numa universalidade de culturas, raças, costumes e diferenças sociais abissais. Mas nem por isso o Papa deixa de mostrar serenidade nas decisões e ousadia nas propostas. Ainda escreve, como o prova o livro que acaba de sair sobre Jesus Cristo, que há-de ser bastante procurado e lido, numa altura em que tanto se especula sobre a vida histórica do Senhor.
Bento XVI é, portanto, um bom exemplo para todos nós, sobretudo para os descontentes da vida, para os acomodados, para os que não conseguem descortinar razões elevadas para viver com dignidade, mas ainda com objectivos abertos ao projecto de um mundo melhor para todos.

Fernando Martins

Diplomas de José Sócrates




BOM CONSELHO
DE CAVACO SILVA
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Com a prudência a que já nos habituou, Cavaco Silva deu aos portugueses mais um bom conselho. Questionado sobre os diplomas do primeiro-ministro, respondeu que esse problema “não é com certeza o mais importante para o desenvolvimento do país”. Alguns jornalistas ainda voltaram à carga, mas o Presidente respondeu, com serenidade, que teria de repetir o que já havia dito. E mais não disse.
Penso que Portugal e os portugueses estão cheios de problemas, a merecerem, sem dúvida, uma atenção e um empenho muito grandes, da parte de todos. Mas há sempre alguns que teimam em desviar a atenção do povo das verdadeiras inquietações, lançando no ar questões fracturantes, mas que em nada contribuem para a procura das melhores soluções para as muitas dificuldades que nos afligem. Se repararmos bem, haveremos de chegar à conclusão de que estas atitudes são cíclicas, teimando em alimentar questiúnculas que, no fundo, não têm valor digno de grande registo. Há órgãos de comunicação social que se aproveitam disto para vender notícias, normalmente bombásticas, na ânsia de conquistar leitores, ouvintes e telespectadores. É que há muita gente que delira com boatos, insinuações maldosas, calúnias, crimes de faca e alguidar e... diplomas mal conseguidos. Já agora, não é verdade que meio mundo está na situação de José Sócrates?
Ora, o Presidente Cavaco Silva veio lembrar, numa sessão sobre a inclusão, num País como o nosso, em que há tantos excluídos e marginalizados, que o mais importante será, em dúvida, promover a solidariedade e o desenvolvimento de Portugal.

Fernando Martins

Citação - Frei Bento Domingues

“Todas as religiões nasceram para abrir o mundo ao reconhecimento da sua Fonte e do seu Sentido, para que os seres humanos possam tornar a fazer da Terra o jardim que, muitas vezes, estragam até o tornarem irreconhecível. Na Vigília [Pascal], as religiões do mundo foram brevemente evocadas antes da religião de Israel e do movimento cristão. Pensando no espírito do encontro de Assis, talvez valesse a pena não esquecer as tradições espirituais dos Povos Primeiros, da América pré-colombiana, da China, do Tibete, do Japão, da Índia, do Egipto, da Mesopotâmia, do Irão, etc. O diálogo inter-religioso a favor da reconciliação e da paz entre os povos continua a ser urgente.”
Frei Bento Domingues, in “PÚBLICO” de ontem

Pobreza



Menos pessoas
em pobreza extrema
no mundo


As estatísticas mostram que a pobreza extrema no mundo diminuiu 21%, entre 1990 e 2004, mas, ainda assim, existem 985 milhões de pessoas que sobrevivem com menos de um dólar diário.
O documento divulgado pelo Banco Mundial (BM) - edição de 2007 dos "Indicadores do Desenvolvimento Mundial" – destaca também a diminuição da percentagem dos que vivem com menos de dois dólares diários, estimando contudo, que em 2004 ainda havia 2.600 milhões de pessoas - quase metade da população do mundo em desenvolvimento - vivendo abaixo desse patamar.
O estudo atribui ao progresso a diminuição da pobreza, a que está associada a taxa do crescimento do Produto Interno Bruto per capita, que subiu à média de 3,9% desde o ano 2000.
Outra razão considerada "chave" para que, no ano de 2004, houvesse cerca de 260 milhões de pessoas a menos em situação de pobreza extrema face a 1990, foi a massiva redução da miséria na China no período mencionado.
Contudo, as estatísticas deixam claro que o momento não é de triunfalismo, revelando por exemplo, que mais de 10 milhões de crianças menores de cinco anos morrem todos os anos por doenças que se podem prevenir.
Quanto às diferentes regiões em desenvolvimento, o estudo destaca que a América Latina tem a maior esperança de vida, com 72 anos, e também a menor taxa de mortalidade entre as crianças menores de cinco anos.
Nesta região, 8,6% das pessoas vivem na pobreza extrema face aos 9% do Leste asiático ou 41,1% da África Subsaariana.
Já a região do leste asiático e Pacífico vem à cabeça do mundo em desenvolvimento graças às elevadas taxas de crescimento, que lhe permitiram reduzir a pobreza mais rapidamente do que noutros lugares.
A região revela também vantagem na educação, ao ter alcançado a escolarização universal primária.
As regiões do Médio Oriente e Norte de África avançaram muito em educação: quase 90% das crianças acabam a sua educação primária.
O sul da Ásia tem as menores taxas de alfabetização feminina do mundo em desenvolvimento, dependendo mais da agricultura que qualquer outra região.
Na África Subsaariana a esperança de vida caiu dos 49 para os 47 anos desde 1990, devido à alta taxa de mortalidade infantil e à incidência da SIDA.
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Fonte: Rádio Renascença

sexta-feira, 13 de abril de 2007

JESUS DE NAZARÉ

Primeira obra do Papa procura devolver valor histórico aos relatos evangélicos e critica teorias que destroem a figura de Jesus . Livro chega a Portugal em Maio


O ROSTO DO SENHOR


O teólogo Joseph Ratzinger, hoje Bento XVI, apresenta com "Jesus de Nazaré" a sua primeira obra escrita desde a sua eleição como Papa. O livro, hoje apresentado no Vaticano, chega às livrarias (em italiano, alemão, polaco e grego) no dia 16 de Abril, data de aniversário natalício do seu autor.
Em Portugal, a obra é editada pela Esfera dos Livros e chegará às bancas no próximo mês de Maio. As edições são, neste momento, já mais de 20.
O título simples não esconde décadas de trabalho, apresentando, numa linguagem teológica narrativa, uma busca pessoal do "rosto do Senhor" e procurando demonstrar a coincidência entre a dimensão religiosa e a dimensão história de Cristo.
Ao longo dos séculos, de forma mais ou menos espectacular, têm chegado teorias muito diversas sobre a vida de Jesus, muitas vezes com a pretensão de serem a "resposta definitiva" para as questões que se levantam. O Papa, neste livro, procura responder às tendências do actual contexto cultural, que procuram distanciar o Jesus da história do Cristo da fé, quase ignorando as respostas "institucionais" sobre a figura central do Cristianismo.
Os factos históricos, contudo, podem estar ao serviço da fé. Ao longo de 10 capítulos, Bento XVI mostra-se atento aos dados da pesquisa moderna sobre Jesus e apresenta o Jesus dos Evangelhos como o verdadeiro Jesus histórico, "uma figura sensata e convincente a que podemos e devemos fazer referência com confiança e sobre a qual temos motivos para apoiar a nossa fé e a nossa vida cristã".
O Jesus que encontramos nos Evangelhos é, para o Papa, "muito mais lógico do ponto de vista histórico e também mais compreensível do que as reconstruções com que nos tivemos de confrontar nos últimos anos".
"Eu tenho confiança nos Evangelhos", afirma, com convicção.
O Papa adverte que a obra não foi escrita contra a exegese moderna, mas alerta que "os piores livros, destruidores da figura de Jesus, desmanteladores da fé, estão cheios de supostos resultados da exegese".
Este livro, cuja redacção se iniciou em 2003, continuando em "todos os momentos livres" desde que foi eleito Papa. Uma segunda parte do livro, dedicada à infância de Jesus, será publicada mais tarde.
Bento XVI entra na discussão em volta de Jesus: questão, que desde logo, desperta a atenção: há uma verdadeira história de Jesus? A verdadeira história de Jesus não está na Bíblia? A figura dos Evangelhos é credível?
No livro há um alerta: "a interpretação da Bíblia pode tornar-se um instrumento do Anticristo", se seguir caminhos errados.
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Leia mais em Ecclesia

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 19

A HERANÇA DO TIO MARCOS
Caríssima/o: Não somos do tempo do Tio Marcos, mas os anos vão passando e, pessoalmente, considero-me um privilegiado por ter ido estudar para Aveiro. A vida encarregou-se de me dar uns bons pontapés para a frente. Recobrar as viagens que fazíamos de bicicleta, a caminho do Liceu ou da Escola Comercial, o contacto com os companheiros, contínuos e professores é testemunhar vivências inesquecíveis e enriquecedoras. Sentar junto de nós empregados como Estima ou João Maria Pereira Júnior, o Cochicho, professores como José Pereira Tavares, Francisco Ferreira Neves, Orlando de Oliveira (e tantos e tantos outros que continuam vivos no nosso coração!), é compendiar uma enciclopédia de Homens Bons que nos acompanharam, ampararam e marcaram rumos para o futuro. Esta lenda ajuda-nos a olhar para o nó que eles apertaram. «Esta lenda é dos antigos tempos aveirenses, em que a festa de S. Pedro marcava a vida das populações dali. E começa com o Tio Marcos, tombado no seu leito de morte, segurando as mãos dos seus filhos Albino e Jorge, se prepara para a longa jornada sem regresso. Tinha-os educado no caminho da rectidão e do trabalho e queria que assim se mantivessem. - Meu querido Albino, tu és o mais velho. Não deves esquecer-te de quanto te ensinei, ouviste? E o filho jurou ao pai que nem um só momento esqueceria as lições recebidas. - Respeita sempre o teu irmão, Jorge, ele é o mais velho. Gostaria que vocês fossem um nó tão apertado que ninguém o pudesse desatar! Comovidos , os filhos disseram ao velho que podia confiar neles. O Tio Marcos disse-lhes que assim podia morrer descansado mas, antes, queria entregar-lhes a herança. E de debaixo da sua almofada tirou um pequeno saco. - Está fechado e só o abram quando estiverem verdadeiramente aflitos. Não é muito, mas é o que vos posso deixar. Guarda-o tu, Albino, mas lembra-te que é de ambos! É leve ,mas vale uma fortuna. Mas primeiro contai com o vosso trabalho! E lá se foi o bom Tio Marcos. Os dois rapazes guardaram o saco e voltaram ao trabalho, que tinham bons braços para isso. E corria tudo muito bem para eles até que, um dia, chegou uma rapariga muito bonita à aldeia. Dizia-se que fugira de casa por não querer casar com o homem que o pai queria por força e ela odiava. E muitos rapazes da aldeia ficaram enamorados dela, incluindo o Albino e o Jorge. E ela a todos dava esperanças. Porém, aquela situação começou a criar problemas entre os dois irmãos, que chegaram a relaxar o próprio trabalho, além da amizade que os unia. Chegaram mesmo a discutir. Qualquer deles presumia ser o rapaz de quem ela gostava. Depois da discussão, cada um deles procurou a bela rapariga e combinou fugir com ela da aldeia logo depois das festas de S. Pedro. Um e outro se prontificou a deitar a mão ao saco, onde estava a herança do Tio Marcos. Porém, a rapariga conseguiu dar cabo da cabeça a um e a outro, sugerindo-lhes que matasse o irmão. E eles, na inconsciência da paixão, nem se lembravam das palavras amigas do pai. Ora na noite de S. Pedro, em pleno arraial, Albino e Jorge encontraram-se frente a frente. O primeiro tinha na mão o saco da herança do Tio Marcos. Ali mesmo os irmãos engalfinharam-se. Pareciam dispostos a matar. De repente, ouviu-se uma voz: “S. Pedro, valei-me!” E o próprio S. Pedro apanhou o saco e abriu-o. Dentro estava apenas um nó apertadíssimo. Os irmãos olharam-no e caíram em si. Houve um estrondo e a rapariga por quem lutavam desfez-se em fumo. Abraçaram-se e entenderam que estiveram a ponto de ceder ao demónio tudo de bom que neles havia!» Pisguemo-nos das aulas, fazendo um intervalo grande, e corramos aos matraquilhos à Feira de Março. Manuel
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NOTA: O texto do colaborador e amigo Manuel, publicado habitualmente ao domingo, sai hoje, simplesmente porque não sei se terei Net no fim-de-semana.

Um texto de Fernando Pessoa

A CORAGEM DE PESSOA Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo…
NOTA: Texto incluído por Laurinda Alves
no seu espaço de opinião – Coisas da Vida –,
no “PÚBLICO” de hoje.

GAFANHA DA NAZARÉ


GAFANHA DA NAZARÉ
COMEMORA
SEXTO ANIVERSÁRIO DE CIDADE



A Gafanha da Nazaré vai comemorar, no próximo dia 19 de Abril, o sexto aniversário da elevação a cidade, com um programa variado e que merece a participação de todos os gafanhões.
Criada freguesia em 31 de Agosto de 1910 e vila em 1969, foi elevada a cidade há seis anos, por mérito próprio. O seu desenvolvimento demográfico, económico, cultural e social bem justifica as promoções que recebeu do poder constituído no século XX, a seu tempo reclamadas pelo povo.
A Gafanha da Nazaré é obra assinalável de todos os gafanhões, sejam eles filhos da terra ou tenham sido adoptados. De todos os pontos do País, das grandes cidades e dos mais pequenos recantos, muitos aqui chegaram e aqui se fixaram, porque não lhes faltaram boas condições de vida.
A Gafanha da Nazaré é, hoje, uma mescla de muitas e variadas gentes, que, com os seus usos e costumes e muito trabalho enriqueceram, sobremaneira, este rincão que a ria e o mar abraçam e beijam com ternura.
Importa, agora, que todos sejamos capazes de dar as mãos para tornar a nossa terra ainda mais bela e mais próspera, para que, quantos nela vivem e trabalham, sejam muito mais felizes.

Escola de Música Gafanhense

Um quarto de século a ensinar música
A Escola de Música Gafanhense está a celebrar as suas Bodas de Prata. São 25 anos a ensinar música. Foi fundada em 30 de Abril de 1982 por um grupo de gafanhões, à frente dos quais, como dinamizador, estava Dionísio Marta. Ligada inicialmente à Filarmónica Gafanhense, tinha como prioridade formar músicos para aquela banda, herdeira dos pergaminhos da Filarmónica Ilhavense, também conhecida por Música Velha. Do programa agendado para o dia 28 de Abril, destacam-se alguns pontos, nomeadamente, a inauguração de uma Exposição Fotográfica (15.30 horas), Missa de Acção de Graças e pelos associados falecidos (18 horas), Concerto pela Filarmónica Gafanhense (21.30 horas), Homenagem e entrega de medalhas dos 25 anos a entidades benfeitoras e associados (22.15 horas), Concerto pela Orquestra Ligeira da Escola de Música Gafanhense (22.30 horas) e Convívio.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Um poema de Sophia

ÁRVORES
Árvores negras que falais ao meu ouvido, Folhas que não dormis, cheias de febre, Que adeus é este adeus que me despede E este pedido sem fim que o vento perde E esta voz que implora, implora sempre Sem que ninguém lhe tenha respondido?
Sophia de Mello Breyner Andresen
(1919 - 2004) "Coral", 1950 In “PÚBLICO” on-line

Ainda as habilitações do primeiro-ministro

COM ESTA HISTÓRIA,
A POLÍTICA PORTUGUESA
FICOU SEM PROBLEMAS RELEVANTES
A questão das habilitações académicas do primeiro-ministro, José Sócrates, veio mostrar a fragilidade da política portuguesa. Por causa dessa polémica, tudo o mais de importante na sociedade foi relegado para segundo plano, conforme tem retratado a comunicação social. Até parece que Portugal e os portugueses nada mais têm para discutir, para além dos diplomas conseguidos pelo primeiro-ministro. É claro como água que José Sócrates e o seu Governo ganharam legitimamente o direito de exercer o poder, pois a competência política nada tem a ver com as habilitações académicas dos governantes. Mas é evidente que os portugueses têm o direito de saber se os políticos e pessoas públicas ostentam, com legitimidade, os títulos académicos que apresentam, num País onde tantos querem ser Drs. Levantada a questão dos títulos de José Sócrates, o visado tinha a obrigação de esclarecer, de imediato, a situação, para depois governar bem como todos queremos. Porquê, então, tanto tempo para prestar esses esclarecimentos? Depois, numa entrevista em que devia fazer um balanço de dois anos de governação, foi triste ver quanto tempo se perdeu com o assunto dos diplomas, sabendo-se, como toda a gente sabe, que o PS vai continuar a governar o País, por ter ganho as eleições, com todo o direito que lhe advém dos votos conseguidos, à custa, decerto, da saída de Durão Barroso para a presidência da Comissão Europeia e do mau trabalho de Santana Lopes no Governo de coligação entre o PSD e o CDS-PP. Marques Mendes, líder do PSD, pediu que uma comissão independente analisasse o problema criado à volta das habilitações do primeiro-ministro. A ideia não é má, mas parece-me que não adianta nada. José Sócrates continuará a governar, porque ninguém conseguirá provar se os seus diplomas foram alcançados com muito ou pouco esforço. Daqui a uns meses, já ninguém falará do assunto, porque alguém se encarregará de criar novos factos políticos para entreter a malta. Toda a gente sabe que neste País há muita gente com habilitações conseguidas a trouxe-mouxe, numa ânsia de ocupar as melhores posições profissionais. Vale tudo para subir na vida, com a complacência do Estado e a cooperação de Universidades, que, de rigor, nada têm. O importante, para algumas, é ter alunos que paguem as mensalidades. Os meus leitores sabem que uma professora confirmou, há dias, que não sabia quem era Luís de Camões? E que uma universitária de História não fazia ideia do que era o 5 de Outubro? E que alguns universitários não sabiam a tabuada? Este é, infelizmente, o Ensino que temos. Fernando Martins

Um artigo de António Rego


PROFECIA
NO NOSSO TEMPO?


Tudo tem o seu tempo e a sua hora. Tudo vai rodando. De forma que a história se vai repetindo e refrescando, sempre igual e sempre diferente.Com as culturas, civilizações, crenças, sucessão de impérios, descobertas, muitas delas ingenuamente tomadas como invenções. Tudo afinal está encontrado e o fascínio de tudo redescobrir torna o homem protagonista do seu tempo, na ilusão de ter reinventado tudo. É bonito este ciclo, esta infância redescoberta da criação, vista pelos crentes como continuidade do Génesis.
Também no nosso tempo. Plasmados pelo novo, nunca visto, nunca usado, nunca ultrapassado sentimos, na velocidade e na multiplicação até ao infinito das hipóteses lançadas pela ciência, tecnologia e comunicação, a ilusão do nunca acontecido e o orgulho da página nova de história que se escreve nas nossas vidas.
Mesmo com a certeza de que não inventámos a pólvora, somos convidados a celebrar o nosso tempo como um dom renovado de Deus ao homem. Não se trata duma cegueira ilusória que coloca o humano contra o divino, o tempo contra a eternidade. Se é bom relativizar muitas das nossas mecânicas certezas, é importante sentir que trouxemos à história o nosso contributo bem diferente de algumas maldições que pairam sobre a nossa forma de edificar o tempo. A modernidade tem o seu quê de novo, rico, humano, e solidário. É muito mais que um amontoado de lixos formados por música estridente, arquitectura quadrada, pintura de jacto, poesia depressiva e romances fatalistas. Somos muito mais que um grupo aniquilado de drogados, visionários esquizofrénicos ou sonhadores extasiados pelo vazio. A procura dos valores espirituais ou culturais do nosso tempo tem de situar-se nos módulos da contemporaneidade e não nas categorias dum passado que teve o seu olhar e o tempo de se dizer. Dizer o presente com o passado é distorcer toda a leitura e cercear os novos caminhos que o nosso tempo tem todo o direito de abrir e criar. Estará na moda definir esta geração como viciada de relativismo. Como se o seu contrário fosse apenas virtude. Como se os novos valores pousassem sobre o abismo. Isso seria a recusa do Espírito como estímulo dos novos passos da história. Digamos doutra forma: andam por aí os profetas. Não é justo aniquilá-los por simples arritmia. Cultural ou religiosa

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Túmulo de Jesus?

SIC vai exibir «O Túmulo perdido» A SIC adquiriu os direitos exclusivos para Portugal do documentário de James Cameron "O túmulo perdido de Jesus" e vai exibi-lo no próximo Domingo, dia 15, depois do Jornal da Noite. Realizado pelo judeu canadiano Simcha Jacobovici, "O Túmulo perdido de Jesus" parte da análises de dez ossários encontrados em 1980, no Bairro de Talpiot, em Jerusalém, e que presentemente estão entregues à Autoridade de Antiguidades de Israel e guardados num armazém em Bet Shemesh. Os arqueólogos que estudaram as peças chegaram à conclusão, em 2003, de que o sarcófago data do século I d.C. No entanto, conteúdo, caligrafia e revestimento da inscrição tornam a sua autenticidade duvidosa. Um dos especialistas entrevistados por James Cameron e Simcha Jacobovici, Stephen Pfann, veio já desmentir que uma das inscrições, "Mariamne e Mara", possa ser lida como "Maria, (conhecida como) a Mestre". Segundo este paleógrafo da Universidade da Terra Santa, os autores do documentário teriam identificado mal o ossário em que afirmam estar Madalena. Para Pfann, a inscrição deve ser traduzida como "Maria e Marta", contendo, por isso, restos mortais de duas mulheres. A primeira palavra, "Mariamne", terá sido escrita no Grego da altura (séc. I) e a segunda e terceira palavras num estilo cursivo, por isso, mais tarde e por outro indivíduo. Cameron e Jacobovici identificam a presença de Madalena ao traduzirem a palavra "Mara" como sendo o termo aramaico para mestre. Para justificarem o facto do nome "Mariame" estar escrito em grego, os realizadores transformam a pequena localidade de Magdala, no Mar da Galileia, num "importante centro de comércio" em que se falava grego. Várias outras inscrições da altura atestam que "Mara" aparece como uma abreviatura de Marta. Este não é, contudo, o único túmulo de "Jesus". Outro ossário, conservado nos armazéns da autoridade arqueológica israelita (n.º de catálogo 80503) tem a inscrição “Jesus, filho de José”. De facto, nos mais de mil ossários idênticos dessa época seis apresentam o nome “Jesus” e um outro (além deste primeiro) a frase “Jesus, filho de José”. Segundo o arqueólogo israelita Zvi Greenhut, 25% dos nomes femininos nestes ossários apresentam o nome “Maria” ou uma das suas variações e “José” é o segundo nome mais comum nesse período. Simcha Jacobovici já tinha provocado polémica em 2002, a partir de um ossário com a inscrição "Santiago, Filho de José, Irmão de Jesus". A 18 de Junho de 2003, os 15 membros da Autoridade de Antiguidades de Israel demonstraram que a "descoberta" de Jacobovici era uma falsificação moderna.
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Fonte: Ecclesia