quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Um artigo de Francisco Perestrello, na Ecclesia

Informação de Cinema
Há muitos cinéfilos, ou pelo menos alguns, que além de gostarem de ver bom cinema gostam de estar sobre o mesmo bem informados. Para o conhecimento de cada filme estreado, ou mesmo para boa parte dos lançamentos em vídeo/DVD, o recurso às críticas dos jornais e revistas, a par com a consulta de alguns sites de Internet constitui fonte suficiente para uma informação adequada.
Tempos houve em que se podia ir mais longe. Revistas especializadas aprofundavam temas, carreiras dos profissionais, elementos técnicos da 7ª Arte e notícias mais detalhadas sobre as produções em curso. Algumas chegaram a ter uma grande projecção nacional, como o caso da «Filme», que sob a direcção de Luís de Pina foi elemento indispensável ao longo de vários anos.
Outras, sem atingirem a mesma profundidade de análise, atingiram uma vida longa, como a «Celulóide», ou mesmo o «Cinéfilo» nas suas duas épocas de edição. Embora em estilo diferente, o «BC-Boletim Cinematográfico» viveu quase meio século, tendo encontrado continuidade, mas já em Internet, no Cinedocfilme. Foi um caso ímpar de continuidade, mas limitava-se à análise dos filmes estreados.A regra foi o inverso do que acima se refere.
De forma geral, e sobretudo nos tempos mais recentes, cada revista lançada chega apenas ao seu terceiro, quarto ou quinto número, aproximadamente, começando logo a lutar com a inviabilidade financeira e as quebras de colaboração. Tentativas louváveis, algumas com condições gráficas de qualidade, não contaram em geral com uma estrutura que lhes permitisse a continuidade.
A própria TV Filmes, inicialmente sob a direcção de Salvato Telles de Menezes, soçobrou ao fim de poucos anos de edição.Temos assim inteiramente deserto um mercado que, embora escasso, não deixa de existir.
Uma revista bem estruturada e com um editor sólido poderia bem ocupar esta lacuna que há muito se sente entre os cinéfilos portugueses.

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral, no DN

IMPUNIDADE
O Conselho de Ministros aprovou na sexta-feira a proposta de lei sobre prioridades da investigação criminal. A proposta é algo vaga e deve ser melhorada no Parlamento, aproveitando os contributos dos partidos da oposição. Mas é uma novidade, depois de décadas de alheamento do poder político em relação à justiça. Começará, enfim, a cumprir-se o preceito constitucional que, desde 1997, atribui ao poder político a definição da política criminal.
Segundo o DN de sábado, os procuradores do Ministério Público temem que a sua autonomia esteja em causa, ficando esta magistratura dependente do poder político. Não ocorre aos ilustres magistrados que assim pensam que os cidadãos estão fartos de ver sucessivos e clamorosos falhanços do sistema judicial - da vaga de prescrições às sistemáticas violações do segredo de justiça - sem poderem pedir contas a alguém. O caso das escutas é paradigmático. Cresce na sociedade portuguesa a ideia de que parte dessas escutas serve, não os processos em causa, mas de arma de pressão sobre pessoas e entidades, designadamente da área política, através de fugas cirúrgicas para a comunicação social.
Esta suspeita, que é gravíssima, não parece comover os magistrados. Mas ela leva um defensor das liberdades como Miguel Sousa Tavares a concluir "Prefiro o perigo de uma investigação criminal hierarquicamente subordinada a um poder legitimamente eleito do que entregue aos próprios, sem orientação nem controlo democrático externo" (Público de sexta-feira).
Claro que os juízes têm de ser independentes, não podendo ser legalmente responsabilizados pelas suas sentenças. E o Ministério Público deve ser autónomo na condução concreta dos processos. Mas a impunidade tem limites. A proposta de lei sobre investigação criminal é um primeiro passo.

AVEIRO: FEIRA DAS FLORES

Posted by Picasa FEIRA DAS ARTES E OFÍCIOS E FEIRA DAS FLORES
As Feira das Artes e Ofícios e Feira das Flores vão ter lugar no próximo Domingo, dia 11 de Dezembro de 2005, das 8 às 19 horas, nas Praças 14 de Julho e Joaquim Melo Freitas.
De realçar que a Feira das Artes e Ofícios tem por objectivo reavivar tradições e mostrar o que de melhor se faz em artesanato, transmitindo cultura e saberes às gerações mais novas.
Trata-se de uma iniciativa a não perder, porque estes certames são, também, um desafio à nossa imaginação.

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

VOLUNTÁRIOS: gente que se dá sem nada esperar em troca

Posted by Picasa MÃO AMIGA
E OUVIDOS PARA OUVIR Celebrou-se ontem, dia 5, o Dia Internacional dos Voluntários. Não houve muitas vozes a falar dos voluntários, mas são eles que, na nossa sociedade, como noutras, animam a solidariedade e tornam mais fraterno o mundo em que vivemos. E fazem-no, tanto nas inúmeras instituições de solidariedade social existentes no nosso País, como individualmente, vezes sem conta valorizando a rede de vizinhança, que tende a diluir-se. Em Portugal, algumas estimativas apontam para mais de um milhão e meio de pessoas que, no seu dia-a-dia, vão ao encontro de quem sofre, dos mais pobres dos pobres, dos marginalizados e excluídos pela sociedade, dos que vivem em solidão. Não apenas para lhes matar a fome e para responder às suas necessidades mais urgentes, mas sobretudo para as ouvir e para as ajudar a descobrir um sentido para a vida. Em Portugal, os voluntários continuam a crescer, como sinal inequívoco da generosidade da nossa gente. Gente que dirige instituições, gente que contribui para a humanização dos hospitais, gente que se mobiliza para responder a situações de catástrofe, gente que ajuda quem sofre no leito da dor, gente que promove a auto-estima de quem perdeu o gosto pela vida, gente que vai à procura de quem tem fome, gente que partilha experiências, gente que, em suma, não se limita a dar, mas se dá totalmente aos outros. Eu não sei se todos os meus leitores já pensaram na riqueza do voluntariado, enquanto forma privilegiada de tornar o mundo mais belo. Eu não sei se todos os meus leitores já pensaram que também está ao seu alcance engrossar as fileiras de quem se preocupa com os que mais precisam. Mas tenho a certeza de que, mais dia, menos dia, alguns hão-de ter a coragem de dar um passo no sentido de deixar o nada fazer em que se encontram, perdendo tempo, tantas vezes, com futilidades, aposentados e não só, para se porem ao serviço de quem está à espera de mão amiga e de ouvidos para ouvir. Fernando Martins

NATAL: Um texto de Manuel Olívio da Rocha

Posted by Picasa
FIGURAS DO MEU PRESÉPIO Povos todos, batei palmas, Aclamai a Deus com brados de alegria. Salmo 46
: Justos, aclamai o Senhor, Os corações rectos devem louvá-lo. Louvai o Senhor com a cítara, cantai-Lhe salmos ao som da harpa. Cantai-Lhe um cântico novo, Cantai-Lhe com arte e com alma. Salmo 32 Todos os anos, com os meus netos, construímos o Presépio. E enquanto vamos colocando as figuras (Pronto, lá foi o pé do pastor! Não faz mal, o avô cola...), perfilam outros figurantes do Presépio que, ano a ano, mês a mês, dia a dia, hora a hora, se vai fazendo e refazendo no mais íntimo de mim e que já ocupa o Mundo e se vai espalhando por todo o Universo.. Quero retirar apenas três... Estes: o Luís, o Humberto e o Adão. [Mas que é isto? Todos os outros elementos do grupo dão um passo em frente e atiram:— E então?...E nós?... Eu sei que sois músicos como esses três. Certamente que chegará a vossa vez...Como me poderei esquecer? Numa prateleira, lá estão o mestre Rocha com o seu grupo de músicos e de cantoras do Cortejo dos Reis; noutra, os irmãos Ribau Teixeira, o Manuel, o Ângelo, o Plínio e o Diamantino, acompanhados pelo Hortênsio, o Manuel Gafanhão e tantos outros que enchiam de música os nossos domingos e dias de férias; acima, o senhor Dionísio, com a sua rabeca, e o Porfírio, com o trompete, que atingem o nosso imaginário do mais e melhor; ali à mão, estão o Padre Valente e toda a família Nédio...Tantos e tantas que à música vão dando ‘a sua vida’, mas a quem a música vai oferecendo (e com que emoção o tenho observado!) uma sempre renovada vontade de viver!...]
O Luís é italiano e ficou conhecido, entre nós, por Padre Luís Sabini. Um dia veio para Portugal, passou por Esgueira, a sua lambreta levou-o ao Bunheiro e a outras povoações que lhe acenavam, deambulou pelo Porto e agora anda por terras de Moçambique. Mas Luís marcou profundamente o nosso viver porque, sendo um Homem pequeno, de olhar vivo, era de uma delicadeza a toda a prova e sabia tocar concertina... Calcorreou as ruas, vielas e quelhas do bairro, com frio, com chuva, sempre com o seu sorriso a desarmar qualquer menos lisura de alguém do grupo que se juntou para cantar as Boas Festas...E nós hoje, estamos com ele e pedimos-lhe a bênção, para nós e nossos filhos que tão bem sabia acarinhar e encaminhar!... O Humberto é um manganão: basta olhar para o seu bigode. Eu diria mais: o bigode é o Humberto! Homem alto, bem desempenado, bela figura. Dedicou a sua vida à música: quantos jovens lhe devem o que sabem desta arte! E sempre por dedicação e amor! Sem nunca levar um tostão aos discípulos! Quem o quiser encontrar é ir às missas de Sábado ou de Domingo, ali na nossa Capela. O seu clarinete (claro que toca mais instrumentos do que a mão tem de dedos! Mas é este o seu instrumento!) introduz os cânticos e faz floreados que nos contagiam. É um artista! Há dias teve um problema com a ‘máquina’. Quando o médico lhe deu a alta, disparou:— Senhor doutor, já posso ir tocar o meu clarinete à Missa?! Foi um espanto quando naquele corredor do hospital, as consultas pararam e à porta dos consultórios surgiram as cabeças espantadas e interrogativas dos médicos. — Os colegas não se preocupem, fui eu que pedi a este senhor para trazer o clarinete para fazer uma experiência! (E voltando-se para o doente) Sr. Humberto, pode tocar, mas sem esforço nem arrelias! Aí o bigode sorriu, levantando as pontas! E o Adão? Alto e seco, corria as ruas a fazer a propaganda e a cobrança da sua Banda! E também ele era um ‘preguinho’ a desejar as Boas Festas, com o P. Luís...Mas um dia...adoeceu gravemente e privou-nos do som do seu saxofone. Ficámos convencidos que não mais nos acompanharia. Mas a sua alma era tão grande como a sua arte: logo que melhorou, aí o temos, embora tocasse só com uma mão!... Ainda hoje estou para perceber como conseguia afinar com as vozes! E parece-me estar a ver a sua Mulher que, com infinda paciência e bondade, o acompanhava e lhe transportava o seu saxofone! E é no recôndito deste nosso Presépio, lá bem no fundo de nós mesmos, que estes figurantes nos acompanham na nossa caminhada ao encontro do centro da Vida, aquele Menino-Deus que tão bem cantaram e continuam a cantar! Bem hajam!

Manuel Olívio da Rocha

Um artigo de Guilherme d'Oliveira Martins

Repensar Portugal Acaba de ser reeditado o livro “Repensar Portugal” (Multinova, 2005), da autoria do Padre Manuel Antunes (1918-1985), nas vésperas do Congresso Internacional, que assinala (com o apoio do CNC) a memória de uma das figuras mais marcantes da cultura portuguesa do século XX. A obra publicada originalmente em 1979 manteve, passados estes anos, uma curiosíssima jovialidade, que não é fácil de acontecer quando estamos perante ensaios políticos e sociais. E, tendo sido os ensaios que a constituem escritos dez anos antes da queda do muro de Berlim, é muito interessante notar hoje um sentido profético nas considerações de Manuel Antunes. Daí que tenhamos de reconhecer que a citação de Nietzsche, que o autor faz, ganha hoje uma pertinência evidente: “é a cultura que dota a consciência de memória, mas essa memória é mais função do futuro do que do passado”. Repensar Portugal exige a compreensão da importância de uma revolução moral. E o autor fala, por isso, na necessidade de assumir o primado da produtividade sobre a propriedade, da cultura sobre a economia, do ser sobre o ter, da comunidade sobre a sociedade. A democracia necessitaria, por isso, de concretizar os dês exigentes de um projecto renovado: desburocratizar, desideologizar, desclientelizar e descentralizar. Para tanto, haveria que interiorizar a democracia e que dignificar a política. «De facto se há doentes do poder, muito mais perigosos que os doentes do futebol ou da droga, há também os sãos do poder, aqueles que conhecendo-se na estreiteza dos próprios limites, porventura, em certa impureza das próprias motivações, assumem o poder como função social de serviço à comunidade, como dever, nem sempre grato, a cumprir, como tarefa necessária que alguém terá a exercer». E se esta ideia de serviço é crucial, a verdade é que tem de ser exercida com «a naturalidade de quem, sabendo-se finito e relativo e a trabalhar num mundo relativo e finito, não obstaculiza outros melhores», respeitando, afinal, o velho princípio da subsidiariedade, segundo o qual as questões da polis devem ser resolvidas o mais próximo possível das pessoas. E aqui entramos no tema da legitimidade e da legitimação – e «com todas as imperfeições, que as possui sobretudo no domínio da eficácia, com todos os riscos da manipulação “inocente” e do cisionismo cíclico ou até radical, com todos os custos económicos que ele comporta, o modo democrático de legitimação é ainda de todos o mais digno de seres humanos, racionais e livres, o mais corrigível nos seus abusos, ao mesmo tempo que o mais estável nas suas estruturas de fundo». O Padre Manuel Antunes propõe, no fundo, a “recriação de Portugal por Portugal” – através de uma democracia, encarada como “espaço da liberdade e da comunidade, da subjectividade e da legalidade, da consensualidade e da soberania popular”. Eis a tarefa sempre inacabada que este Repensar Portugal contém e propõe…
In Ecclesia

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Ritmo de vida agitado debilita sistema imunitário

Cientistas provam efeitos do stresse Investigadores australianos conseguiram provar cientificamente os efeitos do stresse na saúde humana. O ritmo de vida agitado pode gerar desde uma simples constipação ao cancro, é hoje revelado na revista médica «Journal of Experimental Medicine». Segundo os investigadores do Instituto Garvan, de Sydney, uma hormona libertada no corpo, chamada neuropéptido Y (NPY), afecta o sistema imunitário e torna a pessoa doente. «Antes havia provas indirectas de uma ligação entre o cérebro e o sistema imunitário. Agora temos a ligação», explicou a investigadora Fabienne Mackay. Assim, «durante os períodos de stresse, os nervos libertam muito NPY, que vai para o sangue, onde inibe as células do sistema imunitário», acrescentou a cientista. A libertação dessa hormona «torna as pessoas mais vulneráveis quando têm uma constipação ou uma gripe e mesmo em situações mais graves, como o cancro», afirmou à rádio ABC Herbert Herzog, outro dos investigadores. Os cientistas do estudo garantem ainda que a artrite reumatóide, a esclerose em placas, a doença de Crohn e a diabetes têm ligação ao stresse.

Fonte: EXPRESSO

MIA COUTO: Citações - 4

"Há quem acredite que a ciência é um instrumento para governarmos o mundo. Mas eu preferia ver no conhecimento científico um meio para alcançarmos não domínios mas harmonias. Criarmos linguagens de partilha com os outros, incluindo os seres que acreditamos não terem linguagem. Entendermos e partilharmos a língua das árvores, os silenciosos códigos das pedras e dos outros."
In "Pensatempos"

JORGE SAMPAIO QUER FORTALECER A DEMOCRACIA

Posted by Picasa Presidente da República defende debates públicos para fortalecer a democracia
O Presidente da República, Jorge Sampaio, defendeu hoje a importância do debate público para o fortalecimento da democracia e apelou para um maior equilíbrio na discussão da política externa, relegada para um segundo plano, e interna. "Proponho um equilíbrio [da discussão de temas de política externa] ao mesmo nível que a política interna porque, cada vez mais, aquilo que se decide na política externa define a política interna", declarou o Presidente da República na abertura da XXIII Conferência Internacional de Lisboa, organizada para assinalar os 25 anos do Instituto de Estudos Estratégicos Internacionais (IEEI), a que presidiu.
Na sua intervenção, Jorge Sampaio elogiou o objecto central da actividade do IEEI - o esclarecimento e discussão da política externa -, sublinhando que, "quanto mais esclarecida for a opinião pública, menos permeável se torna aos efeitos irracionais do medo e à demagogia" e que "um espaço público forte e participado fortalece a cidadania e a própria democracia".
A concluir, Jorge Sampaio questionou até que ponto "passa para os cidadãos" esse debate aprofundado promovido, quer pelo IEEI, quer pelas faculdades e outras instituições, considerando que o debate sobre a União Europeia, que Portugal integra há 20 anos, "é ainda muito restrito".
Fonte: PÚBLICO

Falta legislação para o voluntariado nas IPSS

Diz o presidente da CNIS no Dia Internacional dos Voluntários
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Pe. Francisco Crespo, alerta para a “urgência de uma iniciativa legislativa que vise a valorização do trabalho voluntário dos dirigentes das IPSS”.
O apelo é feito numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA, para assinalar o Dia Internacional dos Voluntários, que hoje se comemora.
Nesta mensagem o presidente das CNIS começa por destacar o papel das IPSS “ao serviço das pessoas, das famílias e das comunidades” referindo a “especial relevância da mobilização do voluntariado social que estimula os mecanismos de proximidade e de participação responsável, garantindo a flexibilidade e a constante adaptabilidade da respectiva intervenção socioeducativa”.
Para além de salientar a necessidade de regulamentar o Estatuto do Voluntariado o Pe. Francisco Crespo enaltece e agradece ainda a contribuição que considera “única e fundamental” dos voluntários “para o reconhecimento do relevante papel das instituições particulares de solidariedade social no desenvolvimento sustentado do país”, escreve.

CONFLITO … OU ENCONTRO DE CIVILIZAÇÕES?

NO CUFC, quarta-feira,
dia 7, pelas 21 horas
Na próxima quarta-feira, dia 7 de Dezembro, pelas 21 horas, o dr. Rui Marques, Alto-Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, vai estar no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), junto à Universidade de Aveiro, para falar sobre “Conflito… ou Encontro de Civilizações?” A moderação é de Ângelo Ferreira. Esta iniciativa insere-se no projecto “Fórum::Universal”, que aposta, nas primeiras quartas-feiras de cada mês, em encontrar respostas que dêem sentido à vida, face aos problemas emergentes numa sociedade em mudança. Trata-se de um conjunto de acções abertas aos universitários e a todas as pessoas interessadas na discussão de temas oportunos. O dr. Rui Marques não deixará de olhar para os conflitos recentemente verificados em França e ainda não sanados, passando depois a abordar questões relacionadas com o Portugal inclusivo e multicultural, por que anseiam todas as pessoas de bem.
No final da exposição do Alto-Comissário haverá espaço para o diálogo. F.M.
:: CUFC

Júlio Dinis - O desarmar do Presépio




O desarmar do presépio 

Em criança arrasavam-se-me de água os olhos quando assistia ao desfazer do presépio que, em honra do Menino-Deus, se armava em minha casa pelo Natal. Cerrava-se-me o coração de melancolia, ao ver guardar outra vez na arca — e por um ano!— o Menino, Nossa Senhora, S. José, os grupos dos pastores, a vaca, o jumento, os três Reis, os anjos e todos os mais acessórios do pitoresco santuário, diante do qual, nesses quinze dias, se rezava a coroa em família, e se cantavam as loas da ocasião!
Amargo dia de Reis, último desta abençoada quinzena, já te não via assomar sem que se me enevoassem aquelas puras alegrias infantis. Que não encontrásseis mais estorvos pelo caminho, venerandos Magos! Que aquela milagrosa estrela que vos trouxe a Belém, vos não fizesse errar mais tempo antes de lá chegardes! Fatal 6 de Janeiro! 
Com o seu anoitecer, anoitecia-me o coração: voltava a vida normal, voltavam os bancos das aulas, a aritmética, a caligrafia, oh! a caligrafia sobretudo tão associada à férula do mestre-escola! e — o que era pior que o mais — acabava aquela santa comunidade, em que durante quinze dias vira a família; o lar doméstico já não ofereceria o alegre tumulto e desordem, em que velhos e crianças tomavam parte, esse ruído e confusão que tão fundo calava no coração de todos. 
A solenidade que nos reunira sob o mesmo tecto, que nos fizera viver a mesma vida, ia acabar. Nós, as crianças, chorávamos às claras na despedida; mas suspeitávamos que as nossas lágrimas tinham companheiras envergonhadas. 
Quantas vezes surpreendíamos segredos de comoção, que nos redobrava o choro! Suspeitava-o eu então, mas acredito-o agora que, apesar de na idade em que a lei me autoriza a não me considerar criança, ainda não sou superior a cenas daquelas.

Júlio Dinis

In “Serões da Província”

Um artigo de Francisco Sarsfield Cabral, no DN

LAICISMO
A polémica sobre os crucifixos nas escolas tem passado ao lado do essencial a liberdade de ensino. Sendo o Estado agnóstico, deveria apoiar a educação dos filhos de quem não pode pagar colégios, incluindo os que preferem uma educação orientada por valores religiosos. Mas adiante.
A Igreja portuguesa, como aliás a francesa, vive hoje confortável no regime de separação do Estado, que tanta indignação provocou há um século. É certo que parece ainda existir um ou outro nostálgico do tempo em que o catolicismo era a religião oficial do Estado, sendo então as outras confissões proibidas no espaço público. Mas a polémica dos crucifixos evidenciou, sobretudo, a vontade de alguns de reduzirem a religião à esfera estritamente privada. Este laicismo - que se distingue de uma saudável laicidade do Estado - está errado por duas razões.
Primeiro, porque os símbolos católicos têm em Portugal uma dimensão histórica, sociológica e cultural inegável. Faria sentido, então, acabar com o feriado do Natal? Ou tapar as fachadas das igrejas, para não serem vistas? Não, claro, como seria absurdo eliminar em Israel feriados da religião judaica. Aliás, ainda não vi reclamar a eliminação de símbolos maçónicos em estátuas e monumentos nas nossas ruas, por ofenderem os que não partilham tais convicções. E os crucifixos, ofendem alguém? Haja bom senso.
Depois, é antidemocrático o laicismo que não tolera qualquer sinal religioso no espaço público. Cito o filósofo agnóstico Habermas "A neutralidade ideológica do poder do Estado, que garante idênticas liberdades éticas a todos os cidadãos, é incompatível com a generalização política de uma mundividência laica". Ou seja, sob a capa da neutralidade não se pode impor a todos, na prática, uma determinada concepção da vida e dos valores.

domingo, 4 de dezembro de 2005

Um poema de Teixeira de Pascoaes

Posted by Picasa Que saudades eu sinto Que saudades eu sinto desta flor, Que vai murchar! E desta gota de água e de esplendor, Um pequenino mundo que é só mar. E desta imagem que por mim passou Misteriosamente. E desta folha pálida e tremente Que tombou... Da voz do vento que me deixa mudo, E deste meu espanto de criança. Que saudades de tudo eu sinto, porque tudo É feito de lembrança... In Versos Pobres

VOLUNTARIADO: Cada vez há mais portugueses no voluntariado

Posted by Picasa Em Portugal, há cada vez mais pessoas a oferecerem-se para fazer voluntariado, estimando-se que um em cada seis portugueses pratique trabalho voluntário
Os dados decorrem de um estudo do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado (CNPV), um órgão interno ministerial, alojado na Segurança Social, que conta com representantes dos vários Ministérios e com representantes de associações com uma actuação mais directamente relacionada com o exercício do voluntariado. Segundo uma técnica daquele organismo, apesar de não se saber exactamente quantos voluntários existem no país, o CNPV tem um estudo feito no âmbito do Ano Internacional do Voluntariado, que se assinalou em 2001, e que aponta para uma estimativa de 1,6 milhões. Contudo, o estudo em causa, denominado "Caracterização do voluntariado em Portugal", baseou-se num outro - "Estudo Europeu dos Valores" - para chegar a estes números. Para Fernando Nobre, presidente da AMI (Assistência Médica internacional), o voluntariado é um movimento que está a crescer em Portugal, visível pelo número de pessoas que trabalham nesta organização e a crescente oferta de trabalho voluntário que surge em alturas especiais como o Natal ou o peditório de rua.
(Para saber mais, clique RÁDIO RENASCENÇA)

Um artigo de Bagão Félix, no DN

Posted by Picasa Crucifixo: haja coerência 1 Há crucifixos (ou simples cruzes) em algumas escolas públicas!
Há que limpar as escolas dos perturbadores crucifixos, clama uma obscura associação e, por reflexo, emite uma circular o Ministério da Educação!O país acorda, estremunhado, com tal anúncio revelador de "atraso" e de "antimodernidade", em pleno século XXI! Perante este dito problema, que importa tudo o resto neste Portugal feliz e encantado! Ora aí está o mais decisivo problema da escola em Portugal a cruz! O resto é adjectivo.
A reforma educativa prossegue. Outros símbolos e outras manifestações da dita modernidade até podem ser subsidiados. E os pais vão dormir descansados: vai deixar de haver crucifixos em algumas escolas...
2. É recorrente nestas alturas falar-se da separação compulsiva entre o Estado e a Igreja
A receita para tal intervenção é a habitual o Estado é constitucionalmente laico. No sentido cru e árido da interpretação jurídica até pode ser que possam esgrimir com esta razão estritamente formal e legalista. Porém, a esta nova investida de raiz jacobina subjazem várias falácias.
A primeira é a de que a neutralidade religiosa torna obrigatório um Estado que transforma a laicidade pura e dura numa nova forma de religião. Como há poucos anos a Conferência Episcopal Portuguesa reafirmou em Carta Pastoral, a louvável e imperativa neutralidade religiosa do Estado não pode, porém, transformar este num Estado anti-religião, um Estado confessional de sinal contrário. Um Estado laico, não confessional não é necessariamente um Estado ateu que faz da laicidade uma espécie de nova religião do Estado.
A segunda é a confusão propositada e enviesada entre Estado e sociedade, no sentido de que a laicidade do Estado tem que implicar a laicidade da sociedade. A separabilidade entre Estado e religião (curiosamente uma ideia que só se concretizou com o cristianismo) não tem que significar necessariamente neutralidade obsessiva, seja por hostilidade activa, omissão, indiferença, abstenção, ignorância, desrespeito ou desconhecimento dos fenómenos religiosos.
A liberdade religiosa não se limita ao plano do direito individual na esfera privada intimista, introspectiva. Exprime-se também como direito social, colectivo, comunitário. É uma liberdade de consciência individual, em primeiro lugar, sem deixar também de corporizar uma liberdade colectiva de expressão, de comunicação, de associação, de reunião. Uma liberdade, porém, que nada impõe aos que não professam a mesma fé.
(Para ler todo o artigo, clique aqui)

INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Plano Nacional para Inclusão das pessoas deficientes será apresentado em Janeiro
O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social anunciou na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, que em Janeiro apresentará um Plano Nacional para a Inclusão e Integração das pessoas deficientes. José Vieira da Silva, que hoje inaugurou as novas instalações do equipamento social da Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas (Cercipóvoa), explicou que o plano vai mobilizar energias de todos os ministérios e de todas as áreas de intervenção.
A inauguração das instalações coincidiu com o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, que é hoje assinalado.Segundo o ministro, o plano nacional, que terá a duração de três anos, visa garantir a igualdade de oportunidades; apostar na educação, formação e emprego e no acesso a serviços e equipamentos de apoio e estimular o esforço na investigação ao serviço das pessoas com deficiência.
(Para ler mais, clique PÚBLICO)

ERGUEI-VOS, QUE VEM O SENHOR!

Posted by Picasa Erguei-Vos! Erguei-vos, que vem o Senhor! A voz do profeta anuncia Aos que O procuram no deserto: Erguei-vos que vem o Senhor! O Reino de Deus se aproxima! Erguei-vos, que vem o Senhor! Em nós a esperança renasce Ao ver cumpridas as promessas. Erguei-vos, que vem o Senhor! Endireitai suas veredas! Erguei-vos, que vem o Senhor! Nossos corações estremecem E surgem cantos de alegria. Erguei-vos, que vem o Senhor! Lavai-vos dos vossos pecados! Erguei-vos, que vem o Senhor! Na água João vos baptiza Como sinal de penitência. Erguei-vos, que vem o Senhor! É Ele, em verdade, o Messias! Erguei-vos, que vem o Senhor! No Espírito Santo e no fogo Baptizará os que O seguirem. Erguei-vos, que vem o Senhor! É Ele o Salvador do mundo! HINO DA LITURGIA DAS HORAS, TEMPO DE ADVENTO NB: Divulgado este fim-de-semana por "ParaTi", folha dominical do CUFC

Uma reflexão do padre João Gonçalves, pároco da Glória

Jubilosa esperança Não se fala muito desta força, a que chamamos esperança; ou então usamos a palavra sem lhe apanhar todo o significado e o compromisso que ela envolve.
É que dizer esperança é dizer futuro; mas um futuro certo. Esperar, em linguagem cristã, é afirmar que desejamos O que já possuímos.
A nossa esperança funda-se no Senhor nosso Deus, a Quem temos e que sempre desejamos, mais e mais. João, o pregador do deserto, dizia algo de semelhante, quando afirmava que vai chegar Quem já veio e está no meio de vós.
Estar preparado, é o que melhor se pode fazer; termos uma vida direita, isto é, vivida segundo Deus, é fundamental; estar interiormente livre para acolher o Senhor, é o convite que nos é feito, sempre.
O Homem, que tem sonhos de Infinito, não se fica apenas com as coisas que o mundo oferece; não fundamenta as suas esperanças nas coisas visíveis e caducas; o Homem vai mais além; nos seus sonhos e nas suas esperanças, ele deseja o Infinito, que o satisfaça plenamente; e vive em jubilosa esperança!
In "Diálogo", 1051 - SEGUNDO DOMINGO DO ADVENTO-B

sábado, 3 de dezembro de 2005

PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Posted by Picasa Dia Internacional da Pessoa com Deficiência sem comemorações oficiais e muitas críticas
Dia Internacional da Pessoa com Deficiência assinala-se hoje, sem comemorações oficiais e sob as críticas das associações de deficientes, que acusam o Governo de promover medidas que os mantêm à margem da vida social.
Em conferência de imprensa realizada ontem, com a qual a Associação Portuguesa de Deficientes (APD) quis assinalar a efeméride, o seu presidente, Humberto Santos, salientou que as mais recentes iniciativas do Governo têm contribuído para que o "grupo social" das pessoas com deficiência esteja entre o "mais pobre" e com maiores taxas de desemprego.
As críticas da APD recaem sobre a redução da comparticipação total de alguns medicamentos, que está a "afectar a qualidade de vida" das pessoas com deficiência, o adiamento da idade da reforma, a "manutenção de baixas prestações sociais" para os deficiente ou para quem deles cuida e a não aplicação da legislação relativamente às condições de trabalho.
Na segunda-feira, a Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD) promoveu uma vigília em frente à Assembleia da República em protesto contra a redução de verbas no Orçamento de Estado de 2006 para as organizações sem fins lucrativos que trabalham com deficientes e que empregam pessoas com deficiência.
De acordo com os mapas comparativos divulgados pela CNOD, estas instituições receberam este ano uma verba de cerca de 3,1 milhões de euros e vão receber em 2006 cerca de 2,9 milhões de euros, sendo a reivindicação da Confederação de quatro milhões de euros.
Para assinalar a data de hoje, a Câmara Municipal de Matosinhos, em parceria com Associação de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental de Matosinhos, promove uma mesa-redonda intitulada "Viver (com) a deficiência".
Em Évora, onde desde ontem decorre uma semana de solidariedade destinada a promover os direitos das pessoas com deficiência, a Câmara Municipal oferece aos deficientes do concelho e suas famílias um almoço convívio, seguindo-se a formação de um cordão humano no centro da cidade, a 5 de Dezembro.
(Para saber mais, clique PÚBLICO)

NATAL DE 2005

Posted by Picasa Presépio do Santuário de Fátima. Foto de F.M. O ponto de partida
pode mesmo ser o Natal No mundo conturbado em que vivemos e sonhamos, mas também em que nos deixamos envolver por guerras sem fim, um Menino nasce em cada ano para nos convidar à fraternidade. Por desejo dos homens e de Deus, o 25 de Dezembro de todos os anos lembra-nos, a nós cristãos e a todos os homens e mulheres de boa vontade, que a esperança num mundo de paz e bem aí está à nossa mão, para lhe darmos vida entre quem nos rodeia e com quem estamos envolvidos. Em cada Dezembro, a Luz veio até nós, não só para nos iluminar os caminhos de uma existência melhor, mas também para aquecer corações gelados, onde o amor não consegue penetrar. Resta-nos olhar essa Luz, que é Cristo, e caminhar em frente, com o calor do presépio a chegar às nossas almas e a oferecer-nos a felicidade interior que cada um procura. E não é verdade que neste ambiente, tantas vezes repetido, sentimos a frieza dos homens a construírem momento a momento a guerra e a alimentarem segundo a segundo a fome, a doença e a miséria? Afinal, o Menino-Deus ainda não foi compreendido e amado, mesmo por muitos que dizem senti-l’O nos seus corações. Com o Natal à vista, os conflitos entre povos que adoram o mesmo Deus, com invocações diferentes, têm marcado o quotidiano dos homens. Em nome de Deus, em muitas paragens da Terra, gente vive a guerra, negando assim, de forma dramática, a falta de amor, de compreensão e de entendimento. Não renunciam ao mal, não vivem o que dizem acreditar e nem proclamam o bem que, afinal, parece não desejarem, no fundo de si mesmos. E o Menino aí está, eternamente paciente e sempre à espera de que um dia os povos dêem as mãos, para juntos caminharem rumo a um mundo muito melhor. Cada Dezembro que passa, ano após ano, em qualquer balanço que se faça, é inevitável a referência aos conflitos que abalam o mundo e as pessoas. Sempre assim foi. Porém, como crentes, nunca podemos aceitar o pessimismo de quem não acredita em dias de paz e de harmonia. A esperança em dias melhores, por muito má que tenha sido a humanidade, deve marcar a nossa existência, porque só nela construiremos a nossa felicidade, que é a antecipação de um mundo melhor para todos. Com 2006 à vista, que auguramos como um ano de mais fraternidade, é importante que façamos dele, com as bênçãos inefáveis do Deus-Menino, um tempo de paz. E o ponto de partida para a construção desse mundo pode mesmo ser o Natal de 2005. Fernando Martins

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

BELÉM: PRISÃO A CÉU ABERTO

«Os cristãos de Belém estão fechados numa prisão a céu aberto, cercados por um muro com oito metros de altura, que os impede de ter acesso a terrenos indispensáveis para a sua sobrevivência»
Uma mensagem apresentada na passada quarta-feira pelos representantes dos sacerdotes, religiosos e leigos cristãos locais denuncia que «o encerramento do tradicional acesso à Basílica da Natividade e a abertura de um novo posto de controle, que impõe aos peregrinos horas de espera, é uma forma de barbárie moderna para estrangular economicamente uma cidade, para impor a insegurança diária a um povo e dar uma aparência legal a uma flagrante discriminação religiosa». O texto, que surge a poucos dias do Natal, realça que, pelo contrário, «os fiéis judeus podem ir tranquilamente à tumba de Raquel» e que «aos cristãos da Terra Santa são colocados obstáculos para entrar e sair de Belém».
Fonte: Ecclesia

Um artigo de D. António Marcelino

   VENTOS E TEMPESTADES


Todos os dias nos chegam notícias preocupantes. O povo diz, na sua sabedoria, que quando se semeiam ventos se colhem tempestades. A justeza do ditado está à vista. Sempre foi assim e assim continua a ser. Muita gente diz e pensa que uma coisa nada tem a ver com a outra, como se a sementeira fosse indiferente à colheita esperada. Lamentam-se as tempestades que estão caindo sobre o país, destruidoras de vidas, de valores morais e éticos, de convivência respeitadora. É a quebra crescente da natalidade; o aumento preocupante do consumo da droga e a proliferação incontrolável dos traficantes, que envolve milhões de euros; o número assinalável das mães adolescentes; o vergonhoso insucesso escolar; o desemprego injusto de quantos trabalham e sempre trabalharam, não tendo outra fonte de sobrevivência; a criminalidade em todas as idades, até já infantil; os alçapões, jurídicos e sociais, que destroem famílias que o querem ser a sério; o abandono escandaloso dos idosos e de tantos outros feridos da vida; a dramática violência doméstica; a insegurança pública que não respeita nem pessoas nem bens; a arbitrariedade por vezes cega do poder, à revelia do dever democrático; a prepotência de quem é pago para servir e mais se serve a si e aos seus; a linguagem escabrosa que se ouve nas ruas, se vê na televisão e até já entrou, a pretexto científico, num normal dicionário de língua portuguesa…

Um poema de Diogo Bernardes

Posted by Picasa É TEMPO QUE DEIS O PEITO É tempo que deis o peito, sacratíssima Senhora, a vosso filho que chora. Chora tremendo de frio, num presépio reclinado, de todo desabrigado. Até de feno vazio: achegai-lhe o peito pio, sacratíssima Senhora, porque já por ele chora. Diogo Bernardes (1532 - 1605)

NATAL DE JESUS CRISTO

A partir de hoje e até à chegada do DEUS-MENINO, o que acontecerá na noite santa de 24 para 25 de Dezembro, publicarei textos, meus e de outros, e fotos alusivos à quadra que estamos a viver. Obviamente, também estarei aberto à colaboração de quem quiser associar-se, na esperança de uma partilha pela positiva que a todos enriquecerá.
F.M.