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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Notas do meu diário: A lareira acesa



Nestes dias de frio, o que me salva é a fogueira que me aquece e me obriga a sair da comodidade do sofá. Quando a fogueira esmorece e corre o risco de se apagar, salto apressado para acudir à salamandra que se quer viva e desafiante. E faço isto vezes sem conta. Senta e levanta, olhos no livro e no lume, corre à garagem para carregar mais uns cavacos, abre lentamente a entrada do ar para a fogueira atiçar, volta a sentar por uns minutos... e assim vou vivendo ao sabor e às ordens do fogo. 
Neste vaivém, veio à minha memória uma estória lida um dia destes no livro de Umberto Eco, “Aos Ombros de Gigantes”, que me ocupa as horas vagas, com entradas pela noite, quando predomina o silêncio cá por casa. A estória a que me refiro, que desejo contar pela lição que oferece, é assim: 
Umberto Eco diz que comprou nos anos 70, uma casa de campo com lareira, “uma bela lareira”, tinham os seus filhos dez e 12 anos, compra essa que se traduziu numa experiência relacionada com o fogo, com a lenha que arde, com a chama, sendo para eles “um fenómeno absolutamente novo”. 
O famoso escritor, filósofo e medievalista, relata que, “quando a lareira estava acesa, eles já não procuravam o televisor. A chama era mais bela e variada do que qualquer programa, contava histórias infinitas, renovava-se a cada instante, não seguia esquemas fixos, como o programa televisivo”.
Umberto Eco tinha  razão. 

Fernando Martins

domingo, 19 de abril de 2015

Hoje apeteceu-me silêncio

Dunas na Praia da Barra

Há dias assim. Hoje apeteceu-me silêncio. Porta fechada às saídas, descoberta de um  recanto mais tranquilo, leituras sem pressas que me conduzissem para longe da minha rua que, também ela, não alimenta grande trânsito nem ruídos. 
Rentes de Carvalho, um escritor de quem lera uns textos apenas no seu blogue Tempo Contado e em publicações periódicas, guiou-me boa parte do dia por Trás-os-Montes, com o seu livro "Ernestina", um romance autobiográfico com boa dose de ficção a enriquecê-lo. Que delícia. Depois, para descomprimir, a leitura da entrevista de fundo da revista E do Expresso com Umberto Eco, feita pelo jornalista Luciana Leiderfarb. Umberto Eco, com os seus 83 anos, senhor duma cultura impressionante, é uma referência a ter em conta. Lê-lo é um prazer. De permeio, umas conversas com filhos e neta. A minha Lita sempre presente, mesmo que ausente.
A agenda registava tarefas programadas há dias. Tive mesmo de evitar segui-la. 
A chuva, de vez em quando, carregava o ar e a nostalgia aconchegava a minha desejada serenidade. Sem preocupações, sem tarefas escravizantes, sem barulhos exasperantes, sem horários que me manietassem. Todo eu e as minhas leituras. Agora  já é outro dia. Um bom domingo à medida de cada um. 

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Umberto Eco recomenda cuidado com a Internet

A propósito do aproveitamento das fontes disponíveis na Internet, Umberto Eco diz, em A Obsessão do Fogo, que é preciso aprender a controlar a informação. E acrescenta:

“Para fazer os seus trabalhos, os estudantes vão buscar à Internet as informações de que necessitam sem saber se essas informações são exactas. E como o poderiam saber? Assim, o conselho que dou aos professores é o de pedir para um trabalho a seguinte pesquisa aos alunos: relativamente ao tema proposto, encontrar dez fontes de informação diferentes e compará-las. Trata-se de exercer o sentido crítico em relação à Internet, de aprender a não aceitar tudo como válido.”