Mostrar mensagens com a etiqueta Scott. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Scott. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Scott arqueólogo

Crónica de Maria Donzília Almeida



Ão ão…

Há muito tempo, que não dou um ar da minha graça, mas estou bem rijo e cheio de genica. Continuo a correr pelo cãodomínio fora, como se fosse um perdigueiro à procura de caça. Mas não, o que faço é correr atrás dos carros que circulam na rua, ou de algum cãopanheiro meu que passa, em plena liberdade. Às vezes, vêm em matilha e fazem uma chinfrineira, que eu até penso que deve incomodar os moradores na rua. Mas não lhes digo nada… porque os invejo! Gostava de estar no lugar deles e fazer-lhes cãopanhia! Tenho a certeza que eles me aceitariam na sua família e me iriam tratar muito bem… nunca vi um cão abandonar ou escorraçar um familiar. Somos uma raça à parte, com sentimentos que estão em vias de extinção nos humanos, que se julgam tão inteligentes: o sentido de gratidão, reconhecimento e fidelidade. 
Um cão quando se dedica ao dono, é um caso muito sério! Nós não brincamos com os sentimentos dos donos! Se nos dedicamos, é de corpo e alma!

quarta-feira, 25 de março de 2015

Diabruras do Scott — O felizardo


Crónica de Maria Donzília Almeida

O felizardo

Sou um Vira-latas assumido!
É o que diz a minha dona com convicção, mas sem qualquer desdém. Sim, que um cão que se preza sabe interpretar o olhar e os gestos dos humanos que nos rodeiam. Quando a minha dona se aproxima de mim e me faz carícias atrás das orelhas e no dorso e me olha com aqueles olhos de carneiro mal morto, eu sei o significado disso.
Não obedeço aos critérios de educação dos cãezinhos bem comportados, domesticados, que são uns paus mandados na mão dos donos. Se me apetecer, corro à vontade pelo espaço amplo, atrás dos carros ou motas que passam na rua, a tentar apanhá-los. Quando me dá na real gana, passeio-me à chuva, para grande desgosto da dona que me diz que vou ter problemas de reumatismo! Para me convencer a resguardar-me da chuva, até colocou um revestimento de alcatifa, no canil, de fibra natural, a caruma ali do bosque! E para não ganhar fungos, muda-a regularmente…é só conforto! De vez em quando, quando menos espera, encontra-me refasteladinho na caminha, sobre a alcatifa fofinha a cheirar a pinho! Só quando me apetece!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Diabruras do Scott


Scott com a galinha
Olá, amigos!

Há muito tempo que não dou um ar da minha graça, o que poderá levar a pensar que ando adoentado, triste, cabisbaixo! Nada disso! Continuo de boa saúde e cheio de energia. Tenho disso para dar e vender, se alguém estivesse interessado em energia canina! Se ainda fosse eólica ou nuclear... aí outro galo cantaria!
Continuo a minha vidinha de cão mimado, cheio de mordomias da minha dona, que acha que me estraga com mimos! Será para se compensar pela perda do meu antecessor que segundo ouço dizer, era um verdadeiro gentleman e lhe deixou imensas saudades?
Dizem que morte de cão se cura com pêlo de ouro cão e a minha dona sempre atenta e fiel à sabedoria popular, cumpriu o aforismo.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Um lorde



Diabruras do Scott

Ão...ão...
No meu raciocínio de cão, acho que sou uma criatura VIP! Sim, é verdade, pois vivo num condomínio fechado, com portões altos, verdes....até parece a casa onde vivia a Menina do Mar, que a minha dona, noutros tempos lia às criancinhas da escola.
Neste espaço fechado, tenho todas as comodidades e mordomias! Só cá entra quem é autorizado, ou tem luz verde, como os portões, para invadir esta propriedade privada. 
Sou tratado como um lorde... mas não como um gentleman! Como este, era o meu antecessor de que rezam as crónicas e as saudades da minha dona que são ainda bem visíveis!

domingo, 28 de abril de 2013

Scott




Helloooooooooooo! 
Maria Donzília Almeida

Eu sou o Scott, o novo habitante da casa! Não tenho nenhuma relação com o Scott Mckenzie, o cantor americano que ficou famoso, na década de 60 do século passado. Apenas no imaginário da minha dona, que nutre por ele uma saudade enorme.... Faz-lhe lembrar os tempos de juventude...e isso é sempre bom! 
Eu cá estou, não a substituir o anterior inquilino, pois nestas coisas ninguém substitui ninguém, mas apenas a fazer companhia canina a quem tem a minha espécie, em alta consideração. 
Devo ter poucas semelhanças com o Boris meu antecessor, acho até que nem lhe chego aos calcanhares....nem tenho isso, calha bem! Não que a dona faça comparações, mas, pela conversa que lhe ouço e pelo modo nostálgico como fala dele, adivinha-se que ele era um gentleman. Era de raça nobre, tinha pedigree! E portava-se como tal! 

domingo, 23 de dezembro de 2012

Chegou num dia de chuva miudinha...

A prenda! 
Maria Donzília Almeida



Chegou num dia de chuva miudinha, que enche de humidade o ar e cria uma saturação tal, que tudo parece escorrer à nossa volta. É a morrinha de uso tripeiro, que nos penetra até aos ossos. Assim estava o aposento, onde a prendinha foi depositada. 
Apesar de já ter passado a idade da inocência, quase acreditaria que foi prenda do Menino Jesus, que a colocou no meu sapatinho, quatro dias antes do Natal. Apareceu, assinaladamente, no dia em que aconteceu o solstício do inverno, 21 de dezembro. 
Evoco aqui, as palavras de ST Éxupery: “Mal nos conhecemos, inaugurámos a palavra amigo!”