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domingo, 6 de outubro de 2019

Ainda as férias – Ruínas do Balneário Romano de S. Pedro do Sul

Piscina D. Afonso Henriques
As Termas de S. Pedro do Sul ostentam, com natural orgulho, a bandeira da ancestralidade romana das suas origens, sendo as mais importantes e bem conservadas do país, «com uma utilização contínua ao longo de dois mil anos”, garantindo um notório "desenvolvimento regional”, como se lê nas notas promocionais. 
Nelas se sublinha que “aos romanos se deve a construção inicial do balneum” em dois momentos no 1.º século d.C., sendo visível pelas descobertas arqueológicas as piscinas, canais de escoamento, colunas, fustes e capitéis, lápides epigrafadas, revestimentos e construções. 
A chamada piscina de D. Afonso Henriques, inserida em “estruturas romanas preexistentes promovidas pelo rei conquistador”, é motivo de justo realce. 
Dom Afonso, o primeiro deste nome, frequentou as termas, na ânsia de procurar cura para uma fratura sofrida numa perna durante a batalha de Badajoz (1169), contra o seu próprio genro, na  qual saiu derrotado. 
Aqui  estabeleceu o paço real, com seu filho Sancho, que lhe haveria de suceder, e filhas Teresa e Urraca, bem como a cúria régia. Daí, naturalmente, as marcas indeléveis alusivas ao rei Conquistador, um pouco por cada esquina desta zona termal.
No século XVI, o rei D. Manuel I avançou com os apoios indispensáveis para converter o velho edifício medicinal em Real Hospital das Caldas de Lafões, tendo frequentado os banhos para tratar  de um mal de pele, sublinha o folheto que foi distribuído aos visitantes.







Mais tarde, no século XIX, durante quatro temporadas, as termas foram procuradas pela última Rainha de Portugal, D. Amélia de Orleães, que ali fez tratamentos, deixando marcas no novo edifício balnear, que ostenta o seu nome, “descontinuando assim o uso do antigo balneário romano”. Na altura da visita, estava patente no edifício, denominado Balneário Rainha Dona Amélia, uma exposição de fotografias alusivas à última rainha de Portugal, muito bem conservadas. 
Diz a informação distribuída no momento da visita às ruínas do Balneário Romana, durante a qual ouvimos com muito agrado uma bela lição de história de um guia cego, Eduardo Oliveira, licenciado em Educação e autor do livro “Implantação da República e Monarquia do Norte (Ocorrências e Vivências em S. Pedro do Sul)”, que é oportuno  frisar o conjunto patrimonial que possui “o seu carácter único no país”, com “aproveitamento contínuo ao longo de dois mil anos”. Lê-se ainda que as várias intervenções arquitetónicas realizadas no decurso dos tempos constituem “uma peça patrimonial e histórica de inegável valor nacional”, não existindo outro com “as mesmas características em Portugal”. Aliás, as Termas de S. Pedro do Sul são as mais frequentadas do país, merecendo a preferência de 35 por cento dos aquistas portugueses. 

Fernando Martins

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Férias — S. Pedro do Sul

Espaço museológico (Foto do meu arquivo)

Todos sabemos que as termas de S. Pedro do Sul foram as preferidas das populações da nossa região, sobretudo para doenças do aparelho respiratório, reumáticas e músculo-esqueléticas, entre outras. Com frequência ouvimos dizer que as suas águas, com temperaturas que rondam os 68 graus, garantem alívio para vários meses. Sabemos até que há pessoas que frequentam aquelas termas duas épocas por ano.
Se por lá passar, nem que seja por simples passeio, visite o Museu do Balneário Rainha D. Amélia, onde pode ver, no livro de registo dos aquistas, apelidos de pessoas da nossa região. Mas não se esqueça de visitar a piscina que o nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques, utilizou para afugentar as dores da perna que partiu no cerco de Badajoz. Mas deixem-nos dizer que, afinal, nunca se curou, sendo transportado numa padiola a partir daí. Hoje seria numa maca ou cadeira de rodas, mas haveria cura, de certeza. 


terça-feira, 24 de agosto de 2010

S. Pedro do Sul: Flores antes do Fogo


Dias antes de o fogo deflagrar na floresta das serras de S. Pedro do Sul, registei esta foto. Longe estava de pensar que pouco tempo depois o fogo devastador reduziria a cinza os verdes da paisagem. Mas isso aconteceu para tristeza de quem se sentiu impotente para o dominar.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Termas de S. Pedro do Sul: Devoções

Capela de S. Martinho

Agraciados e caixa de esmolas

A força das devoções


Nas Termas de S. Pedro do Sul, integrada na zona arqueológica (à espera, há anos, de trabalhos de limpeza e tratamento), está a Capela de S. Martinho. Antiga, como a imagem mostra, guarda os sinais das devoções dos agradecidos  pelas curas recebidas. Graças à intervenção de S. Martinho? Graças às águas termais? A ambas? Só Deus sabe.
Aqui fica o registo... para uma passagem por lá.

S. Pedro do Sul: espaço museológico das termas

No registo dos utentes lá estavam ilhavenses
Relíquias das termas antigas

Família Real


Em S. Pedro do Sul, no Balneário Rainha D. Amélia, há um espaço museológico que merece ser visitado. A entrada é gratuita. Basta pedir autorização à recepcionista. Está asseado e as legendas ajudam a compreender os tratamentos doutros tempos. No livro de registos dos termalistas há nota da presença de ilhavenses, alguns meus conhecidos. Aliás, as Termas de S. Pedro do Sul foram, durante anos, as mais frequentadas pelas nossas gentes. Não sei se ainda hoje o são.
É curioso entrar neste ambiente de há décadas, quando nem toda a gente podia gozar férias, um privilégio para os mais endinheirados.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O drama dos fogos florestais




Todos os anos, invariavelmente, os fogos florestais espalham dor e morte por todo o mundo. Em Portugal, também. E muitas vezes, nos mesmos dias e horas, por ironia do destino, cheias semeiam dramas e multiplicam desalojados.
Olhando à nossa volta, paisagens lindas das nossas terras, com tonalidades verdes de cambiantes vários, convidativos quanto baste, mostram-se, de um dia para o outro, pinturas negras de troncos nus, hirtos e mortos.
Ainda há dias andei por S. Pedro do Sul a recordar momentos agradáveis que por lá vivi com esposa e filhos, todos brincando entre o arvoredo de matas virgens, ora em momentos de puro lazer, ora à cata da pedra da escrita em Serrazes ou por ali perto. Fotografias perdidas em alguma gaveta, a que não tenho acesso agora, testemunham essa caminhada entre mato cerrado e silvas agressivas, num verão quente de há décadas.  E há dias, um pouco incapaz de busca semelhante, passei por outras aldeias agora carbonizadas pelas chamas impiedosas que ninguém consegue evitar, deixando nos rostos de tanta gente as marcas do sofrimento que jamais serão esquecidas.
Os fogos florestais não são monopólio exclusivo de Portugal. Outros países se debatem com eles. Mas não será possível, perante tantas perdas, criar-se um ministério para o combate e prevenção dos fogos, com equipas de vigilância e com programas para ordenamento da rede de combate? O que se consome nesta luta, todos os verões, não daria para se fazer algo de mais positivo?

FM