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quinta-feira, 25 de março de 2021

Gafanha da Nazaré – Alameda D. Manuel II

D. Manuel II

D. Manuel II nasceu a 19 de março de 1889, no Palácio de Belém, em Lisboa. Filho segundo do rei D. Carlos e da rainha D. Amélia de Orleães.
Em 1904 assentou praça como aspirante na Marinha Portuguesa, tendo em 1907 ingressado na Escola Naval.
Com o regicídio de 1 de fevereiro de 1908, o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe foram assassinados, tendo D. Manuel ascendido ao trono como o sucessor do monarca, porém, como segundo na linha de sucessão não tinha sido preparado para assumir este cargo. Além disso, D. Manuel II encontrou um país com uma situação muito conturbada em termos políticos. A nível interno teve de enfrentar essencialmente duas questões: o caso Hinton e o caso do Crédito Predial. Na primeira, Hinton, inglês que vivia na Madeira, exigiu uma indemnização ao Estado Português pela revogação do monopólio do açúcar e do álcool no Arquipélago. Algo a que o Governo teve de ceder perante a enorme pressão inglesa. No segundo caso, estava em causa um desfalque que envolvia figuras importantes do regime.
Apesar de todas as dificuldades, D. Manuel II procurou uma solução para o período conturbado, tendo convidado o sociólogo Léon Poinsard, para traçar um quadro do nosso país e sugerir medidas de fomento a nível económico e social, o que resultou na divulgação do estudo Le Portugal Inconnu (1910).
Em termos externos, D. Manuel II tentou estabelecer boas relações diplomáticas com outros países, nomeadamente Inglaterra e Espanha.
Apesar de todos os esforços, a Revolução Republicana acabou por triunfar a 5 de outubro de 1910 e o monarca exilou-se em Inglaterra. Mesmo afastado continuou a interessar-se pela situação política de Portugal, tendo sido favorável à entrada do país na I Guerra Mundial, ao lado dos Aliados.
Faleceu a 2 de julho de 1932, em Inglaterra, porém, os seus restos mortais foram transportados para Portugal.

Informação Histórica do Topónimo

1. Este trabalho foi elaborado pelo CDI (Centro de Documentação de Ílhavo) para o projeto “Se esta rua fosse minha";
2. A Alameda D. Manuel II existe na Gafanha da Nazaré e foi aprovada pela CMI em 19 de setembro de 2005 (Ata CMI 26/2005).

Informação Memorial sobre o Topónimo

O professor Fernando Martins recorda (Timoneiro junho de 2013) a visita do monarca à região, a 27 de novembro de 1908, na qual supervisionou as obras da Barra, tendo atravessado a Gafanha da Nazaré. A ocasião tornou-se ainda mais importante quando numa sessão na Câmara Municipal de Aveiro condecorou o gafanhão, António Roque, que conduziu o barco em que regressou, com a medalha de mérito, philantropia e generosidade.
Mas a ligação de D. Manuel II à região não terminou nesta visita, tendo assinado, a 23 de junho de 1910, o decreto da  criação da freguesia e paróquia da Gafanha da Nazaré.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Ruas da nossa terra — Padre Américo

Américo Monteiro Aguiar nasceu a 23 de outubro de 1887, em Galegos (Penafiel). Oitavo filho de Ramiro Monteiro Aguiar e Teresa Ferreira Rodrigues. 
Após a conclusão da escola primária em Penafiel e Felgueiras, iniciou a sua vida laboral na área comercial, numa loja de ferragens na cidade do Porto. Seguiu depois para Moçambique, onde trabalhou como despachante ao serviço de diversas empresas. 
Regressou a Portugal com a sólida decisão de dedicar a sua vida ao serviço religioso. Assim, com 36 anos, ingressou no Convento Franciscano de Vilariño de Ramallosa, em Tui. Porém, revelava claras dificuldades de adaptação à vida monástica e solicitou a admissão no Seminário do Porto. Porém, por via da sua idade, o pedido é recusado, sendo aceite, em 1925, no Seminário de Coimbra. 
É em Coimbra que começa a demonstrar enormes capacidades discursivas e de reflexão, tendo escrito para a revista dos alunos daquele estabelecimento de ensino Lume Novo, sob o pseudónimo Frei Junípero. 

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Dr. José Rito

Figuras da nossa terra

José Rito nasceu a 19 de março de 1894, na Gafanha da Nazaré, filho de José Francisco Novo e de Custódia de Jesus. Licenciou-se em Medicina e especializou-se em Cirurgia na Universidade de Coimbra, a 30 de outubro de 1918, sendo o primeiro habitante da Gafanha a possuir este tipo de formação. 
Casou com D. Esperança Maria de Azevedo. Deste enlace nasceram dois filhos: Maria Henriqueta (20 janeiro 1932) e Frederico Elísio (13 de maio de 1935). 
Foi Delegado de Saúde de Ílhavo, tendo estabelecido o seu primeiro consultório, alugado, na Rua Arcebispo Pereira Bilhano. Em outubro de 1924, terminou a construção da sua casa na Rua José Estêvão (hoje pertença do CASCI), tendo mudado o seu consultório para esta morada. 
Mais tarde, a família mudou-se para o Solar dos Maias, na Rua de Alqueidão, propriedade que ainda hoje se mantém na família. 
São diversos os relatos que descrevem José Rito como uma pessoa muito preocupada com a comunidade onde se inseria, prestando cuidados às pessoas mais necessitadas de forma gratuita, chegando mesmo a custear-lhes os medicamentos. Aliás, a estima que os ilhavenses nutriam ao seu médico era tal que, a 11 de novembro de 1944, O Ilhavense, para responder às muitas solicitações que vinha recebendo, publicou que o Dr. José Rito se encontrava a aguardar uma intervenção cirúrgica numa casa de saúde de Coimbra, mas que se encontrava fora de perigo. 
Na sua lista de pacientes incluía-se D. Maria Henriqueta da Maia Alcoforado Cerveira, a quem prestou cuidados devido a uma grave depressão que a senhora enfrentou após a morte do marido, António Frederico Morais Cerveira. 
Faleceu a 11 de março de 1946, após doença prolongada. O funeral foi realizado no dia 13 de março, ficando sepultado no cemitério local. 

Notas:

1. Trabalho do Centro de Documentação de Ílhavo, integrado no projeto "Se esta rua fosse minha" 
2. O Dr. José Rito encontra-se representado na toponímia ilhavense, na Gafanha da Encarnação e na Gafanha da Nazaré. Na primeira, o topónimo foi criado em a 03/04/1996 (ata da CMI n.º 11/1996), após proposta da Junta e Assembleia de Freguesia da Gafanha da Encarnação e do Vereador João José Resende Bio. Na segunda, a primeira referência ao topónimo é de 1984 no Plano Geral de Urbanização das Gafanhas.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Egas Salgueiro

Figuras da nossa terra 

Egas Salgueiro nasceu a 16 de março de 1894, abandonou o liceu com apenas 14 anos e emigrou primeiro para o Brasil e depois para Angola. 
Em 1915 regressou a Aveiro onde se tornou sócio, juntamente com o pai e os irmãos, da empresa Salgueiro & Filhos, Lda. Entre 1922 e 1927 foi sócio da Empresa de Navegação e Exploração de Pesca. 
Porém, esta empresa foi encerrada e Egas Salgueiro, em 1928, fundou a Empresa de Pesca de Aveiro (E.P.A.). Será aqui que este industrial implementará a sua visão estratégica e levará a cabo uma gestão verdadeiramente empreendedora, ao conduzir os seus navios a pescar nos mares da Gronelândia, algo que nunca tinha sido tentado a nível nacional, ou ao equipar os veleiros com motores propulsores, permitindo viagens mais rápidas ou então quando dedica pela primeira vez um navio arrastão à pesca do bacalhau. 
Nos anos 50, a E.P.A., antecipando as dificuldades que o mercado do bacalhau atravessará, aposta na diversificação das suas atividades, passando a dedicar-se também à pesca do longínqua do atum e iniciando a pesca do arrasto costeiro desta espécie. Investiu também na indústria conserveira, fundando, em Agadir, uma fábrica de conservas e farinha de peixe. Na Gafanha da Nazaré, a E.P.A. será uma das primeiras empresas a instalar túneis de secagem artificial e grandes armazéns frigoríficos. 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Anda comigo ver aquela rua!

Travessa dos Bons Senhores

“Se esta rua fosse minha…” é um projeto da Câmara Municipal que pretende recolher, compilar e divulgar informação sobre a História das ruas, praças, pontes, becos do concelho. Para além desta informação, pretende-se também recolher memórias, disponíveis apenas na vida e no imaginário da comunidade, tais como curiosidades, lendas, histórias, afetos, vivências, evitando que caiam no esquecimento.
É aqui que todos os munícipes são convidados a intervir, contando, escrevendo, partilhando as suas histórias, fotografias, etc.
A Câmara Municipal de Ílhavo encarrega-se da História, mas contamos consigo para nos ajudar a imortalizar as memórias. Todos os contributos serão trabalhados pelo Centro de Documentação e devolvidos à comunidade através de exposições, aplicações interativas, jogos e muito mais.
Ajude-nos a imortalizar a História e a Identidade da nossa terra! A Universidade Sénior do CPSNSN, os Agrupamentos de Escolas do concelho e a Universidade de Aveiro já estão a contribuir. 


“Se esta rua fosse minha…” 

Anda comigo ver aquela rua! 
Tem vida, sabor e nome. 
Anda, vem sentir as suas pedras, 
Os ecos, o perfume. 
Vem olhar o céu azul 
Por entre o casario. 
E o sol a brincar na calçada 
Com alegria, em desvario. 

(Refrão) 

Se esta rua fosse minha 
E eu pudesse lá mandar 
Punha vasos nas janelas 
Com as flores a espreitar. 
Se esta rua fosse tua 
E tu pudesses lá mandar 
Que farias, que farias, 
Para bem a conservar? 

Esta rua tem um nome. 
Esta rua tem uma história. 
Nesta rua mora gente 
Que partilha tradição. 
Não deixes que ela caia 
Num passado sem memória, 
No vazio do esquecimento, 
Num mundo sem coração.” 

Letra: Maria Helena Malaquias Música: Monika Silva Ferreira Composição: Universidade Sénior do Centro Social Nossa Senhora da Nazaré 

NOTA: 

1. Publicado na Agenda "Viver em..." da CMI;
2. Foto da travessa dos meus arquivos.

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Um projeto interessante - "Se esta rua fosse minha…"

Portas d'Água
No CDI (Centro de Documentação de Ílhavo), está em curso um projeto interessante, para o qual todos podemos contribuir. Trata-se de recolher informação sobre a história de cada rua, beco, praça, ponte e outros, como se lê na página da CMI. 
“Se esta rua fosse minha…” é um desafio posto a cada um de nós, munícipes, no sentido de partilharmos saberes referentes à nosso toponímia, uma preciosa ajuda para nos alicerçarmos nas raízes de cada canto das freguesias do concelho de Ílhavo. Raízes que alimentam o presente e projetam o futuro. 
Tudo será mais fácil se soubermos estimular a recolha de informação alusiva  à nossa rua, destacando  pormenores, nomeadamente monumentos, pessoas e acontecimentos, que os há em cada canto. Importa, com tudo isto, envolver a comunidade e integrando-a, potenciando o reconhecimento do território e estimulando o apego às raízes. 
O desafio, que nos chegou da Câmara de Ílhavo, aqui fica, na certeza de que estaremos dispostos a dar o que pudermos e soubermos. 

F. M. 

Ler mais aqui 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Rua Padre José Lourenço


Padre José Lourenço
No limite entre a Gafanha do Carmo e a Gafanha da Encarnação, situa-se a rua que homenageia o Padre José Soares Lourenço que, durante anos, paroquiou a Gafanha do Carmo, tendo deixado o seu nome ligado à construção da nova igreja matriz. 
Nasceu no dia 14 de julho de 1923, em Valongo do Vouga. Foi ordenado sacerdote, em Vagos, no dia 13 de julho de 1947, pelo bispo D. João Evangelista de Lima Vidal. Faleceu no dia 27 de agosto de 2016, ficando sepultado na Gafanha do Carmo. 

Cardoso Ferreira, no "Correio do Vouga" 

NOTA: Há pequenas notícias que se tornam grandes pelas recordações que suscitam. É o caso da nota subscrita por Cardoso Ferreira no "Correio do Vouga", semelhante a outras do mesmo jornalista, pelas quais nos vai recordando figuras que na vida foram exemplares pelos mais variados motivos. 
O Padre José Lourenço foi para mim e para muitos outros um sacerdote que soube testemunhar a capacidade de serviço, revestida de uma humildade cativante. 
Para além de paroquiar a Gafanha do Carmo, exerceu o seu ministério por outras terras, mas quis que os seus restos mortais repousassem na sua Gafanha do Carmo.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Ruas com obras na Gafanha da Nazaré


Quem vive ou passa pela Gafanha da Nazaré sabe bem que há obras em diversas ruas. De muitas pessoas que falam comigo, tenho ouvido comentários pouco agradáveis pelos transtornos que máquinas e pessoal provocam, por impedirem a livre e habitual movimentação de automóveis. Outros tantos vão concordando com as obras, cujos melhoramentos há muito eram esperados. É-se preso por ter cão e por não o ter, em tempos como este em que cada um arranja motivos para as opiniões.
É claro que obras em ruas, ruelas e caminhos são fundamentais ao bem comum, sob pena de não acompanharmos o progresso geral. Têm que ser feitas. Saneamento, gás, redes de comunicação e outros serviços não podem ser feitos pelo ar.
Naturalmente, penso que talvez fosse possível mais agilidade e rapidez nos processos, mas se calhar ainda não chegámos, julgo eu, a esse nível de execução de obras públicas. Contudo, apesar dos transtornos que estes trabalhos provocam, vale a pena algum sofrimento e compreensão dos moradores e visitantes. 

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