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sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Vila Nova de Gaia vista do Porto

 Férias com  olhos de ver



A pressa das viagens, em jeito de quem está a participar numa prova de velocidades, está muito na moda.  E a pressa de chegar ao destino de férias também nos leva a ignorar povoações talvez com passado histórico. E delas ficamos sem nada saber.

Gaia não prescindiu, tanto quanto sei, do seu nome original [Vila Nova de Gaia], nome de batismo. Nem todas as povoações procedem assim.


Como concelho, tem mais habitantes do que a chamada "capital do Norte" que é o Porto. Em comum, têm o Rio Douro e o célebre Vinho do Porto. Em Gaia ficam os armazéns de firmas que o vendem para todo o mundo. 


Da cidade do Porto, nos jardins do Palácio de Cristal, registei as fotos que hoje publico, homenageando, assim, o povo de Vila Nova de Gaia.

quarta-feira, 8 de junho de 2022

No Porto com Gaia à vista

 

De passagem pelo Porto, tive oportunidade de apreciar o Douro e o casario da outra margem, a Vila Nova de Gaia, como sempre a conhecemos. É cidade, mas gosta de ser conhecida como Vila. É o terceiro município mais populoso do país, depois de Lisboa e Sintra. O Vinho do Porto estagia por ali, com rio à vista. E quem sabe se logo mais, depois do jantar, não saborearei um cálix do precioso néctar que os ingleses ajudaram a internacionalizar!

terça-feira, 18 de maio de 2021

Gaia e Porto abraçam o Douro

Em dia de chuva molha-tolos, sempre impertinente e cansativa, saí de Gaia com a oportunidade gorada de desfrutar uma paisagem de beleza típica. Não deu para mais. De qualquer modo, aqui fica um simples registo do que foi possível apreciar.

Ali, bem ao pé de nós
O casario portuense com o Douro aos pés
Os barquinhos na hora de treino nas águas mansas 
O pescador, indiferente à chuva, continuou à espera que o peixe picasse
A chuva não  perturbou os velejadores 
A Ponte da Arrábida, a cujo fecho do arco assisti por volta de 1960

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Notas do Meu Diário – O Porto

A Aidinha no terraço da sua  casa no Porto

Ontem, passei pelo Porto, a correr, que o destino era a festa de aniversário da minha filha Aidinha. Uns percalços, com avaria no carro, ensombraram a nossa pressa de chegar ao “Parabéns a você nesta data festiva”. A gentileza dos convidados que nos aguardaram tranquilamente mostrou o sentido de proximidade que nos une. Mas chegámos e saboreámos a alegria da aniversariante, da família e amigos. À volta da mesa, os percalços foram atirados para trás das costas. Pena foi, sentida por todos, a ausência do nosso Fernando, que teve de regressar a casa com o reboque da Assistência em viagem, para assinar a declaração da entrega do veículo na Gafanha da Nazaré. Obrigado, Fernando, pela tua boa disposição, posta à prova na hora própria, sem hesitações. Na próxima vez, se é que haverá uma próxima vez (para longe vá o agoiro!), sou eu quem se sentará ao lado do condutor para, no final da corrida, assinar o documento de entrega do carro no sítio certo. 
Nos intervalos dos comes e bebes e das conversas normais nestes casos, onde a boa disposição reinou, saltaram do meu subconsciente os anos que vivi no Porto, na juventude, com ruas e ruelas calcorreadas nas horas vagas. Gente que corre, conversa, ri e trabalha, e que fala do seu Porto, o FCP, com paixão. De cada canto se via a Torre dos Clérigos, a Câmara ao fundo da larga avenida. A Estação de São Bento, o trânsito, a meus olhos caótico, sem nunca registar qualquer acidente.  E os cinemas de tantos e tão variados filmes, e o Coliseu de grandes espetáculos, e os concertos para a juventude dirigidos pelo maestro Silva Pereira, e as livrarias modernas, e os alfarrabistas que visitava regularmente, e a Ponte da Arrábida a cujo fecho do arco assisti espantado, com manobras de alto risco sob comando de um aveirense, o Eng. Zagalo. 
O Porto onde encontrei grandes amigos que o tempo fez esmorecer. O Porto de sonhos, o Porto do São João, em cuja noitada nem tempo há para dormir. Na única festa em que participei, sentei-me, esgotado ao máximo, na soleira de uma porta. Meio acordado meio a dormir assisti ao entusiasmo do povo com o alho-porro para acariciar cabeças loiras ou morenas, penteados de risco-ao-lado ou carecas, sem zangas que incomodassem o Santo Popular do Porto e de outras bandas. 
Vejam lá o que uma simples passagem pela Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta cidade do Porto me fez recordar. 

Fernando Martins 

24 de setembro de 2018

domingo, 8 de abril de 2018

FRANCOS — Caminhos Percorridos

Um livro de Manuel Olívio Rocha 



Não sendo do Porto, a cidade invicta, gosto muito do Porto, e quando lá vou, mesmo de fugida, regalo-me com o casario antigo e suas ruas e ruelas estreitas, mais do que das grandes avenidas e do corre-corre das pessoas com ares de permanentemente atarefadas. Mas ainda gosto de ler o que me aparece sobre a mui nobre e invicta cidade onde, há séculos, os fidalgos tinham algumas restrições em ali passar mais dias do que ditavam as leis dos homens bons. E quando me chega um livro da terra que deu nome a Portugal, então ainda mais me prendo ao burgo, também designado por capital do Norte… com muita honra dirão muitos. Vem isto a propósito de um livro, em edição familiar, que me foi oferecido pelo meu familiar e amigo, Manuel Olívio Rocha, ali radicado há décadas. 
“FRANCOS — Caminhos Percorridos”, de sua autoria, tem edição da Paróquia de Nossa Senhora da Boavista, com capa de Domingas Vasconcelos e impressão e acabamento de “Clássica, Artes Gráficas”. O livro, que tem 247 páginas,  com ilustrações a cores e a preto e branco, apresenta um  recheio que vem desde o século X até aos nossos dias, merece ser lido. É justo sublinhar que o autor, meticuloso na busca, na análise, na seleção, no encadeamento dos acontecimentos e na forma escorreita que usa no que escreve e publica, merece o nosso aplauso e o apreço de todos os residentes na paróquia de Francos, mas não só. 
Manuel Olívio refere, em Agradecimentos, os que o ajudaram nas suas pesquisas e pede compreensão «para eventuais imperfeições, omissões ou erros» involuntários, mas eu estou em crer que o muito que nos apresenta, como fruto de laborioso trabalho, nem tempo nos dá para considerações críticas. Confesso que, na leitura que fiz, só tive oportunidade de me sentir enriquecido pelo que aprendi. E desde já o meu muito obrigado pela oportunidade que me foi dada para mais ficar a gostar do Porto e das suas gentes.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

O PORTO COM A LIVRARIA LELLO





Fui hoje ao Porto com a minha neta Filipa. Aceitei o seu convite ao jeito de quem deseja celebrar, de forma diferente, o seu aniversário. E a ida ao Porto, cidade da qual guardo gratas recordações dos tempos em que por lá andei, foi a cereja no topo do bolo. 
O tempo chuvoso e frio, à partida, não seria motivo de um dia bem passado, mas a cidade, que me envolveu logo à chegada, protegeu-me da invernia. E facilmente voltei décadas atrás, calcorreando velhas ruas com velhas casas, e de vários ângulos apreciei comércio antigo e moderno, edifícios com história, praças dedicadas a gente que deixou marcas no coração burgo. 
Foi bastante agradável conversar… conversar… conversar, enquanto passávamos por entre os pingos da chuva miudinha sem vento que incomodasse. A azáfama dos portuenses é notória e os estacionamentos repletos sugeriram-nos os parques subterrâneos sem olhar a preços, que o tempo urgia. E uma visita à famosa livraria Lello impunha-se. Entrada paga, com desconto garantido na compre de um livro. A livraria, considerada das mais bonitas do mundo, merecia a espera, a compra dos bilhetes em loja separava com bicha a impor a ordem. 
Turistas e mais turistas, funcionários atenciosos, fotógrafos e fotografias sem conta e  o esplendor do interior a apelarem à nossa atenção justificam a visita E os livros, sempre os livros, e a normalidade de uma qualquer livraria a declarar-se ali. Mas a chama e a fama do antigo e do belo bem casados atraem-nos. E os turistas não faltam e agradecem. 

FM

quinta-feira, 16 de março de 2017

Márcio Walter: Minhas andanças por Portugal

Texto e fotos partilhadas por Márcio Walter 

Márcio Walter e Fernando Martins na Costa Nova
O título do livro “Viagens na minha terra”, de Almeida Garrett, sempre me chamou a atenção por dois motivos: a ação (viagens são coisas que sempre gostei de fazer desde pequenino) e o lugar (“na minha terra”). Obviamente, Garrett falava sobre sua jornada entre Lisboa e Santarém, dentro do Portugal do século XIX, num período de guerra entre liberais e miguelistas. Todavia, no meu imaginário, essas viagens seriam atemporais e sem dissensões. 
Como bisneto de portugueses por ambas as partes de minha família, Portugal sempre foi uma memória presente para mim – memórias tidas por outros num passado próximo e contadas por terceiros que as narravam vividamente como se tivessem feito parte delas. Daí, minha sensação de que as terras das quais Garrett falava também eram minhas. Por isso o desejo de um dia entrar num comboio (ou trem, como dizemos pelas bandas de cá do Atlântico) e de sua janela observar os olivais, o mar português, os rios, os montes e as casas cujas imagens se pintavam em minha memória-fantasia desde a mais tenra infância. 

Márcio em Lisboa
Em dezembro de 2015, devido a uma pesquisa genealógica iniciada no ano anterior, pus os pés sobre o solo lusitano pela primeira vez. Quão maravilhosa a sensação de sair do aeroporto e sentir a frescura do ar invernal de Lisboa, o lugar que serviu de modelo para a criação da minha cidade natal de São Salvador da Bahia. Caminhar pelas pedrinhas brancas da calçada, subir e descer ladeiras de pedras negras, olhar ao lado e ver a arquitetura barroca das igrejas e casas, escutando o som do fado vindo de algum lugar, me fez sentir em casa duas vezes. Pois, ali, eu via a imagem de minha própria terra americana fincada no continente europeu e ao mesmo tempo revivi as fantasias criadas no tempo de miúdo quando as histórias de meus antepassados me eram contadas. Lisboa, então, começaria a ser o sítio de chegada e partida, porque muito mais se há de ver por esse país geograficamente pequeno, mas absolutamente grandioso em sua história, sua cultura e seu povo afável, acolhedor e de espírito inquebrantável.

Márcio em Coimbra
Não fiz o percurso de Garrett, minha primeira parada depois de Lisboa, ao contrário de ser Santarém, foi Coimbra, a cidade em cuja universidade a grande parte dos poetas e intelectuais brasileiros tinham estudado desde o século XVII. Ouvir anunciar no autofalante que era a “próxima paragem Coimbra B”, fez com que meu corpo sentisse um choque de excitação. Descer à rua, ver a torre Cabra cortando o céu no alto da colina, sentir a brisa que subia do Mondego, ouvir as vozes e o sotaque pelo caminho, era muito melhor do que ver o país apenas da janela do comboio – essas paisagens vistas de longe e como observador apenas deixei-as para os pequenos lugares por onde passei a caminho de Figueira da Foz, Conimbriga, Foz de Arouce, Arganil ou Lousã, esses sítios outrora afastados de mim e ao mesmo tempo tão próximos, quer fosse pela genealogia, quer pela beleza e significado de cada um -, porque em Portugal o que vale mesmo é saltar fora do trem ou dos autocarros e viver cada sítio, cada meia de leite com tostas enquanto moradores locais, sempre muito receptivos aonde eu fui, conversavam comigo e me contavam suas histórias e eu descobria as minhas. 
Coimbra, muito além de ser um lugar de minha própria ancestralidade, é também o parque, os mosteiros, as ladeiras e a gente bacana com quem se toma um café à Portagem e se vê o pôr do sol entre conversas amistosas, aliás, não só Coimbra. 

Márcio em Aveiro, Costa Nova  e praia
Lembro de fazer o mesmo sentado em frente à Ria de Aveiro, observando o vai e vem dos moliceiros coloridos sarapintando a paisagem com cores que não eram muito distantes daquelas da Costa Nova, cujas casas são uma atração à parte. Sentando ao cais de onde vemos a imensa ria de um lado e a arquitetura vibrante de outro – onde mais se pode sentir em dois mundos tão diferentes e de forma tão única? Onde se tem a natureza refletida na areia de cor bege, na água clara molhando os pés próximo aos antigos/renovados palheiros ali mesmo ou um pouquinho mais adiante na Barra ou pelo píer da Vagueira e pelos restaurantes de enguias fritas ou stands de tripas recheadas com ovos moles. Ali mesmo em Aveiro se pode deixar o coração e a alma repousando serenos, vendo a água chegar à praia onde antigamente os bois puxavam a pesca.
Minhas andanças por Portugal geralmente se fixam entre Aveiro e Coimbra por conta das pesquisas que faço, mas obviamente Portugal se estende muito além desse eixo. Por exemplo, não muito longe dali, encontrei a Ribeira onde as famosas tripas do Porto são servidas com o vinho suave e os transeuntes se reúnem aos montes para ouvir cantores que fazem seus shows ao ar livre aos pés da Ponte Luís I. À qual também se pode subir e observar o D’ouro correr livre sob nossos pés enquanto a ponte treme com o trem que passa. A linda, antiga, mui nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto, sua história de resistência e lealdade encerrada naquelas muralhas e prédios centenários, as vinhas e os barcos cortando o longo e antigo rio, isso, para o turista de olhar encantado (e quem não se encanta?!) não é nem de longe apenas mais uma paisagem nas muitas fotografias e selfies obrigatórios, mas uma lembrança que se gruda ao espírito para nunca se esvanecer. 
Caminhar por aquelas ruas nos traz uma sensação de transposição no tempo e no espaço, um lançar-se em algum lugar onde o sonho e a história se confundem. Onde tudo no resto do mundo parece ser sombras. 

Márcio no Porto 
A cidade do Porto pela qual me apaixonei num dia de domingo, parece mesmo ser daqueles lugares que aguçam a fantasia e inspiram poetas e soldados, racionais e emotivos. O Porto tem seu charme, sua mágica sedutora como as notas da música triste que soa pelas esquinas e nos restaurantes famosos. Entretanto, em Portugal se vai de encanto em encanto, de fascinação em fascinação por entre os diversos outros lugares no país de Florbela Spanca. 
Ver-me às portas de Braga, seus santuários, seu Bom Jesus do Monte e as escadarias que o cortam num zig-zag de beleza única, como únicos são seus jardins espraiando-se ao longo das ruas do Centro, não é inferior a nenhum outro lugar que no país dos lusos eu tenha visitado – cada lugar é único e igualmente diferente. Cada cheiro (sim! Há cheiros em Portugal que me pareceram peculiares), cada lufada de vento, cada praça com sua igreja central de campanários antigos nos faz remontar na história e nas eras, nos levando ao caminho de onde outrora se passava devagar a pé ou no lombo de animais e agora velozes como nos poemas de Álvaro de Campos. Portugal tem de tudo um pouco (ou muito)! 

Márcio em Viana
Como nos lembra a estátua postada em frente a ponte sobre o Rio Lima, com os touros, que aravam o chão, ajudando os camponeses em sua lida a cujo redor estão carros e buzinas e música cortando o ar da vila mais antiga do país. Lá, onde o Santo Antônio multicolorido abençoa seus habitantes e de onde podemos chegar rapidamente a um outro lugar santo, à capela da Senhora de Castro, de onde se vê correr o Rio Lima a desembocar no mar, passando por entre casas e bosques e bancos de areia da linda e acolhedora Viana do Castelo. Quem não se emociona com aquela visão estonteante a partir da igreja de Santa Luzia, a ver o mar, a terra, a floresta se abraçarem num amor profundo? 
Passear por Portugal para mim é como fazer uma viagem em quatro dimensões: emocional, cultural, histórica e linguística. 
Não é necessário dizer aqui o porquê da história, pois esta mesma se manifesta em cada casa, em cada rua, em cada aldeia, pois quem anda pelas ruas seculares logo a percebe, mesmo sem os olhos abertos. 
A cultura, por sua vez, manifestada na sua culinária única - do bacalhau aos doces, da ginjinha ao vinho do Porto, e tripas e chanfana e arroz de tamboril. E nas cavacas arremessadas da capela de São Gonçalinho, em Aveiro, numa demonstração da fé imortal de um povo fervorosamente religioso, a sair em procissão pelas ruas nos dias santos, invocando seus deuses e heróis e mártires ao estilo romano. Mas não só nisso! O que não dizer dos trajes e danças típicos de Viana, dos Açores, da Madeira e do orgulho estampado nos rostos dos que fazem e dos que veem a sua tradição recontada?!
A emoção que se sente é de excepcional profundidade por motivos que ultrapassam a explicação. E não para simplesmente por aí pelas demonstrações da alma desse povo, mas se propaga pelas risadas ao escutarmos palavras tão corriqueiras dos discursos diários que para nós, falantes do português americano, têm sentido totalmente diverso e que nos arrancam as gargalhadas sob o olhar atônito de nossos interlocutores. Vocábulos tais quais “rapariga”, “cu”, “puto” e “biscate” fazem os brasileiros, mesmo divertidos, corarem dependendo do caso. Pois ao fazerem o tal Acordo Ortográfico, não levaram em conta a semântica. 
Em Portugal, aprendi um novo português, retomei palavras de vocabulário visto apenas em livros, tive de tomar cuidado com expressões comuns a ambos os nossos portugueses (europeu e americano), mas que para vós vos fazem corar. Sigo, entretanto, a ter dificuldades em usar o “tu”, uma vez que na minha comunidade linguística de Salvador da Bahia o utilizamos apenas para nos referirmos a Deus em oração (“você” é o que usamos informalmente. Formalmente dizemos “o senhor/a senhora”). Seja tal qual for, como disse o Caetano Veloso com ecos do Pessoa: “Gosto de sentir minha língua roçar a língua de Luís de Camões (...) minha pátria é minha língua”.
Só mesmo visitando, fazendo viagens nessa “minha” terra, agora fixada para sempre em meu coração, é que se pode entender - de forma pessoal e única – toda a extensão do que é estar em Portugal, do que significa tomar um café à beira do Tejo enquanto se come um pastel de Belém (ou em qualquer outro sítio, com qualquer nata, ovos moles, bolas de Berlim!). Andar em Portugal, para mim, é redescobrir o ar de admiração, o coração bater apaixonado e a beleza dos dias passando leves.

Ver blog do Márcio aqui 

oooooooooooooooo

NOTA: Há encontros pessoais providenciais. Surgem quando menos se espera e ocorrem ao sabor da maré. Uns terminam levados pelas ondas e outros ficam na praia abertos ao diálogo. Foi assim  com Márcio Walter que veio do Brasil à procura dos seus ancestrais, oriundos da terra dos ílhavos e da banda da  Lusa Atenas. E bateu à minha porta e o diálogo franco aconteceu. Umas pistas para achar os Rocha-Carolas, que os há em abundância aqui à nossa porta. E Márcio calcorreou o que era necessário. E achou o que procurava.
Jovem viajante do mundo, conhece terras e gentes de cada canto da Europa. Porventura de outros continentes, a partir do seu Brasil, país que foi filho e há muito virou irmão de Portugal.
Por aqui  fez amizades, partilhou   conhecimentos, descobriu a nossa cultura, o nosso linguajar, as nossas tradições. Ficou fascinado pelas paisagens lusas, leu os nossos clássicos, respirou os ares marítimos e serranos deste país à beira mar plantado,  saboreou os nossos petiscos, sentiu o inverno português e europeu, gozou a frescura da primavera florida e o calor ameno do nosso verão, e ficou a saber que os nossos outonos avisam mesmo que o frio está a chegar. E fez amigos.

Um abraço,  meu caro Márcio

Fernando Martins                                                                              

sexta-feira, 11 de março de 2016

Visita ao Jornal de Notícias

Crónica de Maria Donzília Almeida

Redação do JN


No âmbito da disciplina História e Jornalismo,
ministrada na US (Universidade Sénior),
participei numa visita de estudo ao Jornal de Notícias

Regressar à “Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto” é sempre gratificante para quem aí passou momentos gloriosos de enriquecimento, nas suas vertentes de MMP (Mulher, Mãe e Professora). Foi nesta cidade, que convivi com a nata da sociedade portuense, nos domínios da cultura, da pedagogia e da literatura infantojuvenil. Aqui estão sediadas grandes editoras, em que a Porto Editora, a Civilização Editora e a Edições Asa são apenas algumas referências. Era comum nas escolas, conviver-se lado a lado, com os autores de manuais escolares.
O matutino Jornal de Notícias foi fundado a 2 de junho de 1888, no Porto e tornou-se num dos jornais de maior expansão em Portugal, a seguir à Revolução do 25 de abril de 1974.
Quando saiu para a rua, o Jornal de Notícias, dirigido por José Diogo Arroio, tinha quatro páginas de grande formato, custava dez réis e era vendido no Porto e arredores, Lisboa e Braga. A nível de conteúdo apostava em noticiário nacional e internacional e dedicava a última página à publicidade.
A tiragem inicial do matutino portuense rondava os 7500 exemplares por edição, mas começou a subir a partir de 1890, quando fez campanha política em favor dos regenerados. Pouco depois, foi introduzida uma inovação nas páginas do jornal já que em 1891 surgiram as primeiras gravuras com retratos dos principais implicados na revolta do 31 de janeiro.
O jornal, que ficou conhecido por JN, assumiu claramente a defesa do Norte e do Porto em 1911, na época em que mudou de instalações, para a Rua Elias Garcia.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

ARES DE OUTONO: PORTO


Em qualquer recanto há sempre ares de outono. Como este que encontrei no Porto, no sábado, ao princípio da tarde. As folhas semeadas a esmo mostram um tapete ainda de fundo verde, que sublinha o castanho caraterístico da época, que muito tem ainda para nos dar. Vamos esperando e vendo.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Hortas


As hortas estão de regresso. As hortas têm de estar de regresso. Por prazer e por amor à natureza e ao gosto pela agricultura. Ainda  por causa das crises, que essas não perdoam e não têm compaixão por quem passa necessidades. As hortas são, na nossa região e noutras, um complemento para as receitas de qualquer família. Sobretudo de famílias onde entra pouco dinheiro. As hortas, que o arquiteto Ribeiro Teles defende há muito, como fundamentais na paisagem, estão a surgir também nas cidades. Esta encontrei-a na cidade do Porto, a capital do trabalho. 

domingo, 23 de junho de 2013

Dia de São João

24 de junho de 2013




Eu te rogo, S. João
Que convertas o Governo!
A vida desta nação
Para o povo é um inferno!


Quem alguma vez trabalhou na “Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto♥, já teve o privilégio de assistir a uma das maiores manifestações populares de confraternização, sob a égide dum santo da igreja católica. O S. João do Porto é a mais genuína e mobilizadora festa de verão que congrega um mar de gente e a que alguma vez assisti.
Nesta noitada, o povo irrompe na baixa, esquece as suas mágoas e engrossa a multidão que vai desaguar às Fontainhas.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Hoje, numa fugida ao Porto...

 Ó Porto, Cidade Invicta

Estação de S. Bento

 Crepúsculo

Hoje, numa fugida ao Porto, a minha cidade comercial, por excelência, captei estas imagens, de um dia de pleno outono!
Aí, a canção do Rui Veloso veio à tona e "Quem vem e atravessa o rio.....junto à Serra do Pilar....Vê um velho casario que se estende até ao mar..." soou aos meus ouvidos, com o encanto de sempre!
É bom mergulhar nesta cidade que mexe, ao ritmo, duma qualquer cidade europeia e o sotaque tripeiro... é do norte..."carago"!

Ó Porto, Cidade Invicta,
Tantas compras eu lá faço!
A bons preços, estou convicta,
Por isso aí vai um abraço!


Mª Donzília Almeida
20.11.2012

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Porto: Estação de São Bento

Egas Moniz apresenta-se ao Rei de Leão, com mulher e filhos


Cenas do Douro

Torneio de Arcos de Valdevez

Um curto passeio pelo Porto, de que já dei conta neste meu espaço, não podia dispensar uma visita à Estação de São Bento. Os painéis que ostenta, de sabor histórico, despertaram o interesse de turistas e eu não fugi à regra. Recordar o que na antiga escola primária aprendi e ainda ensinei é sempre agradável. A História de Portugal, do meu tempo de menino, tinha por finalidade objectiva estimular o amor à Pátria Lusa em cada português. Era uma História em que por norma só se falava de heróis, santos e mártires, com muita lenda à mistura. Haveria tempo, depois, para descobrir os feitos reais e as lendas que inculcaram no nosso espírito. Mas também algumas omissões de permeio. 

FM

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Livraria Lello: notável pela arquitectura interior





Durante a minha vida, passei diversas vezes pela célebre livraria Lello, que ostenta a fama de pertencer a um grupo restrito das mais belas do mundo. De facto, ali tão perto da também célebre Torre dos Clérigos, tudo  faria crer que eu a  tivesse visitado, mas assim não aconteceu, por razões que desconheço, já que sou um frequentador assíduo de livrarias. A fachada é notoriamente  diferente das que a ladeiam, dando por isso nas vistas. A verdade é que lá fui pela primeira vez há dias, aquando da minha visita ao Porto. A sua beleza e fama estão na arquitectura do seu interior, realmente histórica e digna de ser vista. Não há quem lhe fique indiferente e julgo que é por isso que há sempre quem entre e aprecie com gosto. Aconteceu comigo. Fotografei de um lado e de outro, subi para desfrutar a livraria Lello por todos os cantos. E até desci à cave onde há umas tantas edições,  próprias, de bolso,  provavelmente únicas, no género.


Cá estão visitantes de máquina em punho, fazendo o que eu havia feito, depois de outros me convidarem, pelo seu exemplo, a fotografar. Pelo que vi, o interior é chamariz para muitos turistas. Portugueses e estrangeiros, havia no rosto de muitos um certo ar de espanto. Depois lá olhavam para os livros.


Livros em estantes antigas, em expositores e em prateleiras. Edições recentes de publicações novas. Edições de livros mais antigos. Tudo como na maioria das livrarias. Menos livros do que em livrarias modernas. Um casal estranhou, como eu estranhei, não haver edições de colecção, para além de algumas num recanto. O gerente, que estava na caixa, convidou o casal, com aspecto de gente endinheirada, a acompanhá-lo ao seu gabinete, onde teria, provavelmente, o que procuravam. Como não sou coleccionador de obras ou edições  raras, fiquei no espaço comum. Ao fundo, uma vagoneta com livros, pronta para deslizar sobre os carris. Como decoração, claro.
Confesso que, para além do aspecto arquitectónico  da  Lello, fiquei um tanto ou quanto desiludido. As suas ofertas são muito inferiores às de muitas livrarias que apostam em chegar a grandes número de eventuais compradores, com obras variadas  para todos os gostos. Valeu a visita pelo símbolo de uma época que ela  representa, mas que já não volta. O comércio de livros exige espaços mais funcionais, com arrumações que chamem e cativem os que que entram. 

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

PORTO: cidade invicta

Igreja do Carmo

Ontem foi dia de folga. Melhor dizendo, foi dia de ir ao Porto. Sem horários para cumprir. Apenas, ou quase, para deambular pelo centro, para sentir o palpitar da cidade que sempre me fascinou. Sobretudo por manter a sua inconfundível marca de burgo. Foi dia de caminhar, subindo e descendo, até mais não poder. Podia ter programado umas visitas, mas preferi ir assim, recordando tempos de estudante de há muitos anos. O tempo passou a correr, é certo, mas valeu a pena. Hei-de voltar, de comboio, como desta vez, por ser mais cómodo e mais barato. A terceira idade tem destas regalias, ou direitos. Oxalá a crise nos deixe gozar estes benefícios.
Voltarei a falar desta visita, ao sabor do meu tempo.

FM