Mostrar mensagens com a etiqueta Pedofilia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Pedofilia. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

PEDOFILIA: Bispos portugueses querem apuramento histórico

Conferência Episcopal realça “acompanhamento” das vítimas e quer “apuramento histórico desta grave questão”. A comissão terá “real independência” para investigar. A CEP foi unânime na decisão.

Eugénio Fonseca 
Eugénio Fonseca, um dos signatários da carta que pedia uma investigação independente à pedofilia por parte de pessoas ligadas à Igreja Católica em Portugal (ver CV da semana passada), considera que a decisão dos bispos é “corajosa” e “assertiva”. De passagem por Aveiro, onde participou numa ação do Dia Mundial dos Pobres, o antigo presidente da Cáritas Portuguesa louvou a “coragem e humildade” de tudo quererem esclarecer e de “assumirem responsabilidades passadas”. 
Eugénio Fonseca adianta, no entanto, que falta definir quem faz parte da comissão. “É preciso que sejam pessoas independentes, totalmente isentas, da Igreja e muitas fora da Igreja, e que a comissão tenha meios para trabalhar”, nomeadamente acesso a todos os casos, pessoas e documentos. 
Eugénio Fonseca considera que nesta questão “monstruosa”, que “contraria os princípios fundantes da Igreja”, é preciso humildade para reconhecer o pecado, apoio para as vítimas e para os abusadores, que são doentes ou sofrem distúrbios, e dinamismos de prevenção para que tais situações não voltem a acontecer.

NOTA: Publicado no "Correio do Vouga"

domingo, 19 de maio de 2019

Anselmo Borges — MOTU PROPRIO ANTI-ABUSOS

Anselmo Borges


1. Muitas vezes me tenho referido aqui, e não só aqui, à tragédia da pedofilia na Igreja. Foram milhares de menores e adultos vulneráveis que foram abusados. Mesmo sabendo que o número de pedófilos é muito superior na família e noutras instituições, a gravidade da situação na Igreja é mais dramática. Por várias razões: as pessoas confiavam na Igreja quase sem condições, o que significa que houve uma traição a essa confiança, e o clero e os religiosos têm responsabilidades especiais. O mais execrável: abusou-se e, a seguir, ameaçou-se as crianças para que mantivessem silêncio, pois, de outro modo, cometiam pecado e até poderiam ir para o inferno. Isto é monstruoso, o cume da perversão. E houve bispos, superiores maiores, cardeais, que encobriram, pois preferiram salvaguardar a instituição Igreja, quando a sua obrigação é proteger as pessoas, mais ainda quando as vítimas são crianças. O Papa Francisco chamou a esta situação “abusos sexuais, de poder e de consciência”. Também diz, com razão, que a base é o “clericalismo”, julgar-se numa situação de superioridade sagrada e, por isso, intocável. Neste abismo, onde é que está a superioridade do exemplo, a única que é legítimo reclamar?
Felizmente, há hoje um alerta da opinião pública e, por isso, Francisco, em vez de condenar ou atribuir outras intenções aos meios de comunicação social, agradece, pois foi o meio para que também a Igreja acordasse do seu sono sacrílego.
E, aí, Francisco tomou uma iniciativa inédita e histórica, convocando uma Cimeira para o Vaticano, de 21 a 24 de Fevereiro passado. Foi uma Cimeira com 190 participantes, entre os quais 114 Presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo, bispos representando as Igrejas católicas orientais, alguns membros da Cúria, representantes dos superiores e das superioras gerais de ordens e congregações religiosas, alguns peritos e leigos.
O Papa queria, em primeiro lugar, que se tomasse consciência da situação e do sofrimento incomensurável causado, que fica para a vida. E que se tomasse medidas concretas, de tal modo que se pudesse constatar um antes e um depois desta Cimeira verdadeiramente global e representativa da Igreja universal e nos seus vários níveis. Os três dias estiveram sob o lema tríplice: “responsabilidade”, “prestação de contas”, “transparência”. O Papa quer — não se trata de mero desejo — implantar “tolerância zero”.

domingo, 24 de março de 2019

Leonor Xavier: Abusos sexuais e violência doméstica


«Abusos sexuais na Igreja? Pedofilia? Já sabemos. A Comunicação Social anuncia, disserta, desenvolve. A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) já se pronunciou. Alguns bispos evocaram, nos seus documentos quaresmais. O assunto não morreu, o tema ressuscita a cada dia. É mais que universal. Monstruoso. 
Tomando outro enfoque, centro-me na nossa concreta sociedade, em que, sem distinção de classes, a tradição, o costume, a prática de violência doméstica são hoje notícia constante. Os números cortam-me: doze mulheres assassinadas nas primeiras dez semanas do ano. Nas primeiras doze semanas, 131 suspeitos de crimes de violência doméstica por violação, lenocínio, agressão grave. Por dia, duas pessoas, homens e mulheres, detidas por violência doméstica, neste primeiro trimestre do ano. Falam os magistrados em “números negros”, a procuradora-geral da República classifica “este cenário desolador”.»

Ler mais aqui 

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Anselmo Borges: Cimeira global histórica anti-abusos

Anselmo Borges

"Enfrentar o monstro da pedofilia 
na Igreja e em toda a parte"

1. Não conheço condenação mais dura e funda da pedofilia do que estas palavras de Jesus no Evangelho: “Deixai vir a mim as criancinhas”, e é preciso tornar-se como uma criança, “para entrar no Reino dos Céus”, porque elas são simples, inocentes, não discriminam. Imediatamente a seguir Jesus diz: “Ai de quem escandalizar uma criança. Era melhor atar-lhe a mó de um moinho ao pescoço e lançá-lo ao fundo do mar.” Não se pode fazer mal às crianças: elas são inocentes, elas não fazem mal (é esse o sentido de inocente, a partir do verbo nocere: causar dano, fazer mal, com o prefixo negativo in). 
É assim para todos e sempre. Mas isso vale de modo especial para a Igreja. E o que é que se passou, desgraçadamente? Foram milhares de menores e pessoas vulneráveis que foram abusados. Mesmo sabendo que o número de pedófilos é muito superior na família e noutras instituições, a gravidade da situação na Igreja é mais dramática. Por várias razões: as pessoas confiavam na Igreja quase sem condições, o que significa que houve uma traição a essa confiança, e o clero e os religiosos têm responsabilidades especiais. O mais execrável: abusou-se e, a seguir, ameaçou-se as crianças para que mantivessem silêncio, pois, de outro modo, cometiam pecado e até poderiam ir para o inferno. Isto é monstruoso, o cume da perversão. E houve bispos, superiores maiores, cardeais, que encobriram, pois preferiram salvaguardar a instituição Igreja, quando a sua obrigação é proteger as pessoas, mais ainda quando as vítimas são crianças. O Papa Francisco chamou a esta situação “abusos sexuais, de poder e de consciência”. Também diz, com razão, que a base é o “clericalismo”, julgar-se numa situação de superioridade sagrada e, por isso, intocável. Neste abismo, onde é que está a superioridade do exemplo, a única que é legítimo reclamar? 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Pedofilia em debate no Vaticano


No Vaticano, os mais altos representantes da Igreja Católica de todo o mundo vão debater o problema da pedofilia praticada por padres e bispos. A Igreja Portuguesa está representada pelo Bispo de Lisboa, Cardeal Manuel Clemente, presidente da CEP (Comissão Episcopal Portuguesa). Espera-se que, de uma vez por todas, tal “cancro” seja erradicado, com a denúncia dos membros do clero que têm abusado de crianças indefesas. Contudo, todos sabemos que, infelizmente, esses criminosos hão de mudar de estratégias para alimentar vícios hediondos. Na minha ótica, o celibato nada terá a ver com a pedofilia do clero. Não há pedófilos casados e com filhos?
Li o artigo que Laurinda Alves publicou no Observador, no qual analisa a situação dos pedófilos e das vítimas. O problema é bem mais complicado do que parece. Mas se é verdade que a pedofilia é real na Igreja e fora dela, então todos teremos de estar vigilantes para a denunciar, com prudência mas também com firmeza, não vá dar-se o caso de ferir seriamente inocentes. 

F. M. 

Laurinda Alves
«Não consigo imaginar pior tragédia do que viver situações dramáticas, traumáticas, na mais completa solidão, temendo a insuportável repetição dos asquerosos acontecimentos, pois grande parte das vítimas sofre abusos continuados dos violadores. Sinceramente nunca serei capaz de saber o que é ser criança ou muito jovem e estar à mercê de terríveis lobos disfarçados de cordeiros. De padres perversos que antes de abusarem sexualmente, abusam da confiança e traem em toda a linha. Usam o seu estatuto, o seu poder, as suas falas mansas, supostamente bondosas e porventura encantatórias, para atrair vítimas e as massacrar.» 

sábado, 1 de setembro de 2018

Diocese de Aveiro apoia o Papa Francisco

Comunicado aos diocesanos de Aveiro

Perante a campanha orquestrada contra o Papa Francisco a propósito dos abusos de pedofilia e outros, por parte de alguns membros da Igreja Católica, queremos afirmar o seguinte:
– Repudiamos todos os abusos sexuais contra vítimas inocentes e indefesas e queremos afirmar, mais uma vez, que tudo faremos para que estes crimes sejam abolidos da sociedade em que vivemos, fazendo justiça na defesa das vítimas e denunciando os culpados.
– A Igreja é santa e pecadora, sempre necessitada de conversão e renovação. O esforço que o Papa Francisco, na continuação dos papas que o precederam, tem vindo a fazer para tornar a Igreja mais evangélica, em diálogo com o mundo atual e em responder a problemas novos que se colocam à nossa ação pastoral, merece todo o nosso apoio como povo de Deus em terras de Aveiro.
Por fim, convidamos todos os diocesanos a um assentimento filial aos ensinamentos do magistério do Papa Francisco, a comprometermo-nos em renovar a nossa Igreja e o mundo em que vivemos e, ao mesmo tempo, pedimos ao Espírito Santo que nos ilumine nesta missão que diz respeito a todos nós.

Aveiro, 31 de agosto de 2018.

+ António Manuel Moiteiro Ramos, 
Bispo de Aveiro.

NOTA: Perante o silêncio de muitos, pessoas e instituições de expressão católica, face aos ataques que desde o início do pontificado do Papa Francisco, gostei de ver e ler o comunicado que o Bispo de Aveiro, António Moiteiro Ramos, dirigiu ao diocesanos, nos quais me incluo, com muita honra. 
O Papa Francisco deu sinais claros, desde a primeira hora, de que iria ser um Papa simples, próximo, desprendido, recusando luxos, pondo fim aos tronos, carros de luxo e vaidades, optando por um quarto simples, numa casa de hóspedes, recusando o palácio que lhe estava destinado, O perdão e a misericórdia, a humildade e o trato fácil, o diálogo e a compreensão, o sentido ecuménico e o respeito por outras religiões ou formas de pensar, mas também a proclamação da essência do Evangelho sem receio fizeram do Papa Francisco uma referência para imensa gente de todos os quadrantes ideológicos. 
Mas a sua postura mexeu com os tradicionalistas, clero e povo, que cedo montaram a máquina para o desacreditar. Viram atacados os seus privilégios, a sua luxúria, os seus palacetes, os seus carros último-modelo, as suas vaidades. E a pedofilia, com que muitos clérigos desonraram o catolicismo, em especial, e a humanidade, em geral, aí está, com os detratores do Papa a pedirem a sua renúncia. Eu estarei sempre com o Papa Francisco. 

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Que exista a coragem de divulgar o bem feito pelos sacerdotes

Carta de um sacerdote católico 
para o NEW YORK TIMES

(Foto da Rede Global)

Caro irmão e irmã jornalista:

Sou um simples sacerdote católico.
Estou feliz e orgulhoso da minha vocação.
Há vinte anos que vivo em Angola como missionário.
Vejo em muitos meios de informação, sobretudo no vosso jornal, a ampliação do tema dos sacerdotes pedófilos, com investigações de forma mórbida sobre a vida de alguns sacerdotes.
Falam de um de uma cidade nos Estados Unidos dos anos '70, de outro na Austrália dos anos '80, e seguida de outros casos recentes... 
Certamente isto deve ser condenado!
Veem-se alguns artigos de jornal equilibrados, mas também outros cheios de preconceitos e até de ódio.
O facto que pessoas, que deveriam ser manifestação do amor de Deus, sejam como um punhal na vida de inocentes, provoca em mim uma imensa dor.

sábado, 19 de julho de 2014

PEDOFILIA: TOLERÂNCIA ZERO

Crónica de Anselmo Borges no DN


O que tem acontecido na Igreja Católica quanto à pedofilia é inquietante, inadmissível. É verdade que a maioria dos abusos se dá na família no sentido alargado. Mesmo assim, o número de casos entre o clero "não tranquiliza de modo nenhum" o Papa Francisco, que disse na entrevista ao La Repubblica do passado Domingo que a pedofilia na Igreja se situa nos 2%: "É gravíssimo. Dois por cento de pedófilos são sacerdotes, incluindo bispos e cardeais", e ele compromete-se a agir "com severidade" contra esta "lepra". Tanto mais grave quanto está em causa a confiança que a sociedade, as famílias e as próprias crianças punham na Igreja e nos padres. Foi precisamente essa confiança que foi brutalmente atraiçoada. A Igreja já teve de pagar centenas e centenas de milhões de euros em indemnizações, não sendo de modo nenhum de supor ter sido essa a finalidade das doações dos fiéis. Sobretudo, são as feridas incuráveis que ficaram e que até, por vezes, levaram ao suicídio. E instalou-se a suspeita, porque os responsáveis da Igreja não agiram de modo adequado e a tempo, encobriram e só terão começado a tomar medidas sob a pressão da opinião pública mundial.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Vaticano sem prisão prepétua




«O Papa assinou esta quinta-feira o decreto que reforma o Código Penal do Vaticano. São introduzidas penas duras para os membros da Igreja Católica que cometam crimes sexuais (pedofilia e prostituição com menores) e financeiros (lavagem de dinheiro e corrupção generalizada).
O decreto papal, que se chama Moto Proprio, terá como primeira consequência a aplicação de uma política de tolerância zero para com a pedofilia, que descredibilizou a Igreja Católica nos últimos anos.
São definidos os crimes cometidos contra menores, entre eles a venda, a prostituição, o recrutamento, a violência sexual, a pornografia infantil, a posse de material pornográfico com menores e os actos sexuais com menores.
"As leis adoptadas são a adequação das normas jurídicas vaticanas de Bento XVI", explicou o presidente do Tribunal do Vaticano, Giuseppe Della Torre (que apresentou esta reforma com o director da sala de imprensa, o padre Federico Lombardi). Em Abril, o Papa Francisco pedira que se agisse com "determinação" contra os crimes sexuais cometidos por membros do clero. Foi a primeira vez que o Papa falou publicamento do tema, menos de um mês depois de ter sido eleito, a 13 de Março, após a renúncia de Bento XVI.»

Li no PÚBLICO, ler mais na Ecclesia


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Pedofilia: crime hediondo


Eu fico tão chocado e tão revoltado com as notícias de pedofilia que nem me apetece abordar o assunto. E quando se trata de pedófilos ligados à Igreja Católica e a outras religiões, então a revolta atinge dimensões que nem sei quantificar. As religiões, que são ou devem ser mensageiras da bondade, da justiça, da paz e do amor, não podem pactuar com estes crimes e com criminosos hediondos, sem alma, sem dignidade, sem respeito pelos outros, isto é, pela sociedade, em geral, e pelas crianças inocentes e indefesas, em especial. 
Todos sabemos que a pedofilia existe por cada canto e que os pedófilos estão em todo o lado. Sabemos que, infelizmente, também estão no seio de muitas famílias, mas os crimes, desta natureza e doutras, praticados por clérigos são indesculpáveis. 
Eu sei que o perdão é lei fundamental do cristianismo e que toda a pessoa tem de ser, em teoria, perdoada. Mas os pedófilos, que são portadores, ao que se sabe, de doença incurável, não podem ficar livres porque a qualquer momento a tara que albergam pode atacar seres inocentes e frágeis. Eles são perigo permanente e estão sempre prontos a matar, como feras esfaimadas capazes de tudo para saciar a sua fome assassina, covarde e traiçoeira. 
A sociedade tem de estar atenta e de olhos bem abertos; as Igrejas não podem pactuar com silêncios nem encobrir criminosos desta natureza, em nome da defesa da instituição marcada pela mensagem libertadora de Cristo; as vítimas dos pedófilos, crianças e suas famílias, devem estar acima de tudo. Doa a quem doer. 

Fernando Martins

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Pedofilia abala Igreja

Li no METRO Lisboa



O Sínodo dos Bispos, a decorrer no Vaticano, terá, sem dúvida, grande importância para a vida da Igreja Católica, para a civilização cristã e para o mundo em geral. Estarei atento, tanto quanto possível, para aqui dar nota do que lá se passar. Mas hoje e aqui, neste meu espaço, não posso deixar de publicar a reflexão do cardeal de Washington, sobretudo na parte em que denuncia quanto a Igreja ficou abalada com os hediondos crimes da pedofilia perpetrados por alguns clérigos. Uma minoria, decerto, não atinge a coluna imensa dos padres e bispos que sempre se portaram condignamente. Mas que esses criminosas abalaram a Igreja Católica, lá isso abalaram. Sei de quem se afastou da comunidade cristã por causa deles. E não me venham para cá com a história de que se trata de gente sem verdadeira fé. É gente boa e arauta da mensagem evangélica, mas com dificuldades em conviver com crimes desta natureza. 

FM


sábado, 20 de novembro de 2010

Bento XVI quer programa eficaz contra a pedofilia


Vaticano prepara "circular" aos bispos com "programa eficaz" sobre pedofilia. Isto mostra que o Papa está preocupado, mas atento. Veja mais aqui