Uma crónica de Maria Donzília Almeida
Maria Donzília Almeida |
Estava eu grudada ao PC, num trabalho de alta concentração em dedicação exclusiva, a burilar um longo texto, quando fui interrompida pelo som estridente da campainha. Quem tocava, revelava nervosismo pois insistia de forma incessante, dando a sensação de estar em aflição.
Dirigi-me, à porta e inquiri a razão
daquela brusca interrupção.
— Há um patinho à sua porta... parece
ter-se escapado de junto das galinhas!
Foi com estupefação que apurei o sucedido,
avistando a espécie rara de palmípede, postado ali mesmo, na entrada da pérgola!
Era um patinho vistoso, com uma plumagem colorida e que me cativou! Eu que
outrora havia adquirido, no comércio local, patinhos bebés para me povoarem o
bosque, mas que se evadiram pela rede, tinha agora, ali a minha compensação.
Caíra, literalmente, do céu, ali mesmo, junto à casa e estava com vergonha de
entrar!
Abençoada por aquela inesperada aparição,
sem pretender apropriar-me do que não me pertencia, franqueei-lhe a porta,
antevendo uns momentos de pura contemplação estética, de um lindo patinho, no
meio das galinhas castanhas e pretas. Já me deliciava, por antecipação e pedi
ao senhor que me batera à porta, o favor de me ajudar a conduzir o patinho para
o quintal.
A ideia de juntar à Deolinda, Dori(n)da, (já recuperada!) Dores, etc, etc… um sedutor Donald
Duck... borbulhava na minha mente!