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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Extraordinário apelo à paz

 


O apelo à paz chega ainda da igreja de Nossa Senhora da Ajuda, a matriz da Paróquia de Peniche (Patriarcado de Lisboa), que construiu um presépio onde Jesus está sozinho, no meio de escombros, numa evocação à guerra na Terra Santa, com “um significado muito especial, muito único”.

“É mais forte, arrepia-nos, acaba por ser quase aterrador ver assim uma criança completamente desamparada, sozinha, sem ninguém, sem uma mãe, sem um pai, sem uma mão, é terrível. Assim a mensagem passou mais forte”, explicou Francisco Gonçalves Domingos, à Agência ECCLESIA.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

O Menino vem a caminho



Muito do que ouvimos, vemos e sentimos nos diz que o Menino do Presépio vem a caminho com toda a sua candura e o Advento litúrgico que a Igreja nos propõe não é mais do que uma proposta para vivermos esta quadra como um desafio à nossa responsabilidade de cristãos, que se há de projetar no tempo. No fundo, o que se pretende é que todos saibamos sair das nossas comodidades e indecisões, avançando corajosos para a construção da paz, da harmonia, da partilha solidária e da contemplação, rumo à fraternidade universal.
Santo Natal para todos.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

O Menino estava deitado na manjedoira

 

«Mal os anjos partiram para o céu, os pastores disseram uns para os outros: “Vamos a Belém para vermos o que o Senhor nos deu a conhecer." Foram a toda a pressa e lá encontraram Maria e José e o Menino, que estava deitado na manjedoira. Depois de verem tudo isto, puseram-se a contar a toda a gente o que lhes fora dito a respeito daquele Menino. Todos os que ouviram o que os pastores diziam ficavam muito admirados.»

Lucas 2, 15-18

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Isabel Cristina Caçoilo: O Natal da minha infância

Aquecíamos os pés ao Menino Jesus








Nasci e vivi a minha infância e parte da adolescência numa aldeia, "Campo de Jales", também conhecida por Minas de Jales, concelho de Vila Pouca de Aguiar, Distrito de Vila Real de Trás-os-Montes. 
A ceia ou noite de consoada, como lhe costumávamos chamar, era passada em família. No caso da minha família, a mesa era bem preenchida: recebíamos as minhas irmãs com respetivos maridos e filhos. Eu era a mais nova da família. Quando eu era criança e já mesmo adolescente as minhas irmãs e irmão já não viviam na aldeia. Por norma, iam passar o Natal com os pais, podendo um ano por outro ser o contrário. 
Em minha casa, a mesa era composta pelos pais, filhos e netos. No entanto, o uso na minha aldeia e para quem lá habitava regularmente, cada família jantava em sua casa. No fim de jantar os filhos dirigiam-se a casa dos pais para passar o resto da noite em família. Passava-se a noite a jogar ao Rapa. Era era um jogo com um pequeno pião. O prémio que se "rapava" eram os frutos secos, e confetes (pequenas entrelinhas de açúcar de diferentes cores). 
O prato tradicional da consoada era o bacalhau com a couve troncha. Havia também o Polvo frito e os bolinhos de bacalhau. Como doces, tínhamos as rabanadas e os bilharacos. 
Havia a Missa do Galo na Igreja Paroquial da Freguesia "Vreia de Jales" e a Missa no dia de Natal na capela da aldeia. 
As prendas não eram como hoje, claro. Eu recebia sempre um pacotinho de confetes e  chocolates (fantasias de natal). Como era a mais nova das irmãs, já recebia uma boneca, um jogo ou um brinquedo qualquer. Já tinha esse miminho dado pelas irmãs. Recebia sempre meias, pijama ou uma peça de roupa.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Anselmo Borges - O Menino Jesus de Fernando Pessoa


"O seu Menino Jesus representa a procura terna e eterna da paz e da reconciliação, na simplicidade daquele Menino eternamente criança e humano."

1 - Ainda era Outubro e já havia anúncios comerciais lembrando o Natal. Já se esqueceu que o Natal de Jesus é o Natal do Emanuel, o Deus connosco, e, consequentemente, o Natal da dignidade divina da pessoa humana, da liberdade, da fraternidade, dos direitos humanos, da igualdade radical de todas as pessoas. Isso foi lembrado pelos grandes: Hegel, Ernst Bloch, Jürgen Habermas, entre outros. Esquecendo o essencial, fica-se afundado na correria das compras e na concorrência opressiva das prendas, dentro da sofreguidão consumista insaciável, lembrando o velho mito do tonel das Danaides. E será o inessencial e o cansaço.

2 - Fernando Pessoa, o génio da melhor literatura mundial de sempre, também confessou o seu cansaço. Mas, ele, ele era por causa do mais profundo e essencial: o pensar: "O cansaço de pensar, indo até ao fundo de existir,/Faz-me velho desde antes de ontem com um frio até no corpo." "O que há em mim é sobretudo cansaço/ (...)/ Um supremíssimo cansaço/íssimo, íssimo, íssimo,/Cansaço..." Por isso, suspirava por voltar à inocência dos tempos de criança. O Menino Jesus seria o reencontro da inocência perdida: "Num meio-dia de fim de Primavera/Tive um sonho como uma fotografia./Vi Jesus Cristo descer à terra./Veio pela encosta de um monte/Tornado outra vez menino,/A correr e a rolar-se pela erva/E a arrancar flores para as deitar fora/E a rir de modo a ouvir-se de longe./Tinha fugido do céu. Era nosso de mais para fingir/De segunda pessoa da Trindade./(...)/ No céu tinha de estar sempre sério/(...)./Um dia que Deus estava a dormir/E o Espírito Santo andava a voar,/Ele foi à caixa dos milagres e roubou três./Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido./Com o segundo criou--se eternamente humano e menino./Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz/E deixou-o pregado na cruz que há no céu/E serve de modelo às outras./Depois fugiu para o Sol/E desceu pelo primeiro raio que apanhou./Hoje vive na minha aldeia comigo/É uma criança bonita de riso e natural./(...)/A mim ensinou-me tudo./(...)/Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro./Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava./Ele é o humano que é natural,/Ele é o divino que sorri e que brinca./E por isso é que eu sei com toda a certeza/Que ele é o Menino Jesus verdadeiro./ (...)/A Criança Eterna acompanha-me sempre./A direcção do meu olhar é o seu dedo apontando./O meu ouvido atento alegremente a todos os sons/São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas./Damo-nos tão bem um com o outro/Na companhia de tudo/Que nunca pensamos um no outro,/Mas vivemos juntos e dois/Com um acordo íntimo,/Como a mão direita e a esquerda./Ao anoitecer brincamos às cinco pedrinhas/(...)/Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens/E ele sorri, porque tudo é incrível./Ri dos reis e dos que não são reis,/E tem pena de ouvir falar das guerras,/E dos comércios, e dos navios/Que ficam fumo no ar dos altos mares./Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade/Que uma flor tem ao florescer/E que anda com a luz do Sol/A variar os montes e os vales/E a fazer doer aos olhos os muros caiados./Depois ele adormece e eu deito-o./Levo-o ao colo para dentro de casa/E deito-o, despindo-o lentamente/E como seguindo um ritual muito limpo/E todo materno até ele estar nu./Ele dorme dentro da minha alma/E às vezes acorda de noite/E brinca com os meus sonhos./Vira uns de pernas para o ar,/Põe uns em cima dos outros/E bate as palmas sozinho/Sorrindo para o meu sono./... Quando eu morrer, filhinho,/Seja eu a criança, o mais pequeno./Pega-me tu ao colo/E leva-me para dentro da tua casa./Despe o meu ser cansado e humano/E deita-me na tua cama./E conta-me histórias, caso eu acorde,/Para eu tornar a adormecer./E dá-me sonhos teus para eu brincar/Até que nasça qualquer dia/Que tu sabes qual é./... Esta é a história do meu Menino Jesus./Por que razão que se perceba/Não há-de ser ela mais verdadeira/Que tudo quanto os filósofos pensam/E tudo quanto as religiões ensinam?"
Em apontamentos soltos, o próprio Fernando Pessoa reconheceu que escreveu "com sobressalto e repugnância o poema oitavo de O Guardador de Rebanhos com a sua blasfémia infantil e o seu antiespiritualismo absoluto", dizendo ao mesmo tempo: "Na minha pessoa própria, nem uso da blasfémia nem sou antiespiritualista." O seu Menino Jesus representa a procura terna e eterna da paz e da reconciliação, na simplicidade daquele Menino eternamente criança e humano.
Fernando Pessoa "ele mesmo" - ele era muitos, como cada um de nós é muitos; se assim não fosse, como poderíamos entender-nos uns aos outros e a nós próprios? - também escreveu: "Grande é a poesia, a bondade e as danças.../Mas o melhor do mundo são as crianças,/Flores, música, o luar e o sol, que peca/Só quando em vez de criar, seca./O mais que isto/É Jesus Cristo,/Que não sabia nada de finanças/Nem consta que tivesse biblioteca..." E assim chega mesmo a caminhar de mãos dadas com Deus: "Por isso, a cada passo/Que meu ser triste e lasso/Sente sair do bem/Que a alma, se é própria, tem,/Minha mão de criança/Sem medo nem esperança/Para aquele que sou/Dou na de Deus e vou."

3 - Fica aqui o meu mais vivo desejo de Boas Festas para todos, lembrando que o essencial do Natal é Jesus, como disse o Papa Francisco no passado dia 17, quando fez 81 anos: "Se retirarmos Jesus, o que é o Natal? Uma festa vazia."

Anselmo Borges no Diário de Notícias

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Festa da Epifania do Senhor

Reflexão de Georgino Rocha


PROCURA JESUS, SEGUE A SUA ESTRELA

Os Magos, segundo o relato de Mateus (2, 1-12) desempenham uma função primordial na manifestação de Jesus a todos os povos da terra. Os traços marcantes da sua procura, o anonimato da sua figura e ocupação, as peripécias da sua viagem seduzem o imaginário popular que lhes dá nome pessoal e os reveste de episódios rocambolescos encantadores. E surgem encenações e cantares, poesias e orações, pinturas e outras obras de arte, doces e manjares, visitas à vizinhança e trocas de prendas. E tantos outros sinais de alegria esfusiante em “honra dos santos Reis”. Mantém uma presença pública notável face a correntes ideológicas que pretendem remeter o religioso para o privado e o subjectivo.

Seduzem e estimulam a reflexão cristã que, ao longo dos tempos, elabora celebrações e “catequeses” ricas de ensinamentos e de fortes interpelações. Celebrações de estilo litúrgico formal e popular. Catequeses familiares e comunitárias. Umas e outras procuram desvendar os segredos do coração humano que não descança enquanto não encontrar o que anseia; coração que é capaz do melhor e do pior, peregrino da verdade de si mesmo e da realidade envolvente, aberto ao absoluto de Deus e fechado nos limites da sua fragilidade; coração sempre necessitado de uma “estrela” que ilumine e respeite a liberdade da busca incessante, ainda que intermitente.

sábado, 24 de dezembro de 2016

ALEGRAI-VOS. HOJE NASCEU O SALVADOR

Reflexão de Georgino Rocha



O convite à alegria ecoa no descampado de Belém onde pastores vivem e guardam os rebanhos. (Lc 2, 1-14). É noite que envolve também o seu coração. O povoado fica a uns três km, agravando o desconforto emocional. Apenas o apoio mútuo lhes serve de amparo e consolação. São marginais `que sobrevivem em precárias condições. São trabalhadores por conta de outrem sem qualquer protecção legal. São “nómadas” considerados violentos e ladrões, socialmente perigosos e ameaçadores. Gente a evitar e a manter à-distância.

No céu de Belém, faz-se ouvir uma voz estranha que se vai aproximando. Sentem muito medo. Ficam pasmados com o convite que lhes é dirigido: “Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor”. E para os demover, o Anjo indica-lhes um sinal de reconhecimento: o Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura. O grande medo cede lugar a uma enorme paz, o pasmo é vencido pela vontade curiosa de ir verificar a verdade do anúncio, a solidão da noite é desfeita pela agradável companhia de vozes celestes que louvam a Deus pela sua glória e felicitam os homens pela paz, fruto divino do amor incondicional e do esforçado trabalho humano.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Notas do meu diário: Hoje volto à liça

22 de dezembro



1. Já não ando por aqui, com textos próprios, desde 14 de dezembro. Alguns incómodos de saúde, felizmente não muito graves, impedem-me de seguir o meu ritmo normal. Hoje, porém, dei uma sapatada nesse incómodo e volto à liça habitual, que parar é morrer.

2. A época natalícia é, porventura, a que mais me toca. Sempre senti isso desde menino, desde quando a minha saudosa mãe me falava do nascimento do Menino Jesus, com o olhar repassado de ternura pelo Deus-Menino que haveria espalhar bondade, alegria, paz e fraternidade. De teologia, a minha mãe nada saberia. Muito menos seria capaz de me explicar por que razão quis Deus fazer-se homem há mais de dois mil anos. Mas sabia que era sua e nossa obrigação acolhê-Lo neste mundo maravilhoso, quiçá um vale de lágrimas para muitíssima gente. E depois, anunciava que no dia 25 de dezembro, começos do inverno, teríamos a grande noite, na qual não faltavam os presentes que o Menino se encarregaria de distribuir por todas as crianças do mundo. E assim era… 

3. Tenho por princípio ouvir música natalícia há muitos anos nesta quadra. É música diferente. Desde a popular que os simples criaram e nos ensinaram a cantarolar até à mais elaborada com fonte garantida nos grandes músicos. Toda ela é bela. E é curioso como por ela nos elevamos às alturas, tentando abafar mágoas das guerras e dos terrorismos, mesmo sabendo que não há milagres para que os homens se entendam se eles não quiserem nem souberem entender-se. 
Bom Natal para todos. 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O nosso Menino Jesus



O nosso Menino Jesus já está preparado para nos receber. Ele e sua mãe, Virgem Maria, e seu pai adotivo José. A minha Lita organizou a chegada do Menino, que vai ficar numa sala por onde passa toda a gente. Lareira acesa para aquecer o ambiente e sem grandes ornamentos, porque o mais importante é o espírito de ternura que nos deve animar nesta quadra e sempre.
O Menino Jesus está vestido de modo a não sentir o frio, com roupinhas de lã concebidas e feitas pela Lita. Na sala vai ter, por companhia permanente, para além de sua mãe e de seu pai, que o foi como um pai normal, o Toti e a Tita,
o cão e a cadela que nesta altura dormem como justos, mas não o burro e a vaquinha, pois estes não são os animais das nossas preferências, embora a tradição os tenha imposto através dos séculos.
Quando olhei para o Menino bem agasalhado, fixando-o olhos nos olhos, até parece que percebi dele uma recriminação, como que a lembrar-me que, afinal, há à nossa volta tantos meninos com fome, frio e sede de justiça a paz. E concordei. E prometi-lhe que a família, toda a família, vai ter em conta a sua proposta, que é muito simples: O presépio, no fundo, é para nos levar a olhar para os que mais precisam do nosso carinho, da nossa solidariedade e do nosso amor.
Bom Natal para todos, na alegria de Jesus renascido no coração de homens e mulheres de boa vontade.



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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A alegria completa nasce da fé


VIMO-LO CHEIO DE GRAÇA E DE VERDADE

Georgino Rocha


“Vimo-Lo cheio de graça e de verdade” é como João apresenta o Verbo de Deus que se faz carne e habita entre nós. “Vimo-lo” é certeza reconhecida e testemunho assertivo, afirmação testada e anúncio jubiloso. O Verbo de Deus faz-se carne humilde e a sua glória brilha na fragilidade de uma criança. A Palavra eterna ressoa nas vozes do tempo e assume as formas de comunicação humana. A tenda de Deus ergue-se na história e assume as “marcas” contingentes da humanidade, configurando-se não como templo de pedras, mas como consciência desperta para a dignidade da sua vocação a deixar-se encher de graça e de verdade. Grande maravilha! Felizes os que a sabem apreciar.