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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Georgino Rocha — PERGUNTA CRUCIAL, RESPOSTA SUBLIME


O ser humano tende a fazer perguntas que saciem a sua curiosidade e fome de saber. É sinal dos limites da natureza finita e da aspiração infinita do seu espírito. Faz perguntas desde a mais tenra idade e sobre os mais diversos assuntos, chegando normalmente a interrogar-se sobre o sentido da vida, a identidade pessoal, a convivência em sociedade, o futuro após a morte, Deus, Jesus Cristo, Igreja, família.
Tem tendência a interrogar Deus, a pedir-lhe explicações dos seus actos, a julgá-lo no “tribunal da razão” pelas suas ausências e cumplicidades.
A pergunta do ser humano é um eco das perguntas que Deus lhe faz ao longo da história: Adão, onde estás? Caim, que fizeste do teu irmão? Povo meu, que te fiz eu? Responde-me – suplica por meio do profeta. E vós, quem dizeis que eu sou? – indaga Jesus aos seus discípulos.
Este modo de ser manifesta a relação mais profunda e o diálogo mais salutar que, naturalmente, se estabelece entre ambos: criatura e criador, ser carenciado e salvador, ser peregrino na história e senhor do tempo e da eternidade.
Deus dá sempre resposta à interrogação do ser humano, embora possa não seja a que este espera. Importa estar atento. O ser humano nem sempre responde às perguntas feitas por Deus à consciência pessoal e social. Daí, a necessidade de reconsiderar e de reorientar a atitude assumida, desfazendo o desvio e procurando a sintonia.
Jesus, fiel intérprete de Deus e do homem, entra na lógica da pergunta e da resposta. E, dirigindo-se aos discípulos, questiona-os algumas vezes, sobretudo quando pretende verificar o reconhecimento da sua identidade e da sua missão. Que dizem a meu respeito? E para vós quem sou eu? Perguntas feitas junto ao mar de Tiberíades e que têm repercussões universais, interpelação dirigida a um grupo e que se destina a toda a humanidade, ao longo dos tempos.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Rua Maria Luz Rocha

Filhos de Dona Luz Facica (Falta o João Manuel, falecido)
Bisnetos de Dona Luz
Carlos Rocha, Fernando Caçoilo e Ascensão Ramos
Na sexta-feira, 28 de julho, a Câmara de Ílhavo “batizou” uma rua com o nome de “Maria da Luz Rocha (Luz Facica)”, em homenagem a uma cidadã de corpo inteiro, a quem a comunidade da Gafanha da Nazaré, e não só, muito deve, pelo que fez em prol de muitos feridos da vida. Trata-se da rua que dá acesso ao Intermarché e que, num futuro que se deseja rápido, faça a ligação à Rua D. Dinis.
Na altura, o presidente da autarquia ilhavense, Fernando Caçoilo, enalteceu o exemplo da homenageada, sublinhando que Dona Maria da Luz «tinha uma visão longa». «Um obrigado muito grande por aquilo que fez, por aquilo que nos legou e pelo exemplo que nos deu e que deve ser transmitido para toda a gente». Importa, referiu o autarca, que os vindouros se lembrem do trabalho que a Dona Luz Facica, «que todos acarinhámos», fez pelos mais desprotegidos. Ainda valorizou a sua «forma de ser e de estar na sociedade» e a «tranquilidade» que transparecia da sua vida no contacto com toda a gente. 
Carlos Rocha, presidente da Junta de Freguesia, adiantou-nos que a Dona Luz «viveu toda a vida não a pensar em si, mas nos outros, fundamentalmente naqueles que efetivamente mais precisavam». Disse que a Obra da Providência, a instituição que criou há mais de 60 anos, «surgiu para mulheres e raparigas escorraçadas, marginalizadas e maltratadas pela sociedade», mostrando nessa altura «uma visão e capacidade raras». 
À cerimónia assistiram muitos familiares e amigos que pela Dona Luz Facica nutriam uma admiração muita grande. E sua filha mais velha, Ascensão Ramos, em nome da família, agradeceu o gesto da Câmara de Ílhavo, frisando que sua mãe foi, realmente, «uma pessoa fora do comum em vários aspetos, tanto em iniciativas de grande vulto» como na forma como escutava e aconselhava quem a procurava. «Nenhum obstáculo que encontrou pelo caminho a fez parar». 
Ascensão Ramos fez questão de lembrar Dona Rosa Bela Vieira, mais conhecida por Belinha, companheira de sua mãe em diversas tarefas de bem-fazer, nomeadamente na Obra da Providência. Vivendo «como gémeas, sempre juntas, cada uma lutava de acordo com a sua maneira de ser». E acrescentou: «Planeavam os projetos e levavam-nos para a frente, porque estavam convencidas de que tinham essa missão; as duas, de uma fé enorme, sentiam que, para cumprir os desígnios da sua fé e os compromissos sociais, tinham de avançar, apesar das dificuldades».

F. M.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Dona Luz Rocha já descansa no seio maternal de Deus

FUNERAL
Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré
Amanhã, Quarta-Feira,
5 de Outubro
16h30



Se há notícias que tenho muitas dificuldades em escrever e divulgar, o falecimento de Dona Maria da Luz Rocha é, seguramente, uma delas, porventura a mais dolorosa, emparceirando ao lado dos meus familiares e amigos mais próximos. Dona Luz, como era conhecida entre nós e muito para além das nossas fronteiras, recolheu-se há momentos no seio maternal de Deus, o mesmo Deus que durante a vida a guiou e lhe deu capacidades para estar, animar, ajudar, aconselhar e indicar caminhos de bem, de verdade e de vida digna a todos quantos com ela conviviam ou dela se aproximassem em momentos de fragilidades humanas ou de pobreza extrema. 

A Dona Luz, que tive a felicidade de acompanhar na vida, dando-lhe o meu apoio incondicional quando alguns lho recusavam, foi, para mim e para imensa gente, um pouco de todo o país, uma mãe solícita, uma crente fervorosa, uma católica empenhada na comunidade e, sobretudo, um belo testemunho, no meio da sociedade e em todas as circunstâncias, mas também uma seguidora de Jesus Cristo e da Sua Boa Nova que haveria de revolucionar a nossa era, a era cristã, tão simplesmente pelo mandamento novo que nos deixou: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”

Ainda jovem, mas já viúva e com quatro filhos, olha com ternura para as mulheres e raparigas mal-amadas, rejeitadas pelas famílias, namorados ou maridos, e avança, com Rosa Bela Vieira, na qualidade de vicentinas, para o apoio incondicional a quantas lhe batessem à porta a pedir apoio… E a bola de neve foi crescendo, sempre com a sua firme determinação, formalizando-se depois com o conhecido nome de Obra da Providência. 

Está hoje junto do Deus que tanto amou, com Eucaristia diária que nunca dispensou, pois acreditava, firmemente, que toda a força que possuía para fazer o bem sem olhar a quem, em especial aos feridos da vida, vinha precisamente daí. Deus em Jesus Cristo, que ela via nos rejeitados e perseguidos, nos pobres e nos infelizes, era a sua inspiração diária, a força do seu discernimento, a coragem da sua intervenção social, o sentido coerente da sua permanente vivência eclesial e o amor que repartia com toda a gente.

Fernando Martins

domingo, 17 de novembro de 2013

Dona Luz Rocha celebra aniversário


Maria da Luz Rocha, mais conhecida por Dona Luz, completa hoje, 17 de novembro, 91 anos de idade. Para todos os que tiveram a grata felicidade de a conhecer e de com ela trabalhar e colaborar, a Dona Luz foi e é um extraordinário exemplo de mulher cristã, sempre em campo para testemunhar a fé que a animava, de amor aos feridos da vida, independentemente das convicções religiosas, politicas e sociais de cada um. Aberta ao diálogo e à procura de soluções para os problemas que lhe punham, tudo fazia para ajudar quem a ela recorria.
Tive o privilégio de conhecer de perto a Dona Luz e de com ela trabalhar e colaborar em tarefas eclesiais e sociais, tendo sido para mim uma lição de vida alicerçada na Boa Nova anunciada há dois mil anos, como proposta para construirmos um mundo melhor que gerasse fraternidade e paz. Mas a colaboração mais estreita foi na Obra da Providência, instituição que nasceu, de braço dado com Dona Rosa Bela Vieira, para dignificar as mal-amadas, que ao tempo (hás 60 anos) eram marginalizadas pelos namorados e famílias, ficando com filhos nos braços e sem apoio de ninguém.
Ao evocar hoje, neste meu espaço, a Dona Luz, na passagem de mais um aniversário, quero testemunhar publicamente quanto lhe fiquei a dever e quanto aprecio o seu exemplo de dedicação aos mais pobres dos pobres. Muito mais do que as palavras que se ouvem e dizem, em tantas circunstâncias e em tantos meios, os gestos e ações em prol dos ignorados ou conscientemente esquecidos são de longe as grandes lições  que nos marcam para sempre.
Aqui lhe deixo  os meus parabéns.

Fernando Martins