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quarta-feira, 8 de julho de 2020

O “médico dos pobres” é para sempre de Aveiro

Mário Sacramento com a esposa
«Ontem, Vasco Sacramento, nu­ma intervenção a propósito do descerramento de uma placa de homenagem ao seu avô, Mário Sacramento, recordou um excerto muito especial do “Livro de Amizade”. O texto fora escrito pela sua avó, Cecília Sacramento, e recordava um episódio marcante na sua vida, quando ela e o marido (Mário Sacramento) foram presos pela PIDE e ela, grávida de oito meses, acabou por perder a criança. E, a propósito, ela escreveu: “Os olhos vêem tudo, até fechados”, e é assim que Aveiro deve olhar para a placa que ontem foi descerrada no N.º 50 da Avenida Dr. Lourenço Peixinho, junto à porta de entrada do antigo consultório do avô Mário, popularmente conhecido como o “médico dos pobres” porque se disponibilizava, sem reservas, a receber e tratar doentes independentemente de poderem pagar a consulta.»

Ler mais no Diário de Aveiro de papel 

Nota: Texto publicado no DA online 

quarta-feira, 27 de março de 2019

Mário Sacramento faleceu há 50 anos

Mário Sacramento e esposa

No dia 27 de março de 1969, faz hoje precisamente 50 anos, faleceu o Dr. Mário Emílio Sacramento, natural de Ílhavo, onde nasceu em 1920, tendo exercido em Aveiro a sua profissão de médico competente e atencioso, desde 1957. 
Humanista de formação marxista, desde cedo se afirmou como opositor ao Governo de Salazar, o que o levou várias vezes à prisão. Figura de militância no Partido Comunista Português, esteve sempre presente nos Congressos de Oposição Democrática realizados em Aveiro. 
Temido pela força dos seus escritos, que tantas vezes foram de difícil publicação pela ação controladora da PIDE, ainda assim deixou importantes contributos literários que, em grande parte, só viram a luz do dia após a sua morte. 
Da sua obra, destaco: "Fernando Pessoa - Poeta da hora absurda", "Fernando Namora - O Homem e a obra", "Há uma estética Neo-realista?", "Carta Testamento" e "Frátria - Diálogo com os católicos ou talvez não", de parceria com o Padre Filipe Rocha e Dr. Mário Rocha. 
Após o 25 de Abril, o seu nome emergiu como bandeira da resistência, em diversas homenagens póstumas, figurando hoje na toponímia das cidades de Ílhavo e de Aveiro. 

FM 

Nota: Texto escrito há anos no meu blogue. Reedito-o hoje, com as devidas alterações, em homenagem a um homem que se fixou no meu espírito com a ajuda de sua esposa e minha professora, Cecília Sacramento, de saudosa memória.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Os Arcos



Os Arcos, onde há muitos anos íamos engraxar os sapatos, por mãos hábeis no manejo das escovas e do pano que dava mais brilho e  que até estalava nas mãos dos artistas,  eram a sala de visitas de Aveiro, onde se conversava de tudo e mais alguma coisa. ~
A Casa dos Jornais, do senhor Duarte Augusto Duarte, era também outro ponto de encontro da gente que gostava de ler jornais e revistas. Eu era um dos visitantes. À sexta-feira e aos sábados, à tardinha, lá esperava o "Diário de Lisboa", um vespertino que rivalizava com o "Diário Popular". O primeiro das oposições ao Governo e o segundo conotado com o regime. 
Vezes sem conta presenciei o escritor, médico e político Mário Sacramento, que também aguardava a chegada do jornal, que o Manuel, filho do senhor Duarte, tinha ido levantar à estação da CP. Mário Sacramento era crítico literário do "Diário de Lisboa", tanto quanto me lembro.
Um dia destes passei pela antiga Casa dos Jornais, que permanece no mesmo sítio e, olhando, vi as janelas que convidam a entrar debaixo dos Arcos... Aqui ficam como convite às boas recordações.

sábado, 23 de maio de 2009

"Livro de Amizade – Lembrando Mário Sacramento"

Mário Sacramento


Decorreu no passado dia 22, na Escola Mário Sacramento, em Aveiro, a apresentação da obra “Livro de Amizade – Lembrando Mário Sacramento”. Coordenado por João Sarabando, Joaquim Correia e Cecília Sacramento, tem a colaboração de José Cardoso Pires, Joaquim Namorado, João Seiça Neves, Idalécio Cação, Flávio Martins, Fernando Namora, Eduardo Prado Coelho, Eduardo Lourenço, Costa e Melo, Agostinho das Silva, Mário Soares, Óscar Lopes, Urbano Tavares Rodrigues, entre outros.
Presentes na cerimónia, Clara Sacramento e Vasco Sacramento, filha e neto de Mário Sacramento, convidados e muitos professores da escola. Apresentação da obra esteve a cargo do professor universitário António Pedro Pita, que analisou o livro, lembrando que foram precisos mais de 20 anos para o ver nascer. Afirmando que Mário Sacramento é uma personalidade-chave na história das ideias estéticas do séc. XX, sendo urgente a reedição de toda a sua obra. 
António Redol, filho do escritor Alves Redol e em representação do Museu do Neo-Realismo, manifestou o agrado pela instituição ter apoiado a obra, assim como a Fundação Calouste Gulbenkian. Disse que Mário Sacramento se destaca no século passado pelo alto espírito cultural, humanista e político, sendo uma figura de grande relevo no neo-realismo em Portugal. 
Jorge Sarabando lembrou as posições políticas do homenageado, salientando que a sua vasta obra ajuda muito a compreender o séc. XX, no país, em Aveiro e no mundo. Joaquim Correia agradeceu às entidades que apoiaram aquela publicação, salientando que a obra literária de Mário Sacramento, não tendo desaparecido sob a voragem do tempo com a facilidade com que desaparecem os simples actos de fala do dia-a-dia, é um património que se mantém à espera de quem a valorize como merece, lendo-a, discutindo-a e dando-lhe o lugar a que tem direito. 
António Martins, Director da Escola Mário Sacramento, manifestou a honra pelo livro ter sido apresentado na escola anunciando que já há contactos com a Universidade de Aveiro, para a curto prazo se reeditar a obra de Mário Sacramento, apelando aos professores de português da Escola, para que dêem a ler aos alunos o texto de Cecília Sacramento publicado no livro. Neste livro são publicadas várias fotografias de diversas épocas da vida de Mário Sacramento assim como imagens da homenagem que em 1991 a Câmara de Ílhavo lhe prestou, ao descerrar uma lápide na casa onde nasceu. 

Carlos Duarte

domingo, 27 de março de 2005

Efeméride: Mário Sacramento

Mário Sacramento

No dia 27 de Março de 1969, faz hoje precisamente 36 anos, faleceu o Dr. Mário Emílio Sacramento, natural de Ílhavo, onde nasceu em 1920, tendo exercido em Aveiro a sua profissão de médico competente e atencioso, desde 1957. 
Humanista de formação marxista, desde cedo se afirmou como opositor ao Governo de Salazar, o que o levou várias vezes à prisão. Figura de militância no Partido Comunista Português, esteve sempre presente nos Congressos de Oposição Democrática realizados em Aveiro. 
Temido pela força dos seus escritos, que tantas vezes foram de difícil publicação pela acção controladora da PIDE, ainda assim deixou importantes contributos literários que, em grande parte, só viram a luz do dia após a sua morte. 
Da sua obra, destaco: "Fernando Pessoa - Poeta da hora absurda", "Fernando Namora - O Homem e a obra", "Há uma estética Neo-realista?", "Carta Testamento" e "Frátria - Diálogo com os católicos ou talvez não", de parceria com o Padre Filipe Rocha e Dr. Mário Rocha. 
Após o 25 de Abril, o seu nome emergiu como bandeira da resistência, em diversas homenagens póstumas, figurando hoje na toponímia das cidades de Ílhavo e de Aveiro. 

FM