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domingo, 7 de novembro de 2021

Mário Cláudio completou 80 anos

Mário Cláudio fez ontem 80 anos. Nasceu em 6 de Novembro de 1941, mas não é um homem velho. A sua produção literária mostra à evidência a sua força anímica e juventude inventiva. Curiosamente, o seu mais recente livro, que ando a ler — Embora Eu Seja Um Velho Errante —, talvez pudesse indiciar a sua idade avançada. Nada disso. Mário Cláudio continua pujante e criativo, garantindo que a sua obra é vasta “porque tem medo de sair de casa”, como um dia disse.
O seu humilde leitor, que eu sou, felicita-o com votos de saúde e otimismo, na esperança de que continue por casa com disponibilidade para nos brindar com novos livros.

domingo, 6 de setembro de 2020

RETALHOS: Mário Cláudio

Assim começou um romance 

“Um velho no Inverno é a morte soprada, o tempo dorido, os fantasmas que a paciência esfarrapou. Põem-lhe aos pés a braseira, remexe as cinzas à procura de um rosto mais claro, aquieta-se nos reposteiros da sombra que o habita. Agasalha-se o velho no capote de castorina, puído nos lugares do atrito dos gestos, salpicado pelos oceanos que imaginar. Está calado, e sente frio, não lhe perguntem da justiça dos homens que conheceu, nem da obra completa, nem do paraíso que pelo mundo andou buscando.” 


Do livro “Peregrinação de Barnabé das Índias”, 
1.ª edição, Maio de 1998

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Mário Cláudio: "Camões era um marginal"

O escritor nortenho, mas de nível nacional, pelo menos, apresenta-nos um desafio interessante: Conhecer Camões que foi atirado para a vala comum. Com o seu mais recente livro, "Os Naufrágios de Camões", talvez possamos alimentar outras conversas que fujam do trivial.



Em entrevista ao Diário de Notícias, Mário Cláudio «põe em dúvida a autoria total de Luís de Camões no poema épico Os Lusíadas. Uma ficção literária que traz ao debate velhas questões».

Pode ler a entrevista aqui 

domingo, 4 de outubro de 2009

Bilhete-Postal


Meu Pai, meu Filho, meu Espírito Santo

Estendo as mãos à caveira da noite, e a criatura que sou consome-a a areia do vidro do tempo. nada digo que não te pertença, nada escrevo que não corra à eternidade.
De cada vez que caio subo mais alto, e ao encontrar-te, voo acima de mim mesmo. Aquieto-me contigo, com o pão e o vinho, e não há luz que pese como o absoluto cristal do ar.
Mas quando o teu rosto se afasta, e a treva se desdobra, o Mundo fica um caroço de mágoa que endurece no lugar do coração.
Livra-me da tua ausência. Fica comigo enquanto o dia acaba.

Mário Cláudio

In Cartas a Deus